31 de março de 2012

AS TRÊS MENSAGENS DO APOCALIPSE

Quando estudamos Apocalipse 13 podemos ver que, no fim dos tempos, dois poderes representados por bestas se unirão para obrigar as pessoas a aceitarem o domingo como dia santificado no lugar do Sábado bíblico (Êxodo 20:8-11). Neste momento, ao analisar o capítulo 14, veremos que Deus tem Três Últimas Mensagens para a Humanidade antes da gloriosa volta de Jesus. Esses Três Últimas Mensagens são a forma de um Deus de amor clamar para que os Seus filhos não escolham o sinal da besta. No terreno religioso não podemos ficar neutros: aceitamos a Deus ou não. Não há meio-termo (conferir Apocalipse 3:15 e 16).

O capítulo 14 de Apocalipse pode ser divido em pelo menos três partes:
A primeira parte menciona a vitória dos que foram salvos por Cristo e perseveram em segui-Lo até o fim (versos 1-5);
A segunda parte apresenta os Três Últimos Recados de Deus à Humanidade (versos 6-12);
A terceira parte trata da volta de Jesus, para recompensar os fiéis e punir os infiéis (versos 13-20).

A seguir, estudaremos de maneira breve as principais divisões do capítulo 14:1-5
Aqui, vemos o “cordeiro”, Jesus Cristo (João 1:29) em pé diante do monte Sião juntamente com os salvos. Em gratidão ao que o Salvador fez por eles, os salvos de todos os cantos da Terra e de todas as épocas cantarão louvores ao Criador.
O verso 4 afirma que eles “não se contaminaram com mulheres”. “Mulher” em profecia significa igreja (2ª Coríntios 11:2 – compare com Apocalipse capítulos 12 e 17). Sendo assim, os salvos decidiram não se contaminar com as crenças erradas das igrejas que não seguem totalmente a Palavra de Deus. Estes fiéis não dividiram o seu amor com Deus e com as denominações religiosas que não aceitaram o selo de Deus nos últimos dias (o Sábado – Ezequiel 20:12; 20 – Compare com Apocalipse 7:1-4). Eles dedicaram-se inteiramente ao Eterno e, assim, não se contaminaram. Por isto, “não se achou mentira na sua boca”.
Versos 6-12
Nesta parte chegamos ao tema central do capítulo 14. É muito importante que estude com carinho e atenção as mensagens que Deus tem aqui. Que o Espírito Santo o guie na compreensão deste capítulo!

O apóstolo João disse que viu um “anjo voando pelo meio do Céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo”. O termo “anjo” significa “mensageiro” e, em Apocalipse 14, representa aquelas pessoas que serão “mensageiras” de Deus para anunciar as três últimas mensagens divinas ao mundo.

PRIMEIRA MENSAGEM DE DEUS À HUMANIDADE
“… teimei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” Apocalipse 14:7.
Deus avisa que “é chegada a hora do seu juízo”. Isto refere-se à primeira fase do juízo que já começou, no Céu. Este juízo é conhecido como juízo investigativo e serve para: (1) mostrar ao universo que os filhos de Deus realmente O aceitaram como Salvador e, portanto, são dignos da salvação [os anjos não são Omniscientes como Deus] e (2) condenar o poder representado pelo “chifre pequeno” de Daniel 7, que corresponde ao poder representado pela besta em Apocalipse 13:1-10. (esta a razão de um juízo de investigação, leia todo o capítulo 7 do livro de Daniel. Outro texto que fala de modo claro deste juízo é 1ª Pedro 4:17, entre outros).
Em seguida, os seres humanos são convidados a ADORAREM “aquele que fez o Céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. Veja que o desfecho final entre o bem e o mal envolve a ADORAÇÃO (isto pode ser visto claramente em Apocalipse 13).
Não é por acaso que as últimas palavras de Apocalipse 14:7 são as mesmas de Êxodo 20:11. Compare: “… fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. Apocalipse 14:7
“…porque em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” Êxodo 20:11.
Ao dar a razão pela qual devemos guardar o Sábado, deixando de lado as atividades quotidianas, os dois textos, juntos, referem: porque Deus criou todas as coisas em seis dias, vocês devem guardar o Sábado. Portanto, ADOREM a Deus ao Sábado, dando sinal de que se lembram d´Ele como Criador!
Ligando os dois textos podemos ver que a primeira mensagem de Apocalipse 14 é para que guardemos o Sábado em atitude de ADORAÇÃO.

SEGUNDA MENSAGEM DE DEUS À HUMANIDADE
“Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: caiu, caiu a grande Babilónia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” Apocalipse 14:8.

O termo “Babilónia” significa “confusão” e está relacionado com o momento em que Deus confundiu a linguagem humana, quando pessoas rebeldes queriam construir a torre de Babel em uma atitude de desafio ao Criador (ver Génesis 11:1-9).

No Apocalipse, “babilónia” se refere a toda confusão religiosa que há no mundo. Hoje, existem milhares de religiões e seitas diferentes – o que tem confundido muitos, que se perguntam: “no meio de todas essas doutrinas, onde está a verdade?”

O “vinho” de babilónia são suas doutrinas falsas: observância do domingo, crença na existência de um espírito ou alma que sai do corpo por ocasião da morte, tormento eterno dos ímpios, adoração e veneração de imagens, etc.
A mensagem de Deus é: “um dia esta confusão religiosa (Babilónia) irá terminar”. Logo, “haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16, última parte).

TERCEIRA MENSAGEM DE DEUS À HUMANIDADE
“Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice de sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” Apocalipse 12:9-12.

Na terceira e última mensagem angélica Deus adverte: se alguém adorar a besta e receber a sua imagem, ou seja, se aceitar o falso sábado, será castigado no lago de fogo e enxofre. Deus está dando um sério aviso para que não deixemos de lado a observância do Sábado da criação para seguir mandamentos de homens (Ver Mateus 15:3, 9).

E o lago de fogo?
Convém destacar que o lago de fogo não existe hoje. Este texto nos mostra que os injustos serão lançados no lago depois que Jesus voltar para dar a recompensa àqueles que aceitaram o sinal da besta.
A crença de que os maus “estão num lugar de tormento” hoje não é bíblica. Veio do paganismo e é baseada em equivocadas interpretações dos textos bíblicos em que aparecem as expressões “inferno” e “tormento eterno”.
A expressão “fumaça do seu tormento que sobe pelos séculos dos séculos…” (verso 11) deve ser entendida à luz do contexto bíblico. Além disso, devemos lembrar que a forma de a Bíblia se expressar não é a mesma da nossa cultura portuguesa. Assim, precisamos entender o significado de certas expressões com base na cultura bíblica.

Lendo Isaías 34:9 e 10 podemos descobrir o que significa a “fumaça que sobe pelos séculos dos séculos”: “os ribeiros de Edom se transformarão em piche, e o seu pó, em enxofre; a sua terra se tornará em piche ardente. Nem de dia nem de noite se apagará; subirá para sempre a sua fumaça…”.

Nota:
Veja que os ribeiros de Edom não estão a queimar até aos nossos dias para que a sua fumaça suba “eternamente”. Portanto, a conclusão a que podemos chegar é que a expressão “fumaça que sobe pelos séculos dos séculos” simboliza, na linguagem bíblica, a completa e definitiva destruição dos ímpios. Além disso, não devemos esquecer que, o fato de a Bíblia apresentar a morte como sendo um sono sem sonhos, indica que os mortos estão inconscientes até ao dia da ressurreição (ver o Salmo 6:5, 13:3, 115:17, Eclesiastes 9:5, 6 e 10, João 11:11-14, 1ª Tessalonicenses 4:13, etc.).

Já a expressão “fogo eterno” refere-se ao fogo eterno nas suas consequências, ou seja: a pessoa será destruída e nunca mais ressuscitará. Ver Mateus 25:46. “Fogo eterno” não se refere a duração do castigo (Leia Mateus 11:21, 22 e perceba que há graus de castigo). Um exemplo bíblico de que a palavra “eterno” nem sempre significa um “período sem fim” encontra-se em 1 Crónicas 28:4 e 29:27. O verso 4 afirma que David seria rei em Israel eternamente e, o verso 27 do capítulo 29, diz que a expressão eternamente equivalia 40 anos!

Em resumo, isso é o que dizem as Três Últimas Mensagens de Deus à Humanidade:
• Adore a Deus também no Sábado;
• Não faça parte da confusão religiosa que existe no mundo;
• Não guarde o domingo como dia santo.

Qual será a sua resposta a Deus?

Quando estiver no vale da decisão, considere as palavras dos apóstolos: “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” Atos 5:29.

28 de março de 2012

MIL ANOS DE PAZ E O GLORIOSO FINAL.


Muitas pessoas que já aceitaram a maravilhosa promessa do retorno de Jesus e O estão aguardando com grande expectativa ficam se perguntando sobre o que ocorrerá depois desse espetacular acontecimento. "Será que nos tornaremos anjos?", indagam alguns. "Viveremos aqui mesmo nesta terra?", perguntam outros. "E quanto à ressurreição dos mortos; ela realmente vai acontecer?". "Ah!!! E o que Deus vai fazer com Satanás e seus anjos?". Todos esses questionamentos são pertinentes e merecem uma resposta fundamentada nas Escrituras, mas, para simplificar nosso estudo, vamos resumi-las na seguinte pergunta: o que acontecerá logo depois que Jesus regressar? Recorramos à Bíblia em busca de uma resposta segura.

Quando esteve fisicamente entre nós, por ocasião de Seu primeiro advento, nosso Senhor Jesus Cristo fez menção a 2 ressurreições: "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo." João 5:28 e 29. E o livro de Apocalipse, em seu vigésimo capítulo, explica que essas ressurreições estão separadas por um período de mil (I.000) anos. Assim, a ressurreição da vida terá lugar no início do milénio e a ressurreição do juízo, também denominada de ressurreição da condenação, ocorrerá no final daquele período. Vejamos as evidências bíblicas para tais conclusões.

1- PRIMEIRA RESSURREIÇÃO.
Em Apocalipse 20:6 encontramos a seguinte declaração: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele os mil anos.". Dessa passagem fica evidente a ideia de que serão os justos que tomarão parte na primeira ressurreição, pois é dito que quem dela participa é bem-aventurado e santo; também é dito que eles reinarão com Cristo os 1.000 anos, o que indica que a ressurreição dos fiéis terá lugar no começo do período milenar. Essa ressurreição ocorrerá por ocasião do segundo advento do Salvador, senão, vejamos os seguintes esclarecimentos do apóstolo Paulo: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor." I Tessalonicenses 4:16 e 17. Nessa passagem, além de explicar o que se dará com os justos mortos, Paulo também projeta certa luz sobre a situação dos justos vivos. Os fiéis adormecidos ressuscitarão e os que já estiverem vivos formarão um só grupo com os ressurrectos e ascenderão nas nuvens para o encontro do Senhor nos ares. Porém, antes que possam ser conduzidos pelos anjos para perto do Salvador, os justos vivos serão transformados: "Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade." I Coríntios 15:51-53. Todas as doenças e deficiências físicas serão removidas. Que maravilha! É o presente de Deus para todos aqueles que, mesmo sofrendo das mais terríveis moléstias, guardaram a fé e não perderam a esperança. Oh, incomensurável amor! Não há palavras para descrevê-lo!

2 - SEGUNDA RESSURREIÇÃO.
"Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos." Apocalipse 20:5. Quem são esses "restantes dos mortos"? Visto que os justos adormecidos foram despertados pelo soar da trombeta de Deus na segunda vinda de Cristo, os "restantes dos mortos" só poderiam ser os ímpios, ou seja, aqueles que se mantiveram rebeldes a Deus e ao Seu Evangelho. Esses só despertarão no final do milénio; não para receberem a vida eterna, mas para serem destruídos. Essa é a segunda ressurreição, denominada de "ressurreição do juízo".

Mas, e o que dizer dos ímpios que estiverem vivos quando Jesus voltar? O que lhes sucederá? A Bíblia responde com precisão: serão destruídos pelo resplendor da glória de Cristo. Veja o que diz Jeremias 25:30-33: "Tu, pois lhes profetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor lá do alto rugirá e da Sua santa morada fará ouvir a Sua voz; rugirá fortemente contra a Sua malhada, com brados contra todos os moradores da terra, como o eia! dos que pisam as uvas. Chegará o estrondo até a extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo contra toda carne; os perversos entregará à espada, diz o Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tormenta se levanta dos confins da terra. Os que o Senhor entregar à morte naquele dia, se estenderão de uma a outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; serão como esterco sobre a face da terra.". Essa mesma realidade é retratada em II Tessalonicenses 1:7 e 8 e 2:8: "E a vós outros que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu Se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus." "Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca, e o destruirá, pela manifestação da Sua vinda.".

3 - QUATRO GRUPOS EXISTENTES NA VOLTA DE JESUS.
A partir daquilo que já foi exposto, o prezado leitor poderá muito bem visualizar 4 grupos distintos de pessoas: os justos mortos, os justos vivos, os ímpios mortos e os ímpios vivos. Façamos um resumo para que fique bem claro o que se dará com cada um desses grupos por ocasião do retorno de Jesus:


4 - SITUAÇÃO DA TERRA E DE SATANÁS NOS 1.000 ANOS.
Visto que os justos serão levados para o Céu e os ímpios estarão mortos, torna-se evidente que a terra ficará vazia durante o milénio. Esse quadro é pintado no Apocalipse através da prisão de Satanás no abismo. Leiamos juntos a descrição do vidente de Patmos: "Então vi descer do Céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o, e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto é necessário que seja solto pouco tempo." Apocalipse 20:1-3. Logicamente, essa prisão de Satanás é simbólica, pois ninguém deve imaginar o diabo sendo literalmente acorrentado e preso num grande buraco. Mas, como será essa prisão? Será uma prisão circunstancial; como Satanás não terá ninguém para atormentar ou tentar, pois a terra estará vazia, ele se sentirá como se estivesse preso. Permanecerá vagueando de um lado para outro, sem nada para fazer, somente pensando nos terríveis resultados que sua rebelião trouxe para a humanidade; e assim ele ficará durante 1.000 anos. Mas, por que a Bíblia diz que Satanás será lançado num abismo? No que consiste esse abismo? O abismo, no qual o diabo ficará confinado, é a própria terra, porém totalmente desolada. Veja bem como o profeta Jeremias descreve o estado da terra após o retorno de Cristo: "Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da Sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra será assolada; porém não a consumirei de todo." Jeremias 4:23-27. "Sem forma e vazia", diz o profeta. Assim estará a terra. Interessante é que as mesmas palavras são encontradas em Génesis 1:2 e, nesse caso, associadas ao termo "abismo": "A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.". Antes do Criador começar a Sua obra sobre a terra, diz-nos o Génesis que ela era "sem forma e vazia", estava envolta em trevas e a chama de "abismo". Assim, depois do regresso de Jesus, a terra voltará ao estado caótico que possuía antes da obra da semana original. Em síntese, o abismo que servirá de prisão para Satanás será este próprio mundo totalmente desolado e desabitado.

5 - OCUPAÇÃO DOS SALVOS DURANTE OS MIL ANOS.
O que farão os salvos durante os 1.000 anos? Apocalipse 20:4 responde a essa pergunta: "Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as "almas" dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tão pouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos." Quanto a esse texto , cabem 2 observações:

1º) O vocábulo grego "psikhàs", traduzido como "almas", possui a conotação de "seres vivos", "pessoas"; portanto, na leitura da presente passagem, não se deveriam imaginar espíritos desencarnados, pois tal concepção é estranha às Escrituras, mas, sim, justos ressurrectos;

2º) Embora sejam mencionados 2 grupos em especial como recebendo o encargo de julgar, deve ficar claro que todos os salvos participarão dessa obra de julgamento. Vejamos o que diz Paulo em I Coríntios 6:2 e 3: "Ou não sabeis que os santos hão-de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois acaso indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que haveremos de julgar os próprios anjos (no caso, os anjos caídos) ; quanto mais as coisas desta vida?". Portanto, durante os 1.000 anos, Jesus e os salvos hão-de julgar Satanás, os demónios e os ímpios; não para se determinar se eles vão se salvar ou se perder. De forma alguma; os que tiverem suas vidas examinadas por esse juízo milenar já estarão perdidos. Tal julgamento terá como objetivo fixar a exata punição de cada um dos não-salvos, pois a duração do sofrimento e sua própria intensidade hão-de variar segundo a quantidade de conhecimento da verdade que o indivíduo possuía e segundo a quantidade de pecados que praticou (ver Lucas 12:47 e 48 e Jeremias 17:10), e esclarecer para os salvos porque os ditos ímpios não se salvaram. Esse julgamento servirá para reivindicar a justiça de Deus e garantirá a estabilidade eterna da criação.

RESUMO :

6 - ACONTECIMENTOS APÓS OS 1.000 ANOS.
Findando os 1.000 anos, Jesus e os salvos voltarão à terra e descerão sobre o monte das Oliveiras. Ver Zacarias 14:4 e 5. Nesse momento, o Olivete se fenderá em 2 partes, formando-se assim um grande vale. Então descerá também a grande capital do novo reino, a cidade santa, a Nova Jerusalém: "Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo." Apocalipse 21:2. Ver também os versos 9-11. Ela repousará exatamente sobre o vale formado pela divisão do monte da Oliveiras.

Com o término dos 1.000 anos, ocorrerá a segunda ressurreição, da qual participarão todos os ímpios que já existiram sobre a terra. Com esse acontecimento, Satanás será liberto de sua prisão, pois terá a quem tentar. Assim se expressou o Revelador: "Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto de sua prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-los para a peleja. O número desses é como a areia do mar." Apocalipse 20:7 e 8. Pense bem nisso, prezado leitor, todos os pecadores impenitentes da história terrestre reunidos. Um poderoso exército, o maior já reunido sobre a face da terra, sob a liderança do mais terrível de todos os generais, o arqui-inimigo de Deus, o iniciador da rebelião. Procure imaginar! Ali estarão os grandes reis e imperadores do passado que, desfrutando de seu poder, preferiram mais a glória do mundo do que a glória de Deus. Os maiores guerreiros da História ali estarão para emprestar suas habilidades ao senhor das potestades do mal. Hitler, por exemplo, um dos piores homens que o mundo já conheceu, ali se encontrará para auxiliar seu mestre nesse último projeto satânico: tomar a santa cidade de Deus. É isso mesmo! Ele tentará tomar de assalto a cidade eterna. Vejamos a descrição que João faz dessa derradeira batalha: "Marcharam então pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida." Apocalipse 20:9, primeira parte. Mas, nesse momento, Jesus Se assentará em Seu grandioso trono branco e fará chover fogo e enxofre sobre as hostes congregadas dos ímpios. Eis as palavras do apóstolo amado: "Desceu, porém, fogo do céu e os consumiu." Verso 9, última parte. O apóstolo Pedro descreve a mesma realidade com as seguintes palavras: "Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão-de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão." II Pedro 3:10-12. O fogo e o enxofre procedentes do céu, destinados a destruir os ímpios, transformarão a terra numa verdadeira bola chamejante; tal fogo purificará a terra de toda marca e contaminação do pecado e então Jesus criará uma nova atmosfera, uma nova vegetação, novos rios e novos animais. Leiamos juntos o que diz Apocalipse 21:1: "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.". Vejamos também o que diz Simão Pedro sobre o assunto: "Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça." II Pedro 3:13. Aí está a mais pura verdade! Depois de exterminar pecado e pecadores do Universo, Deus fará para nós um novo céu e uma nova terra! Não haverá mais um terrível inimigo a nos assediar! Todo o pecado terá ficado para trás! Deixemos que o bondoso vidente de Patmos nos descreva, com suas próprias palavras, como será esse lar edénico: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." Apocalipse 21:4.

Quão lindo será! Teremos Jesus ao nosso lado! Não haverá mais doenças, como o câncer ou a AIDS para afligir os filhos de Deus; nem mesmo uma simples gripe tirará o brilho daquele lar eternal. As flores e as folhas não mais murcharão, pois nesse novo mundo de Deus, a morte não existirá. Pense bem, querido leitor, um mundo sem poluição, sem violência, sem fome, sem discriminação, enfim, perfeito. Leiamos as palavras do profeta Isaías sobre essa nova terra: "O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como boi; pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o Meu santo monte, diz o Senhor." Isaías 65:25. É maravilhoso demais, não acha?!? E mais! A própria cidade santa, a capital do Universo, estará aqui! Deus fará deste planeta a Sua morada. "Mas, por quê?", indagarão alguns estupefactos. Porque um dia, o Filho de Deus, o Soberano do Universo, o Senhor dos céus e da terra, Se fez homem e Se tornou um de nós. Jesus é nosso! E nosso será para toda eternidade. Prezado irmão, Deus tem tudo isso e muito mais preparado para cada um de nós. Agora mesmo, Ele está dirigindo um convite ao seu coração. Por que não se entregar aos incomparáveis encantos de Cristo? Saiba, Ele morreu por você e está esperando sua aceitação! Aceite-o hoje mesmo como o seu Salvador pessoal e comungue conosco da bem-aventurada esperança do crente, o breve regresso do Senhor! Que o Espírito Santo possa tocar em seu coração, ajudando-o a tomar a mais importante decisão de toda a sua vida! Que Deus o abençoe! Amém!

24 de março de 2012

Espírito de Profecia - Estrutura Profética


Iremos estudar a estrutura profética de alguns livros do Espírito de profecia, nomeadamente, aqueles que, a nosso ver, são os mais pertinentes: 1º- O Grande Conflito; 2º- Primeiros Escritos. Para o efeito iremos passo a passo aos acontecimentos finais, tal como são descritos pela mensageira do Senhor para que assim possamos ver o paralelo entre ambos os livros. Na verdade, o conjunto da obra escrita sob esta nomenclatura, não é e nem podia ser diferente dos escritos daqueles que existiram no passado distante. Pois “nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca dos seus profetas e apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos Testemunhos do Seu Espírito. Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao Seu povo a respeito da Sua vontade e da conduta que este deve ter”. Tal como referimos, iremos colocar os acontecimentos tal como estão relatados nestes dois livros - Primeiros Escritos e o Grande Conflito – para uma visão mais precisa da narrativa dos referidos acontecimentos. A este propósito iremos retomar o início da supremacia papal, ou seja, o começo do tempo profético de 1260 dias/anos.
Supremacia Papal
Quando é que esta teve o seu início? Como já vimos acima, esta teve como ponto de partida o ano 538 e prolongou-se até 1798. A mensageira do Senhor comenta os seus efeitos no livro Primeiros Escritos, pp. 210-228; no O Grande Conflito, do cap. 3 ao 16, pp. 43 a 214. (Aqui fala dos 1260 anos, incluindo neles temas como: a Reforma Protestante, a Grande Apostasia, etc).
Aqui abramos um parêntesis: - O livro - O Grande Conflito – no princípio, não era tal como o conhecemos hoje, era diferente. Este livro conheceu um desenvolvimento, pois ele não é mais nem menos do que o produto final de todo um processo. A mensageira do Senhor teve a sua primeira visão, no que ao - O Grande Conflito - respeita, em 1848. Nada escreveu nesta data, mas recebeu uma visão que lhe deu uma panorâmica do conteúdo que compõe este livro. A 14 de Março de 1858, no Estado de Ohio, teve outra visão concernente ao Conflito dos Séculos – conflito entre as forças da justiça e as do mal – desde a queda de Satanás do Céu até à nova Terra; esta visão durou cerca de duas horas. Após esta visão começou a escrever e, como resultado escreveu um pequeno livro que se chamou - Spiritual Gifts (Dons Espirituais), vol. I.196
O livro - Spiritual Gifts - é um livro pequeno se o compararmos com o - O Grande Conflito. No primeiro, a mensageira do Senhor, escreveu, a traços largos, a grande controvérsia entre as forças do Bem e as do Mal. Com o decorrer do tempo, a opinião foi-se generalizando de que era necessário ampliar este livro. Assim sendo, começou a recolher alguns artigos que tinha escrito anteriormente noutras publicações; começou a escrever o que Deus lhe tinha revelado desde a primeira visão e outras visões e o resultado foi ter escrito um livro completo, de maior amplitude, o qual teve o título de Espírito de Profecia vol. IV. Se desejarmos ver a síntese do Conflito dos Séculos, tal como foi escrita, originalmente sob o título – Spiritual Gifts (Dons Espirituais) – esta encontra-se relatada na parte final do livro Primeiros Escritos, pp. 129-295. Estes são 4 volumes do Espírito de Profecia, que mais não são do que os predecessores dos 5 livros da série Grande Conflito. Tudo isto foi publicado em 1880. E, no ano de 1888, finalmente, foi terminado o livro – Conflito dos Séculos ou - O Grande Conflito -, tal qual existe hoje. Fechamos aqui o parêntesis
É muito importante tomarmos tudo isto em conta. Assim, o livro Primeiros Escritos, dedica quantas páginas ao tema da supremacia papal? Cerca de 18 páginas (pp. 210-228). No entanto, sobre este mesmo tema, o livro - O Grande Conflito - dedica muitas mais páginas (do cap. 3 ao 16, pp. 43-214). O livro – Primeiros Escritos – foi escrito muito cedo no ministério de Ellen White. O livro – O Grande Conflito – foi escrito muito mais tarde no seu ministério quando tinha mais luz e mais conhecimento e, por esta razão, este período no – O Grande Conflito – cobre muito mais tempo.
A Queda do Papado
Quando é que o papado caiu? Como vimos acima, no final dos 1260 anos, ou seja, no ano de 1798. No livro – Primeiros Escritos – nada é dito, enquanto que no – O Grande Conflito - sim. Neste livro, cap. 15, na pp. 215 à 232, aborda o golpe mortal que ministrou o exército de Napoleão ao poder papal. O título deste capítulo 15 é “A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa”. Na verdade, porque é que este tema não é mencionado no livro – Primeiros Escritos? Pela simples razão de não possui luz e conhecimento que Deus lhe deu. Assim, no livro - O
Grande Conflito – temos a ferida mortal que foi infligida ao papado.
O Surgimento dos Estados Unidos
Convém recordar aqui a sequência que se analisou no livro do Apocalipse. O que é que vimos? Em primeiro lugar, vimos a guerra no céu; em segundo lugar, a guerra no Antigo Testamento, com as bestas de Daniel; em terceiro lugar, a guerra quando Cristo nasceu. E sob que Império é que Cristo nasceu? Claro, sob o Império Romano. Depois deste ter caído surge o período profético dos 1260 anos. Logo após este ter terminado, levantou-se da Terra uma besta, um poder que tinha algumas particularidades interessantes: 1- tinha chifres semelhantes aos de um cordeiro; 2- falava como o dragão. Esta besta/poder, representa, como vimos, os Estados Unidos da América. Assim sendo, não surpreende encontrar, nos capítulos seguintes do livro – O grande Conflito – e nos – Primeiros Escritos – a menção dos Estados Unidos – o seu papel na profecia. Será que esta referência nos deve surpreender? Pensamos que não. E porquê? Pela simples razão de que a estrutura do Apocalipse indica claramente que assim deveria ser.
Assim no livro – Primeiros Escritos – encontramos este tema nas pp. 229 – 269. Quantas páginas? Cerca de 40. Mas, no livro – O Grande Conflito - o tema começa na p. 233 e prolonga-se até à 451, ou seja, todo o capítulo 3 até parte do capítulo 4. Será que os Estados Unidos são importantes na profecia? Fala dos Mileritas, dos 2300 dias; do santuário; do estado dos mortos, etc. Fala, primordialmente, até à p. 451 do papel dos Estados Unidos na proclamação da profecia dos 2300 dias. Fala também do ano de 1844 e de como se originou a mensagem neste país. Segundo a estrutura do Apocalipse, qual será o seguinte passo? Depois que a Terra ajuda a mulher, ou seja, esta Terra onde se proclama a mensagem de Deus, a qual será diferente. Agora, levanta-se, de novo, a perseguição movida, inspirada pelo dragão contra a Igreja e o seu remanescente – período que corresponde à cura da ferida mortal da besta. Podemos perguntar-nos por que razão estamos a proceder desta forma? Mais tarde, quando abordarmos o capítulo 11 de Daniel, toda esta estrutura revelar-se-á tremendamente útil, pois é de vital importância ter presente este contexto.
No livro – Primeiros Escritos – a mensageira do Senhor não menciona directamente a ferida curada da besta. No capítulo “Os pecados de Babilónia”, p. 273 existem certas indicações, indícios, mas nada de tão elaborado como no livro – O Grande Conflito. Neste livro, a começar na p. 453 até à 484, (cap. 35 ao 37), é abordado o tremendo crescimento do poder de Roma papal. A ferida é sarada e assim vai recuperando, paulatinamente, o seu antigo poder para que a profecia bíblica se possa cumprir, na medida em que esta última refere que este poder recuperará totalmente a sua supremacia. Em abono da verdade, estes capítulos falam da cura da ferida mortal.
A Conquista do Mundo pelo Papado
Será que este poder conquistará todo o mundo quando a sua ferida mortal for, finalmente, curada? Segundo o que se encontra nas Escrituras, a nossa resposta só pode ser afirmativa. Na verdade, em função do quanto está preconizado em função da cura da sua ferida mortal, quantos se “maravilharam após a besta”? A resposta é muito clara: - “(…) e toda a terra se maravilhou após a besta” – Apocalipse 13.3. Através desta pincelada colorida, não teremos dúvidas de que o papado recuperará o seu domínio mundial. Na idade Média onde é que o papado consolidada o seu poder? Sem dúvida que era na Europa. Mas, no final da História, segundo as Escrituras, onde é que este manifestará o seu poder. Igualmente, não temos qualquer dúvida que será em todo o mundo, em toda a Terra – cf. Apocalipse 13.8; 17.2; 18.3.
Nos Primeiros Escritos, a mensageira do Senhor não menciona como o papado despertará para conquistar o mundo; mas, se lermos - O Grande Conflito, da pp. 453 à 484 - descobriremos que aqui diz claramente que este poder sentar-se-á, novamente, no trono do mundo, por ter conquistado o mundo inteiro, à excepção do remanescente de Deus. Isto é muito importante, pois poderemos imaginar o cenário que, de certa maneira nos ultrapassa – todo o mundo liderado por este poder – menos o remanescente de Deus!

22 de março de 2012

Os Inspiradores Oráculos dos Profetas


Onde quer que os sacerdotes levíticos começaram a confiar nas cerimónias dos santos rituais propriamente ditos, não vendo a mensagem divina nelas, e perdendo o incentivo e motivação para a verdadeira obediência moral ao concerto, então o serviço do santuário de Israel se tornava distorcido e objectável a Deus, e Ele reagia enviando Seus profetas com mensagens especiais para os sacerdotes e seu ritualismo objectável. Os livros proféticos do Antigo Testamento repetidamente testificam da pecaminosa negligência de Israel de andar humildemente com Deus e perfeitamente com os seus companheiros de concerto.

No século oitavo AC, o profeta Miqueias, um contemporâneo de Isaías, dirigiu-se à Jerusalém com algumas questões específicas em nome de Yahweh: “Povo meu, que te tenho feito? E com que te enfadei? Responde-me! Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti Moisés, Arão e Miriã. Povo meu, lembra-te, agora, do que maquinou Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, e do que aconteceu desde Sitim até Gilgal, para que conheças os atos de justiça do SENHOR.” (Miq. 6:3-5).
Miqueias desafiou o cerimonialismo morto e o materialismo pecaminoso de Jerusalém, anunciando o julgamento de destruição total da cidade santa e seu Templo (3:9-12). Contudo, esta mensagem de julgamento implicava no apelo divino para o arrependimento e retorno Deus de todo coração e alma. O profeta relembrou à escolhida nação de sua grande redenção do Êxodo. Relembrou os atos justos e salvadores de Yahweh! Isto poderia desmascarar todos os atos rituais como um esforço para expiar seus pecados como uma tentativa fútil. Até mesmo o sacrifício de um primogénito não poderia tirar o pecado! “Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogénito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.” (Miq. 6:6-8).
Com este apelo desafiador os profetas proclamaram suas mensagens de julgamento a uma nação complacente, se era Amós e Oseias no reino do norte, ou Isaías, Miqueias, Jeremias, Ezequiel, no reino do sul. Em dramáticas e emocionantes exibições eles revelaram à nação escolhida a rejeição divina de um culto religiosos formal que tolerava e desculpava o pecado. Onde o serviço sacrifical falhava em purificar à nação de injustiça social, auto-glorificação e justiça pelas obras, os profetas por ordem de Deus eram chamados para sustentar o padrão da perfeição e santidade sacerdotais.
Isaías, com seu poder e brilho poético, reitera os pré-requisitos morais originalmente sustentados pelos sacerdotes: “Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas? O que anda em justiça e fala o que é reto; o que despreza o ganho de opressão; o que, com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno; o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal, este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas. Os teus olhos verão o rei na sua formosura, verão a terra que se estende até longe.” (Isa. 33:14-17).

O Yahweh de Israel é um Deus santo, assim como também Ele é um Deus misericordioso e gracioso. Ele não pode e não tolerará pecado na nação escolhida por Sua graça. A ira de Deus foi derramada sobre uma Judá não arrependida através do exílio babilónico, que veio em três estágios intensificados (605, 597, 586 AC).
Após o segundo estágio (597 AC), 10.000 “todos os príncipes, homens valentes” foram levados cativos (2Reis 24:14), entre os quais estava o sacerdote Ezequiel. Os exilados judeus começaram a usar um provérbio que acusava seus pais de pecados pelo que eles tinham de levar a penalidade: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” (Eze. 18:2). Contra esta tendência de pensamento entre os cativos de Babilónia, que prevenia qualquer aceitação de culpa pessoal e portanto de verdadeiro arrependimento, Ezequiel teve que falar: “A alma que pecar, essa morrerá” (18:4).

Estudo de Apocalipse 16 - A Porta da Graça


Neste capítulo (Ap. 16) encontramos descrita a sequência do fecho da Porta da Graça, assim como descreve a ira de Deus, a qual foi ventilada em Apocalipse 14.19,20. As pragas são, na verdade, a consumação da ira de Deus – Apocalipse 15.6,7. Como já é do nosso conhecimento, as pragas são a expressão visível da ira de Deus. E quando estas começarem a cair, em crescendo, a quem serão imputadas as culpas? Aos filhos de Deus que se encontram, obviamente, em Jerusalém. Não a cidade da Palestina, mas sim da Jerusalém global, pois na fase final da história desta Terra, esta é de âmbito mundial. Jerusalém estará onde existirem judeus; mas estes, hoje em dia, são unicamente todos os seres humanos, estejam onde estiverem – os que aceitam Cristo. Assim sendo, o Monte Sião é mundial e os seus inimigos também, forçosamente, o são – mundiais.
Neste capítulo são descritas, por ordem, as últimas pragas – da 1ª à 7ª. Existem certos aspectos inerentes às pragas que o vidente de Patmos quer enfatizar o que não fez no capítulo anterior. Este capítulo tem o propósito de dar a sequência das pragas, tal como encontramos, por exemplo, no relato da Criação – Génesis 1 – cujo propósito é de dar sequência dos dias da Criação. No livro do Génesis, depois de dizer: 1º dia, 2º dia, etc., o autor precisa de explicar do quanto se passou durante a semana da Criação. Contrariamente ao que muitos crêem, inerentemente ao capítulo 2 do Génesis não se trata de um outro relato da Criação, ou dois actos criativos,188 mas simplesmente o detalhe do que anteriormente foi feito e dito de uma forma sintética. Portanto, o autor apresentou a sequência da Criação e, de seguida, irá explicar como foi o homem criado, assim como a mulher, as árvores do jardim, ou ainda dar a conhecer como foi que este primeiro casal desobedeceu ao seu Criador e pecou. A mesma forma de proceder encontramos no livro do Apocalipse.

14 de março de 2012

A PALAVRA DE DEUS É UM FAROL NO MEIO DA ESCURIDÃO

O resultado da rebelião contra Deus se voltando para os maus espíritos é um estado de escuridão, tal como descrito em Isaías capítulo 8:

“E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e será que, tendo fome, e enfurecendo-se, então amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. E, olhando para a terra, eis que haverá angústia e escuridão, e sombras de ansiedade, e serão empurrados para as trevas” (Isaías 8:21-22).
Quando o povo dos dias de Isaías se afastou de Deus, eles procuraram o conselho de ídolos e forças demoníacas para orientá-los. Os pareceres desses seres estavam mais em harmonia com o que seus corações pecadores queriam ouvir. Mas essas forças estão elas mesmas acorrentadas na escuridão por causa de sua rebelião contra o Senhor:

“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo” (2 Pedro 2:4).
Pedro está usando uma linguagem simbólica; Os anjos caídos estão acorrentados por sua rebelião, eles não podem mais se arrepender, nem têm qualquer desejo de fazê-lo. Eles não estão, literalmente, acorrentados, mas estão em escuridão espiritual, aguardando o julgamento final. Se Deus lhes desse um milhão de anos eles não iriam mudar. Portanto, aqueles que os consultam também acabarão em rebelião contra Deus e em estado de escuridão.

13 de março de 2012

PROFETAS SONHOS E VISÕES

É a mensagem do profeta. Também dom espiritual – capacitação sobrenatural para edificação da família de Deus. Quem tinha esse dom anunciava verdades novas ao povo de Deus ou o desafiava com verdades escriturísticas (1Co 14.1-5)
O vocábulo profecia aparece 30 vezes na bíblia de 2Crônicas à Apocalipse.
Profeta
É porta-voz de Deus, que recebe uma mensagem da parte de Deus e proclama a um grupo específico de ouvintes. O vocábulo profeta aparece 469 vezes na bíblia de Génesis à Apocalipse. Deus fala com seus servos, os profetas (Amós 3:7), através de sonhos e visões.

Visões
Aos profetas Deus falou ‘de vários modos’, revelando o maior número de vezes a Sua verdade, pela realização daquele estado sobrenatural das faculdades sensitivas, intelectuais e morais, a que as Escrituras chamam visão. É nesse estado que coisas longínquas, quanto ao tempo e ao lugar, ou meras representações simbólicas dessas coisas, se tornaram para a alma do Profeta vivas realidades, e, como tais, ele as descreve. Por esta razão as predições proféticas se chamam muitas vezes ‘visões’, isto é, coisas vistas, dando-se aos profetas o nome de ‘videntes’ (2 Cr 26.5 – is 1.1 – ob 1 – Hc 2.2,3 – etc.). Quanto às visões do N.T., *veja Mt 3.16 – 17.1 a 9 – At 2.2,3 – 7.55,56 – 9.3,10,12 – 10.3,19 – 16.9 – 18.9 – 22.17,18 – 23.11 – 2 Co 12.1 a 4.

Falsos Profetas
Quanto aos falsos profetas, Jesus disse em Mateus 7:15-20:
Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

Observe a conduta de quem se diz profeta de acordo com as obras da carne mencionadas em Gálatas 5:19-21:
Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

Nem sempre Deus deu sonhos proféticos aos profetas. Outras pessoas que não tinha nenhuma ligação com profecias sonharam com o futuro, e precisaram que um servo de Deus para interpretar seus sonhos. Os mais conhecidos são: Faraó do Egito, nos dias de José, filho de Jacó e Nabucodonosor, com o sonho da estátua que não somente foi interpretado como foi também revelado por Daniel.

Profecias bíblica – mensagens de Deus
■A profecia não foi originada pelo homem mas enviada por Deus. A Bíblia diz em 2 Pedro 1:21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.”
■A profecia diz-nos exatamente o que vai acontecer no futuro. A Bíblia diz em Isaías 42:9: “Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas coisas eu vos anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.”
■Deus revelou os Seus planos aos profetas. A Bíblia diz em Amós 3:7: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.”

12 de março de 2012

A Besta e o Anticristo em Daniel e no Apocalipse

O livro de Daniel é conhecido como o Apocalipse do Antigo Testamento. Na realidade o Apocalipse é apenas o complemento e a ampliação das profecias de Daniel. Dificilmente, portanto, um poderá ser entendido sem o auxílio do outro. É in dispensável que se atente para a perfeita harmonia entre os dois livros, na referência ao poder anticristão representado por Roma.

Ambos fazem menção ao mesmo poder. Vamos analisar as quatro dimensões mencionadas no texto referido de Daniel 7:25, que caracterizam sem nenhuma dúvida o poder religioso assentado em Roma, comparando-as com suas similares do livro de Apocalipse.

A primeira delas trata das blasfémias: E proferirá palavras contra o Altíssimo... (Daniel 7:25). E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfémias... E abriu a sua boca em blasfémias, contra Deus, para blasfemar do Seu nome, e do Seu Tabernáculo, e dos que habitam no céu (Apocalipse 13:5-6). Então tive vontade de conhecer a verdade sobre o quarto animal que era diferente de todos os outros, muito terrível... e também das dez pontas que tinha na cabeça, e da outra que subia, de diante da qual caíram três... que tinha olhos e uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que o das suas companheiras (Daniel 7:19-20). O qual se opõe, e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, que rendo parecer Deus (II Tessalonicenses 2:4).

Primeiramente é necessário que se conceitue o verdadeiro significado da palavra blasfémia. Note-se o esclarecedor relato bíblico, quando Jesus Se dirigiu a alguém, perdoando os seus pecados: E, vendo Ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus? (S. Lucas 5:20-21).

Ora, segundo eles, Jesus blasfemava porque pretendia perdoar pecados. Em outra ocasião, novamente Jesus foi acusado pelos judeus de blasfemar: Os judeus responderam, dizendo-Lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfémia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo (S. João 10:33).

Jesus podia e pode só Ele, perdoar pecados, porque Ele é Deus. Os judeus não O aceitavam como tal e por isto o acusavam de blasfémia. E o poder humano estudado que se arroga o direito de perdoar pecados e considerar-se no lugar de Cristo, como Seu substituto?

O dicionário Aurélio, já mencionado, conceitua a palavra blasfémia como palavras que ultrajam a divindade ou a religião.

A seguir registraremos algumas das absurdas e assombrosas afirmações papais, em que o poder anticristão manifesta a sua pretensão blasfema de ocupar o lugar de Deus, na Terra:
THE TRIPLE CROWN
The Pope's Tiara, from a photograph taken in the Vatican at Rome.
Há, no Direito Canónico, uma proposição que afirma, claramente: O papa romano não ocupa o lugar de um mero homem, senão o do verdadeiro Deus neste mundo (Direito Canónico C. 3, x de translat. e Piso 1,7., referi do em Testemunhos Históricos, p. 430).

Sobre a mesma pretensão, outra referência: Em uma passagem que faz parte da lei canónica romana, o papa Inocêncio III declara que o pontífice romano é o representante sobre a Terra, não de um mero homem, senão do próprio Deus ; e em uma interpretação da passagem se explica que isto é porque ele é o vigário de Cristo, que é o mesmo Deus e o mesmo homem (Decretal D. Gregor. Pap. IX lib. l de translat. Episc. Tit. 7 cap. 3 Corp. Jur. Canon, Ed. Paris, 1.612). O papa Pio X autorizou a codificação em lei canónica em 1.904 e o código resultante entrou em vigor em 1.918.

Senhor Deus o Papa . As palavras Dominum Deum Nostrum Papam (Nosso Senhor Deus o Papa) ocorrem nas Extravagantes do papa João XXII, coluna 153. (O Conflito dos Séculos, p. 153, edição de 1.968).

O pontífice romano foi constituído juiz no lugar de Deus, lugar que ele ocupa como vice-regente do Altíssimo (Simaco, papa de 598 a 614 in THIELE, Edwin R., Daniel Esboço de Estudos, p. 66).

O papa é Deus, porque é vigário de Deus (Inocêncio III, papa de 1.198 1.216). Ocupamos na Terra o

OS SETE SELOS DO APOCALIPSE

A Grande Meretriz – A Igreja Católica

9 de março de 2012

Pedro Não Foi o Primeiro Papa

Postado por O Terceiro Anjo
Uma das invenções do papado para legitimar a sua pretensão blasfema de representante de Deus na Terra é a de que ele é o sucessor de São Pedro, que teria sido o primeiro bispo de Roma, ou seja, o primei ro papa. A igreja de Roma se diz edificada sobre Pedro, que seria a pedra basilar colocada por Jesus Cristo, segundo Sua Palavra. Isto é um grande equívoco. Pedro ou qualquer outro homem não poderia jamais ser a pedra de esquina sobre a qual a Igreja seria edificada. Esta pedra é Jesus, a Rocha Eterna.

Tal engano origina-se da incorreta compreensão do texto do Evangelho de S. Mateus, 16:13-23.

Nele é relatado que as pessoas especulavam a respeito de Quem seria Jesus. Por causa das opiniões variadas, o Mestre perguntou aos Seus discípulos Quem eles achavam que Ele era. E Si mão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas Meu Pai, que está nos céus. Pois também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na Terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos céus (S. Mateus 16:16-19).

Ao fazer tal declaração Jesus usou um trocadilho: a palavra grega com que Se referiu a Pedro é petros , que significa pequena pedra , pedrinha , seixo ou calhau . E a pedra sobre a qual Ele afirmou seria edificada Sua Igreja, é petra , que quer dizer grande pedra, rocha .

Isto está em harmonia com a palavra dos profetas e dos apóstolos, ao referir-se a Jesus, o Messias e Salvador. A rocha, sobre a qual seria edificada a Igreja é a declaração de Pedro, reconhecendo em Jesus o Messias, o Filho de Deus.

O próprio Pedro reconheceu ser Jesus esta pedra, ao escrever muitos anos depois: Se é que já provastes que o Senhor é benigno. E, chegando-vos para Ele pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores re provaram essa foi a principal de esquina (I S. Pedro 2:3-4, 6-7).

Inúmeros outros textos nas Escrituras confirmam ser Jesus esta pedra.

A declaração de que as portas do inferno não prevalecerão sobre Sua Igreja é a clara afirmação da sua vitória sobre a morte e a sepultura (do grego hades = inferno), por ocasião da ressurreição dos justos.

As chaves do reino dos céus que Ele prometeu a Pedro são as mesmas que Ele promete a todo aquele que nEle crê e que aceita o Seu sacrifício: o conhecimento das verdades do Evangelho Eterno, que conduzem ao Salvador e à salvação.

É absurda a ideia de que Jesus pudesse comissionar alguém para ser uma espécie de porteiro do reino dos Céus. O Evangelho Eterno, que Pedro e todos os outros discípulos de Jesus, em todos os tempos haveriam de pregar é que é a norma de conduta e de juízo. Os que O aceitas sem estariam ligados nos céus e os que O rejeitassem estariam desligados nos céus.

Igualmente, é interessante lembrar-se que, imediatamente após as palavras que Jesus dirigiu a Pedro, Ele o repreendeu severamente.

Eis o relato, quando Jesus anunciou-lhes que em breve deveria padecer, morrer e ressuscitar ao terceiro dia: E Pedro, tomando-O de parte, começou a repreendê-Lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-Se, disse a Pedro: Para trás de Mim, Satanás, que Me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens (S. Mateus 13:22-23).

Algum tempo depois, Pedro O negou por três vezes, fato bastante conhecido. Estes fatos são lembrados para mostrar que Pedro era um homem comum, sujeito às quedas, não podendo ser o esteio de uma obra sagrada como a edificação da igreja de Deus, prerrogativa unicamente de Jesus.

Além do mais, Pedro nunca rei vindicou a primazia entre os discípulos, sendo que o primeiro concílio da cristandade, realizado em Jerusalém, foi presidido por outro apóstolo, Tiago. E, mais, Pedro jamais foi bispo de Roma, porque jamais residiu naquela cidade, estando ali apenas no fim da sua vida, por ocasião da sua morte, quando comparou a ímpia cidade com a antiga e idólatra Babilónia (I S. Pedro 5:3).

Finalmente, foi somente quase quatro séculos depois de sua morte que Pedro foi declara do papa. O primeiro que proclamou esta ideia foi Leão I, o mesmo que afirmou absurdamente: A dignidade de Pedro não sofre diminuição por in digno que seja seu sucessor (CORREA, Irão (Padre), Biografias dos Papas, p. 103). Esta afirmação bem denota o conhecimento do seu autor a respeito do caráter das pessoas a quem se referia.

Conclusão - O Selo de Deus e o Sinal da Besta

Postado por O Terceiro Anjo | | Editar postagem
Ao concluir este trabalho, voltamos a afirmar que não é nosso objetivo ofender os que professam a fé católica, ou qualquer outra fé. Muito pelo contrário, reconhecemos que multidões de católicos sinceros amam e servem a Deus com o conhecimento que têm.

E não temos dúvida de que o seu culto e adoração são aceitos por Deus, que os ama com amor sublime e infinito e conhece a motivação do seu coração. Igualmente podemos afirmar, na presença do Criador, que nos sa consideração por eles é a de um verdadeiro irmão, que serve e ama ao mesmo Pai.
O nosso propósito, verdadeiramente, é alertar a todos para o último convite do Pai Celestial para que saiam da Grande Babilônia, por que se aproxima o dia de sua queda e subversão. Então, os que nela permanecerem serão com ela destruídos e participarão das suas pragas.

Os conceitos emitidos no presente estudo não são pessoais e particulares do autor, ou inventados por ele, que simplesmente deu-se ao trabalho de abrir as cortinas da História, dela retirando textos para compará-los com a inspirada profecia bíblica.

Portanto, ao chamar a atenção para o personagem central deste trabalho, fazemos um convite a que todas as pessoas façam uma comparação entre Jesus Cristo e o papa. Não apenas o papa anterior, João Paulo II e o atual Bento XVI, mas com todos os papas, especial mente os do período medieval.

Jesus afirmou que o Seu Reino não é deste mundo e em todas as ocasiões manifestou um espírito de perdão, tolerância e compreensão para com os pecadores, mesmo no mo mento em que estava sendo crucificado.

Jesus foi o Modelo de humildade, ensinando que mesmo os inimigos devem ser amados e abençoados e que o mal deve ser pago com o bem. Sendo Ele o Rei dos reis, tendo deixado a adoração dos anjos e do Universo, não tinha aqui nem onde reclinar a Sua cabeça. Isto para ensinar preciosas lições para os Seus filhos.

Sendo infinitamente rico e poderoso, fez-Se pobre e frágil. Lavou os pés de Seus discípulos para mostrar-lhes como deveriam relacionar-se e ter consideração uns com os outros. Então, ao invocar as figuras profanas, cruéis, devassas, altivas e despóticas de tantos pontífices, o que dizer quando se afirma que eles pretendem ser o Seu substituto aqui na Terra? O que dizer do sangue derramado de centenas de milhares de pessoas em nome do misericordioso Príncipe da Paz? E o que dizer, ainda, do fausto, do luxo e das riquezas acumuladas pela sua ambição desmedida a custo de lágrimas e sangue? Se riam estas pessoas dignas representantes de Jesus Cristo? Todas estas perguntas ficam como reflexão para o leitor, que dará no seu íntimo a resposta para cada uma delas.

O Cardeal polonês Karol Wojtila, o papa que por mais de duas décadas ocupou o trono pontifício com o nome de João Paulo II, foi um homem de grande carisma e simpatia pessoais. Ele possuía todas as qualidades que o capacitavam a atrair a atenção mundial para si, o que realmente aconteceu. Ele pregava a paz e o entendimento entre os povos. Ele irradiava uma aparência de santidade e correção moral. Não temos nenhuma dúvida em afirmar que Deus amava o cidadão Karol Wojtila. Ao mesmo tempo, porém, não temos nenhuma dúvida em afirmar que Deus aborrecia o papa João Paulo II. Isto porque ele desviou multidões milhões de pessoas da salvação, fazendo-as descansar numa falsa segurança que as induzia, como o faz o atual papa e todos os seus antecessores, à indiferença e à incredulidade.

Os falsos ensinamentos que Roma colocou em lugar das verdades pervertidas ao Evangelho Eterno desviam as pessoas do caminho da salvação. O Cristianismo é imutável e somente ele, como foi instituído por Jesus Cristo, possui os princípios que preparam os homens para o Reino de Deus.

É importante, fundamental, que se saiba que catolicismo não é Cristianismo. Catolicismo é, antes de tudo, anticristianismo. O convite terno e urgente do Pai Celestial aos Seus filhos sinceros que O amam e são por Ele amados é: Saí dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas (Apocalipse 18:4).

Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Ele não olha para a aparência exterior, mas para o coração. Ele não faz, também, acepção de pessoas. Está escrito: Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos (Atos 17:30-31). Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (I Samuel 16:7). E abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e obra o que é justo (Atos 10:34-35).

Existem pessoas que amam mais à igreja ou outras coisas do que a Jesus. Estas, segundo as Suas palavras, se não as deixarem, não são dignas dEle. Existem pessoas que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.

Existem, mesmo, pessoas que estarão dispostas até a matar os ser vos de Deus, cuidando estar prestando um serviço a Ele. Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nEle, mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus (S. João 12:42-43). Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após Mim, não é digno de Mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de Mim achá-la-á (S. Mateus 10:37-39). Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus (Romanos 10:2-3). Vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a Mim (S. João 16:2-3).

No passado, o papado perseguiu e matou as fiéis testemunhas de Deus, jogou a verdade por terra, perverteu os límpidos princípios do Evangelho Eterno e ocupou o lugar de adoração, que somente a Deus pertence.

Hoje, ele ainda se coloca como intermediário entre Deus e o homem, como substituto de Jesus Cristo na Terra, depositário da verdade que perverteu, restaurando e consolidando o seu prestígio e poder perdidos quando a sétima cabeça da besta foi ferida de morte em 1.798.

No futuro, quando a sua ferida de morte que começou a ser restaurada em 1.800 for completamente curada, ele receberá novamente o poder através da imagem da besta que é a nação americana e novamente acenderá as fogueiras da perseguição e da intolerância.

Parece chocante e mesmo absurdo o pensamento de que novamente a intolerância religiosa possa acontecer nos moldes da antiga inquisição, nos dias de hoje, plenos de liberdade religiosa.
Para que os olhos sejam abertos para este fato basta apenas que eles se voltem para o holocausto nazista da Segunda Guerra, para os massacres provocados pelos conflitos étnicos e religiosos na Iugoslávia, Curdistão, Iraque, África, Indonésia e muitos outros lugares, onde milhões de pessoas têm sido trucidados em tragédias genocidas provocadas pela intolerância humana.

E a pior de todas as formas de intolerância manifestada no ser humano é a intolerância religiosa. Esta será acesa de forma tão intensa, brevemente, como nunca houve, desde que existe nação sobre a Terra. Esta afirmação é feita por uma palavra que não mente: a Palavra de Deus. E a causa e início desta tão terrível perseguição por parte da besta e dos seus aliados está ex pressa no capítulo nono desta série, intitulado O Selo de Deus e o Sinal da Besta .
Durante esta perseguição e enquanto ela se verifica é que se dará o mais extraordinário e o mais esperado de todos os acontecimentos de toda a história da humanidade: a volta de Jesus Cristo em glória, nas nuvens do céu, com todos os Seus anjos, quando os mortos justos serão ressuscitados e quando os justos vivos serão transformados, recebendo um corpo semelhante ao de Jesus.

A duração da vida será a mesma da vida de Deus. Não mais existirá egoísmo, pecado, doenças, velhice, cego, aleijado, morte. O coração será transformado e a Lei de Deus estará nele gravada. Cumprir-se-ão todas as promessas de Deus. Jesus será o Grande Rei e único Pastor. Então haverá um único rebanho, uma única e grande família e um só Pastor.

O plano original de Deus ao criar o homem, há seis mil anos passados, foi retomado. Seu propósito cumprido. A Terra, povoada de seres santos, felizes e imortais.

Satanás e todos os ímpios destruídos e deles não restará nem ao menos a lembrança que possa entristecer os habitantes desta Nova Terra. Jesus venceu o Grande Conflito e com Ele os Seus filhos são mais do que vencedores.

7 de março de 2012

Terremotos, princípio das dores, fim ou começo?

Encontramos na palavra de Deus 15 vezes a palavra terremoto e mais quatro vezes a palavra no seu plural, terremotos. Essa palavra por si só já nos assusta não é mesmo? O aumento do número e da intensidade dos terremotos nos últimos anos deveria servir para sacudir também o íntimo dos seres humanos, para que se libertassem ainda em tempo de sua inércia espiritual. Estima-se que ocorram a cada ano cerca de 500 mil tremores em todo o globo, havendo quem fale até de um milhão de sismos, dos quais 100 mil são percebidos pelas pessoas com seus próprios sentidos e pelo menos mil causam danos. No Japão já se registrou, em um único fim-de-semana, uma cadeia de mais de 200 terremotos de intensidade leve e moderada.

Conquanto muitos japoneses considerem isso como uma característica “normal” de seu país, todos esses sismos e também a movimentação dos 86 vulcões ativos do país são na verdade prenúncios de uma catástrofe gigantesca, a qual, ao contrário do que até mesmo pessoas sérias e realistas imaginam, não está reservada a um futuro longínquo. Essa situação de grande insegurança já fora prevista há milénios para toda a humanidade. São considerados grandes terremotos aqueles de magnitude igual ou superior a 6 na escala utilizada. O terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido em 17 de janeiro de 1995 e que foi considerado “o pior dos últimos 70 anos”, apresentou uma magnitude de 7,2 graus na escala Richter. O tremor desta sexta-feira, de magnitude 8,9, foi o sétimo pior na história, segundo a agência americana, e também o pior já registrado no Japão. Em todo o século XIX, ocorreram 41 grandes terremotos, acarretando pouco mais de 350 mil mortes. No século XX, até maio de 1997, já haviam ocorrido 96 grandes terremotos, que provocaram a morte de mais de 2 milhões e 150 mil pessoas. Quando se analisam os terremotos nos últimos dois mil anos, percebe-se claramente que até o século XVI ocorreram poucos ou quase nada de terremotos.

Foi a partir do século XVIII que a coisa aumentou consideravelmente, nos séculos XIX, XX e agora no XXI aconteceu uma explosão de terremotos em várias partes do mundo, fazendo cumprir na íntegra a profecia de Jesus referente a proximidade de Sua volta a este mundo. Realmente, estamos no tempo do fim. Mateus 24:7. Além da frequência aumentada, verifica-se também um crescimento da intensidade dos terremotos, alguns deles tornando-se até momentaneamente famosos em razão da destruição e do número de mortes, como os da Guatemala (um milhão de desabrigados) e da China (750 mil mortos) em 1976, o do México em 1985 e o do Japão em 1995.

Infelizmente, também essas grandes catástrofes acabam sendo esquecidas após um tempo maior ou menor, transformando-se em meras curiosidades históricas. Jesus disse:

“E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão-de passar. E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. Lucas 21:25 a 35”.

É momento de fazer uma profunda reflexão sobre tudo que está acontecendo em nosso planeta, todavia, uma maior reflexão deve ser feita na vida espiritual de cada um. Se Jesus viesse hoje, você estaria preparado?

5 de março de 2012

Realizar-se-ão Casamentos na Nova Terra?

Introdução
A esperança cristã de “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3:13)1 abrange diversas expectativas, tais como: felicidade plena, saúde total, vida eterna, especialmente companheirismo pessoal com Deus. Ao longo dos anos têm surgido pessoas anunciando um “algo mais”, como casamento e procriação entre os salvos, após a segunda vinda de Jesus Cristo. É propósito deste estudo abordar brevemente alguns ensinos referentes ao tema e empreender uma análise do texto bíblico que trata da condição dos salvos após a ressurreição.

Diversas Crenças Sobre a Vida Pós-Ressurreição

O primeiro ponto de vista a ser abordado é o dos saduceus que “declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito”; o segundo é o dos fariseus que “admitem todas essas coisas” (At 23:8). Os fariseus também acreditavam que na vida pós-ressurreição o corpo continuaria a exercer as funções conjugais tal como os maometanos o fazem atualmente.2 Em parte, parece que os fariseus compartilhavam a crença registrada no livro apócrifo Apocalipse de Baruque, que se presume, foi escrito em torno de 100 AD 3: “Pois a terra certamente devolverá os mortos neste tempo; ela os recebe agora a fim de preservá-los, sem mudar nada em sua forma. Do modo como ela os recebeu assim os devolverá. E assim como eu os entreguei assim eu os ressuscitarei”.4
A revelação de Jesus diferia tanto da crença dos fariseus quanto da incredulidade dos saduceus no que se referia à vida pós-ressurreição, pois, conforme Ele declarou, “na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22:30). De um modo geral, os pais da igreja interpretaram as palavras de Cristo semelhantemente, isto é, que após a ressurreição não haveria mais casamento, consequentemente, não haveria mais vida sexual nem procriação.5 Esta é a interpretação da Igreja Católica, bem representada por Tomás de Aquino que afirmou “o matrimónio não subsiste além do tempo desta vida, em que foi contraído”,6 uma posição que ainda é mantida no catecismo católico, “o Matrimónio é uma realidade da figura deste mundo que passa”.7

A bem da verdade é relevante que se destaque que o dualismo grego (corpo-espírito) influenciou diretamente na concepção cristã de diversas crenças, inclusive na da vida pós ressurreição. Sob certo aspecto, é através do corpo que as pessoas se relacionam com o mundo, isto é com a família, procriação, vida económica e política. Por outro lado, o espírito relaciona-se com a religião, a comunidade de crentes, e por fim com Deus, que é espírito. A ênfase sobre o espírito aliena o cristão da presente ordem de coisas.8 Esta concepção dualista forneceu os pressupostos para a crença na qual o sexo e a procriação se originaram como consequência do pecado de Adão. Isto é
exemplificado pelo livro apócrifo de Baruque:

E como tu vistes, as águas negras no topo das nuvens que a princípio vieram sobre a terra; esta é a transgressão que Adão, o primeiro homem, cometeu. Pois quando ele transgrediu, a morte inoportuna passou a existir, passou a se ouvir de murmuração, aflição, e a doença surgiram, o trabalho se efetivou, o orgulho veio à existência, o reino da morte começou a pedir para ser renovado com sangue, iniciou-se a concepção de filhos, brotou a paixão dos pais, a altivez do homem foi humilhada e a bondade foi banida.9
A perspectiva negativista em relação ao sexo, por depender do corpo para se expressar, forjou a crença de que o casamento era um remédio para a morte.10 Como consequência, o ensino de Jesus de que na vida pós-ressurreição não haverá casamento (Mt 22:30) juntamente com Sua declaração de que alguns cristãos “a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus” (Mt 19:12) parecia colocar o celibato acima da condição matrimonial já nesta vida.
A dicotomia corpo-espírito também pode ser vista no livro apócrifo de 1 Enoque, possivelmente escrito entre o terceiro e o segundo século AC.11 Nesta obra os anjos são descritos como seres espirituais, imortais e celibatários: “Na verdade, tu [anjo] inicialmente eras espiritual (tendo) vida eterna, e imortal em todas as gerações do mundo. Foi por isto (inicialmente) que eu não criei esposas para ti, pois a habitação dos seres espirituais do céu é o céu”.12 Como decorrência desta crença, e visto que a morte não tem poder sobre os anjos, estes desconhecem a necessidade de casamento, ou seja, o fato de serem imortais isenta-os da necessidade de se casarem e procriarem.13

A dicotomia corpo-espírito substanciou a exaltação do estado virginal acima do matrimonial.14 Além do mais, o celibato dos cristãos passou a ser visto como uma antecipação no presente da vida pós-ressurreição, semelhante a dos anjos: “Aquilo que seremos, vós já tendes começado a ser. Vós já possuís neste mundo a glória da ressurreição. Vós passais pelo mundo sem o contágio do mundo; pois continuais castos e virgens, por isto sois iguais aos anjos de Deus”. 15

Continuando a exposição das crenças sobre a vida pós-ressurreição, menciona-se a Igreja Luterana do Sínodo de Missouri que seguiu a mesma linha tradicional de interpretação cristã, pois diz, o “casamento faz parte da ordem da criação e constitui umas das estruturas do presente. Na era por vir, tais estruturas não serão mais necessárias e cessarão”.16 Igualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém a explanação conservadora ao declarar que “não haverá necessidade de casamento, porque prevalecerá uma ordem diferente de vida”,17 crença que também é compartilhada pela Igreja Batista.18

Após esta breve abordagem sobre a crença comum de que na vida pós-ressurreição não haverá casamento, relações sexuais e procriação, analisar-se-á alguns pontos de vistas divergentes. Por exemplo, a The New Church ensina que “o verdadeiro casamento perdurará por toda a eternidade” e que os anjos existem como homem e mulher “em cada detalhe” e “todos são felizes, são casados e muito românticos”.19 A The New Church segue os ensinos de Emanuel Swedenborg, um cientista sueco, professor religioso e místico, que nasceu em 1688 e morreu em 1772.20

Swedenborg alegou haver mantido contato com anjos e espíritos que o ajudaram a elaborar os ensinos da New Church.21

Devido a sua relevância para o presente estudo, apresentam-se, a seguir, as palavras textuais do próprio Swedenborg:

Eu já vos demonstrei que há casamentos no céu… Isto não é um assunto de opinião, mas de experiência, que eu tive pela associação com anjos e espíritos…
As pessoas casadas geralmente se encontram após a morte, reconhecem-se, unem-se e vivem juntas por um período de tempo. Isto ocorre no primeiro estágio, quando eles vivem, externamente, do modo como viveram no mundo. Mas gradualmente, à medida que eles se livram das superficialidades e se aproximam do que eles realmente são interiormente, eles descobrem a verdade sobre o seu amor e sua atração, e se podem ou não viver como se fosse um. Se eles podem, vivem como se fosse um, então eles permanecem casados, se não podem eles se separam, algumas vezes o marido da esposa, noutras a esposa do marido, e algumas vezes mutuamente, um do outro. O homem obtém uma esposa apropriada, e do mesmo modo a esposa um marido adequado. Os parceiros desfrutam do intercurso, um com o outro, da mesma maneira como no mundo, apenas mais feliz e mais ricamente, embora sem gerar filhos.22
Swedenborg também ensinou que os cônjuges que têm um casamento feliz nesta vida continuarão a sua convivência no mundo por vir, mas aqueles que falharam na união conjugal e ainda desejam ter um casamento ideal encontrarão a sua alma gémea. Segundo Swedenborg, há casamentos que se efetivam por razões espirituais e outros que se concretizam por razões não-espirituais. Entre as razões não-espirituais encontram-se: motivos financeiros, status social, atração física, etc. Ao contrário do ensino de Jesus, Swedenborg afirmou que os anjos se casam e sua união é eterna. Isto ele declarou com base em sua própria experiência no céu.23 Lee Woofenden, reverendo da New Church, chega a dizer que embora reconheça não ter nenhum apoio nos escritos de Emanuel Swedenborg, mas acredita que na vida pós-ressurreição haverá casamento gay.24
Os mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) têm uma crença diferente da interpretação tradicional e da New Church, acima descrita. Eles não acreditam que serão realizados casamentos no Céu. Ensinam que o casamento é uma ordenança terrestre e deve ser concretizado aqui. Contudo, é possível desfrutar uma vida conjugal no céu.25 De acordo com o ensino de Joseph Smith, aquele casal que desejar continuar unido no céu deverá realizar, aqui na terra, um “concerto eterno” selado pelo “Espírito Santo da promessa”.26 A condição é que este “concerto” seja efetivado num templo mórmon terrestre e que o casal seja fiel ao seu concerto com Deus. Inicialmente este “concerto eterno” podia ser polígamo, mas esta doutrina foi substituída 27 e o casamento celestial passou a ser monogâmico, embora alguns mórmons, classificados como radicais, ainda creiam e pratiquem a poligamia.28 Os mórmons acreditam que após a ressurreição o casal voltará a ser uma só carne e permanecerá unido por toda a eternidade,29 ou seja, os remidos terão um corpo carnal. Neste aspecto, a doutrina mórmon diverge do ensino de Paulo, que disse que os remidos não terão um “corpo natural”, mas um “corpo espiritual” (1Co 15:44).

O grupo religioso New Covenant Church of God – B’rit Chadashah Assembly of Yahweh, originário