22 de junho de 2012

A Profecia e o Tormento Eterno

Há versos nas Escrituras que sugerem que os perdidos sofrerão um tormento eterno. Este é o lugar onde o princípio de um pouco aqui e um pouco ali, linha sobre linha e preceito sobre preceito é importante (Isaías 28:10). Precisamos pesar um texto com outro para obter o verdadeiro significado quando se estuda uma doutrina bíblica. Os versos que falam de tormento precisam ser equilibrados com os que falam de aniquilação. Você pode perguntar: como alguém pode ser aniquilado, se será atormentado para sempre, a resposta está no significado das palavras gregas e Hebraicas, que nós traduzimos como “sempre”.

A palavra grega “aion / aionios” e seu equivalente hebraico “olam”, são geralmente traduzidas como “para sempre”, mas às vezes são usadas na Bíblia com um sentido não-eterno [1], como a palavra
“sempre” [2]. Por exemplo, se eu disser que eu sempre vivi aqui, isso não significa eternidade. O contexto determina quanto tempo é “sempre”. Um olhar sobre alguns versículos relevantes da Bíblia ilustram isso:
-Apocalipse 20:9 os ímpios são consumidos (gr. katesthio). [Em Mateus 13:04 as aves comeram (gr. katesthio) as sementes que caem no caminho]
Apocalipse 20:10, os ímpios são atormentados para sempre (gr. aion)
Deuteronômio 15:17, o escravo servirá para sempre (Hb. olam) = durante a vida
-1 Samuel 1:22 o menino Samuel foi habitar no templo para sempre (Hb. olam)
Filemon-15 Paulo aconselhou Filemom a receber Onésimo para sempre (gr. aionios)

Podemos ver que estas duas palavras nem sempre são usadas no sentido de eternidade, mas pode significar um período limitado até que algum acontecimento tenha sido concluído. Portanto, podemos concluir que os maus são atormentados apenas até serem consumidos pelo fogo do inferno. Este contraste é visto em Apocalipse 20:9-10 onde o versículo 9 diz que os maus serão consumidos, mas o versículo 10 diz que eles serão atormentados “para sempre”. A única maneira de conciliar estes dois versos é que os ímpios são atormentados até que sejam consumidos. Esta interpretação é apoiada pelas Escrituras, tais como Malaquias 4:1 que diz que os ímpios serão queimados como o restolho. No entanto, a destruição dos ímpios é eterna no sentido de que eles nunca voltarão à vida.

Faz parte do plano de Satanás retratar Deus como atormentando os pecadores por toda a eternidade [3] (João 8:44, Apocalipse 12:10). A verdade é que Deus ama todas as pessoas e não quer que nenhuma se perca (2 Pedro 3:9, Ezequiel 33:11). Aqueles que persistentemente recusarem a Sua graça irão um dia perder a sua alma, mas Deus não permitirá que sejam atormentados pela eternidade. Jesus disse que Deus tem o poder de destruir o corpo e a alma no inferno (Mateus 10:28), o que mostra que a alma não é indestrutível. A Epístola aos Hebreus diz que a morte de Jesus forneceu os meios para a destruição dos demónios “(Hebreus 2:14); ao contrário a crença popular, o próprio diabo será destruído no fogo do inferno!

No reino de Deus e na Nova Terra, não haverá mais pecado, sofrimento e morte (Apocalipse 21:3-4). Não haverá tormento ardendo para estragar a felicidade dos remidos.
Tendo em vista que a alma não é imortal, fica a pergunta: de onde veio essa ideia da imortalidade da alma? Parece ter vindo de filósofos gregos [4]. Ela foi baseada em uma filosofia dualista que via as coisas materiais como inferiores, a mesma filosofia que levou à heresia gnóstica.
O relato da Criação em Génesis descreve o homem como sendo composto pelo pó da terra e pelo sopro da vida tornando-se assim uma alma vivente (Génesis 2:7). A morte é simplesmente a reversão deste processo quando o pó retorna à terra e o sopro da vida à Deus (Eclesiastes 12:7); naquele momento a alma deixa de existir, exceto na memória de Deus até a ressurreição. Embora a ressurreição dos mortos seja um mistério, podemos ser gratos que Deus tem uma memória perfeita, e nada é impossível para Ele (Lucas 1:37). Quando Deus promete que os mortos serão ressuscitados, podemos ter certeza que isso vai acontecer (Isaías 55:11). Pelo poder de Sua palavra Ele fez o mundo (Salmo 33:6), e pelo mesmo poder, Ele chamará os mortos de volta à vida.
A crença em uma alma imortal é uma fraqueza que permitirá que Satanás se infiltre na igreja nos últimos dias com suas filosofias espiritualistas [5]. As formas modernas de entretenimento, como televisão e jogos de computador contém conceitos camuflados e mensagens que estão sendo sutilmente gravadas na mente de uma pessoa sem que ela esteja ciente disso. Gradualmente, ao longo do tempo estes conceitos começam a ser aceitos pela sociedade. Uma mensagem da mídia é que os fantasmas e espíritos são interessantes e bons. O aumento de interesse em tais coisas é o resultado da operação dos poderes demoníacos que tentam atrair à outros para um estado similar de trevas e rebelião contra Deus. Eles estão sutilmente preparando o mundo para a crise final.
Outro exemplo é a teoria da evolução, que erodiu a confiança das pessoas no livro que pode salvá-las do que está por vir sobre a terra. Este é um exemplo de lavagem cerebral, por isso muitas pessoas acreditam que a teoria da evolução é um fato, quando nunca foi provado cientificamente que um animal de uma espécie pode evoluir para uma outra espécie [6]. Os registros fósseis falharam em produzir qualquer prova de que esse processo já ocorreu; os elos perdidos ainda estão desaparecidos, no entanto, multidões acreditam nisso! A erosão da confiança das pessoas nas Escrituras as deixa vulneráveis ao engano final. Em meu primeiro livro “Explorando o Santuário Celestial” [7] eu esbocei como as profecias da Bíblia têm sido cumpridas na história, o que fornece provas irrefutáveis de que a Bíblia é a Palavra de Deus. É importante aprender as Escrituras e memorizar textos importantes dela para nos preparar para o engano final:

“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”(2 Timóteo 3:16).

Referencias:
[1] Kittel, Gerhard (Hrsg.) ; Bromiley, Geoffrey William (Hrsg.) ; Friedrich, Gerhard (Hrsg.): Theological Dictionary of the New Testament. electronic ed. Grand Rapids, MI : Eerdmans, 1964-c1976, S. 1:209; Swanson, James: Dictionary of Biblical Languages With Semantic Domains : Hebrew (Old Testament). electronic ed. Oak Harbor : Logos Research Systems, Inc., 1997, S. DBLH 6409, #3

[2] Rober L. Odom, How Long is Forever, see http://www.adventistbiblicalresearch.org/documents/How%20Long%20Is%20Forever.htm

[3] Ellen White, Early Writings (Review and Herald Publishing Association, 1882) pp. 218-219

[4] Niels-Erik A. Andreasen, Death: Origin, Nature, and Final Eradication, Handbook of Seventh-Day Adventist Theology, p. 336-337
[5] Ellen White, The Great Controversy, p. 588

[6] D. T. Gish, 1995. Evolution: The Fossils Still Say No! Institute for Creation Research, El Cajon, CA, 391 pp. (cited in The Answers Book, 1999, Answers in Genesis Ltd, Australia, p. 118) (see www.AnswersinGenesis.org)

[7] Marc Rasell, Exploring the Heavenly Sanctuary: understanding Seventh-day Adventist theology (Bloomington: AuthorHouse, 2009) chapters 7-10

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