3 de julho de 2012

O Engano Final e Seu Antídoto: A Desilusão

Quando as pessoas são seduzidas pelo espiritismo, talvez na esperança de obterem a felicidade, fama ou fortuna, elas acabam em um estado de ilusão. Paulo descreveu a condição delas como tendo a consciência cauterizada por um ferro quente (1 Timóteo 4:2). Elas já não podem discernir entre a verdade e o erro e acreditam que o que é mau seja bom (Isaías 5:20-21). Talvez, de alguma forma suas almas também estejam marcadas pelos poderes do mal [1]. Quando você passa o ferro e queima alguma coisa, é óbvio; que você pode ver a queimadura e sentir seu cheiro. Jesus disse que, pelos seus frutos os conhecereis “(Mateus 7:20). Ninguém precisa ser enganado ao se deparar com o caráter destes falsos mestres que alegam serem santos, mas vivem uma vida imoral e são ávidos de ganho.

É uma coisa terrível quando as pessoas acreditam que o bem é mal e o mal é bem. Em seu estado ilusório, elas inevitavelmente pensam que aqueles que defendem as leis de Deus são a causa de seus problemas. Quando Acabe conheceu o profeta Isaías, Ele o acusou de ser o perturbador de Israel (1 Reis 18:17), embora tenha sido sua idolatria que causou o problema (1 Reis 18:18). É frequentemente o caso que quando os ímpios trazem calamidade sobre uma nação, eles procuram culpar aqueles que os repreenderam por suas ações. Tal foi o caso de Jeremias, que foi acusado de ser um traidor, mesmo que fosse a idolatria nacional que lhes trouxe a ruína “(Jeremias 38:4), Jeremias só estava dando o aviso enviado por Deus para evitarem o desastre. Infelizmente o povo preferiu ouvir os seus falsos profetas, que amenizavam os seus medos, sem necessidade de qualquer mudança em seu comportamento (Jeremias 27:9).

Às vezes as pessoas podem se tornar tão rebeldes que nenhuma mensagem irá despertá-las, a Escritura fala daqueles que se juntam aos seus ídolos (Oseias 4:17). Se as pessoas continuam a pecar e resistir ao Espírito Santo, uma hora, elas vão se endurecer para qualquer argumento para a mudança (Efésios 4:30, Mateus 12:31). Tal foi o caso de Coré e seus seguidores que se rebelaram contra a liderança de Moisés designada por Deus (Número 16:1-3). Mesmo após o julgamento de Deus cair sobre Coré e os líderes da rebelião, seus seguidores estavam tão iludidos que culparam a Moisés, acusando-o de matar o povo do Senhor (Número 16:41)! Quando as pessoas resistem teimosamente ao Espírito Santo, elas podem chegar a um ponto onde nenhuma quantia de milagres ou Escrituras irá convencê-las de que estão erradas (Lucas 16:31). Alguns dos fariseus e saduceus finalmente chegaram a esse ponto, porque eles continuaram se opondo a Cristo e atribuindo Seus milagres às forças demoníacas (Mateus 12:10-37). A verdade dos ensinamentos de Jesus, em harmonia com as Escrituras, e o cumprimento das profecias messiânicas fornecia provas suficientes de que seu ministério era de Deus (João 5:39). Os fariseus eram orgulhosos demais para se arrependerem ou admitirem que estavam errados.


Os enganos dos últimos dias envolverá sinais e milagres falsificados de tal natureza que iludirá as pessoas. No entanto, o povo não vai aceitar essas ilusões sem primeiro ouvir e rejeitar a verdade (2 Tessalonicenses 2:11-12); isso porque eles se recusam a amar a verdade que eles acreditam ser uma mentira. Eles passam a acreditar que podem escapar do julgamento de Deus (Malaquias 2:17). Tornaram-se como as pessoas nos dias de Isaías, que pensavam que tinham feito um pacto com a morte:

“Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos” (Isaías 28:15).

Isso remonta ao engano inicial, quando Satanás disse a Eva que ela não morreria (Génesis 3:4), e sugeriu que sua desobediência a faria mais feliz (Génesis 3:5). Este é o engodo do espiritismo, que vamos ganhar algum conhecimento ou poder com a desobediência a Deus. Mas no final isso acaba por se tornar uma amarga decepção. Adão e Eva foram informados de que eles voltariam ao pó. No entanto, o seu caso não era sem esperança porque eles tinham sido enganados e tentados ao invés de terem feito uma decisão deliberada de rejeitar a Deus como Satanás havia feito, então foi-lhes dada a promessa de um futuro libertador (Génesis 3:15). Para as pessoas dos dias de Isaías, Deus disse que iria anular seu pacto de morte (Isaías 28:18), este era um contrato inválido! A única maneira de escapar da morte eterna é através do arrependimento. Há apenas um caminho para a humanidade ser redimida e herdar a vida eterna, e é através do arrependimento e fé em Cristo (Atos 2:38; 16:31).

A oferta de Satanás à Eva parecia ser boa, mas era uma miragem. Os viajantes através do deserto são muitas vezes enganados por essas ilusões que podem ser fatais, levando o viajante sedento de um lugar para outro até que se torne irremediavelmente perdido e desanimado. As pessoas às vezes têm a ideia de que podem ir longe com suas ações imprudentes ou ilegais, como os fumantes que ignoram as advertências de saúde, ou os motoristas que pensam que podem quebrar o limite de velocidade e nunca serem pegos. Mas a realidade mais cedo ou mais tarde os apanha. Foi dito de alguns líderes nazistas que quando seu Reich começou a ruir eles se sentiram como que acordando de um sonho. Seus delírios de grandeza estavam sendo quebrados pela realidade. Seria muito melhor para as pessoas atenderem às advertências dadas para seu bem-estar ao invés de sofrerem as consequências; hoje, os fumantes recebem advertências claras sobre os perigos do tabaco, assim eles não têm desculpa. Ninguém será capaz de culpar a Deus no dia do juízo; pois optaram por ignorar a lei de Deus (Romanos 2:12-16). Mesmo aqueles que não conhecem a Deus, em sua consciência, conhecem o certo do errado. O espiritismo, por outro lado é como um maço de cigarros que afirma que você nunca vai ficar doente, é bom demais para ser verdade!

O sono da alma
Uma das razões por que as pessoas acreditam que a obediência a Deus não é importante é o conceito da alma imortal que se supõe vai para o céu ou algum outro lugar depois da morte. Mesmo que esse conceito seja amplamente aceito em muitas igrejas ele não tem uma base bíblica e é um remanescente dos erros que penetraram na igreja durante a Idade das Trevas.

A Bíblia frequentemente se refere à morte como um sono [2]. Este conceito foi usado por Jesus, quando a filha de Jairo morreu, Ele disse que ela estava dormindo (Mateus 9:24) e começou a chamá-la de volta à vida. Em outra ocasião, quando falou da morte de Lázaro, Ele disse que ele estava dormindo, mas iria acordá-lo (João 11:11-13). Os discípulos não entenderam o verdadeiro significado de suas palavras, então ele teve que dizer-lhes claramente que Lázaro estava morto. Está claro que Marta acreditava que Lázaro seria ressuscitado no último dia (João 11:24); ela não disse nada de Lázaro já estar no céu. Por que ela pediria para Lázaro ser ressuscitado se ela achasse que ele já estava no céu aproveitando o paraíso? Isso sim seria uma coisa cruel, ser chamado de volta do Céu a este mundo pecaminoso!

Jesus falou do dia em que os mortos sairiam de suas tumbas (João 5:28-29) e disse para não nos surpreendermos com isso. O apóstolo Paulo chegou a dizer que, se os mortos não ressuscitam, então também Cristo não ressuscitou e nossa fé é vã (1 Coríntios 15:13-14). Em sua primeira carta aos Tessalonicenses, ele disse que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os descreveu como dormindo (1 Tessalonicenses 4:15-16). Se a alma já tivesse ido para o céu, não haveria muito sentido uma ressurreição no último dia!

No dia de Pentecostes, Pedro disse que Davi não havia subido ao céu, mas ainda estava em seu túmulo (Atos 2:29, 34), mostrando claramente que não há existência após a morte até a ressurreição. Uma série de outros textos bíblicos apoiam este conceito:

“Porque os vivos sabem que hão-de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento” (Eclesiastes 9:5).

“Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4).

“Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu rosto e o despedes. Os seus filhos recebem honras, sem que ele o saiba; são humilhados sem que ele o perceba” (Job 14:20-21).

Estes textos mostram que não há consciência na morte, ela é como um sono sem sonhos. A próxima coisa que uma pessoa morta sabe será a ressurreição tanto para a vida como para a condenação. Talvez uma das melhores Escrituras vêm do Livro de Daniel, que mostra o sono da morte até a ressurreição:

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2).

Em nossa condição pecaminosa, nós não somos imortais, a imortalidade é um dom concedido no retorno de Cristo para os justos (1 Coríntios 15:53), quando o mortal se revestirá da imortalidade. Jesus deixou claro que não seremos levados para o céu, até que Ele tenha preparado um lugar para nós e volte para nos buscar:

“NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também“ (João 14:1-3).

É interessante que Jó esperava ser ressuscitado depois da morte, e ver Deus em sua própria carne (Job 19,26-27).

Referencias:
[1] Francis D. Nichol, The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Volume 7, p. 303

[2] Niels-Erik A. Andreasen, Death: Origin, Nature, and Final Eradication, Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 2001) p. 325; Ministerial Association, Seventh-day Adventist Believe… A Biblical Exposition of Fundamental Doctrines, Second Edition (Silver Spring, Maryland: General Conference of Seventh-day Adventists, 2005) pp. 390-391; Bible Readings for the Home, Revised (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1953) p. 516 (Spiritualism, Communication with the dead)

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