30 de novembro de 2011

A BÍBLIA INTERPRETA-SE A SI MESMA

Quantos erros não seriam evitados se deixássemos que a Bíblia falasse! Mas nem sempre isto acontece, pois partimos para a Palavra de Deus com as nossas ideias mais ou menos feitas e é em função destas que conseguimos ver e ler o que nunca lá estive! Assim, se deixarmos que a Bíblia fale ela interpretar-se-á sozinha. Como fazer para que assim possa ser? Temos que nos munir de alguns utensílios para o efeito e, um deles, sem sombra de dúvida, que será uma Concordância.56 Na verdade, se assim procedermos veremos que, uma a uma, a maioria das incoerências, aparentemente insuperáveis, elas desaparecerão.
Ao compararmos um versículo com outro versículo que aborde o mesmo tema, notaremos que um traz luz ao outro, tal como a Palavra de Deus, ela própria o afirma – “Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali” – Isaías 28.10. Qual a razão da própria Palavra de Deus se expressar assim? A razão, quanto a nós, encontra-se no próprio título da Palavra de Deus – Bíblia – pois esta palavra não identifica um singular, mas um plural, muitos livros. 57 Assim sendo, não esqueçamos que as Sagradas Escrituras são compostas por 66 livros diferentes repartidas da seguinte forma: 1º- Antigo Testamento = 39; 2º- Novo Testamento = 27 (14 dos quais são da autoria de S. Paulo). Isto significa que, se uma palavra de um livro não nos parece clara, então iremos comparar com a mesma noutro livro para que, desta forma, possamos encontrar mais luz sobre o assunto que queremos estudar na Palavra de Deus. De seguida iremos ilustrar o que queremos dizer através de alguns exemplos bíblicos.
a) A parábola – do Rico e de Lázaro - Lucas 16.19-31
Esta é, aparentemente, uma parábola problemática, pois sobre a mesma Igrejas têm construído doutrinas que são totalmente opostas ao claro ensino da Palavra de Deus, como por exemplo: 1- Imortalidade da alma; 2- Inferno; 3- Purgatório.58 Este é o resultado da não aplicação deste mesmo princípio, ou seja, de deixarmos que a própria Bíblia se explique a si mesma! Mas se virmos esta parábola, dita pelo Senhor Jesus, como realmente deve ser analisada, como tudo é diferente, pois nada do que se diz, crê e ensina não
tem qualquer fundamento bíblico.
Para começar – esta é uma história simbólica ou uma simples parábola?59 Cada personagem aqui mencionada é simbólica. O rico e o Lázaro representam alguém. O importante não é, de modo algum que os intervenientes tenham existido na vida real, na medida em que estes nomes são totalmente acessórios, ainda que alguém, com o mesmo nome tenha, efectivamente, existido na vida real. Convém ter sempre em mente que cada uma destas personagens representa alguém para além de si mesmas.60 Tudo isto poderá suscitar a pergunta: - será realmente assim? Para o efeito bastará ler com atenção a história que a parábola conta. Se a analisarmos com cuidado apercebemo-nos de, pelo menos, três razões pelas quais o rico representa claramente a nação judaica – este é um símbolo dos judeus. Ora vejamos: 1º- Quando o rico fala a Abraão – “E clamando disse: - Pai Abraão tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama” – v.24; 2ª- Por sua vez Abraão fala ao rico: - “Disse, porém Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” – v.25. Afinal, quem é que sempre se auto-proclamou ser filho de Abraão? Quem, em boa verdade, reclamava constantemente a filiação a Abraão, a paternidade deste para com Israel? Claro, os próprios judeus. Vejamos a este efeito, alguns textos: - 1- Quando João Baptista se insurgiu com os seus concidadãos que diziam uma coisa e faziam outra bem diferente e, no entanto diziam: - “(…). Temos por pai a Abraão” – Mateus 3.7; 2- Quando Jesus falava com os judeus acerca dos Seus ensinos e obstinação do seu povo em a aceitar. Eles assim responderam: - “O nosso pai é Abraão (…)” – João 8.39.
Como corolário do que acabámos de dizer, este rico, não representa, como já referimos, uma pessoa singular de carne e osso mas, uma pluralidade, uma nação. 3º- Quando este rico está envolto em chamas – no Inferno – diz a Abraão: - “E disse ele: Rogo-te pois, ó pai, que o mandes a casa de meu pai. (28)- Pois tenho cinco irmãos, para que lhe dê testemunho, afim de que não venham para este lugar de tormento” . Vejamos a resposta que, por sua vez, lhe dá Abraão: - “E disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas: ouçam-nos” – v. 29. Afinal, quem é que era detentor de “Moisés e os profetas”, dito por outras palavras – o Antigo Testamento? Sem sombra de dúvida – os judeus. Desta forma, repetimos, o rico representa a nação judaica.
E quanto a Lázaro? Este representa o oposto, o povo gentio.61 Na parábola é dado a conhecer que esta personagem encontra-se numa situação bem específica – “cheio de chagas à porta do rico e que desejava alimentar-se com as migalhas que caiam da mesa do rico (…)” – v.20,21. E quem mais está no mesmo lugar com ele? Segundo o texto: - “(…) os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas” – v.21. E qual era a comida do pobre Lázaro? Segundo o texto: - “as migalhas que caiam da mesa do rico”. Assim sendo, alguns dos elementos da parábola são indicadores claros de que este Lázaro representa, na verdade os gentios, como veremos pela comparação entre outros textos da Palavra de Deus, como veremos a seguir.
Esta parábola não está nas Sagradas Escrituras para nos dar a conhecer quão quente poderá ser um hipotético Inferno! Nem tão pouco fala do que acontece a uma pessoa quando morre, isto é, vai para o dito Inferno ou para um seio de Abraão? E uma vez morto o salvo, este vai direitinho para o “seio de Abraão”; convenhamos, quão grande será este seio de Abraão! Mas, se este “seio de Abraão” é, assim parece, simbólico – Lucas 16.22 – como é que o rico é literal? Por outro lado, no versículo 26 Abraão diz ao rico: - “E além disso está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quiserem passar daqui para vós não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá” – o que “mostra que Jesus não conhece uma doutrina do Purgatório”.62 A doutrina que diferencia um Inferno superior e outro inferior, ventilada na Igreja cristã desde cedo, instala-se na cristandade ocidental passando por Santo Agostinho, Gregório, o Grande, até se tornar, no fim do século XII, – o Purgatório.63
b) O encontro de Jesus com uma mulher cananeia - Mateus 15.21-28
Quem era este povo? Eram idólatras, desprezados e odiados pelos judeus. Esta mulher pertencia a este povo. Portanto, pagã, consequentemente excuída das vantagens que os judeus gozavam. Vejamos alguns versículos deste encontro: - “E eis que uma mulher cananeia que saíra daquelas cercanias, clamou dizendo: Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada” – v.22. Que tipo de mulher está aqui referenciada? Era uma mulher judia ou gentil, pagã? Tal como já dissemos, esta era pagã, pois não pertencia ao povo de Deus, segundo a concepção da época. No entanto, esta mulher dirige a palavra para Jesus, dizendo: - “Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada”. No versículo seguinte é dito: - “Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós” – v.23. Jesus ouviu-a mas, simples e aparentemente, a ignorou! Na verdade, que faríamos nós se tal situação tivesse sido a nossa? Como aguentar dirigir a palavra para alguém e o nosso interlocutor ignorar-nos? Uma atitude seria possível da nossa parte, pois não só teríamos ficado tristes como também teríamos, seguramente, abandonado aquele lugar.
Mas, como é que esta mulher agiu? Esta foi-se embora? Não! Jesus, à medida que ia andando, os Seus discípulos aproximaram-se dele e O convidaram a que a atendesse para que ela se fosse embora, visto que, teimosamente, como nos mostra o texto bíblico, esta mulher não só continuava a segui-los como também vinha a gritar atrás deles.
Que mulher é esta. Não só é, aparentemente, ignorada por Jesus, como também ouve este comentário nada simpático dos discípulos de Jesus. Na verdade, certamente que, se não tivéssemos ido embora quando o Senhor Jesus nos ignorou, esta atitude dos Seus discípulos teria concorrido para nos afastarmos, de vez, dali. Só que aquela mulher não foi embora. Em resposta à proposta dos Seus discípulos, respondeu-lhes: - “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” – v.24. Que estranha resposta de Jesus ao pedido feito pelos seus discípulos! Coitada desta mulher! Em 1º lugar ela é ignorada; em 2º lugar, ouve as deselegantes palavras dos discípulos de Jesus; 3º lugar, por fim, o próprio Senhor Jesus diz-lhe que não foi enviado ao povo cananeu mas sim às ovelhas perdidas de Israel! Esta mulher, mesmo assim, ali permanece, implacável. De novo dirige-lhe a palavra: - “Então chegou ele, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me” – 25. A resposta de Jesus é tremendamente importante: - “Ele, porém, respondendo, disse: - Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-los aos cachorinhos” – v. 26. Na verdade, que nome é que Jesus lhe está a chamar, a atribuir? Claro: cão, cadela! Que resposta tão agressiva, tão inesperada de Jesus. E, uma vez mais, ela ali permanece e não desiste e diz: - “Sim, Senhor, mas também os cachorinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores” – v.27.
À luz da analogia deste texto, na verdade, perguntamos, o que representa Lázaro? É evidente que são os gentios. Jesus disse que tinha vindo para as ovelhas perdidas de Israel – o rico – os judeus. Estes tinham vantagens e riquezas espirituais como nenhum outro povo. E o que fazia da abundância espiritual que tinham para que, por sua vez, alimentassem os gentios? Usaram-na em favor dos demais povos? A resposta é negativa. Estes últimos foram ignorados pelo pretenso povo de Deus. Estes tratavam e apelidavam-nos de – cães.64 Como nos sentiríamos se nos chamassem por algum destes nomes? Portanto, este texto mostra, por comparação que esta mulher gentia, pagã, ocupa a posição de Lázaro em relação ao modo de se alimentar – as migalhas que caem da mesa dos judeus que servem para alimentar os que não era, segundo a concepção da época – povo e filhos de Deus. Nestes dois textos, como vimos, ilustram a utilidade do leitor deixar que a Bíblia se explique a si mesma.
c) Doutrina do arrebatamento secreto - Mateus 24.37-42; I Coríntios 15.51,52; I Tessalonicenses 4.16-18
Algumas Igrejas ensinam que, Cristo voltará, pela 3ª vez. Mas, na Sua 2ª vez será especial, pois virá secretamente para levar consigo a Sua Igreja para o céu. Após um breve período de 7 anos regressa, de novo, à Terra e, segundo esta mesma doutrina, aqui, neste mundo, Ele governará e o planeta tornar-se-á num lindo paraíso, um verdadeiro Éden. O período da governação celeste terá a duração de 1000 anos. Esta Terra será um Paraíso precioso e maravilhoso, citando o profeta Isaías 11.10 – “(…) e o lugar do seu repouso será glorioso”. Mais a baixo retomaremos, noutra vertente, esta doutrina. Mas o que tem a Palavra de Deus a dizer o conteúdo de tal doutrina? Será que o resultado da mesma estará perfeitamente enquadrado neste quadro idílico? Será que a Palavra de Deus confirma este enquadramento e doutrina? Afinal, esta é uma doutrina bíblica ou meramente humana, de mera circunstância? Vejamos alguns dos seus aspectos.
a) – Apoc. 20.1
Se examinarmos o último livro da Palavra de Deus, quando o Senhor Jesus voltar pela 2ª vez diz que trará na Sua mão uma grande cadeia – “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão” – Apoc. 20.1. E o que vem fazer com ela? Vem prender Satanás e os seus anjos. E onde os prende? Como o texto o revela – “tinha a chave do abismo”. Assim, para compreendermos o que é que se está a passar temos que procurar algumas palavras no texto bíblico que nos possam ajudar a progredir na compreensão do mesmo. Retenhamos esta palavra “abismo”. Esta, nós a iremos encontrar, por exemplo, no início da Palavra de Deus – “E a terra era sem forma (Tohu) e vazia (wabohu) e havia trevas sobre a face do abismo (…)” – Génesis 1.2 - (sublinhado nosso). Estas expressões significam: 1ª- Tohu: - esta define o caos no seu aspecto material “como um elemento primordial líquido, oceano caótico, abismo cósmico”. 2ª- wabohu: - cuja significado é vazio, deserto.65 Assim sendo, em que condição se encontrava a Terra? Será que tinha aspecto de um Éden calmo e paradisíaco? Ao contrário, era um verdadeiro caos! Assim sendo, a palavra – abismo – quer dizer isto mesmo, biblicamente falando, um espaço vazio, desordenado e de trevas.
b)- Jeremias 4.23-27
Vejamos o que este texto do profeta Jeremias (627-580 a.C) nos revela: - “Observei a terra e eis que estava assolada e vazia; e os céus e não tinham a sua luz. (24)- Observei os montes e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. (25)- Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. (26)- Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. (27)- Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada; de todo, porém, a não consumirei”. (sublinhado nosso). Numa primeira vista sobre este texto apercebemo-nos da riqueza do mesmo na descrição do estado, da situação em que a Terra se encontrará antes que Cristo venha definitivamente a esta Terra. A Palavra de Deus, como sempre traz luz sobre si mesma.
Realcemos, desde já alguns pontos de contacto: 1- Desde já, na fraseologia do v. 23 encontramos as mesmas palavras que já vimos em Génesis 1.2: - “(…) a terra era sem forma e vazia (…)”; e consequente período de trevas. 2- Montes e outeiros tremendo; 3- Homens e animais deixam de existir; 4- A terra, um deserto; 5- As cidades derrubadas; 6- A Terra na sua plenitude desolada; 7- Porém, ainda não consumida. Aqui podemos ver uma clara sintonia entre ambos os textos pois apontam para um mesmo cenário. Só que aqui não estamos a falar no início do período da Criação, mas exactamente do seu contrário, no final da história deste ainda bonita planeta azul – a Terra.66 No v. 26 encontramos um interessante detalhe, a saber: - “(…) diante do Senhor, diante do furor da sua ira”. Ora, biblicamente falando, quando é que isto acontecerá? Segundo o livro do Apocalipse é – nas pragas. Vejamos: - “E vi (…) sete anjos que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus” – Apocalipse 15.1. – “E ouvi, vinda do templo, uma grande voz (…): Ide e derramai sobre a terra as sete salvas da ira de Deus” – Apocalipse 16.1 Destaquemos ainda, no texto do profeta Jeremias o enigmático texto que compõe o v.27: - “(…). Toda esta terra será assolada; de todo, porém, a não consumirei”. O que significará a parte final deste versículo, ou seja, que não a destruiria na sua totalidade? Pela simples razão que, logo a seguir, irá começar um período que, biblicamente falando, é conhecido por – Milénio! E quando é que, segunda a Sua promessa Deus criará, de novo, novos Céus e uma nova Terra? Biblicamente falando, a resposta só pode ser uma – após este mesmo período de trevas e de desolação - o Milénio. Eis textos que o confirmam: - “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra em que habita a justiça” – II Pedro 3.13 – e “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram (…)” – Apocalipse 21.1. Portanto, o que temos feito até aqui não é mais do que questionar a Bíblia acerca do quanto ela apresenta e ela mesma dá a resposta. A esta foi que esta Terra antes e durante este período milenar, que precederá a Sua gloriosa vinda seria: 1- um caos; 2- um abismo de trevas, solidão e desolação.
Curiosamente, perante esta descrição dos acontecimentos provocados pela ira de Deus descritos pelo profeta, são não só de tal maneira profundos como também apontam para um caos que ilustra um tempo preciso do fim deste mundo que, alguns comentaristas, supõem que este texto do profeta Jeremias não é autêntico, visto que para estes “Jeremias é o menos escatológico de todos os profetas”.67 Na verdade, o povo, segundo o profeta, depois de conhecer o seu Deus e o que Ele fez por ele, mas que, mesmo assim O deixa, o profeta só tem uma palavra para o caracterizar: - “o meu povo está louco” – Jeremias 4.22. Na verdade, tristemente constatamos que o tempo longo tem passado e, continuamos sem aprender grande coisa com o passado, nós que vivemos precisamente no limiar deste tempo do fim.
c)- Isaías 24.1
O profeta Isaías (739-685 a.C.) vai no mesmo sentido: - “Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola e transtorna a sua superfície, e dispensa os seus moradores. (…). (v. 3)- De todo se esvaziará a terra e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. (…). (5)- Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. (6)- Por isso a maldição consome a terra e os que habitam nela serão desolados; por isso serão queimados os moradores da terra e poucos homens restarão”. Será que todo o cenário terrestre tem algo a ver com o descrito, antes da gloriosa e final vinda de Cristo, pelas Igrejas que são verdadeiros arautos da espúria doutrina de um – arrebatamento secreto? Até aqui o que encontrámos, biblicamente falando, foi exactamente o contrário – não um paraíso edílico mas, o caos, o vazio e a desolação.
Vejamos ainda, neste mesmo capítulo, um pouco mais à frente sob este mesmo contexto: - v.18- “E será que aquele que fugir da voz do temor cairá na cova; e o que subir da cova o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram e os fundamentos da terra tremem. (19)- De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá a terra, e de todo se moverá a terra. (20)- De todo vacilará a terra como o ébrio; e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela; e cairá e nunca mais se levantará. (21)- E será que naquele dia o Senhor visitará os exércitos do alto na altura, e os reis da terra sobre a terra. (22)- E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere e serão visitados depois de muitos dias” – (sublinhado nosso). Na verdade, que acontecimento caótico e de convulsão está a descrever este excerto da Palavra de Deus? Biblicamente falando, quando é que ocorre um grande terramoto e cai do céu uma grande saraivada? Uma vez mais, a resposta só pode ser uma – na vinda do Senhor Jesus – “E houve vozes, trovões, relâmpagos e um grande terramoto como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terramoto. (…). (21)- E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva; pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era mui grande” – Isaías 24.
Retomemos o texto acima descrito: - o v. 21 refere “E será que naquele dia o Senhor (…)”. Mas, que dia será ete? É evidente que se trata da gloriosa vinda de Cristo. Depois acrescenta algo de estranho, de certa forma: - “visitará os exércitos do alto na altura, e os reis da terra sobre a terra”.68 A 1ª parte refere-se aos anjos caídos; não se tratará, como facilmente se compreenderá, de uma visita amistosa, muito antes pelo contrário. E quem é o “Príncipe das trevas e as hostes espirituais nos lugares celestes”? Claro – Satanás e os seus anjos do alto na altura – cf- Efésios 6.11-13. O texto de Isaías refere que o Senhor visitará mais alguém e quem será? Claro, os reis sobre a Terra. Assim lemos no livro do Apocalipse: - (v.11)- “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. (…). (19)- E vi a besta, e os reis da terra e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. (20)- E a besta foi presa e com ela o falso profeta que diante dela fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta, (os reis da Terra) e adoraram a sua imagem (…)” – Apocalipse 19.
Apercebemo-nos que não só as personagens intervenientes são as mesmas – as potestades dos céus, os “reis da Terra” como também o cenário - a descrição da vinda do Senhor Jesus. Neste momento são castigadas ambas as potestades - as dos ares e as da Terra. E o que acontecerá a todos estes intervenientes no conflito? O profeta Isaías já nos revelou o desfecho, a saber: - “E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere e serão visitados depois de muitos dias” – Isaías 24.22. Mostra-nos este texto que estes, quando Cristo vier, serão, simbolicamente, “encerrados num cárcere” – precisamente o mesmo contexto descrito, como já vimos, no livro do Apocalipse – “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. (2)- E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem” – Apocalipse 20.1,2.
Como pudemos ver nos textos abordados, existem duas fases bem precisas que caracterizam este período: 1- uma prisão; 2- a periocidade da mesma. Quanto à primeira – a prisão, ou seja, a inactividade de Satanás e dos seus agentes. Qual é a razão desta inactividade ou simbólica prisão? Nesta fase, tal como disse o profeta Jeremias e reforçado no texto do Apocalipse – que não existirá qualquer ser vivo para que esta personagem (Lúcifer e os seus anjos) possam tentar ou enganar – “Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves dos céus tinham fugido” – Jeremias 4.25 – ou ainda dito pelo mesmo profeta de uma forma mais directa e enfática: - “E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra, não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume sobre a face da terra”. – Jeremias 25.13; Quanto à segunda – a periocidade da mesma; esta já fora assinalada anteriormente pelo profeta Isaías - “E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere e serão visitados depois de muitos dias” – Isaías 24.22 – (sublinhado nosso). O que aqui está anunciado, no livro do Apocalipse encontramos o período, perfeitamente delineado, da duração da situação – após ter passado um período de mil anos – “até que os mil anos se acabem” – Apocalipse 20.2,7,8
Após este período tal como o refere o v.7: - “E acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão”. E o que acontece que o liberta? “Mas outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram (…)” – v.5. Eis o acontecimento grandioso que acontecerá – a ressurreição de todos os ímpios; estes, ao reganharem vida, por este facto, libertam Satanás e seus acólitos, os anjos caídos. Tudo agora é como anteriormente. Agora, toda esta multidão líderes e liderados –“(…). Gogue e Magoge, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha” – v. Tudo isto para que se cumpra o que fora dito pelo profeta Malaquias (433) acerca deste mesmo acontecimento: - “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, se sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo” – Malaquias 4.1. Na verdade, não ficará desta vez, como na fase anterior, nenhum vestígio do Mal – “não deixará nem raiz” ou seja, o autor do Mal – Lúcifer, Satanás, o Diabo – “nem ramo”, ou seja, todos os que ao Mal aderiram. TUDO, finalmente, voltará ao que era no princípio – antes do pecado na Terra.
Será que as Sagradas Escrituras não nos esclareceram em que condições ficou a Terra após a vinda de Cristo e durante os 1000 anos subsequentes? E como o soubemos? Claro, pela Palavra de Deus, não a do ser humano!
d)- Apocalipse 1.10
Vejamos este exemplo clássico para sentirmos as vantagens em deixarmos que a Bíblia fale de si mesma – “Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta”. O texto do Apocalipse fala do “dia do Senhor”. Afinal, dos sete dias da semana, a qual deles se referirá o texto em causa? Alguns comentadores dizem que este texto se refere ao dia de Domingo e apresentam alguns argumentos meramente humanos que, não só valem o que valem como também devem merecer todo o nosso respeito. Nós iremos responder, logo a baixo desta ou daquela observação SEMPRE como apoio da Palavra de Deus, nem veemente claro: - Assim diz o Senhor” ou num simples “Está escrito”, pois o que nos orientará é o conteúdo da Santa Palavra de Deus, seguindo o conselho de S, Paulo à Igreja de Corinto: - “(…) para que em nós (Apolo e Paulo) aprendais a não ir além do que está escrito” – I Coríntios 4.6. Ora vejamos:
1- Um destes autores assim se expressa: - “Interessa-nos fundamentar a mudança do Sábado para o Domingo à luz da própria Bíblia e, também, à luz da tradição mais primitiva, já expressa na Bíblia”.69 Nós seguimos os argumentos para “fundamentar” esta transição e não conseguimos ver qualquer fundamento lógico, apesar de humano, na tal dita “fundamentação”, que é a seguinte:
a- Jesus, pela Sua actividade no dia de Sábado - “destrói por completo a sacralidade do Templo e a sacralidade do Sábado”.
Resposta: - Se este raciocínio fosse verdade, como entender o que segue: - A ciência ensina-nos acerca da duração do ano: 365 dias e ¾. Ensina-nos acerca da duração do mês: 30 ou 31 dias. Ela ensina-nos, de igual modo, acerca da duração do dia: 24 horas. Mas, e acerca da duração da semana, quem a inventou? A resposta ninguém a tem, se eliminarmos Deus, não é verdade?! Portanto, o Deus Criador ao ter criado o mundo em 7 dias – Génesis 1 a 2.3 – estabeleceu, acto contínuo a duração da semana – 7 dias. E qual o dia que Ele, e pelos parâmetros que só Ele sabe declarou que um dia em 7 seja “santo”? A Bíblia diz-nos que este dia é o 7º, o único dia da semana que tem nome – o Sábado – e não outro! Deus poderia ter escolhido um outro dia qualquer e ter invocado as mesmas razões que invoca para a santificação do 7º dia… mas não o fez – Êxodo 20.8-11.
Ora que pessoa da divindade foi a que criou o Universo e tudo o que nele há? Claro, à luz do evangelho de João, foi o próprio Jesus – “No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (2)- Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” – João 1. Ou ainda sob a pena de S. Paulo foi escrito – “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis; sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. (17)- E ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por ele” – Colossenses 1.16,17.
Dito isto, agora podemos compreender as Suas palavras: - “Assim, o Filho do homem até do sábado é Senhor” – Marcos 2.28. Ele também disse: - “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar mas cumprir (plerôm)” – Mateus 5.17. Este verbo (plerôm) não tem tanto o significado de – cumprir – mas sim o de plenitude, isto é elevar a lei, a Palavra de Deus à sua plenitude de compreensão. Depois, nos versos seguintes Jesus diz: - “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” – v. 18. Perguntamos: - Será que os Céus e Terra ainda existem? Se a resposta for positiva, o que tudo indica que sim, então TUDO ainda está em vigor. Assim, se Ele foi o Criador e ordenou a santificação deste 7º dia da semana – o Sábado – então como se pode afirmar que Ele, numa dada altura do Seu ministério tenha destruído “por completo a sacralidade do Sábado”? A Bíblia, através desta simples incursão não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
b- Refere que o próprio S. Paulo e outros iam à sinagoga ao Sábado – “não tanto por causa da observância do sábado, mas para pregarem aos judeus ali reunidos (…)”.
Resposta: - Aparentemente este argumento parece que tem uma certa coerência, só que não corresponde à verdade dos factos. Porquê? Porque se encontra um episódio no livro dos Actos dos Apóstolos que mostra que Paulo, a exemplo do próprio Jesus, não ia à sinagoga para dialogar com os judeus e os convencer à nova realidade espiritual, mas sim porque adorava a Deus no Seu santo dia – o Sábado.
- O exemplo de Jesus: - “E chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler” – Lucas 4.16
- O exemplo de Paulo: - No decurso da sua 2ª viagem missionária ele chegou a uma cidade chamada Filipos. Aqui o missionário S. Paulo não encontrou qualquer indício que indicasse a existência de uma sinagoga.71 E como procedeu apesar de não existir este lugar de culto? Como habitualmente, tal como revela o texto bíblico: - “E no dia de sábado, saímos fora das portas, para a beira do rio onde julgávamos ter lugar para a oração; e assentando-nos, falámos às mulheres que ali se ajuntaram” – Actos 16.13. A Bíblia, através desta simples incursão, uma vez mais, não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
c- Depois, o autor refere algumas reuniões tidas pela Igreja primitiva, após a morte e ressurreição de Jesus, no dia de Domingo – Actos 20.7; I Coríntios 16.2, para concluir que: - “(…). E esta reunião dominical tem a ver essencialmente com a ressurreição do Senhor precisamente no primeiro dia da semana, que era o Domingo. Mateus 28.1; Marcos 16.2; Lucas 24.1; Actos 20.19; Apocalipse 1.10 – indica que “o dia do Senhor era já o Domingo consagrado ao Kyrios ressuscitado” – (sublinhado nosso).
Resposta: - Como a Bíblia responde a este argumento, aparentemente, em favor das razões da observância do dia de Domingo, visto que Jesus nele ressuscitou? Basta fazer uma simples leitura bíblica para ficarmos informados que os discípulos reuniram-se, no 1º dia da semana – o Domingo - por outras razões, e não para comemorarem a ressurreição de Jesus! O texto que nos elucida diz o seguinte: - “Chegada pois a tarde daquele dia, o primeiro da semana e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco” – João 20.19 (sublinhado nosso). Eis aqui a única razão de estarem reunidos naquele dia.
E Mais, como poderiam estes estar a comemorar uma ressurreição se nenhum dos discípulos de Jesus acreditou em semelhante acontecimento? Ou seja – morreu e TUDO terminou! – Cf. Lucas 24.21: - “E nós que esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram” – (sublinhado nosso). Então a que dia corresponde este “terceiro dia”? Claro, ao 1º dia da semana – o Domingo – visto que a morte de Jesus ocorreu na 6ª feira anterior! A Bíblia, através desta simples incursão, uma vez mais, não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
d- Finalmente acrescenta: - “Não foi a Igreja de Roma que impôs o Domingo contra a Bíblia, mas a ressurreição do Senhor em dia de domingo e as atitudes de Jesus em relação ao sábado. Por isso, a posição dos Adventistas do Sétimo Dia é uma posição dependente do Antigo Testamento, mas não do Novo Testamento. Tal posição compreende-se perfeitamente no judaísmo mas não no cristianismo”.72
Resposta: - Iremos responder com uma pergunta: - Se, como vimos até aqui, se não foi Cristo que mudou o Sábado para o Domingo; se não foram os apóstolos – Igreja Primitiva – então quem terá sido? Terá sido, afinal, a Igreja dita cristã, apostólica que, tal como Jesus previu: - “Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” – Mateus 15.9. A Bíblia, através desta simples incursão, uma vez mais, não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
2- Um outro, o Papa João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica cujo título é Dies Domini (Dia do Senhor) em aborda, à sua maneira, o que pensa contribuir para a santificação do Domingo e em função deste objectivo apresenta ao longo do seu trabalho alguns argumentos, a saber:
a) Citando S. Jerónimo: - “O domingo é o dia da ressurreição, é o dia dos cristãos, é o nosso dia”.73
Resposta: - Já analisado acima.
b) “O preceito do sábado, que na primeira Aliança prepara o domingo da nova e eterna aliança, radica-se, portanto, na profundidade do desígnio de Deus”.74
Resposta: - Qual será a relação tem o dia de Domingo, à luz do já examinado até aqui, com esta dita “eterna aliança”? Que aliança eterna é esta? Em que é que se baseia? Que textos bíblicos a apoiam? Para nós, tal não passa do quanto o Senhor Jesus denunciou - “Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” – Mateus 15.9. A Bíblia, tanto quanto conheçamos, não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
c) “Por esta dependência essencial que o terceiro mandamento tem da memória das obras salvíficas de Deus, os cristãos apercebendo-se da originalidade do tempo novo e definitivo inaugurado por Cristo, assumiram como festivo o primeiro dia depois do sábado, porque nele se deu a ressurreição do Senhor”75 – (sublinhado nosso).
Resposta: - Em que Bíblia, não catecismo, é que encontramos o dia de Domingo a ser parte integrante dos 10 Mandamentos da Lei de Deus? A Bíblia dá a conhecer que o 4º Mandamento da Lei de Deus é – “Lembra-te do dia de Sábado para o santificar” – Êxodo 20.8-11. Só no Catecismo é que encontramos, não só a não existência do 2º Mandamento da Lei de Deus – que proíbe a adoração das imagens de escultura – Êxodo 20.4,5 - como também a anulação do teor do 4º Mandamento da lei de Deus, e respectivo teor, substituindo-o por outro espúrio e humano, que é: - “santificar os domingos e festas de guarda”.76 A Bíblia admoesta a Igreja cristã nestes termos: - “Toda a palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. (6)- Nada acrescentes às suas palavras para que não te repreenda e sejas achado mentiroso” – Provérbios 30. A Bíblia, através desta simples incursão, não apoia tal afirmação. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
d) “Nós celebramos o domingo, devido à venerável ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo (…)”.77
Resposta: - Já analisado acima.
e) “O livro do Apocalipse testemunha o costume de dar a este primeiro dia da semana o nome de (1.10). Doravante isto será uma das características que distinguirão os cristãos do mundo circunstante”78 (sublinhado nosso).
Resposta: - Se examinarmos o evangelho que tem por autor o mesmo do livro do Apocalipse, em lado algum encontramos o menor indício de tal “costume”, antes pelo contrário, como vimos acima. Por outro lado, mantendo este princípio de perguntarmos à Palavra de Deus para que se explique a si mesma, iremos encontrar as duas respostas que as afirmações acima suscitam: 1ª- vejamos o que esta tem para nos dizer acerca do verdadeiro “dia do Senhor”: - “Se desviares o teu pé do sábado e de fazer a tua vontade no meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra (…)” – Isaías 58.13 – (sublinhado nosso. Pensamos que não existem quaisquer dúvidas acerca do dia que a Bíblia ensina ser o “dia do Senhor”; 2ª- Qual será a característica do verdadeiro povo de Deus? Pois bem, leiamos a resposta bíblica: - (v. 12)- “E também lhes dei os meus sábados para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica. (20)- E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus” – Ezequiel 20 – (sublinhado nosso). A Bíblia, através desta simples incursão, não apoia tais afirmações. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
f) “O domingo, além de ser o primeiro dia, é também , ou seja, situado, relativamente à sucessão septenária dos dias (…). A celebração do domingo, dia simultaneamente e , orienta o cristão para a meta da vida eterna”.79
Resposta: - A Palavra de Deus só reconhece 7 dias da semana – não oito (8)! Tudo não passa de fraseologia humana – nada mais. Assim sendo, sem qualquer excepção, nas 8 vezes que encontramos a palavra traduzida na nossa língua por – Domingo – é SEMPRE – 1º dia da semana – NUNCA – o 8º dia! – cf. Mateus 28.1; Marcos 16.2,9; Lucas 24.1; João 20.1,19; Actos 20.7; I Coríntios 16.2. Uma vez mais, a Bíblia, através desta simples incursão, não apoia tais afirmações. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
g) “Assim, se é verdade que, para os cristãos, decaíram as modalidades do sábado judaico, porque superadas pelo dominical, ele deverá lembrar-se que permanecem válidos os motivos de base que obrigam à santificação do , fixados pela solenidade do Decálogo, mas que hão-de ser interpretados à luz da teologia e da espiritualidade do domingo”.80
Resposta: - Meras palavras humanas destituídas de qualquer fundamento bíblico, como vimos até aqui.
h) Porque Cristo “trabalhou” no Sábado; em função desta permissa é dito que: - “Compreende-se assim que os cristãos, enquanto anunciadores da libertação realizada pelo sangue de Cristo, se sentissem autorizados a transpor o significado do sábado para o dia da ressurreição”81 – (sublinhado nosso).
Resposta: - Quem é que lhes outorgou esta autoridade? Certamente que não foi Deus! O que a Palavra de Deus terá a dizer a este respeito através de S. Paulo? Vejamos: - “Porque nós não somos como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” – II Coríntios 2.17. Uma vez mais, a Bíblia, através desta simples incursão, não apoia tais afirmações. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
i) “Durante alguns séculos, os cristãos viveram o domingo apenas como dia do culto, sem poderem juntar-lhe também o significado específico de descanso sabático. Só no século IV é que a lei civil do Império Romano reconheceu o ritmo semanal, fazendo com que, no , os juízes, os habitantes das cidades e as corporações dos diversos ofícios parassem de trabalhar”.82
Resposta: - Aqui está a verdadeira resposta para a mudança do Sábado para o Domingo. Não só para que a pseudo cristandade se diferenciasse dos odiados judeus, porque mataram o Senhor Jesus e guardavam o Sábado, como também por razões políticas, pois a Igreja, muito cedo na sua existência, “casou” com o Estado83 e eis a razão deste decreto do Imperador Constantino84 proclamado a 7 de Março de 321 tornando o “dia do sol”85 – o Domingo – como dia santificado em todo o Império. O apóstolo S. Pedro, o qual dizem que foi o 1º papa,86 ele tem em excelente conselho a TODA a cristandade, só que dizem isto de S. Pedro e não aceitam os seus conselhos. Ora, qual foi o seu conselho e ainda válido para a cristandade? Vejamos: - “Porém respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” – Actos 5.29. Uma vez mais, a Bíblia deverá ser o guia por excelência, não a palavra humana. Nós preferimos permanecer, uma vez mais, ao lado de um - assim “Está escrito” – cf. Mateus 4.4.
j) Ao falar acerca do Vaticano II refere: - “O mesmo Concílio estabeleceu também que Resposta: - Finalmente, uma boa notícia! E ela é bíblica: - (v. 16)- “Toda a Escritura é divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar (…). (v.17)- para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” – II Timóteo 3.
l) “Passados mais de trinta anos sobre a realização do Concílio, ao reflectirmos acerca da Eucaristia dominical, é necessário verificar como a Palavra de Deus tem sido proclamada, e ainda o efectivo crescimento no Povo de Deus do conhecimento e do amor pela Sagrada Escritura (…). (…), é preciso que a escuta da Palavra de Deus proclamada seja bem preparada no espírito dos fiéis por um conhecimento apropriado da Escritura”.88
Resposta: - Quão bom seria se não fossem meras palavras ocas e de circunstância! Na verdade o conselho de Jesus foi: - “Examinais as Escrituras porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam “ – João 5.39. Eis esta dupla razão para que examinemos as Sagradas Escrituras: 1ª- cremos encontrar nelas o caminho da salvação; 2ª- Aprender mais e mais acerca de Cristo, da vontade de Deus, do Plano da Salvação. Mas, os fiéis desta Igreja, que contacto têm com a Palavra de Deus? O que conhecem deste livro e do seu fabuloso conteúdo? Infelizmente é quase nulo! Eis como o filósofo e teólogo Dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855) se expressa a este respeito: - “O cristianismo é uma pródiga ilusão. Nos países chamados cristãos existem milhares e milhares de pessoas que nunca entraram numa igreja, nunca pensam em Deus, nunca mencionam o Seu nome a não ser em blasfêmia. Jamais pensaram nas suas responsabilidades para com Deus. Entretanto, todas estas pessoas, mesmo aquelas que não crêem na existência de Deus, são reconhecidas como cristãos nas estatísticas oficiais, são sepultadas como cristãos pela igreja e certificados como cristãos para a eternidade”89 (sublinhado nosso).
Parece um contra-senso mas é, infelizmente a mais pura das verdades. Eis uma última advertência do próprio Senhor Jesus: - “Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” – Mateus 23.3.
e) Isaías 4.1
Eis aqui, finalmente, um outro texto que ilustra perfeitamente este mesmo princípio, de que a Bíblia fala de si mesma, elucidando-nos. Eis o texto: - “Sete mulheres naquele dia lançarão mão dum homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos; tão-somente queremos que sejamos chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio”. Como é que interpretaremos este versículo bíblico? Este coloca diante de cada pesquisador uma série de pistas para que, por analogia entre os diferentes livros da Palavra de Deus, possamos ter cada vez mais luz.
Assim, numa atenta análise deste texto poderemos tirar as seguintes conclusões: - 1ª- Aqui são mencionadas “7 mulheres”. Desde logo, o nº 7 representa a totalidade;90 2º- As mulheres - representam Igrejas – II Coríntios 11.2; 3ª- O pão - representa a Palavra de Deus – Deuteronómio 8.3; 4- As roupas, vestidos - representam justiça – Apocalipse 19.8; 5- Homem - representa o Senhor Jesus. Agora que já definimos as partes que o compõem, o que encontraremos ali escrito? Agora é só unir as partes e teremos o todo que, até há momentos atrás nos parecia sem grande nexo. Ora vejamos como ficaria o versículo em causa se o rescrevermos: - A totalidade das Igrejas dirá: - comeremos o nosso pão, a Palavra de Deus; nós vestiremos a nossa roupa – as nossas justiças; mas do homem – Jesus Cristo – só queremos o nome, nada mais.
Assim sendo, o que é que estas mulheres (Igrejas) desejam é serem chamadas cristãs mas não querem nada, nenhum compromisso com a Palavra de Deus nem com a sua justiça

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