Todo o capítulo dezassete do Apocalipse é a descrição do julgamento da Babilónia espiritual. O dezoito mostra a queda total desse poder que tanto mal fez a Deus, Seu povo e Sua Palavra. Mostra a tragédia que esse poder vai enfrentar no futuro. A sua queda já está garantida por Aquele que não falha. “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: caiu, caiu a grande Babilónia, e se tornou morada de demónios e coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível. E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:2,4).
Na Bíblia, a igreja é comparada a uma mulher. Uma moça na sua pureza moral representa a igreja de Cristo com toda a pureza de seus ensinos (Jeremias 6:2; II Coríntios 11:2), mas a igreja que perdeu seus objetivos e acabou se unindo ao Estado, tornando-se mais um clube social do que uma igreja é comparada a uma prostituta (Jeremias 3:20; Ezequiel 16).
O profeta João viu a grande influência desse poder, cuja primeira manifestação foi transmitir seus ensinos a todas as partes da terra (Apocalipse 17:2). A segunda característica do poder dessa igreja são os recursos financeiros, pois ela é descrita como estando adornada com muitas jóias e pedras preciosas (17:4). Uma terceira forma de uma instituição mostrar seu poder é quando ela consegue formar seguidores. Essa igreja conseguiu que muitas outras comunidades religiosas aceitassem seus ensinos. Ela é descrita como tendo em sua mão uma taça, e dentro dessa taça estava todo tipo de imundícia. Ela deu de beber a muitas igrejas que se intitulam protestantes ou evangélicas, e conseguiu o título de “mãe das prostituições” (17:5).
Após o anjo ter feito essa descrição, o sentimento que tomou conta do profeta foi uma grande admiração. O anjo o questiona do “por quê” da admiração (17:7), e logo em seguida começa a mostrar as fases pelas quais esse poder passaria. “As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo” (Apocalipse 17:9-10).
“Roma é conhecida como a cidade das sete colinas ou sete montes, os quais são: Aventino, Palatino, Viminal, Quirinal, Ceoli, Janículo e Esquilino. Roma foi construída sobre as sete colinas, no ano 753 a.C” (Vilmar E. González, Daniel e Apocalipse. 3ª ed. 1988, p. 282).
Lembre-se que o profeta fala que a Babilônia espiritual está assentada sobre sete montes (Ap 17:9). Ele está querendo dizer mais do que os nomes das montanhas que cercam a cidade de Roma, onde está a sede da Babilónia espiritual. Montes têm o significado de poder, reinos (Jeremias 51:24-25; Daniel 2:35, 44; Isaías 13:4).
Quando Deus revela que esse poder estaria apoiado sobre sete montes, está mostrando a grandeza e a autoridade que seriam manifestados por esse poder em todos os tempos. Já os sete reis são aceitos como sendo as sete formas de governo que Roma experimentou, que foram: os reis, Cônsules, Ditadores, Tribunos, Decenvirato, Imperadores e Papas.
Nos dias de João, o anjo disse que cinco já haviam caído (Reis, Cônsules, Ditadores, Tribunos e Decenvirato), e um existe (Imperadores), e o outro não é vindo (Papal), e que duraria pouco tempo. Essa expressão “pouco tempo” pode ser entendida que esse último poder terá um tempo determinado. Ele não reinará eternamente. Um dia terá seu fim, um dia a grande Babilónia cairá.
Após João contemplar algumas características da Babilónia espiritual, ele vê um outro anjo, como que vindo do trono de Deus. Dizia algo que aparentemente é impossível de acontecer. Na descrição do profeta, o anjo clamou com grande voz, o que indica que será algo ouvido em todas as partes do mundo, porque a sua atuação foi mundial. Seus ensinos atravessaram os mares, cruzaram continentes e alcançaram os lugares mais longínquos da terra. O seu vinho (doutrinas contrárias à Bíblia) foi a todos os povos da terra (18:3), e Babilónia foi vista em queda pelo profeta.
Essa profecia é uma repetição da que já foi estudada na terceira mensagem apresentada em Apocalipse 14. A profecia aponta que esse poder apóstata caiu. A queda da Babilónia espiritual acontece em dois momentos. O primeiro é quando o “outro anjo” (18:1), descer do céu, e iluminar a terra toda. Se a terra precisa ser iluminada, é sinal que ela está em trevas. O mundo vive na mais densa escuridão, mas há uma profecia que aponta que chegará um dia que a luz vai ser difundida de uma forma muito ampla. A luz chegará a todas as pessoas e cada um terá que escolher: ficar nas trevas ou andar na luz que está sendo apresentada.
A segunda etapa da queda será quando os ímpios entenderem que foram enganados por esse poder apóstata, e não mais lhe darão o seu apoio. É o momento que o rio Eufrates seca. O povo, inclusive, vai se voltar contra os líderes espirituais e familiares (O Grande Conflito. 18ª ed. 1975, pp. 610-611).
Babilónia – a confusão religiosa – cairá. Saia dela enquanto é tempo. (Apocalipse 18:22).
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