Nesta fase, iremos ver os reflexos deste episódio – Torre de Babel – nos textos do Novo Testamento, em particular, no último livro da Palavra de Deus – o Apocalipse.
Tudo isto é como um círculo que se fecha, muito embora, nesta última fase possamos ver, para este tempo do fim, ou seja, o nosso tempo, a miríade de acontecimentos, a todos os níveis que, gradualmente, conduzirão as políticas e os respectivos governos a esta mesma galvanização político-religiosa na pessoa de uma única entidade, totalmente contrária a Deus, a exemplo do passado. Tudo se passará, tudo se fará, desta vez, aparentemente, para enaltecer o nome de Deus e, ao mesmo tempo, dar cumprimento a certas palavras de Jesus relatadas nos evangelhos: - “(…) e haverá um rebanho e um pastor” – João 10.16.
Só que, como o tempo se encarregará de demonstrar, tudo isto não passará de uma mera aparência, pois falta-lhe algo de consistente para ser totalmente o cumprimento destas palavras do Senhor Jesus. Existirá coesão humana mas, a vivência demonstrará que este tipo de ecumenismo confirma, por seu lado, outra lamentação do próprio Jesus dirigida ao Seu pretenso povo: - “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” – Lucas 6.46. Dir-se-á que Ele, Cristo, é o Senhor, amando-O, fazendo a Sua vontade; só que tudo isto tem um único senão! É que tudo é feito à maneira humana e não segundo as regras de Deus ou de Cristo. A liderança político-religiosa será, consequentemente, exercida sob uma vertente meramente humana e não assente na base firme de um – “Assim diz o Senhor”!
Iremos ver um texto do Apocalipse onde nos é mostrado, a exemplo do livro de Malachi Martin, que Babilónia também está unida em três partes, a saber: - “E a grande cidade fendeu-se em três partes; e as cidades das nações caíram; e da grande Babilónia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira” – Apocalipse 16.19. Este texto revela-nos que, a certa altura, Babilónia fende-se em três partes. Isto quer dizer, como facilmente se compreenderá, que antes estava unida, pois não se pode partir ou dividir o que não está unido. Babilónia tinha três partes, e quais eram elas? Iremos ver, a seguir, uns versículos para ali encontrarmos a resposta: - (V.13)- “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos semelhantes a rãs. (14)- Porque são espíritos de demónios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso” – Apocalipse 16.
Vemos aqui os três componentes de Babilónia: 1º- o Dragão; 2º- a Besta; 3º- o Falso profeta. E qual é a razão para que estejam unidos estes poderes, à partida tão diferentes? Tal como o texto o refere, estas três partes, ou espíritos imundos têm um único propósito que os anima e galvaniza: - “vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha”. O que vemos aqui recorda-nos, de imediato, a ideia-força subjacente à Torre de Babel – unidade – em torno de um elemento comum. Aqui, no texto bíblico, fala-nos em – “congregar”. Todas estas partes se unirão, congregarão para que possam alcançar um derradeiro objectivo – lutar contra o Deus Todo-poderoso. E este dia da batalha não é outro, como veremos, a não ser o grande dia da vinda de Cristo.
Babilónia, no tempo do fim da história deste mundo, estará unida. E qual será o cimento que a unirá? O que é que estas diferentes partes têm em comum? No v.13 vimos que, das suas bocas, saem espíritos imundos; tudo isto significa que Babilónia, neste tempo do fim, estará completamente dominada pelo espiritismo sob todas as suas formas. Sim, operar-se-ão milagres. Tudo estará sob o controlo destes espíritos imundos. E quem são estes? Quando Jesus esteve nesta Terra, o que é que Ele expulsava? Evidentemente, estes mesmos espíritos imundos, ou seja – demónios. O que caracteriza as três partes de Babilónia é que estas são dominadas, repetimos, pelo espiritismo. Mas, atenção, esta forma de espiritismo tem outra vertente mais sofisticada, mais em conformidade com o nosso tempo.
Não será um espiritismo do tipo em que alguém vá consultar um médium para lhe fazer aparecer ou falar em nome de um qualquer defunto. Desta vez será, não somente estas manifestações como também acrescidas de outras mais sublimes e imperceptíveis. Este disfarça-se em teorias modernas, como por exemplo: Nova Era (New Age). Em Apocalipse 18.2 está escrito: - “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia, e se tornou morada de demónios e coito de toda a ave imunda e aborrecível”. Babilónia, no conjunto destas três partes, ela é, efectivamente, “morada de demónios e coito de toda a ave imunda e aborrecível”. Biblicamente falando, as “aves” representam Satanás e os seus anjos. Se examinarmos a parábola do semeador – Marcos 4.4,15 – as aves do Céu são interpretadas como representações de Satanás – v. 15. Portanto, em Babilónia, apesar das diferentes partes que a compõem, todas elas estão sob o domínio de Satanás. É por esta razão que deveríamos estar equipados para que, biblicamente falando, possamos em qualquer lugar e circunstância desmascarar a doutrina satânica da pseudo imortalidade da alma, pois não só não temos uma alma, como também não existe semelhante coisa fora do ser humano.
Estas diferentes entidades estarão unidas contra Deus. Há algo que todas as religiões apóstatas têm em comum As religiões orientais são de índole espírita porque crêem que esta entidade a que chamam “alma” sai do corpo e continua viva noutra dimensão. As religiões mais populares ensinam que o ser humano, depois de morto, continua a viver numa forma etérea, invisível. As seitas protestantes, na sua grande maioria, dizem e ensinam a mesma coisa. Esta é uma doutrina, entre outras, que pode, facilmente, unir quase toda a dita “cristandade”. E, quando for o tempo em que a Igreja maioritária, diga-se, a mais antiga, começar a fazer pseudo “milagres”, as restantes unir-se-ão a esta porque pratica, de igual modo, esta doutrina acalentada por elas. Esta Igreja, dirão também, faz algo em que cremos, isto é, que os mortos beneficiam os vivos! Na verdade, onde é que a dita “cristandade” vai buscar esta doutrina na Palavra de Deus, visto que se apelida de religião cristã! Onde é que está a base escriturística para apoiar uma tal crença ou doutrina? Na verdade, como ser vivente tenho a liberdade de crer ou de expressar a minha opinião sobre que tema for, crer ou não, é um assunto meramente pessoal, particular. Mas, na qualidade de cristão, então tudo muda, tudo é diferente, visto que não contará a mera opinião pessoal, mas sim o que diz a Palavra de Deus acerca da referida doutrina.
Babilónia constitui uma monarquia mundial, a exemplo do passado, com uma única intenção, a de dominar e, acima de tudo, de controlar todo o mundo. Quando se fala da Inquisição, ou do Tribunal do Santo Ofício que castigava até à morte a todo aquele que não aderisse à Igreja toda poderosa. E o que é mais espantoso é que, para apoiarem certas práticas, biblicamente falando, apoiam-se em textos bíblicos totalmente distorcidos para que as suas práticas malévolas e desumanas possam, aparentemente, ter um cunho religioso, como por exemplo o texto que se encontra no evangelho de Mateus 10.34, que diz: - “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer, mas espada”. Mas, na verdade, a que espada Cristo se estava a referir que causaria divisões na família, nos amigos, no emprego, - v. 35? Seria uma espada literal que provoca feridas e a morte? Claro que não! Se perguntarmos à Bíblia, por analogia, esta explica-se a si mesma! Assim sendo, o que é, na verdade, esta espada?
O apóstolo S. Paulo a irá explicar quando descreve não só como deverá o cristão estar armado verdadeiramente, como também apontar para a sua armadura correspondente. No que respeita às armas do cristão, mais particularmente – a sua espada - ele diz o seguinte: - “tomai (…) a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” – Efésios 6.17 (sublinhado nosso). Agora sim, tudo se compreende e explica. Pois, onde estiver Cristo, não existirá qualquer violência – Cf. Mateus 26.51-53. Com todos os métodos usados no passado, instrumentos de morte, quão longe a Igreja popular esteve, está e estará do quanto deveria de ser o seu propósito – proclamar a Santa Palavra de Deus.
E onde será construída esta cidade de Babilónia? Vejamos o que diz no livro do Apocalipse: - “E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente” – Apocalipse 16.12. Assim sendo, onde será construída a Babilónia do v.12. O texto refere que será: - “(…) sobre o grande rio Eufrates (…)”. Não será o mesmo enquadramento de Génesis 11? Continuamos a crer que sim. No episódio do passado estavam reunidos os “filhos dos homens” com o objectivo de se rebelarem e de guerrearem contra Deus. Eles construíram aquela torre para formarem um Império mundial para lutarem contra Deus e procurarem uma religião de feição humana em que, na qual, encontrariam uma salvação pessoal? Não foi esta torre física construída ao lado do rio Eufrates? Sem qualquer dúvida. A exemplo do passado, a do futuro o será também, espiritualmente falando.
Será que, segundo esta informação, o conflito terá que se passar numa Babilónia real, no actual Iraque? Claro que não! Pois o que no passado era literal mencionado no Antigo Testamento, agora, no Novo Testamento, deverá ser compreendido numa perspectiva universal, mundial e, entender-se-á simbolicamente. Deus diz na Sua Palavra que esta cidade – Babilónia – jamais seria reconstruída – cf. Isaías 47.1; Jeremias 50.13; 51.58. Então, se assim é, então como podemos crer no que está escrito em Apocalipse 16.12, ou seja, que Babilónia irá existir de novo? Na verdade, só existe uma forma de o entender, pois não se trata da Babilónia literal, mas da espiritual; e se esta Babilónia simbólica é espiritual e mundial, da mesma forma este rio Eufrates o é, simbolicamente; pois uma entidade não existe sem a outra, biblicamente falando.
Mas, o que representará o rio Eufrates? A cidade construída sobre este rio era Babilónia. No fim de todas as coisas, para o conflito descrito na Palavra de Deus entre o Bem e o Mal, simbolicamente a Babilónia espiritual também estará, como não podia deixar de ser, sobre este mesmo rio Eufrates espiritual. No Antigo Testamento, Babilónia estava unida. No Novo Testamento no Apocalipse, da mesma forma, Babilónia estará unida. No Antigo Testamento esta teve, como propósito, rebelar-se contra Deus, unindo consigo a humanidade. No final dos tempos, antes da gloriosa vinda de Cristo, ela terá o mesmo propósito – unir todas as nações para a batalha contra o verdadeiro Deus – o Deus Criador dos Céus e da Terra. Portanto, a Babilónia - do antes e do depois – apresenta as mesmas características e o mesmo objectivo do passado, tal como o referimos – anular Deus e estabelecer no seu lugar, o seu reino. Simbolicamente, o que representam estas duas realidades: o rio Eufrates e Babilónia? Abordaremos as três partes que a constituem: 1- o Dragão; 2- a Besta; 3- o Falso profeta – Apocalipse 16.13 – assim como o rio Eufrates.
- O Dragão - Na verdade, o que representa o dragão? Este representa Satanás – Apocalipse 12.9; 20.2. Neste contexto simbólico vai mais além da sua significação. Aqui, no livro do Apocalipse, ainda que na sua essência represente Satanás – “Príncipe deste mundo” – João 12.31 e “Príncipe das trevas” – Efésios 6.2 – esta personagem faz-se sentir na Terra a sua influência, identificando-se com os governos deste mundo. É verdade que, à luz do livro do Apocalipse trata-se, efectivamente, como vimos, de Satanás, mas vai também para além disso, pois a sua acção faz-se sentir nos governos desta Terra.
Será abusivo, da nossa parte, pensarmos assim? Vejamos, a este propósito, alguns exemplos: - No Antigo Testamento, esta personagem é identificada com o Faraó, rei do Egipto – “(…): Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egipto, grande dragão (…)” – Ezequiel 29.3. No Novo Testamento é dito que “o dragão parou diante da mulher (…) para que lhe tragasse o filho” – Apocalipse 12.4. Teria sido Satanás, ele mesmo, que se apresentou ali para aniquilar este filho após o seu nascimento? Facilmente compreendemos que não. Não foi ele, em pessoa, mas usou um acólito do poder de Roma Imperial – a pessoa do rei Herodes – para executar o sinistro propósito – matar Jesus Cristo. De igual modo, o Espírito de Profecia também o confirma, ao dizer: - “Reis, legisladores, e governadores têm colocado sobre si o estigma do anticristo, e são representados pelo dragão que sai a guerrear contra os santos – contra os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus”. Portanto, eis aqui onde podemos ver e sentir a sua influência nefasta naqueles que o representam – o poder político, o Estado.
- A Besta – O que é que este segundo poder representa? Será que a besta mencionada em Apocalipse 13 não será a mesma que é mencionada em Daniel 7? Será que não é, efectivamente, a mesma, só dito de outra maneira, como por exemplo, de outra forma “o homem do pecado” – II Tessalonicenses 2.3? E não será a mesma personagem, só que, de novo, dito de outra maneira, ou seja – “o rei do norte” – Daniel 11.40. Quem é, na verdade, a besta? À luz do quanto já vimos, de uma forma mais ou menos detalhada noutra publicação anterior, representa o sistema religioso conhecido historicamente por – sistema papal. Pelo menos assim viam os cristãos da Idade Média.
- O Falso profeta – Quem será este terceiro poder? O que é, na verdade, um profeta? Será que um profeta fala acerca de si próprio? Este falará o que acha que deverá dizer? O profeta não é mais do que um porta-voz de alguém. Se for verdadeiro - é um profeta de Deus; ao contrário, se for falso – é de Satanás. Nas Sagradas Escrituras encontramos muitos casos destes, como por exemplo: 1- o verdadeiro profeta Micaías (I Reis 22.5,8,14,28) e os falsos profetas do rei Acabe que só falavam o que o rei gostava de ouvir, não a verdadeira revelação de Deus – I Reis 22.6,12,13,18; 2- Jeremias, o verdadeiro porta-voz de Deus para aquele momento de crise nacional (Jeremias 37.9-17) e os falsos profetas que profetizavam palavras aprazíveis ao rei, dizendo que o Senhor, não permitiria que Nabucodonosor tomasse Jerusalém (Jeremias 27.9,10,14-18; 28.15-17!
Assim sendo, o falso profeta, expressa-se em favor de outro; este é, sem dúvida alguma, o inimigo de Deus – Satanás. Este, no contexto que nos ocupa, é representado pelo protestantismo/capitalismo apóstata. Estes são, na verdade, os três litigantes ou actores na cena político-religiosa de que fala Malachi Martin no seu livro, tal como pudemos ver, ainda que brevemente – estes lutarão para estabelecer, pensam. Uma Nova Ordem Mundial. Mas, tudo isto não é mais do que reviver, ou tentar reinstalar e dar realidade ao projecto que ficou pelo caminho – o velho sonho subjacente à Torre de Babel – Génesis 11. A ideia é instaurar, à luz da Palavra de Deus, não uma Nova Ordem Mundial, mas sim uma velha Desordem Mundial, de feição totalmente humana que, a exemplo do passado, uma vez mais, não prevalecerá contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores – Jesus Cristo – I Timóteo 6.15; Apocalipse 17.14; 19.16.
A Palavra de Deus mostra-nos a intenção destes três poderes: 1º- Ir-se-ão unir; 2º- Guerrearão contra Deus; 3º- O todo, composto pela soma das diferentes partes, chamar-se-á: Babilónia; 4º- Esta construir-se-á sobre o rio Eufrates espiritual. Eis as partes componentes deste sistema mundial que se unirão em rebelião contra o Senhor Todo-poderoso. O dragão, na verdade, exerce a sua influência, mundialmente falando, visto que é representado pelos reis e sistemas de poder em todo o mundo. A besta, onde ela está representada? Estará em Jerusalém? À luz do que já conhecemos, ela está em Roma. Mas será que ela tem amplitude mundial? Sem qualquer sombra de dúvida. Este sistema religioso existe em todas as partes do mundo. O protestantismo/capitalismo apóstata ocidental será um sistema que estará circunscrito a esta ou aquela área do mundo? Será um sistema religioso, por um lado, e por outro, o capitalismo, um sistema de comércio mundial? Babilónia, sendo uma coligação destas três partes que são de âmbito mundial, de igual modo ela também o será, obviamente. De igual modo, o rio que lhe passa por baixo, forçosamente, também o será.
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