- V.1– “E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol e os seus pés como colunas de fogo”.
Este anjo é o primeiro anjo que se encontra em – Apocalipse 14.6 – ou seja, o anjo do juízo – Cristo. Este “descia do céu”, o mesmo movimento do de Apocalipse 14.6. Este estava “vestido de uma nuvem”. E o que é que esta significa? Claro, os anjos. E quanto ao “arco celeste” sobre a sua cabeça? A Porta da Graça que ainda está aberta, visto que o Arco-íris representa a justiça misturada com a misericórdia. Também é dito que “o seu rosto era como o sol”. Recordemos aqui o momento do episódio conhecido por - Transfiguração de Cristo. Aqui, o Seu rosto era, igualmente, “resplandecente como o sol” – Lucas 17.2; Apocalipse 1.16. E a descrição continua: - “os seus pés como colunas de fogo”, retrato semelhante ao que é feito do próprio Jesus – cf. Apocalipse 1.15.
- V.2– “E tinha na sua mão um livrinho aberto; e pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra”.
O texto refere, no original, que este livro – foi aberto – e não como está traduzido, pois assim deixa entender que já estava aberto! Isto significa que houve um tempo em que esteve fechado. Ora, qual é o único lugar, na Palavra de Deus, em que existe um livro cerrado, fechado e selado? Encontramos duas únicas menções: a 1ª- podemos vê-la no v.4 - “E tu, Daniel fecha estas palavras e sela este livro (…)”; a 2ª- encontramo-la no v.9 - (…). Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” – Daniel 12.
Aqui, no texto do Apocalipse, é dito que esta entidade celeste “pôs o seu pé direito sobre o mar”, ou seja, sobre o velho mundo, a Europa; como também colocou “o esquerdo sobre a terra”, ou seja, sobre o Novo mundo – os Estados Unidos da América. Pois foi neste país onde tudo começou, ou seja, a proclamação da mensagem do 3º anjo – Apocalipse 14.356
- V.3– “E clamou com grande voz, como quando brama o leão; e, havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes”.
Aqui é apresentado que aquele que brama fá-lo com grande voz, como se fosse um leão. E quem é este leão da tribo de Judá? Sem dúvida alguma que é Cristo – cf. Apocalipse 5.5. Uma vez mais, estamos na presença de Cristo.
- V.5– “E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão ao céu.
- V.6- “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e o mar e o que nele há, que o tempo não será mais” – .
Aqui dá a conhecer que o anjo “jura”. Curiosamente, no livro do profeta Daniel –encontramos o mesmo cenário, onde é dito: – “(…) e jurou por aquele que vive eternamente” - Daniel 12.7. Portanto, há uma ligação estreita entre ambos os textos. Este anjo jura “que o tempo não será mais”. Que tempo será este? Será o tempo do final da história desta Terra, ou seja, do fim do mundo? A resposta é negativa. E qual é a base de apoio para tal afirmação? Apresentamos duas razões: 1ª- No v. 11 - é dito que: - “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis”. Portanto, se o mundo já chegou ao fim, então de nada serviria profetizar de novo! O contexto aqui é, totalmente, de desapontamento, do de 1844: 2ª- No v. 7 – é dito que: - “Mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” – (sublinhado nosso). Quando a 7ª trombeta tocar é sinal de que está concluído o juízo investigativo ou pré-advento. Este “segredo de Deus “ aqui mencionado é a pregação do evangelho – cf. Romanos 16.25; Efésios 6.9. Aqui, quando estas palavras são pronunciadas ainda estamos na 6ª trombeta, portanto, não no tempo do fim do mundo, mas no fim de um ciclo profético – o ano de 1844.
- V.8– “E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo e disse; - Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra”.
O que significa - “toma o livrinho aberto da mão do anjo”? Antes, este livrinho estava selado, fechado, o que significa que não se podia compreender. Mas, agora, o livrinho está aberto, o que quer dizer que, ao contrário, já é compreensível, já pode ser lido. Quando, comparativamente, se lermos o texto de Daniel 12.4, aqui encontraremos uma interessante expressão: - “(…); muitos correrão de uma parte para outra (…)” – (sublinhado nosso). É a mesma expressão que contém a mesma ideia que encontramos no profeta Amós: - (V. 11)- “Eis que Vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. (12)- E irão vagabundos de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor e não a acharão” – Amós 8 – (sublinhado nosso). E porque não a acharão? Porquê se fechou a Porta da Graça, pois esgotaram-se todas as possibilidades de perdão. E porque “irão vagabundos de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente” e não no Sul ou no Ocidente? Porque os lugares onde esperam encontrar a Palavra de Deus é no Norte – de onde vem o Alto Clamor, e do Oriente de onde vem o selo de Deus – cf. Apocalipse 7.2. Isto é o mesmo que dizer que, nesta fase já não existe: 1- Selamento; 2- Alto Clamor; 3- Que a Porta da Graça já se fechou, ou seja, que já não se pode alcançar misericórdia. Desta forma, se expressa a mensageira do Senhor acerca destes versículos: - “(…). Todos os juízos sobre os homens antes do final do tempo da graça, foram misturados com misericórdia. (…); mas, no juízo final, a ira é derramada sem mistura de misericórdia”.
Voltando a Daniel 12.4, é dito: - “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro até ao tempo do fim”. O tempo do fim que aqui faz referência corresponde ao ano 1798. Que Movimento que Deus suscitou, neste tempo, para proclamar o que se iria passar em 1844? O Movimento Milerita. Há, portanto, uma relação entre 1798 e 1844. A partir de 1798 Deus suscitará um povo, não só para proclamar os acontecimentos de 1844, como também para denunciar e para levar a cabo uma missão tremendamente importante, que é desmascarar a obra do chifre pequeno, ou seja, o poder que não só tirou o contínuo, como também colocou a “abominação desoladora” – Daniel 12.11.
Recordemos Daniel 11. Aqui iremos saber de que período, na realidade, se trata. Vejamos o v.31: - “E sairão a ele uns braços que profanarão o santuário e a fortaleza; e tirarão o contínuo , estabelecendo a abominação desoladora”. Na primeira parte do texto, o papado usufruirá da ajuda do poder político-militar. Depois fala que “tirará o contínuo e colocará a abominação desoladora”. Tudo isto se refere ao período da supremacia papal, ou seja, o dos 1260 anos. A ferida mortal encontra-se no v. 40, quando o rei do Sul luta contra o rei do Norte. Assim sendo, o que vem antes, deverá referir-se ao período da supremacia papal. Desta forma – “tirar o contínuo e colocará a abominação desoladora” – tem que ver com toda a actuação, deste poder, ao longo do período medieval.
No profeta Amós, como vimos, é dito que não encontrariam a Palavra de Deus. No entanto, em Apocalipse 10, é dito que o livro selado se irá abrir. Voltemos ao v.6: - “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e o mar e o que nele há, que o tempo não será mais” – (sublinhado nosso). De que tempo se trata aqui? Quando se faz este anúncio - ano de 1844 – este é a última meta profética de tempo; para lá desta data não existe qualquer profecia anunciada. Apesar desta advertência haverá a tentação de manipular as profecias de tempo ao aplicar os períodos – 1290 (Daniel 12.11) e 1335 (Daniel 12.12) – com o intuito de encontrar e estabelecer datas proféticas para períodos como: 1- Fecho da Porta da Graça; 2- Estabelecimento da Lei Dominical; 3- Derramamento da Chuva Serôdia - - tais práticas não têm qualquer fundamentação bíblica. Na verdade, a última data profética que os textos proféticos apontam é, efectivamente, o ano de 1844. A partir daqui tudo pode acontecer a qualquer momento do quanto está profeticamente descrito – os Sinais dos Tempos. Assim, este tempo do qual acabámos de falar ele é parte integrante da profecia maior - das 2300 tardes e manhãs.
- V.9– “E fui ao anjo, dizendo-lhe: dá-me o livrinho. E ele me disse: Toma-o e come-o; e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel”.
Aqui, João prepara-se para ir buscar o livrinho. Na verdade, o que está em causa são os capítulos de Daniel 8 ao 12, que caracterizam este pequeno livro. Daniel 8 comporta, de uma forma especial, a profecia das 2300 tardes e manhãs. Aqui é dito: - “Toma-o e come-o”. O que significa esta frase? Simplesmente quer dizer que a mensagem foi totalmente absorvida dos capítulos 8 ao 12 - a profecia das 2300 tardes e manhãs. E qual era a esperança de todos aqueles que proclamaram esta mensagem? Claro, indubitavelmente, a gloriosa vinda de Jesus. Será que haverá algo mais doce para a cristandade do que a esperança da 2ª vinda de Cristo? Claro que não. Mas, de seguida, algo acontece. O texto refere que este livro, a sua mensagem, “fará amargo o teu ventre”; mas, uma sensação totalmente oposta à da boca quando esta estava a ser aqui saboreada, pois ela era “doce como mel”. Foi, na verdade doce para aqueles que proclamaram a mensagem: - “(…) vinda é a hora do seu juízo (…)”. Este capítulo 10 do Apocalipse justifica a existência da Igreja Adventista.
Porque a profecia diz que a Igreja Adventista iria começar por um desapontamento, como vimos, visto que o anunciado, o acariciado não se cumpriu! A este respeito, a mensageira do Senhor, diz que o Senhor ocultou este erro na pregação dos Mileritas para que a fé deste grupo fosse provada. Na verdade, após este desapontamento e respectiva sacudidura por ele provocada, nada mais ficou a não ser um pequeno grupo. Este pequeno grupo, aparentemente, proclamou e aguardava a 2ª vinda de Cristo. Mas, estava este grupo preparado para acompanhar Cristo, caso a Sua vinda tivesse acontecido? Pelo resultado obtido, mostra-nos a evidência negativa da resposta. Porque é que Deus permite a existência da fase – Tempo de Angústia – antes da glória final? Claro, para que este possa ser provado, testado, saber quem é quem e o que é que o anima, quem O serve “por pão e por peixe” – João 6.26 – ou, ao contrário, quem O segue porque, simplesmente, O ama sem quaisquer interesses, como o demonstra magistralmente o livro de Job – “Ainda que ele me mate, nele esperarei (…)“; Job 1.9,11. Foi este desapontamento bem amargo para este grupo? Claro que sim, pois: 1º- porque Cristo, afinal, não veio; 2º- A Igreja, na sua grande maioria abandonou este grupo.
- V.10- “E tomei o livrinho da mão do anjo e comi-o; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo”.
- V.11- “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis”.
O texto indica claramente, como vimos, que como consequência do que aconteceu, a Igreja é obrigada a profetizar “outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis” – portanto, ainda dentro do Tempo da Graça. É por esta razão que a Igreja existe. E de onde devemos pregar a mensagem? Claro, de toda a Palavra de Deus e, em particular: - Daniel e Apocalipse. Será que é possível profetizar uma segunda vez se não existiu uma primeira? Claro que não. Esta é a mensagem que deverá ser pregada neste tempo do fim, a que consta nestes dois livros. Fechando o parêntesis.
Retomando Daniel 12: - Já vimos a interligação entre os 1260 dias com as 2300 tardes e manhãs. Será que, a exemplo do que acabámos de afirmar, haverá também uma estreita ligação entre os 1290 dias e os 1335 dias – Daniel 12.11,12? Então, se os 1290 estão relacionados com os 1260 será normal concluir-se que os 1335 estão relacionados com os 2300, pois são os dois únicos períodos de tempo que se mencionam em Daniel: – 1260 e 2300 – fora dos períodos de tempo mencionados em Daniel 12. Recordemos o cenário de Daniel 8.13,14. Aqui encontrámos um santo que falava a outro. Um deles perguntou: - “Até quando”? Será que aqui, em Daniel 12 encontramos o mesmo cenário, ambiência? Vejamos:
- V.5- “E eu, Daniel, olhei, e eis que estavam outros dois, um desta banda, à beira do rio; o outro da outra banda, à beira do rio”.
- V.6- “E ele disse ao homem vestido de linho que estava sobre as águas do rio: Que tempo haverá até ao fim das maravilhas?”
Aqui, em primeiro lugar, nestes versículos, encontramos três personagens, a saber: 1ª- uma, desta banda do rio; 2ª- a outra, da outra banda do rio; 3ª- uma outra, que estava sobre o rio – vestido de linho. E quem é esta personagem vestida de linho? No antigo Israel, no serviço do santuário, o sacerdote tinha diferentes vestes de diferentes cores para ali oficiar ao longo do ano – cf. Êxodo 28.1-43. Mas, para oficiar no dia da festa especial para o povo de Israel, que acontecia, unicamente, uma vez no ano – o Dia das Expiações (Êxodo 30.10) – as suas vestes eram de um único tecido e cor – de linho – Levítico 16.4,32. Como aqui estamos em presença de um tempo profético, escatológico, ligado ao santuário celeste, o qual, segundo Daniel 8.13,14 seria “purificado” ou restaurado, no Céu, após desde o ano 1844, em que Cristo, na qualidade de Sumo-sacerdote exerceria a função de intercessão. À luz da carta aos Hebreus, o autor refere claramente que este Sumo-sacerdote é Jesus Cristo – cf. Hebreus 4.14; 8.1,2; 9.11,12,24,25. Assim sendo, esta terceira personagem é o Senhor Jesus Cristo.
Depois, em segundo lugar, é feita uma pergunta “ao homem vestido de linho” é a mesma que encontramos anteriormente em Daniel 8.13, ou seja: - “Até quando?” o santuário deveria esperar para ser “purificado”? Esta pergunta. Aponta para três medidas do mesmo tempo profético: 1ª – Já vista e analisada – o período da opressão do chifre pequeno: - “tempo de tempos e metade de um tempo” – Daniel 7.25 – e repetido em Daniel 12.7. Assim como veremos a seguir, para os dois períodos de tempo seguintes – 1290 e 1335 - estes apontam para o final do mesmo tempo profético, ou seja, o ano de 1844.
- V.7- “E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a sua mão direita, e a sua mão esquerda ao céu e jurou por aquele que vive eternamente que, depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas” –
Esta personagem também ”jura”. Há, portanto, aqui, um paralelo com o texto do Apocalipse 10.6. Assim sendo, teremos que fazer a correspondência de Apocalipse 10.6 com Daniel 12.7. De igual modo relacionar Daniel 12,5,6 com Daniel 8.13,14, visto o cenário ser o mesmo: 1- dois anjos que falam; 2- que utilizam a mesma pergunta: - “Até quando”. E a que tempo se refere o texto? Claro, ao período de tempo equivale a1260 anos. Agora, façamos uma pequena pergunta: - este tempo aqui mencionado, é literal ou simbólico? Claro, é simbólico. Então, por que razão deveremos pensar que as duas últimas referências a tempo – 1290 (v.11) e 1335 (v.12) – serão, como alguns creme e ensinam que são dias literais? Há um princípio de interpretação profética que é inquestionável. O princípio: - 1 dia = 1 ano (Números 14.34; Ezequiel 4.6). Assim, antes da 1ª vinda de Cristo, como homem a esta Terra, todos os períodos proféticos eram expressos literalmente, como por exemplo: 1- os 7 anos da loucura do rei Nabucodonosor (Daniel 4.25,28); 2- os 400 anos que Israel passaria no Egipto (Génesis 15.3); 3- os 70 anos de cativeiro em Babilónia (Jeremias 25.11,12); 4- A profecia das 70 semanas (de anos) (Daniel 9.24); 5- o jejum de Daniel durante 3 semanas completas (Daniel 10.2,3).362 Mas, os períodos proféticos inerentes à Igreja, portanto, antes da 2ª vinda de Cristo, expressam-se e se compreendem simbolicamente.
- V.8- “Eu, pois ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?”
Na verdade, o profeta não entendeu a explicação visto estar separado de muitos séculos de distância dos eventos que a revelação apontava; não eram precisas, efectivamente, mais explicações, como facilmente se compreenderá, a não ser o anúncio preciso do evento. Mas, mesmo assim a curiosidade de Daniel, atraiçoa-o e deseja saber mais para que, desta forma, possa compreender, o incompreensível, para a mente de um homem do séc. VI a.C, visto tratar-se de acontecimentos inerentes ao tempo do fim.
- V.9- “E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim”.
A parte final deste verso é a mesma que se encontra no v. 4. Assim, até quando estaria selado o livro de Daniel? Tal como é referido, “até ao tempo do fim”, quando terminar o tempo compreendido na expressão: - “tempo, de tempos e metade de um tempo” – ou seja, os 1260 anos.
- V.11- “E desde o tempo em que o contínuo for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias”.
Em Daniel 7, qual é o único período de tempo que encontramos? Encontramos a menção a 1260 dias, isto é, “tempo, tempos e metade de um tempo” – Daniel 7.25. Em Daniel 8, o único período de tempo que encontramos é: - “2300 dias” – Daniel 8.14. Estes são os dois períodos de tempo que são mencionados no livro de Daniel, antes do capítulo 12. E que outros dois são mencionados para além destes? Eles são: 1º- “1290” dias (Daniel 12.11); 2º- “1335” dias (Daniel 12.12). Este 1º período (1290 dias) tem uma relação muito estreita com o período profético de 1260 dias; enquanto que o 2º período (1335 dias), por sua vez, está relacionado com os 2300 dias. Portanto, encontramos aqui os quatro períodos de tempo mencionados pelo profeta Daniel. Estes 2300 dias (Daniel 8.14) estão directamente relacionados com algo que aconteceu no Céu, em 1844. Mas, ao se concluírem os 1335 dias, aconteceu algo aqui na Terra, em 1844.
Na verdade, como sabemos que existe uma relação estreita entre Daniel 8 e Daniel 12? A razão é que, quer para um quer para outro, ambos têm a mesma data, como ponto de partida. Vejamos, para o entendermos – Daniel 8.13 – que diz: - “Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo , e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário, e o exército a fim de serem pisados?”. Onde é que se encontram estes santos? Claro, no Céu. Um fala ao outro e faz uma pergunta: - “Até quando durará a visão do contínuo , e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário, e o exército afim de serem pisados?” Até quando se passará tudo isto? Este poder, (o papado), perde o seu poderio em 1798, mas é achado em falta, no Céu, em 1844. Mas, vejamos bem a primeira parte da pergunta: - “: Até quando durará a visão do contínuo”? E com qual profecia está relacionado este “contínuo”? Com a que diz respeito aos 1260 dias (Daniel 7.25) ou à dos 2300 tardes e manhãs (Daniel 8.14)? Claro, com os 1260 anos. “ Até quando durará a visão do contínuo e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário, e o exército a fim de serem pisados?” Sabemos que, à luz de – Daniel 7.25 – que o período aqui mencionado é de 1260 anos. Mas, no verso a seguir, explicará que o seu poderio terminará em 1844. Este poder termina quando, afinal? Em 1798 ou em 1844? A visão do “contínuo” está incluída neste período longo das 2300 tardes e manhãs, só que termina antes do final deste período.
Na Terra, o poderio papal estender-se-á até 1798, mas ser-lhe-á tirado o poder, segundo Daniel 7.8: - “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente”. Quanto tempo governa este chifre? Vejamos, uns versículos a baixo: - “(…). E eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos e metade de um tempo” – v.25 – ou seja 1260 anos. Mas, ser-lhe-á tirado o poder, segundo a perspectiva de Deus – (v.9)- “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos; e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve e o cabelo da sua cabeça como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo; e as rodas dele fogo ardente. (10)- Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo e abriram-se os livros” – Daniel 7. Aqui temos, claramente mencionado o juízo. Deus irá julgar, não somente o chifre pequeno como também todas as bestas, poderes, nações anteriores. Estes já tinham desaparecido. Vejamos o v. 11: - “Então estive olhando por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta (chifre pequeno); estive olhando até que o animal foi morto e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo”. Roma Imperial cai no ano 476. Só que, nesta data, os livros ainda não tinham sido abertos para que esta nação fosse julgada.
Vejamos os versículos: - (v.12)- “E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo. (13)- Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem, e dirigiu-se ao ancião de dias e o fizeram chegar até ele. (14)- E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído”. Aqui é dito que “lhe dado o domínio e a honra, e o reino” – v. 14. E quando é que isto aconteceu? Obviamente, no momento do juízo. É feita esta declaração de doação do reino nas cortes celestiais, mas só depois, passado tempo, o tomará. Vemos que a mesma dinâmica repete-se: - (v.21)- “Eu olhava e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. (22)- Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino”.
Neste último versículo apercebemo-nos de dois períodos de tempo: 1ª- “foi dado o juízo aos santos do Altíssimo”; 2ª- “chegou o tempo em que os santos possuíram o reino”. Isto quer dizer que, no momento em que a sentença fica lavrada com a outorga do reino, não é o mesmo tempo quando, na realidade, o recebe – cf. v. 23-26. Haverá uma relação entre os 1260 anos e as 2300 tardes e manhãs? Cremos que sim. O chifre pequeno cai por terra em 1798, mas quando Deus fizer juízo no Céu, aí sim, acertar-se-ão todas as contas pendentes nas cortes celestiais. Portanto, o papado dominará 1260 anos, recebe a sua ferida mortal em 1798, só que Deus examinará o seu caso a partir de 1844. É isto, cremos, que ensina Daniel 8. Assim, “Até quando durará a visão do contínuo , e da transgressão assoladora”? A resposta foi: - “(…): Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado” – Daniel 8.14. Quer o “contínuo” quer a “transgressão assoladora” durarão até 1844; só que o poderio temporal foi perdido em 1798, muito embora só lho seja retirado, definitivamente, o direito de reinar, no juízo Investigativo ou pré-advento.
Este versículo – Daniel 12.11 - faculta-nos um elemento precioso para servir de baliza para o início deste período de tempo. Aqui é dito: - “desde o tempo em que o contínuo for tirado e posta a abominação desoladora”. Assim, desde que aconteça a 1ª parte para se instalar a 2ª - o que se acaba de anunciar -, agora sim, poder-se-á contar os 1290 dias/anos, ou seja, desde o ano 508, que terminará, portanto, este 1º período profético, em 1798.
- V.12- “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias”.
Contrariamente ao versículo anterior, neste não existe qualquer baliza que permita iniciar a contagem deste segundo período de tempo. O que quer dizer, desde logo, é que este segundo período profético tem o mesmo ponto de partida e terminam, obviamente em datas diferentes. Este segundo período “é o prolongamento do primeiro”. E quando é que os 1335 acabam? Vejamos o v. 12: - “Bem-aventurado (…)”. Qual a razão para que aquele que esperar e chegar até ao final deste período será bem-aventurado? Vejamos o que refere o livro do Apocalipse no último versículo da mensagem dos 3 anjos, proclamada desde 1844, pelo Movimento Milerita e pela Igreja Adventista: - “E ouvi uma voz do céu que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. (…)” – Apocalipse 14.13 – (sublinhado nosso). (E no versículo a seguir - v.14 - fala da conclusão do juízo Investigativo).
No texto do profeta Daniel é dito, repetimos: - “Bem-aventurado o que espera e chega”, refere-se a que data? Claro, a 1844 – Apocalipse 10.6. Como vimos - Apocalipse 14.13 – é referido o seguinte: - “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. Ou seja, o teor de Daniel 12.12 que é o mesmo de Apocalipse 14.13, só que dito por palavras diferentes, indicam claramente que este período de - 1335 dias – terminam, efectivamente, em 1844. Notemos este elemento importante: - como é que um morto pode ser tido e considerado como um “Bem-aventurado” - Apocalipse 14.13? Isto pressupõe e realça que, os que morreram “desde” este momento ou data 1844 -, terão algo de especial que os diferencia de todos aqueles que morreram antes desta data. E, qual a causa desta particularidade? O contexto claramente o revela, ou seja – todos estes, contrariamente aos restantes, morreram na mensagem do 3º anjo, a qual só foi proclamada a partir de 1844, nunca antes. Assim sendo, este facto os torna “bem-aventurados” e, nesta qualidade, farão parte de um momento especial anunciado na Palavra de Deus – a Ressurreição Especial ou parcial – Daniel 12. 2.
Quando é que terminam os 1335 dias? Como vimos, no ano 1844. Não esqueçamos que o texto não diz: - “Bem-aventurado o que espera e chega (ao final de) mil trezentos e trinta e cinco dias”, mas sim “Bem-aventurado o que espera e chega (até) mil trezentos e trinta e cinco dias” – ou seja, “(…) do número de anos que vão até 1844, isto é, 1843 anos”. Assim, o ponto de partida é o mesmo do tempo profético anterior, ou seja, o ano 508 = (1843 – 1335).
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