Este tema faz-nos mergulhar no livro do Génesis 32.1-32, visto tratar-se de um capítulo que aborda a tempo da Angústia de Jacob. Quando Esaú, seu irmão vinha para destruí-lo, aniquilá-lo. Jacob irá lutar com uma entidade celeste. É o mesmo retrato do Tempo de Angústia, lutando com Cristo, dizendo como Jacob: - “Não te deixarei ir, se me não abençoares” – v.26. – até que tenhamos a certeza que nos protegerás totalmente dos nossos inimigos.
Ao longo do desenvolvimento do texto - Génesis 32.1-32 – encontramos a luta de Jacob com uma personagem celeste que lhe aparece (v. 24-29), quando, naquela noite, antes do encontro com o seu irmão, Jacob encontra-se, finalmente, consigo mesmo (v.24a). É nesta luta com aquela personagem divina, celeste (v.24b), que o patriarca, segundo o texto, sai vencedor – v. 28! Jacob, depois de ter vencido, eis que recebe um bonito prémio, ou seja: - (v.27)- “E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacob. (28)- Então disse: Não se chamará mais o teu nome Jacob, mas Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” – Génesis 32. Jacob receberá, depois de ter vencido – um novo nome. Receberá, de igual forma, o remanescente, um novo nome? Para sabermos a resposta, basta para o efeito ver o que o profeta Isaías nos dá a conhecer: - “(…); e a seus servos chamará por outro nome” – Isaías 65.15. O mesmo se passará com o remanescente no final da história desta terra. Este apegar-se-á, lutará com Deus até ter a certeza, tal como Jacob, de que o Senhor o abençoará. O profeta Jeremias faz menção deste episódio catapultando-o para o futuro, o tempo que nos ocupa no contexto de Daniel: - “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacob; ele, porém, será livrado dela” – Jeremias 30.7: aqui o profeta aplica o episódio de Jacob aos últimos dias desta Terra.
Neste - Tempo de Angústia - tudo estará em verdadeira convulsão. No livro dos Salmos aborda o tema Jerusalém – refúgio, segurança - em oposição à tempestade que se passa no seu exterior: - (v.1)- “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. (2)- Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. (3)- Ainda que as águas rujam e se perturbem; ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (4)- Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. (5)- Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. (6)- As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. (7)- O Senhor dos Exércitos está connosco; o Deus de Jacob é o nosso refúgio. (8)- Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! (9)- Ele faz César as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. (10)- Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra” – Salmo 46.
Na verdade, segundo o texto, da grande cidade fluem rios cristalinos – v. 4. Nos três primeiros versículos há guerra contra Jerusalém; de repente, nos versos seguintes fala-nos, em contraste, da paz existente dentro da cidade de Deus. Aqui mostra-nos a grande diferença entre a paz que existe entre os que estão do lado de dentro da cidade, e os que estão do lado de fora. Textos tais como: - Salmo 50.15,16; 91.15; 138.7; Habacuque 3.16 – abordam a mesma problemática – o Tempo de Angústia e 2ª vinda de Cristo. Daniel 11.45 deu-nos a conhecer que, para o rei do Norte – “virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra”. Esta última frase encontramo-la, por exemplo no profeta Isaías, para descrever o fim de Babilónia: - “Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará” – Isaías 47.15. Aqui, o texto refere-se, como dissemos a Babilónia que, por analogia, é representada pelo rei do Norte, pois lhe é atribuída a mesma expressão.
- V.1b- “(..) mas, naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro”.
Esta informação - “livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro” – é inerente a vivos, não a mortos. E como podemos ter a certeza que assim é? Se virmos bem, o próprio texto mostra-nos que assim é, pela simples palavra que nele se encontra, que é – “livrar-se-á”. Nós temos que reconhecer que – os mortos – não precisam de libertação. Segundo o texto, será que é necessário livrar, libertar os mortos da fúria, do ímpeto do rei do Norte? Continuamos a pensar que não. Aqui trata-se de libertação de vivos, todos aqueles que viveram a 5ª praga. Nas primeiras quatro o povo de Deus está em perigo. Cada uma delas fará aumentar a ira dos inimigos do povo de Deus; a sua fúria irá em crescendo, ao ponto desta ira ser tão forte que estes, os maus, mal podem esperar pelo – Decreto de Morte - que será emitido, a seu tempo, contra o povo de Deus. Estes precipitar-se-ão sobre os filhos de Deus. Para os aniquilar, destruir.
Mas, quando estiverem, quase, a cumprir este malévolo propósito - “(…), eis um denso negror, mais intenso do que as trevas da noite, cai sobre a Terra”. E de que praga estamos a falar? Sem dúvida, da quinta – cf. Apocalipse 16.10 - (trevas). De seguida acontece algo extraordinário: - “Então o arco-íris, resplandecendo com a glória do trono de Deus, atravessa os céus, e parece cercar cada um dos grupos em oração. As multidões iradas, subitamente, se detêm”. A que praga corresponderá esta fase? Claro, à seguinte, à sexta. Na verdade, esta está intimamente ligada à “secagem das águas do rio Eufrates” – Apocalipse 16.12 – a 6ª praga. Na continuação da leitura da descrição, a este propósito, o Espírito de Profecia, cita alguns versículos inerentes à 7ª praga: - “É à meia-noite que Deus manifesta o Seu poder para o Livramento do seu povo. O Sol aparece resplandecendo em sua força. Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios contemplam a cena com terror e espanto, enquanto os justos vêem, com solene alegria, os sinais do seu livramento. Tudo na Natureza parece desviado do seu curso. As correntes de água deixam de fluir. Nuvens negras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Nos céus agitados, acha-se um espaço claro da glória indescritível, donde vem a voz de Deus, como o som de muitas águas, dizendo: ”. Aqui cita – Apocalipse 16.17.
O texto continua a descrever as consequências desta voz que se faz ouvir: - “Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terramoto, -v.2- “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão: uns, para a vida eterna; outros, para vergonha e desprezo eterno”.
Aqui é mencionada a certeza de uma ressurreição, na qual participarão: justos e injustos. Quem são estes “muitos” que tomam parte nesta ressurreição, digamos, especial ou parcial, na medida em que não aponta para uma totalidade, mas sim, unicamente, para – “muitos” – de um total, de justos e de um total de injustos? Quando tal ocorrerá no quadro dos diferentes momentos de ressurreição apontados pelas Sagradas Escrituras? Este evento conhecerá várias fases, assim como, de igual modo, serão diferentes os grupos de justos e injustos que nelas participarão e, numa destas fases, está contemplado o teor de Daniel 12.2. Este será um tema que desenvolveremos, em posterior publicação, quando abordarmos a vivência da Igreja remanescente antes da 2ª vinda de Jesus, a qual culminará com a esperança maior das Sagradas Escrituras – a ressurreição – de todos os seres humanos (justos e injustos) e, de entre os quais, um todo especial que a Bíblia conhece e designa de – “144.000” – cf. Apocalipse 7;14;15.
- V.4- “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao tempo do fim; muitos correrão de uma parte para a outra parte, e a ciência se multiplicará”.
Este texto, na sua parte final, refere que “a ciência se multiplicará”. Estas palavras induzem-nos a crer que, no tempo do fim, o mundo será cada vez mais tecnológico. Mas, este texto, nada tem que ver com a tecnologia. Ele, na verdade, fala de um tempo em que a ciência, isto é, o conhecimento deste livro, aumentaria. Será que, na Terra, aconteceu algo de espectacular entre 1798 e 1844 na Terra? Que Movimento religioso foi suscitado por Deus neste período preciso para que pudesse desmascarar, nesta Terra, o poder, as actividades do chifre pequeno e para anunciar que, no Céu, se falará contra ele? Na verdade, estamos aqui na presença do Movimento Milerita. No ano de 1798 cumpriu-se uma profecia e, em 1844 cumpriu-se outra. Deus faz algo no Céu e manterá, em silêncio, nesta Terra, a Sua actividade? Não seria lógico que Deus suscitasse um Movimento religioso para o anunciar? Pensamos que sim. A mensagem central deste Movimento era: - “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado” – Daniel 8.14. Esta dizia: - o papado caiu, como o dá a conhecer as profecias e que, nesta data, 1844, Cristo viria a esta Terra. Este Movimento Milerita não percebeu que, nesta data, o que estava em causa, não era, como vimos a vinda de Cristo à Terra, mas sim que Cristo começaria a julgar todas estas pessoas que pretendiam ser servos de Deus, mas que se insurgiram, em nome de Deus, contra a Igreja de Cristo.
Os inimigos da Igreja resultante deste Movimento – a Igreja Adventista do Sétimo Dia – dizem que esta se fundou sobre: um desapontamento, um engano, um equívoco! Mas, curiosamente, quem diria, afinal, toda a Igreja cristã, de igual modo, funda-se sobre o mesmo desapontamento, equívoco, engano! Indaguemos o passado e vejamos alguns textos do Novo Testamento. Uma semana antes da crucifixão de Cristo a população de Jerusalém estava ao rubro devido ao efeito da famosa entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. No evangelho de S. Mateus é reporta-nos este episódio da seguinte maneira tão expressiva: - (v.5)- “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, manso e assentado sobre uma jumenta; e sobre um jumentinho, filho de animal de carga. (…). (7)- Trouxeram a jumenta e o jumentinho e, sobre eles, puseram os seus vestidos, e fizeram-no assentar em cima. (8)- E muitíssima gente estendia os seus vestidos pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho. (9)- E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hossana, ao Filho de David; bendito o que vem em nome do Senhor. Hossana nas alturas” – Mateus 21. Todos ali acreditavam que Cristo vinha na qualidade de rei, cumprindo uma profecia de tempo – a das 70 semanas (Daniel 9.25-27) – e tendo como cenário o descrito pelo profeta Zacarias: - “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta” – Zacarias 9.9. Curiosamente, segundo o texto de Mateus, esta iniciativa parte do próprio Jesus, dizendo aos Seus discípulos: - “Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos” – v. 2.
Tudo isto, no imediato, dá a sensação que Jesus enganou toda aquela multidão. Esta cortou ramos de árvores para que o Rei passasse por cima deles. Este era o Messias há tanto tempo esperado. Finalmente, há alguém que expulsará os invasores Romanos e estabelecerá o reino eterno. E, na verdade, o que é que aconteceu três dias depois desta euforia? Nada mais do que a amargura de um colossal desapontamento, equívoco, engano. Este ficou conhecido como o episódio de – Emaús – relatado no evangelho de S. Lucas, desta maneira: - (V.17)- “(…): Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes? (18)- (…) Cleófas disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? (19)- “(…): Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi varão profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo. (20)- E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. (21)- E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas, agora, sobre tudo isso, é já o terceiro dia desde que estas coisas aconteceram” – Lucas 24 - (sublinhado nosso). A doçura da entrada triunfal, afinal, tornou-se num desapontamento bem amargo! Mas Cristo ressuscitou e começaram, só agora, a compreender as profecias que, afinal, as tinham interpretado mal! E no campo oposto, o que disseram, de seguida os judeus? Estes disseram que os discípulos tinham inventado essa história da ressurreição para não ficarem mal vistos!
E nos dias de hoje, será que tudo é diferente? Como é que a Igreja Adventista é vista? O boato que circula é que esta Igreja inventou um escape! E este foi o terem inventado uma estranha entrada de Jesus num hipotético Lugar Santíssimo! Se o desapontamento está na base da Igreja Adventista, à luz da Palavra de Deus, a Igreja cristã também conheceu a mesma coisa, tal como acabámos de ver! Foi necessário que os apóstolos saíssem para profetizarem, de novo, tal como a Igreja Adventista.
Aqui - v. 4 - é dada uma ordem ao profeta, e esta é: - “sela este livro”. E que livro é este? Claro, o do próprio profeta. Deveria chegar um tempo em que o conhecimento do livro de Daniel iria aumentar - “e a ciência se multiplicará” - e este seria aberto, no tempo do fim. Nesta altura, finalmente, serão conhecidas as profecias que o livro encerra. Isto cumpriu-se, na verdade, com o Movimento Milerita. E, onde fala a Palavra de Deus, de um livrinho que estava fechado e que foi aberto? Claro, no livro do Apocalipse.
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