Vamos continuar o nosso estudo, lembro, para entender este assunto, deve ler o tema que o precede (CLIQUE).
Ao furor e gritos de raiva manifestados pelo rei “Daniel falou avisada e prudentemente” (Dan. 2:14). À angústia de Nabucodonosor responde o recolhimento e a oração de Daniel. Estes dois tipos de reacções são característicos de dois personagens, e iremos encontrá-los ao longo do nosso estudo de forma regular e contrastante.
Daniel retira-se do encontro com o rei e vai com os seus companheiros orar ao “Deus do céu” para poder receber da parte do Senhor “o seu espírito se perturbou” (Dan. 2:1), o que tanto incomodava o rei. Esta é a primeira oração do livro de Daniel. Aqui encontramos todas as qualidades que devem ter uma oração. Em primeiro lugar é uma verdadeira oração. Ela não é mecânica, ditada por um hábito do culto quotidiano ou simplesmente pelo automatismo ritual. Ela não é teatral, comandada pelo desejo de agradar à assembleia, ou motivada por uma crença mais ou menos supersticiosa, também não é um conjunto de belas palavras, como se fossem estas as razões para por Deus ser ouvido. É antes um grito de súplica que vem das entranhas da alma. Daniel e os seus companheiros estão ameaçados de morte a mais horrível. Esta oração não é pois, um gesto para agradar ao rei, é antes um ascender até Aquele que conhece o profundo da alma, e eles tem n´Ele a confiança da resposta.
De facto o Deus do céu responde. “Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do céu.” (Daniel 2:19). A forma desta revelação sensibiliza Daniel. O profeta não teve acesso a este segredo por meio de uma técnica particular, graças à superioridade da sua sabedoria ou ao valor da sua oração. Daniel compreendeu que não era mais qualificado do que qualquer outro: “E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.” (Daniel 2:30). Notemos ainda que a oração dos seus companheiros também é mencionada. “Então Daniel foi para casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.” (Daniel 2:17,18). Daniel compreendeu que o acolhimento favorável da parte de Deus da oração feita não depende do valor daquele que a oferece.
A diferença entre Daniel e os seus companheiros dos caldeus, trata-se de um movimento; um movimento parte de cima para baixo e o outro de baixo para cima. É neste conceito que reside toda a diferença entre Daniel e os mágicos caldeus. Para os caldeus tudo se passa em baixo, ao nível das técnicas, razão que os leva a querer conhecer o sonho. Para eles, é impossível ter acesso ao Deus do Alto. ”A coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne mortal.” (Daniel 2:11). Daniel, ao contrário, não teve necessidade de informações sobre o sonho para encontrar a solução, porque se para os caldeus o “Deus do céu” significa um Deus distante e inacessível, para Daniel, bem pelo contrário, “há um Deus no céu, o qual revela os mistérios.” (Daniel 2:28). É pois muito interessante notar que a expressão “Deus do céu”, que é uma frase chave e repetida ao longo do livro de Daniel, está associada a uma outra palavra “mistério”. Mas esta associação, compreendida pelos caldeus no sentido negativo do mistério reservado ao Deus do céu, é compreendida por Daniel no sentido positivo do mistério que o Deus do céu está disposto a revelar. Toda a vez que esta associação surge, é sempre para sublinhar a ideia que Deus controla a história, veja os seguintes textos:
27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem magos, nem adivinhadores lhe podem revelar;
28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas:
29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
30 E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração. (Daniel 2:27-30).
Outro texto:
“36 Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.
44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre.
45 Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Daniel 2:36,44,45).
Ver ainda:
“23 Ó Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei.
24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a interpretação.” (Daniel 2:23,24).
O Deus de Daniel, contrariamente ao deus dos caldeus, não fica confinado ao seu canto, indiferente ao curso dos acontecimentos. O Deus do céu, é o Deus que conduz a história, mas também Aquele que revela os segredos, o Deus que desce e comunica com o homem.
Maravilhoso Deus, louvado seja! Tenho tantas vezes vivido essa experiência por Tua única boa vontade para com os filhos dos homens. Louvado e glória para sempre ao Teu santo carácter. Amem!
Ao furor e gritos de raiva manifestados pelo rei “Daniel falou avisada e prudentemente” (Dan. 2:14). À angústia de Nabucodonosor responde o recolhimento e a oração de Daniel. Estes dois tipos de reacções são característicos de dois personagens, e iremos encontrá-los ao longo do nosso estudo de forma regular e contrastante.
Daniel retira-se do encontro com o rei e vai com os seus companheiros orar ao “Deus do céu” para poder receber da parte do Senhor “o seu espírito se perturbou” (Dan. 2:1), o que tanto incomodava o rei. Esta é a primeira oração do livro de Daniel. Aqui encontramos todas as qualidades que devem ter uma oração. Em primeiro lugar é uma verdadeira oração. Ela não é mecânica, ditada por um hábito do culto quotidiano ou simplesmente pelo automatismo ritual. Ela não é teatral, comandada pelo desejo de agradar à assembleia, ou motivada por uma crença mais ou menos supersticiosa, também não é um conjunto de belas palavras, como se fossem estas as razões para por Deus ser ouvido. É antes um grito de súplica que vem das entranhas da alma. Daniel e os seus companheiros estão ameaçados de morte a mais horrível. Esta oração não é pois, um gesto para agradar ao rei, é antes um ascender até Aquele que conhece o profundo da alma, e eles tem n´Ele a confiança da resposta.
De facto o Deus do céu responde. “Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do céu.” (Daniel 2:19). A forma desta revelação sensibiliza Daniel. O profeta não teve acesso a este segredo por meio de uma técnica particular, graças à superioridade da sua sabedoria ou ao valor da sua oração. Daniel compreendeu que não era mais qualificado do que qualquer outro: “E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.” (Daniel 2:30). Notemos ainda que a oração dos seus companheiros também é mencionada. “Então Daniel foi para casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.” (Daniel 2:17,18). Daniel compreendeu que o acolhimento favorável da parte de Deus da oração feita não depende do valor daquele que a oferece.
A diferença entre Daniel e os seus companheiros dos caldeus, trata-se de um movimento; um movimento parte de cima para baixo e o outro de baixo para cima. É neste conceito que reside toda a diferença entre Daniel e os mágicos caldeus. Para os caldeus tudo se passa em baixo, ao nível das técnicas, razão que os leva a querer conhecer o sonho. Para eles, é impossível ter acesso ao Deus do Alto. ”A coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne mortal.” (Daniel 2:11). Daniel, ao contrário, não teve necessidade de informações sobre o sonho para encontrar a solução, porque se para os caldeus o “Deus do céu” significa um Deus distante e inacessível, para Daniel, bem pelo contrário, “há um Deus no céu, o qual revela os mistérios.” (Daniel 2:28). É pois muito interessante notar que a expressão “Deus do céu”, que é uma frase chave e repetida ao longo do livro de Daniel, está associada a uma outra palavra “mistério”. Mas esta associação, compreendida pelos caldeus no sentido negativo do mistério reservado ao Deus do céu, é compreendida por Daniel no sentido positivo do mistério que o Deus do céu está disposto a revelar. Toda a vez que esta associação surge, é sempre para sublinhar a ideia que Deus controla a história, veja os seguintes textos:
27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem magos, nem adivinhadores lhe podem revelar;
28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas:
29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
30 E a mim me foi revelado este mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração. (Daniel 2:27-30).
Outro texto:
“36 Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.
44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre.
45 Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Daniel 2:36,44,45).
Ver ainda:
“23 Ó Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei.
24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a interpretação.” (Daniel 2:23,24).
O Deus de Daniel, contrariamente ao deus dos caldeus, não fica confinado ao seu canto, indiferente ao curso dos acontecimentos. O Deus do céu, é o Deus que conduz a história, mas também Aquele que revela os segredos, o Deus que desce e comunica com o homem.
Maravilhoso Deus, louvado seja! Tenho tantas vezes vivido essa experiência por Tua única boa vontade para com os filhos dos homens. Louvado e glória para sempre ao Teu santo carácter. Amem!
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