30 de dezembro de 2011

OBAMA E A PROFECIA

Barack Hussein Obama II, de 47 anos, foi eleito presidente dos Estados Unidos no dia 4 de novembro. Obama é filho de um economista queniano e de uma antropóloga americana. Após o divórcio dos pais, a mãe de Obama casou-se com um indonésio. Em 1967, Obama mudou-se com a família para Jacarta, onde estudou até os 10 anos de idade.

O senador democrata pelo Estado de Illinois é casado desde 1992 com Michelle Obama, com que tem duas filhas, Malia Ann e Natasha “Sasha”. Obama é graduado em Ciências Públicas pela Universidade de Columbia e em Direito pela Universidade de Harvard. Fato interessante é que Obama estudou em colégio católico, é filho de pai muçulmano e professa a fé evangélica. A tônica da campanha do 44º presidente dos Estados Unidos, que deve assumir no dia 20 de janeiro, foi a palavra “mudança”.

Em 1963, o pastor batista Martin Luther King profetizou: “Tenho um sonho que meus quatro filhos viverão, um dia, em um país onde não sejam julgados pela cor de sua pele, e sim por seu caráter”. Este dia chegou. “Sei que meu pai estaria orgulhoso dos Estados Unidos”, declarou a filha do ativista, morto no dia 4 de abril de 1968, Bernice, em entrevista à TV, segundo a agência France Press.

Após um breve e necessário histórico da vida do novo presidente dos Estados Unidos, vamos falar sobre o papel de Obama na profecia bíblica. Apocalipse (Revelação de Jesus Cristo) 13 fala de duas bestas que, em profecia, significam poderes.

Nos primeiros 10 versículos, a Bíblia faz menção à Igreja Católica. O texto: “e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses” (Apocalipse 13: 5) significa o domínio da Igreja Romana por 1260 dias (42 meses X 30 dias) proféticos ou 1260 anos. Em profecia, um dia equivale a um ano (ver Números 14:34 e Ezequiel 4:6).

Os 1260 anos se referem ao período de 538 a 1798 de nossa era, quando o papado “dominou” o mundo. No livro O Grande Conflito, Ellen White relata que em 1798 “um exército francês entrou em Roma e tomou prisioneiro o papa, que morreu no exílio. Posto que logo depois fosse eleito novo papa, a hierarquia papal nunca pôde, desde então, exercer o poder que antes possuíra”.

O poder do Vaticano era superior ao de reis e reinados e se colocava no lugar de Deus quando trazia para si adoração, intercessão e perdão de pecados, atributos que só pertencem a Deus. Venda da salvação por meio de indulgências e mistura da pura religião de Jesus com os ritos pagãos do Império Romano (observância do domingo, adoração a imagens, conceder caráter divino ao papa – antes era ao imperador vigente) foram outros erros cometidos pelo poder mencionado em Apocalipse 13.

A outra besta ou poder são os Estados Unidos. Apocalipse 13:12 diz que os Estados Unidos exercem “todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada”. A chaga mortal de 1798 foi curada quando, em 1929, Benito Mussolini assinou um tratado devolvendo as terras ao Estado do Vaticano.

Com relação aos Estados Unidos como besta, cabe o texto explicativo da escritora norte-americana Ellen White: “E tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” (Apocalipse 13:1). Os chifres semelhantes aos do cordeiro indicam juventude, inocência e brandura, o que apropriadamente representa o caráter dos Estados Unidos, quando apresentados ao profeta como estando a “subir” em 1798. Entre os exilados cristãos que primeiro fugiram para a América do Norte e buscaram asilo contra a opressão real e a intolerância dos sacerdotes, muitos havia que se decidiram a estabelecer um governo sobre o amplo fundamento da liberdade civil e religiosa. Suas idéias tiveram guarida na Declaração da Independência, que estabeleceu a grande verdade de que “todos os homens são criados iguais”, e dotados de inalienável direito à “vida, liberdade, e procura de felicidade”.

Os textos utilizados até agora serviram como base para abordar o papel de Barack Obama na profecia. O novo presidente dos Estados Unidos é a esperança de um mundo melhor, esperança de paz, de mudanças.
Obama venceu porque todos esperam que ele realize câmbios radicais na política e na economia local e mundial. Um leitor da Folha On-line comentou assim a vitória do democrata: “A esperança nasce em todo planeta… A esperança de um mundo suficiente, sem racismo, sem violência e sem a guerra do Iraque que envergonhou os Estados Unidos e consternou o mundo.” Esquecemos que a única esperança é Jesus, “o Caminho, a Verdade e a Vida”!

Voltando a Apocalipse 13, o versículo 12 diz que os Estados Unidos farão com que “a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta”, que segundo já vimos é o papado. Mais adiante, a Bíblia diz que ninguém poderá comprar ou vender senão os que tiverem a marca da besta.

Ellen White profetiza: “Os Estados Unidos são o poder representado pela besta de chifres semelhantes aos do cordeiro, e que esta profecia se cumprirá quando aquela nação impuser a observância do domingo, que Roma alega ser um reconhecimento especial de sua supremacia. Mas nesta homenagem ao papado os Estados Unidos não estarão sós. A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio está ainda longe de ser destruída.”

A escritora cristã tinha razão. De acordo com a embaixadora do Brasil no Vaticano, Vera Machado, o Vaticano tem acordos assinados para a regulamentação da Igreja Católica em mais de 100 países. Regulamentar significa tornar a Igreja como religião oficial do Estado. O governo Lula não aceitou o pedido de Bento XVI e optou “preservar e consolidar o país como Estado laico”, ou seja, sem religião oficial.
Os Estados Unidos cumprirão os propósitos de Roma, e esta, daquele. A nação mais poderosa do mundo tem poder cultural, exercido através de filmes e seriados que “impõem” seu estilo de vida e ideologia, poder armamentista e financeiro. O Vaticano tem poder religioso e financeiro, pois defraudou o mundo por 1260 anos.

Os Estados Unidos precisam de dinheiro para tapar os buracos de uma economia que viveu anos à mercê de especuladores e do consumismo de seus cidadãos. O papado necessita de poder, se necessário bélico, para impor a adoração a um falso dia de descanso.

O jesuíta Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, expressou o desejo do Vaticano de que Barack Obama sirva “eficazmente à justiça por meio das vias adequadas para promover a paz no mundo”.
Em sua visita aos Estados Unidos, em abril deste ano, o papa Bento XVI foi tratado com status de estrela de rock. Milhares de jovens utilizavam camisetas com a frase: “I belong to Pope” (Eu pertenço ao Papa). Os americanos batizaram o avião do Papa de “Shepherd One” (Pastor Um ou Pastor Principal).
Nem no Brasil, considerado o país com o maior número de católicos no mundo, Bento XVI teve tanto sucesso. Na missa feita na cidade de Aparecida, interior de São Paulo, no dia 13 de maio de 2007, participaram 150 mil pessoas das 500 mil esperadas.

Em junho deste ano, George W. Bush foi recebido no Vaticano. Bento XVI quebrou o protocolo e o levou a passear pelos Jardins Vaticanos.

Em setembro, ao inaugurar a 63º seção da ONU, em Nova Iorque, o secretario geral do organismo, Ban Ki-Moon, advertiu que o mundo enfrenta um “desafio de liderança” para lidar com a tormenta financeira, que se soma a uma crise energética e alimentícia.

Na ocasião, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, ex-padre, manifestou apoio ao fortalecimento da ONU e à recuperação das funções da Assembléia como órgão de maior representatividade e fez um chamado a que essa se converta em parlamento mundial. Parlamento é onde se fazem leis.

Biblicamente, os Estados Unidos e o Vaticano se unem nestes últimos dias para impor uma lei dominical mundial. Os que adorarem a imagem da besta (domingo) estarão em clara oposição ao quarto mandamento de Deus (ler Êxodo 20:8-11), que O exalta como Criador.

A eleição presidencial norte-americana evidencia que a nação tem tradições que favorecem a observância do domingo. A data da votação, a primeira terça-feira de novembr0, é um exemplo disto. Como antigamente os Estados Unidos era uma nação agrícola, o início de novembro era uma data que intermediava entre o fim da colheita e o início do inverno, e era escolhida para que os votantes camponeses pudessem participar com tranqüilidade. A terça-feira era designada em virtude de que, no domingo, os agricultores assistiam aos cultos em suas igrejas e viajavam na segunda.

O mundo quer mudanças e necessita de um líder para efetuá-las. A Bíblia não apresenta um período de paz para os nossos dias, em que a depravação moral e o amor de muitos se esfria mais e mais.
Barack Obama é carismático, inteligente, perito em leis. O mundo espera muito dele, assim como do papa Bento XVI. As palavras de ambos poderão ressoar doces aos ouvidos. Contudo, analise se as mesmas não estarão em desacordo com a Palavra de Deus. Não apenas as palavras de Obama e do líder da Igreja Católica, mas as de qualquer pessoa.

Atenção, muita atenção, pois a Bíblia diz que “quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (I Tessalonicenses 5:3).

O mundo caminha para as suas cenas finais. Alegremo-nos, regozijemo-nos, alcemos nossos olhos e, principalmente, preparemo-nos, pois nossa geração verá Jesus voltar! A Bíblia caracteriza o povo que estará preparado para encontrar com Cristo nos ares. Eles são “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12).

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Márcio Basso Gomes
Jornalista da Rede Novo Tempo

Analisando Profecias Bíblicas 1 (Babilônia)

Analisando Profecias Bíblicas 2 (A Restauração do Templo)

Analisando Profecias Bíblicas 3 (A Destruição do Templo)

Analisando Profecias Bíblicas 4 (Egito e Mênfis)

Analisando Profecias Bíblicas 5 (Edom)

21 de dezembro de 2011

ISAÍAS E O APOCALIPSE

Isaías 47
Vejamos o que o profeta Isaías nos quis transmitir acerca desta mesma entidade do passado, a personificação terrena do falso Deus, da falsa adoração – Babilónia. O profeta fala da grandeza de Deus e da pequenez de todo e qualquer projecto humano – Babilónia. Vejamos então alguns excertos do profeta Isaías:
- V.4- “O nome do nosso redentor é o Senhor dos Exércitos, o Santo de Israel. (5)- Assenta-te silenciosa, e entra nas trevas, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada senhora de reinos. (6)- Muito me agastei contra o meu povo, tornei profana a minha herança, e os entreguei na tua mão; não usaste com eles de misericórdia, e até sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo. (7)- E dizias: Eu serei senhora para sempre; até agora não tomaste estas coisas em teu coração, nem te lembraste do fim delas. (8)- Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a delícias, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra: não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos.” – Isaías 47. Eis neste último verso o clímax do seu orgulho. A mesma dialéctica iremos encontrar, curiosamente, na Babilónia dos últimos tempos, ao ter dito: - “Quanto ela se gloriou, e em delícias esteve; foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha e não sou viúva, e não verei o pranto” – Apocalipse 18.7
- V.9- “Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua força virão sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, por causa da abundância dos teus muitos encantamentos” - Isaías 47. Uma vez mais, este texto reporta-nos para as características contrárias a Deus apresentadas por Babilónia. No tempo do rei Nabucodonosor, segundo o profeta Daniel, quando o rei, pelo sonho que teve acerca do futuro – Daniel 2.29 – ficou perturbado, pois o que lhe foi mostrado não se enquadrava, de forma alguma, com o seu projecto para aquela cidade – o seu Império. Ele sabia que tinha sonhado, mas o quê? Sabia que o tema era perturbador – Daniel 2.1 – mas, o quê? E como tentou resolver a sua amnésia? Claro, da pior forma, consultando os profissionais da falsa religião da sua corte, a saber: magos, astrólogos, encantadores, caldeus.
- V.10- “Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me pode ver; a tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar; e disseste no teu coração: Eu sou e fora de mim não há outra. (11)- Pelo que sobre ti virá mal de que não saberás a origem; e tal destruição cairá sobre ti que a não poderás afastar; porque virá sobre
ti de repente tão tempestuosa desolação que a não poderás conhecer” – Isaías 47. Sim, o mesmo cenário. Uma aparente calma e prosperidade. Eis o que visa o projecto de Babilónia. Só que Aquele que tudo decide e em cuja mão tudo está – Daniel 2.20-22; 4.34,35; 5.23 – tem um projecto diferente. Assim, quando tudo parece que vai bem – tal como a construção da Torre em Babilónia – eis que, de repente, sem aviso prévio – “Pois quando vos disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e, de modo nenhum, escaparão” – I Tessalonicenses 5.3.
- V.12- “Deixa-te estar com os teus encantamentos e com a multidão das tuas feitiçarias em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se, porventura, te podes fortificar. (13)- Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois, agora, os agoureiros dos céus, os que contemplam os astros, os prognosticadores das luas novas e salvem-te do que há-de vir sobre ti” – Isaías 47. Aqui estão os “agoureiros dos céus”. Quem são estes nos nossos dias? Sem sombra de dúvida – os astrólogos. Na verdade “O homem moderno já não crê em Deus: ele crê nas estrelas!”.431 Sim, aqueles que se deleitam a dizer mentiras, visto que os astros nada sabem e, consequentemente, nada têm para dizer porque nada mais são do que lâmpadas do Universo – Génesis 1.16. É de elementar justiça reconhecer que “mais vale confiar num Deus criador do que interrogar coisas que nada sabem”.
Aliás, o próprio rei Nabucodonosor reconheceu que estes profissionais da religião falsa eram tão falsos como o seu mentor – Lúcifer. Pois, quando o rei estava desesperado pelo silêncio destes profissionais, seus empregados, teve um momento de lucidez, denunciando-os, dizendo: - “(…) se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo. Portanto, dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação” – Daniel 2.9. O rei reconheceu que o que ouvia deles não passava de lisonjas, nada mais. Ele ouvia o que era agradável aos seus ouvidos, como sempre até ali, a rotineira saudação protocolar: - “que o teu reino, ó rei, durará para todo o sempre” – Daniel 5.10; 6.6. Na verdade “quem vive para sempre”, quem tem direito a tal saudação é, efectivamente, Deus, o Criador e não o homem – simples criatura – débil e mortal. O rei, na sua humilhação reconheceu isto mesmo acerca de Deus – cf. Daniel 4.34. Só Deus vive e subsistirá para todo o sempre, não o homem e os seus projectos. E isto foi o que, efectivamente, o rei, no seu desespero, foi obrigado a confessar a falsidade destes servidores de Lúcifer, dizendo: - “(…), vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo”. Enfim, denunciando-os, pois não conseguiam ler a mente, nem o seu mentor – Lúcifer – pois é um atributo exclusivo do Criador, não da criatura.
- V.14- “Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar a sua vida do poder da labareda; ela não será um braseiro para se aquentarem, nem fogo para se assentarem junto dele. (15)- Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negócios desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará” – Isaías 47. Aqui encontramos duas ideias interessantes, típicas no contexto de Babilónia, ou seja, de tudo o que ela representa e tudo o que sobre ela está profetizado para o tempo futuro, para o final de Babilónia. Aqui, dizíamos, é dito: 1º- “cada qual irá vagueando pelo seu caminho”; 2º- “ninguém te salvará”. Na primeira frase destacada encontramos, desde já, o anúncio de que será, a exemplo do passado, abandonada, fendida. Assim será também, no futuro, como vimos, quando as águas do rio Eufrates, simbolicamente, secarem, ou seja, quando as hostes que a sustinham e apoiavam a abandonarem. Quanto à segunda, faz-nos recordar alguns excertos do profeta Daniel: 1- quando refere que “uma pedra cortada sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e barro e os esmiuçou” – Daniel 2.34; 2- o chifre pequeno “fará prosperar o engano (…), destruirá a muitos (…) mas, sem mão, será destruído” – Daniel 8.25. O que quererá dizer a expressão “sem mão”? A própria Bíblia o explica quando aborda o ema do – Santuário – dizendo que este “não é feito por mão, isto é, não desta criação” – Hebreus 9.11. Portanto, o que aniquila é um poder fora da História, do alto. 3º- No episódio relacionado com o final do poderio e da arrogância do rei do Norte, ou seja, o mesmo poder, só que tem, à medida que avança no tempo longo, em cada circunstância profética, um nome diferente. O profeta mostra-nos o seu fim e o descreve desta maneira: - “(…); mas virá o seu fim e não haverá quem o socorra” – Daniel 11.45.
Babilónia cairá quando Cristo estabelecer o Seu reino eterno, aquele reino que não passará a outro, aquele que não é desta dimensão, aquele onde tudo será restaurado para todo o sempre. O mundo anda angustiado com tudo o que se passa à sua volta. Vozes, rumores de incerteza, fazem com que tudo esteja inquieto. Esta é a mensagem para este último tempo – o nosso. Eis uma mensagem de advertência a proclamar alto e em bom som – “caiu, caiu Babilónia, aquela grande cidade (a Velha Ordem Mundial) que a todas as nações deu a beber do vinho da sua prostituição” – Apocalipse 14.8. Esta foi a mensagem do segundo anjo e esta será a mensagem reiterada pelo quarto anjo (Apocalipse 18.1) – a Igreja remanescente – cada um de nós. Que grande responsabilidade, que grande privilégio.

20 de dezembro de 2011

Últimos Enganos

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”. Mat. 24:24

No início do cristianismo a estratégia do inimigo de Deus era destruir o Seu povo pela força. Ele perseguiu a igreja por vários séculos, matando, prendendo e humilhando aqueles que escolhiam ser fiéis a Cristo.

Mas foi a partir do segundo século que o diabo logrou êxito na sua obra de enganar. Deixou a espada e usou de astúcia se infiltrando na igreja e misturando a verdade com o erro, como ele fez com Eva no primeiro engano.

A Liga Satânica
Hoje a estratégia permanece a mesma! Satanás procura ser o dirigente do mundo cristão, e infelizmente está conseguindo, e sabemos que ele conseguirá unir em um só objetivo a igreja romana, os evangélicos e o espiritismo. O domingo e a imortalidade da alma são as doutrinas que produzem a liga entre essas religiões, que unidas tentarão destruir à espada os fiéis aos mandamentos de Deus.

“Mediante os dois grandes erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo – Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma”. Eventos Finais, 137.

Personificação dos Mortos
Mediante a falsa compreensão do estado dos mortos, os anjos caídos enganarão a muitos, até mesmo entre os que se dizem fiéis a Deus. Eles fingirão ser aqueles que já morreram! É necessária uma clara compreensão deste assunto e plena confiança na Palavra de Deus, “pois os espíritos de demônios lhes aparecerão, pretendendo ser amigos e parentes amados, os quais lhes declararão que o sábado foi mudado, bem como outras doutrinas não escriturísticas”. Eventos Finais, 136.

Os demónios são conhecedores da vida dos seres humanos, e por isso, eles relatam fatos íntimos e demonstram conhecimento de assuntos pessoais, facilitando o engano. Como você já sabe, nossa única salvaguarda é a Bíblia. Creia incondicionalmente nela!

Falsos Reavivamentos
Satanás tem sido o líder de muitas denominações cristãs. Ele está produzindo falsos reavivamentos onde os milagres são mais importantes do que as verdades bíblicas. O que Deus revelou sobre isso no Espírito de Profecia já está se cumprindo no Pentecostalismo e Carismatismo:

“Efetuarão maravilhosos prodígios de cura, afirmando terem recebido do Céu revelações que contradizem o testemunho das Escrituras”. EF, 137.

O dom de profecia também tem sido distorcido nas igrejas hoje. Profetizar passou significar revelação de pecados ocultos e meras previsões futuras. Da mesma forma que o diabo enganou a Saul, revelando seus pecados e “profetizando” sua derrota e morte (ISam. 28:17 a 19), ele o faz hoje para enganar. Não que ele tenha a capacidade de conhecer o futuro, mas usa sua experiência milenar e deduções lógicas.

Cultos barulhentos são parte dos enganos satânicos. O sentimentalismo suplanta os princípios da verdade bíblica. A atuação do Espírito Santo é confundida com o êxtase emocional e sensações estranhas mediante ao falso falar em línguas.

O fanatismo, a exaltação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. O fanatismo e o ruído têm sido considerados indícios especiais de fé. Algumas pessoas não se satisfazem com uma reunião, a menos que experimentem momentos de poder e de gozo. EF, 139.

Prodígios
Os anjos caídos aparecerão na terra com humanos para enganar. Eles atuarão entre os crentes para contradizer as verdades da Bíblia e os ensinos dos mensageiros divinos. Eles se farão presentes em nossas reuniões e cultos para atrapalhar a ação do Espírito Santo. Mas os anjos de Deus também estarão entre nós, para proteger àqueles que se posicionaram ao lado de Jesus. Que maravilha saber disso! Deus nunca desampara Seus amados, ainda que pareça assim, Ele sempre surpreende aos que O amam e guardam Seus mandamentos.

O Maior de Todos os Enganos
O último e o maior de todos os enganos de Satanás será a personificação do próprio Jesus Cristo. Desde já o terreno para esta contrafação está sendo preparado, pois quase todas as igrejas cristãs não acreditam mais na segunda vinda literal de Cristo nas nuvens do céu, mas em um arrebatamento secreto, sem a presença do Salvador, ou em manifestações espirituais.

Outro fator que ajudará neste engano é a ênfase em sinais e milagres que suplantam a autoridade Bíblica. Será neste ambiente que o Diabo simulará a volta de Jesus, aparecendo como um ser majestoso, com a aparência e características de Cristo, com uma glória sobrenatural nunca vista antes.

O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando aqui na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia… cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. GC, 624.

Que descrição incrível! Mas somente aqueles que não fizeram da Bíblia sua fonte de verdade serão enganados. Mas não pára por aí! Ele tenta iludir os fiéis como sendo a resposta de suas orações, ou seja, a libertação final do pecado e a salvação tão almejada.

Não devemos colocar os sinais e milagres acima da Palavra de Deus. Quem assim o fizer será enganado certamente. É com esta artimanha que o diabo vai enredar a muitos. Hoje já vemos manifestações de curas e milagres em muitas igrejas que pisam os mandamentos de Deus. Não devemos no esquecer que o inimigo tem poder para deixar uma pessoa doente e depois curá-la! Tem poder para tomar a mente de alguém e depois simular um exorcismo! Mas não precisamos ficar temerosos! É muito fácil saber quem é o verdadeiro Jesus, basta confiar na Palavra de Jesus e o que Ele nos deixou escrito.

Veja só este quadro:

Cristo -- Falso Cristo
Virá nas nuvens --  Aparições na terra
Virá com todos os anjos -- Sozinho ou com poucos anjos caídos
Aparição universal e gloriosa -- Aparições limitadas
Visto simultaneamente por todos -- Visto somente por alguns
Não toca a Terra -- Toca a Terra
Ressuscita os mortos salvos -- Não há ressurreição
Não opera curas e milagres individuais -- Operação de milagres e curas
Não muda Sua lei -- Alega ter mudado o sábado
Destrói os ímpios -- Não há destruição

É hora de fidelidade incondicional a Cristo! Quem não consegue ser fiel hoje nas pequenas situações relacionadas com a guarda do sábado, dízimos, alimentação, uso de jóias e conduta realmente cristã, com certeza será facilmente levado a adorar a Satanás. Cuidado com o falso cristianismo! Frequentar a igreja e ser membro regular não é garantia de salvação.

“O mais forte baluarte do vício em nosso mundo não é a vida iníqua do pecador declarado ou do degradado proscrito; é a vida que parece virtuosa, honrada e nobre, mas em que se alimenta um pecado ou se acaricia um vício. Gênio, talento, simpatia, mesmo ações generosas e benévolas, podem assim tornar-se engodos de Satanás para levar almas ao precipício da ruína”. EF, 135 e 136.

Hoje Jesus te convida a ter um relacionamento íntimo com Ele. Confesse seus pecados a Cristo! Reconheça se você está se iludindo com uma falsa aparência de Cristão! O que seus filhos, cônjuge, colegas de trabalho ou escola e vizinhos pensam do seu cristianismo? Você revela a imagem de Jesus para Eles? Eles vêem em você a personificação de Cristo? Vamos orar por este ideal! E quando a prova final chegar seremos fiéis até perante a morte.

Texto de Pr. Yuri Ravem

18 de dezembro de 2011

DANIEL 12 - O Tempo de Angústia

Este tema faz-nos mergulhar no livro do Génesis 32.1-32, visto tratar-se de um capítulo que aborda a tempo da Angústia de Jacob. Quando Esaú, seu irmão vinha para destruí-lo, aniquilá-lo. Jacob irá lutar com uma entidade celeste. É o mesmo retrato do Tempo de Angústia, lutando com Cristo, dizendo como Jacob: - “Não te deixarei ir, se me não abençoares” – v.26. – até que tenhamos a certeza que nos protegerás totalmente dos nossos inimigos.
Ao longo do desenvolvimento do texto - Génesis 32.1-32 – encontramos a luta de Jacob com uma personagem celeste que lhe aparece (v. 24-29), quando, naquela noite, antes do encontro com o seu irmão, Jacob encontra-se, finalmente, consigo mesmo (v.24a). É nesta luta com aquela personagem divina, celeste (v.24b), que o patriarca, segundo o texto, sai vencedor – v. 28! Jacob, depois de ter vencido, eis que recebe um bonito prémio, ou seja: - (v.27)- “E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacob. (28)- Então disse: Não se chamará mais o teu nome Jacob, mas Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” – Génesis 32. Jacob receberá, depois de ter vencido – um novo nome. Receberá, de igual forma, o remanescente, um novo nome? Para sabermos a resposta, basta para o efeito ver o que o profeta Isaías nos dá a conhecer: - “(…); e a seus servos chamará por outro nome” – Isaías 65.15. O mesmo se passará com o remanescente no final da história desta terra. Este apegar-se-á, lutará com Deus até ter a certeza, tal como Jacob, de que o Senhor o abençoará. O profeta Jeremias faz menção deste episódio catapultando-o para o futuro, o tempo que nos ocupa no contexto de Daniel: - “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacob; ele, porém, será livrado dela” – Jeremias 30.7: aqui o profeta aplica o episódio de Jacob aos últimos dias desta Terra.
Neste - Tempo de Angústia - tudo estará em verdadeira convulsão. No livro dos Salmos aborda o tema Jerusalém – refúgio, segurança - em oposição à tempestade que se passa no seu exterior: - (v.1)- “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. (2)- Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. (3)- Ainda que as águas rujam e se perturbem; ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (4)- Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. (5)- Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. (6)- As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. (7)- O Senhor dos Exércitos está connosco; o Deus de Jacob é o nosso refúgio. (8)- Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! (9)- Ele faz César as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. (10)- Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra” – Salmo 46.

15 de dezembro de 2011

CONTEXTO DE APOCALIPSE 21 e 22

Aqui é descrita a cidade e aqueles que nela habitarão para todo o sempre. Esta grande cidade terá 12 portas e nelas estão escritos os nomes das doze tribos de Israel – Apocalipse 21.12 – como todos os materiais que a compõem – v. 18-21 – e com as suas medidas, ou seja, com cerca de 12.000 estádios, cerca de 2.000 km de comprimento - v.16. – e com uma muralha com 144 côvados, cerca de 65 m, aproximadamente – v.17 – e apoiada por 12 fundamentos – v.14.
Aqui tudo será restaurado. Ali estará a “árvore da vida” para assegurar a eternidade, como acontecia no jardim do Éden descrito no primeiro livro da Bíblia – Génesis 2.9. Este livro termina como se fosse uma espécie de eco do quanto é dito logo no seu início, onde é dito “Revelação d Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer (…)” – Apocalipse 1.1. Esta mesma preocupação a encontramos precisamente neste último capítulo, nestes termos: - “(…) e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que, em breve hão-de acontecer” – Apocalipse 22.6
Na verdade as coisas que devem acontecer e para as quais o povo de Deus deverá estar atento é, tudo o que estiver relacionado com a 2ª vinda de Cristo, o clímax da História – a bendita esperança do ser humano. Assim, um lugar comum que encontramos neste último capítulo do Apocalipse é na sua ideia-força centralizada nesta certeza – a 2ª vinda do Senhor Jesus:
1. “eis que cedo venho” – v. 7
2. “eis que cedo venho” – v.12
3. “vem” – v. 17a
4. “vem” – v. 17b
5. “que venha” – v.17c
6. “cedo venho” – v. 20a
7. “Amém. Ora vem, Senhor Jesus” – v. 20b192
É interessante esta última expressão com que termina o livro do Apocalipse – “(…) Ora vem, Senhor Jesus” – Apocalipse 22.20 traduz a expressão antiga – Maranatha - a qual encontramos em I Coríntios 16.22. O que é que ela significa? Esta expressão contém a palavra aramaica – mar – que significa: - Senhor – à qual se acrescenta a fórmula verbal – atha – que quer dizer: - vir. Esta palavra - Maranatha - pode ser separada e apresentada da seguinte forma: - 1ª- Maran atha = Nosso Senhor vem; 2ª- Marana tha = Nosso Senhor, vem! “No primeiro caso encontrar-nos-íamos na presença de uma confissão de fé. No segundo, de uma oração”. Na verdade, a fórmula, em caracteres gregos que se encontra em I Coríntios 16.22 é, efectivamente, a 1ª expressão, ou seja - Maran atha = Nosso Senhor vem. O que, neste caso estaremos em presença de uma verdadeira confissão de fé – a grande esperança que sempre animou a vida da Igreja – a vinda de Cristo.

12 de dezembro de 2011

AS LEIS DOMINICAIS

As leis dominicais são muito antigas. Na Europa, a primeira lei dominical foi promulgada pelo imperador Constantino, em 7 de março do ano 321, e estabelecia as seguintes restrições:
“Devem os magistrados e as pessoas residentes nas cidades repousar, e todas as oficinas ser fechadas no vene¬rável dia do Sol. No campo, no entanto, as pessoas ocupadas na agricultura po¬dem livre e licitamente continuar as suas ocupações, porque acontece muitas vezes que nenhum outro dia se lhe assemelha para a sementeira de sementes ou para a plantação de vinhas; não aconteça que, pela negligência do momento apropriado para tais operações, as bênçãos celestiais sejam perdidas.”1
Nos séculos subsequentes, vários outros decretos imperiais impuseram, com crescente rigor, a abstinência do trabalho aos domingos, como se pode ver pelas seguintes citações:
“Em 386, durante o tempo de Graciano Valentiniano e Teodósio, foi decretado que todos os processos e ações judiciais cessassem no Dia do Sol. … Em 425, no tempo de Teodósio II, foi imposta a abstinência de espetáculos teatrais e de circo [no domingo] … No Concílio de Orleans, em 538, o trabalho rural foi proibido.”2
Outros decretos dominicais, ampliando as restrições ao trabalho e à recreação no domingo, foram impostos por imperadores e papas:
“Em 1237, Henrique III proibiu a frequência aos mercados aos domingos; a exposição dominical de lãs no merca¬do foi banida por Eduardo III, em 1354; em 1409, Henrique IV proibiu os jogos ilícitos no domingo; Henrique VI proscreveu as feiras dominicais nos terrenos em volta das igrejas, em 1444, e quatro anos mais tarde tornou ilícitas todas as feiras, mercados e exposições de quaisquer mercadorias; Eduardo VI proibiu o trabalho físico aos domingos, através de vários decretos em meados do décimo sexto século; vários esportes dominicais e diversões foram restringidos em 1625 por Charles L. Lewis.”3
As restrições às atividades dominicais nos Estados Unidos surgiram logo no início da colonização, e foram trazidas para as colônias com base na legislação britânica do século 13.
“Começando em 1650, a colônia de Plymouth condenou o trabalho servil, viagens desnecessárias, desportos, e a venda de bebidas alcoólicas no domingo, e aprovou leis referentes ao comparecimento à igreja.”4
A lei dominical da Colônia de New Haven, datada de maio de 1653, estabelecia penas severas aos ofensores:
“Quem profanar o Dia do Senhor, ou qualquer parte dele, seja através de trabalho servil pecaminoso,

10 de dezembro de 2011

A HISTÓRIA REPETE-SE – OS INIMIGOS DE DEUS

A História repete-se e, quando isto acontece, os exemplos são verdadeiramente paradigmáticos.
a) I Reis 17.1 – O profeta Elias
Vejamos, por exemplo, a história do profeta Elias.91 Este profeta, a exemplo de tantos enviados de Deus tinha os seus inimigos. No caso específico deste profeta eram três, a saber: 1º- O próprio rei Acabe; 2º- A rainha Jezabel;92 3º- Os falsos profetas de Baal. O que encontramos de curioso e interessante é que, na Palavra de Deus os inimigos de Deus, no fim dos tempos, também serão três!
Elias era o profeta de Deus e quem teria todo o interesse em o silenciar? O rei? Não, directamente, mas a rainha Jezabel, esta personagem sinistra que a Bíblia menciona algumas vezes e sempre ligada à tentativa de desviar o povo de Deus. Mas, por si só, não poderia atingir os seus objectivos e, por esta razão irá manipular a seu contento não somente o rei mas também os falsos profetas, os sacerdotes. Para caracterizar uma maior e total dependência destes à rainha, o texto bíblico refere que estes “comem à mesa de Jezabel” – I Reis 18.19. Esta, portanto, sustenta os falsos profetas,93 símbolo de um falso sacerdócio que alargava a sua influência sobre o povo; esta rainha, a exemplo de tantos outros, procurava matar toda e qualquer voz incómoda, como a do profeta Elias.94 Estes sacerdotes eram um reflexo de Jezabel. Este é o Elias do Antigo Testamento. No entanto, no Novo Testamento iremos encontrar um outro Elias na pessoa de João Baptista – Lucas 1.17.
O profeta do Antigo Testamento preparou o caminho para aquele que viria a seguir – o profeta Eliseu. Da mesma forma, o do Novo Testamento, preparará o caminho daquele que era “o caminho, a verdade e a vida” – João 14.6 – o Senhor Jesus. Para que toda a história possa ser o mais semelhante possível, igualmente na vida deste profeta do Novo Testamento também nela encontramos três inimigos:95 1º- O rei Herodes Antipas;96 2º- Uma mulher chamada Herodias;97 3º- A filha desta – Salomé.98 Herodias era uma mulher adúltera, razão pela qual João Baptista denunciou a fornicação entre ela e o rei. Por esta razão é que Herodias, a todo o custo, queria silenciar esta voz incómoda – “Herodias o espiava, e queria matá-lo, mas não podia” – Marcos 6.19. Estas duas mulheres – Jezabel e Herodias – tinham algumas características comuns: 1ª- eram fornicárias; 2ª- queriam a morte do profeta; 3ª- nenhuma delas, só por si mesmas, não podiam. A filha de Herodias – Salomé – era, na verdade, a peça que faltava. Herodias, para o cabal cumprimento do seu plano diabólico, diz o texto bíblico que esperou: - “(…) uma ocasião favorável (…)” – Marcos 6.21. E esta ocasião, na verdade, chegou e esta mulher não faz mais do que utilizar a filha para atingir o seu propósito. Desta forma podemos ver a união entre mãe e filha para alcançarem o mesmo intento. A filha é, exactamente, a imagem da mãe. Tal mãe, tal filha.
Até aqui pudemos ver o Elias do Antigo Testamento (I Reis 17.1) e o do Novo Testamento (Mateus 11.14) e o Elias do tempo do fim (Malaquias 4.5) – ou seja, a Igreja de Deus deste tempo do fim – a qual tem uma mensagem urgente para dar a conhecer ao mundo. Esta, a exemplo de outros tantos Elias que a precederam, quantos inimigos terá? Tal como já o referimos, também terá os mesmos três inimigos, a saber: 1º- O dragão; 2º- A besta; 3º A imagem da besta/falso profeta – Apocalipse 16.13. Assim, a Igreja Apostólica manifesta sob a forma de papado – é o poder representado no cap. 13 do Apocalipse, quando se fala da

7 de dezembro de 2011

ESTUDO DE DANIEL 8

De uma forma retrospectiva, vejamos o quanto esta estrutura já nos mostrou no desenvolvimento dos acontecimentos proféticos, até ao momento presente:
1. Babilónia
2. Medo/Pérsia
3. Grécia
4. Roma Imperial
5. Roma dividida
6. Roma papal (Papado)
7. Juízo Investigativo
8. A 2ª vinda de Cristo
Em função do quanto já analisámos, tal como este quadro nos mostra, qual será o último poder que dominará o mundo nos últimos dias da história desta Terra, antes da 2ª vinda de Cristo? Sem sombra se dúvida que será Roma papal, como já o referimos anteriormente.
Aqui, em Daniel 8, não existe um símbolo para Babilónia, como até aqui. As opiniões acerca deste facto divergem. Alguns dizem que se a referência ao seu nome está omissa é porque Babilónia estaria para cair dali a poucos anos. Mas, existe uma outra razão para justificar a omissão do seu nome. No livro do Apocalipse, que estudaremos mais a baixo, acontece a mesma coisa, ou seja, são mencionados os primeiros poderes, depois são omitidos, em especial, os últimos. Nas profecias não é de primordial importância os que vieram primeiro e depois caíram, mas sim, onde estamos a viver em relação ao tempo profético. Por esta mesma razão, em Daniel 8, não existe qualquer símbolo ou espaço para Babilónia. Esta está prestes a cair, e para “um observador atento como Daniel, por certo poderia haver discernido que os dias do império estavam contados”, pois o seu tempo, a sua importância para a profecia deixou de ser relevante.
a- Medo/Persa
Este capítulo abre com a referência ao poder seguinte ao de Babilónia – o Medo/Persa – cujo símbolo é um carneiro. Este animal aqui representado tem dois chifres os quais apresentam diferentes particularidades que mais não são do que a continuidade do quanto sobre este mesmo poder é referido anteriormente. Um deles é mais alto do que o outro – v. 3. Que paralelo existe entre este animal e o urso, do capítulo 7? No urso, um lado era mais alto do que o outro; aqui, no carneiro, um chifre é mais alto do que o outro. Aqui temos a junção de dois reinos em que um é mais importante do que o outro. Como sempre, apesar do uso de símbolos diferentes, está sempre presente o mesmo poder, a mesma coligação que formará o Império Medo/Persa – v. 20. Este carneiro – v.4 – dava marradas para o: 1- Ocidente: 2- Norte; 3- Sul – o equivalente às 3 costelas que o urso tinha na sua boca – Daniel 7.5. O único elemento novo aqui é o símbolo, pois a lição é precisamente a mesma.
b- Grécia
“E estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar o chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos” – v. 5. Quem está aqui representado por este chifre

6 de dezembro de 2011

ESTUDO DE DANIEL 7

Neste capítulo encontramos a referência a diferentes animais que, por sua vez, são símbolos que representam as diferentes realidades já anunciadas. Assim sendo, Daniel 7 é paralelo a Daniel 2. Vejamos os diferentes animais aqui representados:
1- O leão – v. 4
Será que neste capítulo encontramos detalhes adicionais a Daniel 2? É evidente que sim; porque, inerentemente a este símbolo – é dito que tem “asas de águia”, assim como também é acrescentado que lhe foi dado “um coração de homem”. Qual será, pois, o significado destes detalhes? Um leão que tem um coração de homem? Recorde-se que – Daniel 4 – ao rei Nabucodonosor mandou-se que se mudasse o coração de homem para o de animal – v. 16. – mas que, depois, voltasse a ter coração de homem ao ser, de novo, entronizado no poder – v. 34. A tudo isto o detalhe de – Daniel 7.4b – se refere, ou seja, à loucura do rei Nabucodonosor – que ocorreu no ano 562 a.C.Este leão, qual é a sua cor? Claro, amarela. E de que cor é o ouro? Exactamente da mesma cor. Assim como o ouro é o rei dos metais, de igual modo, o leão é o rei da selva. E quanto à águia? Um símbolo diferente, é verdade, mas também relacionado com a realeza, visto que esta ave é a rainha das aves.
2- O urso – v. 5
Quais são as características que este animal apresenta? Vejamos algumas: 1ª- este animal apresenta-se mais alto de um lado do que no outro. Isto é deveras significativo, pois desde já mostra que se compõe de duas partes – uma alta e outra mais baixa. Este detalhe está totalmente ausente em Daniel 2, apesar de apontar para a mesma realidade – o domínio Medo/Persa. Em cada capítulo encontramos algo a adicionar à estrutura de base – o esqueleto profético; 2ª- apresenta-se, este animal, com 3 costelas na boca, o que significam as conquistas deste poder – Babilónia, Lídia e Egipto.
3- O leopardo – v. 6
Que características é que este animal apresenta? Como os que o antecederam ele tem algo que o caracteriza: 1º- tem também 4 asas de ave. Estas, por sua vez, representam velocidade. Assim, se 2 asas já imprimem velocidade, quanto mais 4! Isto quer dizer que este reino – o de Alexandre Magno - estabeleceu-se muito rapidamente, tal como a História o confirma; 2º- apresenta também 4 cabeças. Uma cabeça significa liderança, governo. Quando dizemos que Cristo é a cabeça da Igreja, estamos a dizer que Ele a governa. Se este animal tem 4 cabeças, quer dizer que estamos em presença de 4 generais, pelos quais foi dividido todo o Império de Alexandre: 1- Cassandro – ficou com a Macedónia e a Grécia; 2- Lisímaco – tomou a Trácia e grande parte da Ásia Menor; 3- Ptolomeu – ficou com o Egipto, a Cirenaica e a Palestina; 4- Seleuco – o resto da Ásia ( ou seja, a Síria e as terras conquistadas a Leste).
4- O dragão – v. 7
Agora, em cena, apresenta-se um animal estranho que apresenta também certas características: 1- é de tal forma estranho que não foi possível encontrar na fauna um animal que definisse este poder. Na verdade o que representa não é estranho, em si mesmo, pois não é mais do que o representante do 4º poder da estátua de Daniel 2 – Roma Imperial. O que estamos a falar é em relação à sua continuidade, o que, para os historiadores, representa um verdadeiro enigma o poder que lhe está associado; 2- este dragão tem “dentes grandes de ferro e unhas de metal” – v. 7,19. Porque é que este detalhe é importante? Porque sabemos que as pernas da estátua eram de ferro. Ora

ESTUDO DE DANIEL 2

Agora, após esta breve introdução, pensamos que estamos aptos para abordarmos, verdadeiramente, a estrutura deste grande livro profético de Daniel, à luz da vertente que nos propomos analisar. A profecia, mais não é do que uma janela para o tempo longo, dada por Deus através do Seu profeta, para que o homem possa saber qual o plano de Deus e assim se situar em função do mesmo, ou seja, saber exactamente onde se encontra em relação a este tempo longo profético.
O livro do profeta Daniel apresenta grandes profecias em termos de conteúdo, assim como algumas histórias que são uma inspiração para os mais velhos e um encanto para os mais jovens, como por exemplo: - 1ª- a história do cerco a Jerusalém por Nabucodonosor e da ida, para Babilónia, de Daniel e dos seus amigos, assim como o que lá se passou, nos primeiros tempos – Daniel 1; 2ª- a história dos três hebreus lançados no forno – Daniel 3; 3ª- a história da loucura do rei Nabucodonosor – Daniel 4; 4ª- a história da queda de Babilónia – Daniel 5; 5ª- a história de Daniel no fosso dos leões – Daniel 6.
Estas profecias estão relacionadas entre si pois seguem a mesma ordem ou sequência. Assim, para podermos compreender plenamente a profecia é preciso saber, exactamente, onde nos encontramos, na História. Evidentemente que, se as profecias não se cumprirem de uma forma seguida, não poderemos saber, na verdade, onde estamos na História, no tempo longo. Se elas apontam, unicamente, para o futuro, então estas nada têm para nos dizer, no tempo presente. Mas, se as profecias começaram nos dias do profeta e se cumprem sucessivamente, então sabemos, exactamente, não só onde estamos como também conhecemos o que ainda falta desta para se cumprir. Nestes quatro esquemas proféticos, o mais importante, como facilmente poderemos compreender, encontra-se no que serve de base de todos os demais, aquele que se encontra em Daniel 2. Por que é que é importante? Porque é aqui, neste capítulo, que encontramos a base, o esqueleto do que vem a seguir, pois todos os elementos estão relacionados uns com os outros, num crescendo de informação.
Assim, se conhecermos bem a estrutura de Daniel 2, então estaremos à altura de conhecer a razão de ser das demais profecias, ou seja, onde as inserir para que nestas possamos ver o integral conhecimento do que fora, previamente, anunciado. O que encontramos em Daniel 2 é, por assim dizer, comparativamente, como já referimos, um verdadeiro esqueleto. Na verdade, para que servirá um esqueleto? A resposta básica e elementar é que o mesmo serve para que um corpo possa suster-se, permanecer direito, na vertical. O corpo precisa deste para a sua locomoção e existência. Da mesma forma, encontramos esta relação com o capítulo 2 de Daniel – o verdadeiro esqueleto das profecias.
Este, como esqueleto que é e como facilmente se compreenderá, não comporta todos os detalhes, unicamente uma parte do todo. As profecias que lhe são inerentes, não fazem mais do que trazer os elementos que lhe faltam, tal como acontece no esqueleto humano – carne, nervos, pele, etc. Este é o papel, a função das restantes profecias em relação ao esqueleto encontrado em Daniel 2. Dito isto, se não entendermos a profecia de Daniel 2, nunca iremos compreender nenhuma das outras restantes. Neste caso, seria a mesma coisa que possuir um corpo sem esqueleto. E como seria um corpo sem esqueleto, que aspecto teria? Certamente que este não passaria de uma substância gelatinosa, algo sem qualquer consistência. O que seriam as restantes profecias sem a de Daniel 2? Nem mais nem menos – um corpo sem a sua base, sem o seu esqueleto – que lhe dá firmeza, forma e existência.

A Bíblia aponta para a interpretação historicista e o conteúdo de Daniel 2, a nosso ver, não é excepção, pois é uma profecia historicista por excelência. Esta mostra-nos onde nos encontramos neste preciso momento, quer na História e na profecia. Iremos recordar o conteúdo desta primeira profecia que se encontra neste capítulo 2 – a estátua: 1- A cabeça era de ouro; 2- O peito era de prata; 3- O ventre era de bronze; 4- As pernas são de ferro; 5- Os pés eram de ferro e de barro; 6- A Pedra – depois da visão vem uma pedra (que representa o juízo). Esta, geralmente é tida como a representação da 2ª vinda de Cristo. Mas, tecnicamente, esta representa o momento em que Cristo retira aos reis deste mundo, o direito de reinar. E isto acontece, não quando Ele vier, mas antes, ou seja, quando examinar os casos de cada nação e lhes tirar o seu poderio; 7- Depois, a pedra transforma-se numa gigantesca montanha – v. 35
Assim sendo podemos ver estas 7 partes inerentes à estátua. Agora passaremos a dar os nomes aos símbolos:
1. O ouro – Babilónia (605-539)
2. A prata – Medo Pérsia (539-331)
3. O bronze – Grécia (331-168)
4. O ferro – Roma Imperial (168 a.C. – 476 d.C.)
Através desta simples análise podemos aperceber-nos de quão importante é o método historicista, pois permite-nos acompanhar todo o desenvolvimento profético sem interrupção, neste caso, desde os dias de Nabucodonosor, rei de Babilónia.
5. O ferro/barro
O ferro representa um reino político – Roma Imperial. Ora, se este se estende até aos pés e dedos – v. 41,42 – isto quer dizer que ainda aqui temos resquícios, vestígios do mesmo poder político - Roma Imperial. Por sua vez, como já vimos em publicação anterior, o – barro – significa e incorpora uma face religiosa.
O que é que se passou quando o Império Romano foi dividido? Este ficou fragmentado em dez reinos e, a seu tempo, entre este, irá fazer erupção um outro poder que será bem peculiar, tal como o seu nome – chifre pequeno. Este pormenor que coadjuva a informação de Daniel 2, encontramo-lo no capítulo 7 deste mesmo livro. Este poder, este chifre era diferente dos demais? Claro que sim, pois apresentava certas características que os demais não tinham – olhos e boca – Daniel 7.8. As actividades deste chifre pequeno são, essencialmente, religiosas. Aqui, em Daniel 7, apercebemo-nos que este poder mistura o religioso com o político, visto que se levanta entre os restantes 10 chifres compostos por ferro/barro, resultantes da divisão do Império Romano. Este poder não é mais nem menos que o mesmo poder mencionado no capítulo 2, só que não de uma forma tão específica. Os 10 dedos dos pés são constituídos também de ferro, visto que são a continuação de Roma Imperial; esta não cai, mas divide-se. Depois, junta-se-lhes um outro elemento – o barro de oleiro – que representa a matéria de um corpo, que é o ser humano que, no seu conjunto forma a Igreja – o corpo de Cristo.
Os reinos da Europa começaram no ano 476 d.C. data da extinção do Império Romano do Ocidente. A partir desta data, a Igreja irá crescer e misturar-se gradualmente com o Estado. O poder que se identifica com a Igreja e que a misturará com o Estado, a seu tempo, tal como estava profetizado, seria ferido mortalmente – Apocalipse 13.3.
Em Daniel 2 não encontramos este pormenor, pois convém não esquecermos que este capítulo, tal como dissemos anteriormente, é o esqueleto de um todo profético. Desta forma, em que parte da História nos encontramos hoje, comparativamente à estátua de Daniel 2? Claro, estamos na extremidade da mesma – nos pés – ou melhor, como alguns comentadores ousam dizer que, já estamos tão perto do clímax desta que, estes dizem que, neste momento, nos encontramos “nas unhas dos pés da História!” Continuarão os pés da estátua, ou seja, o que eles representam, até à 2ª vinda de Cristo? A resposta é claramente afirmativa. Será que agora, nos nossos dias, o Estado e a Religião estão unidos para perseguirem, de novo, o povo de Deus? Ainda não. Assim sendo, quer dizer que, a exemplo do passado se irão unir para o mesmo propósito. Por que é que o afirmamos? Porque os pés misturados com barro coexistirão até à 2ª vinda de Cristo, tal como o profeta dá a conhecer, depois de falar dos 10 dedos dos pés – “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído (…)” - v. 44. Assim sendo, teremos que fazer um paralelo entre Daniel e Apocalipse. Este último mostra-nos que estes 10 reinos que constituíram a Europa tornar-se-ão reinos mundiais. Porquê? Porque a Europa foi exportada para todo o muno. Por exemplo, os que vivem nas Américas, de onde vieram? Claro, da Europa. Os países do terceiro mundo foram colónias das nações europeias.
A Europa dilatou-se e, por esta razão, foi criada a expressão 3º mundo. Qual é a origem desta expressão? Cronologicamente, para que haja um 3º mundo, este terá que ser precedido de um 2º e de um 1º! Assim sendo temos: 1- 1º mundo = a Europa; 2- 2º mundo = a América; 3- 3º mundo = os países em vias de desenvolvimento. Este 1º mundo – a Europa – encontra-se, na verdade, em todo o mundo. Por esta razão, estes 10 reinos já não estão confinados à Europa, mas são reinos universais. Não esqueçamos de algo muito importante: - em Daniel 2 são mostrados símbolos – ouro, prata, cobre, ferro e barro de oleiro. Se assim é, o número 10 seria uma excepção? Cremos, sinceramente, que não. O número 10, biblicamente falando, tem um valor simbólico, tal como tem o número 7, o qual significa “plenitude”.
É interessante, acerca do número 7, o que a Bíblia nos mostra, como por exemplo, através do que aconteceu com uma personagem Síria chamada Naamã – II Reis 5.1-19. 1- Este homem era leproso; 2- após ter ido ao encontro do profeta Eliseu, este mandou, para que se curasse, mergulhar 7 vezes no rio Jordão. Este obedeceu e no final do 7º mergulho, diz o relato bíblico que “(…) a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado” – v. 14; 3- Deus fez um mundo perfeito em 7 dias; 4- Deus destruiu, perfeitamente, a cidade de Jericó em 7 dias; 4- O sangue purificador era aspergido sobre o Propiciatório - no Santuário - 7 vezes, para uma limpeza perfeita e total. Assim, portanto, o nº 7, tal como foi dito, significa: - perfeição, totalidade, completamente.
6. A pedra – o juízo
Quando começou o juízo? Este começou em 1844, na data que assinala o cumprimento de Daniel 8.14, ou seja, ano em que o Santuário celestial seria purificado. Isto quer dizer que, neste momento, estamos a viver neste período representado pelos pés da estátua. Segundo Daniel 7, estes reinos prolongar-se-ão até ao dia do juízo. Neste, Cristo lhes retira o poder de reinar. Estamos, portanto, no período da pedra, onde Cristo está a julgar as nações no decorrer do que se poderá chamar Juízo Investigativo que, tal como o seu nome indica, mais não é para se apurar quem tem direito a quê. Estamos, por assim dizer, no período antes que se forme a “montanha” – Daniel 2.35 - que representa a 2ª vinda de Cristo, visto que todas as profecias nela terminam, e não, como já dissemos, com um hipotético rapto secreto da Igreja de Cristo neste último tempo. Aqui podemos ver claramente a interpretação historicista. A profecia de Daniel 2 começa nos dias do profeta e termina na 2ª vinda de Cristo, sem qualquer interrupção no desenrolar do tempo longo.
O campo evangélico, na sua interpretação profética, tal como vimos, com avanços e interrupções, como por exemplo – a profecia das 70 semanas de Daniel 9. Desta dizem que tudo já se cumpriu até ao momento em que Cristo foi baptizado. A seguir, Deus parou o relógio profético e a profecia ficou suspensa para entrar no período da Igreja. E quando este terminar com o rapto secreto da mesma, então Deus retoma o calendário profético. O problema com esta forma de interpretação profética é que, na verdade, nunca sabemos onde estamos no tempo histórico.
7. A montanha – v. 35
Esta é a fase logo após o juízo; este grande monte que enche toda a Terra e que será estabelecido para sempre – v. 44.

PROFETA DANIEL - ESTRUTURA PROFÉTICA

Iremos estudar alguns aspectos que nos permitirão ver uma certa estrutura no livro de Daniel. Antes, porém, convém dizer que existem diversas formas, hoje em dia, de interpretação das profecias. É muito importante que tenhamos isto bem presente para que nos possamos aperceber das diferentes maneiras de interpretar o texto bíblico. Assim, iremos analisar de uma forma sumária e simples, para que possamos ver como cada uma delas vê e interpreta o texto bíblico. A Bíblia está enraizada na História e, não somente nela se encontram narrativas de acontecimentos passados, como também nela são apontados caminhos, pistas que visam não somente o tempo do presente como apontam para o que ainda está no futuro próximo. Estes conceitos – passado, presente e futuro – estão directamente ligados à predição do futuro e, nesta qualidade, tanto o livro de Daniel como o do Apocalipse encerram esta vertente – a profética.
1- Escolas de interpretação profética
Assim, perante este espectro seria normal que surgissem muitas interpretações do texto profético. Existem por isso, três escolas de interpretação conhecidas como – Preterista, Futurista/Dispensacionalista e Historicista. Vejamos, portanto, cada uma de per si:
- Preterista
Esta escola, tal como o nome indica, o cumprimento do quanto encerra o texto profético, é visto e percebido por esta escola, totalmente cumprido, pertencendo, por esta razão ao passado. Tudo está cumprido. Esta forma de interpretação profética está ligada a uma certa forma de crítica liberal em relação às profecias de Daniel e de Apocalipse. Neste caso específico, o livro do profeta Daniel que segundo os arautos desta escola, foi composto no ano 165 a.C. não passa de uma antologia de textos que reflectem as vivências do autor, e cujo propósito era encorajar o movimento de resistência contra a opressão de uma personagem anti judaica que a História conhece pelo nome do rei Seleucida Antíoco IV Epifânio (175-164 a.C.). Assim, transpondo tudo para o passado o tempo profético, é ignorada toda a dinâmica da profecia, quer na sua perspectiva direccionada para um tempo do fim da história da existência humana.
Dito isto, para esta escola de interpretação profética, por exemplo, o chifre pequeno de Daniel 7 e a besta a que o livro do Apocalipse faz referência, ambas fazem referência ao Imperador romano Nero ou a Diocleciano ou ainda a um outro qualquer Imperador da Roma pagã. Isto quer dizer, como facilmente se compreenderá que o texto profético, destes dois livros, nada tem para o homem moderno, pela simples razão de que todas as suas profecias cumpriram-se no passado. Isto significa que a tensão profética é totalmente inexistente; numa palavra, o autor conta o que já se passou, nada mais! Assim sendo, já não temos não só necessidade de estudar as profecias visto que elas pertencem ao passado como também, por este facto, a Igreja perde de vista a proclamação do 2º advento do Senhor Jesus. Esta é a escola de interpretação profética professada e ensinada pela Igreja tradicional.
- Futurista/Dispensacionalista
Recordemos um, pouco do porquê do aparecimento da escola Futurista. A Reforma Protestante – João Wycliffe (1324-1384), João Huss (1369-1415), Lutero (1483-1546) – entre outros, na base do estudo das profecias bíblicas tinham chegado à conclusão de que a Igreja Romana personificava o poder descrito na Palavra de Deus, em particular, nos livros de – Daniel e Apocalipse - pelo nome de Anticristo. Roma precisava de um novo método de interpretação profética das Escrituras para poder fazer face às acusações da Reforma Protestante. Para combater e anular estas acusações, um jesuíta espanhol chamado Francisco Ribera, publica em 1590 um comentário sobre o Apocalipse negando, através das suas teorias futuristas, a acusação protestante de que a Igreja de Roma fosse o Anticristo. Para a Escola Futurista, fundada por este jesuíta, - o Anticristo, Babilónia e a reconstrução do templo em Jerusalém – assinalam o fim da dispensação cristã. Assim, a Igreja de Roma tinha agora um argumento para dizer e defender que não era o Anticristo, mas que este, ou o que ele personifica, irá surgir no fim dos tempos. Assim, tudo o que está profeticamente descrito acontecerá no futuro.
O que é espantoso é que, mais tarde, certa franja do Protestantismo, irá mudar também a sua forma de interpretar as profecias para usar os mesmos argumentos da Igreja de Roma, isto é, que esta não tem nada a ver com o Anticristo das profecias de Daniel e do Apocalipse. Esta escola de interpretação chama-se - Dispensacionalismo - a qual deve a sua origem a John Nelson Darby (1800-1882) e tem como grandes arautos uma boa parte das Igrejas evangélicas.
As profecias de Daniel e Apocalipse inerentes ao - o chifre pequeno, a besta, o nº 666, a vinda de Cristo – tudo isto terá o seu cumprimento num longínquo futuro. Quando e como tudo isto acontecerá? A vinda de Cristo 1º- inaugurará um período de tribulação de 7 anos. Mas antes que este comece, Ele arrebatará secretamente consigo a Sua Igreja e a levará para o céu; 2º- durante este período, levantar-se-á o Anticristo, em Jerusalém, no Templo, e de lá governará a Terra. Este poder perseguirá todos aqueles que lhe forem contrários e que se converterem a Cristo durante este período profético de 7 anos literais de tribulação; 3º- terminados estes 7 anos, todos os fiéis em Cristo serão, finalmente, salvos pela 3ª vinda gloriosa de Cristo, desta vez, de uma forma visível, para destruir o Anticristo e fundar o Seus reino milenar. As profecias se irão cumprir, no final, numa fase bem precisa da História, ou seja, como dissemos, no momento em que a Igreja estiver no Céu.
Mas, qual a origem deste período de 7 anos literais? Este vem directamente da profecia das 70 semanas que se encontra no livro do profeta Daniel – Daniel 9.24-27. Esta corrente doutrinária para elaborar o postulado que acabámos de referir - uma “tribulação de 7 anos” - cortam a “semana” mencionada no v. 27 e fazem com que os acontecimentos do tempo do fim se encaixem nela! Mas isto não faz qualquer sentido, pois se se extrair, esta última semana, o que é que acontece? Simplesmente deixa de existir uma sequência profética coerente. A profecia de Daniel 7.24-27, recorde-se, é chamada de – 70 semanas – e não de 69! Ou seja, para a coerência do todo profético, a 70ª semana deverá estar apensa às restantes e não separada delas! 126 Por outro lado nesta pequena semana profética: 1- nada é dito acerca de um hipotético período de tribulação; 2- nada é dito acerca de um qualquer Anticristo; 3- e muito menos, a existência de um qualquer indício de uma segunda oportunidade!
Esta doutrina resultante desta interpretação profética é inexistente nas Sagradas Escrituras; 2- O texto de S. Paulo - I Tessalonicenses 4.16-18 - desmente qualquer veleidade de um hipotético arrebatamento secreto no momento da 2ª vinda de Cristo, antes pelo contrário, porque o Senhor, quando vier virá: 1)- com alarido; 2)- com voz de Arcanjo; 3)- com a trombeta de Deus; Assim, a 2ª vinda de Jesus será um acontecimento visível para todos, universal – Apoc. 1.7. Após esta 2ª vinda de Cristo, a Bíblia ensina, ao contrário do que é afirmado e ensinado, que não haverá uma segunda oportunidade, visto que, “depois da morte, vem o juízo” – Heb. 9.27.
Esta, escola tem, na verdade, o seu lado positivo ou seja, que contempla a vertente escatológica da profecia, fazendo com que o leitor possa estar atento ao tempo do fim. Só que este método dá lugar à especulação sem qualquer controlo. Não é contemplada por uma hermenêutica e exegese sadias para que o que se afirma possa estar consolidado e apoiado pelo próprio texto. E como o acontecimento anunciado está situado unicamente num futuro longínquo, não está submetido a nenhum controlo histórico que possa, de certa forma, verificar a viabilidade da tese proposta ou avançada.
- Historicista
Esta escola de interpretação profética vê o desenrolar da profecia à medida que o tempo histórica se desenrola, ou seja, desde o momento em que a profecia é pronunciada até ao tempo do fim. Isto quer dizer que o cumprimento da profecia não se restringe, de modo algum, ao passado (Preterismo), ou no fim do tempo (Futurista), mas que se prolonga ao longo do tempo até ao seu cumprimento.
Para esta escola de interpretação, as profecias cumprem todo o período histórico até à gloriosa vinda de Cristo. Na verdade, a melhor ilustração para nos ajudar a compreender esta forma de interpretação profética é a metáfora de um rio. Este começa a montante e termina a jusante, no mar. E, entre estes dois pontos, podemos ver como este vai fluindo ao longo de todo o percurso. Esta é a visão que um historicista tem do rio. Os preteristas olham para o mesmo rio, para o princípio, onde o rio nasce, nada mais. Os futuristas, olham para onde o rio desagua, o mar. O que podemos ver destes três cenários? Os historicistas, como dissemos, olham para onde o rio inicia o seu percurso e acompanham todo o seu trajecto até ao seu ponto final, o mar.
Os dois restantes sistemas de interpretação profética têm visões incompletas do todo onde se desenrola o tempo longo da profecia. Assim, podemos ver, na verdade, onde o rio começa, fase que é contemporânea ao profeta, quando ele profere o oráculo em causa. O rio, ao chegar ao seu fim, à sua fase final – o mar – não é mais do que a representação da 2ª vinda de Cristo. A escola historicista tem o mérito de ter em conta o carácter histórico da profecia bíblica. Com efeito, esta última forma de interpretação profética é a única a tomar à letra a profecia e a considerá-la no tempo da sua aplicação histórica e cronológica, pois encontra-se, ao contrário das outras escolas de interpretação profética, mais perto da intenção profunda do autor. No entanto esta forma de analisar o texto profético não está isento de tentações, ou seja, de encontrar, muitas vezes, a todo o custo a aplicação histórica da profecia. Ou seja, parte-se da História para o texto bíblico, em vez de se percorrer o caminho inverso, do texto bíblico à História. No Protestantismo, a Igreja Adventista é a única que permanece nesta escola de interpretação profética – a Historicista – tal, como dissemos acima, estavam nesta mesma linha de interpretação a Igreja dos Reformadores e mesmo antes.

O CÓDIGO PROFÉTICO

A Contagem regressiva final da Profecia

O Arrebatamento não Apocalise

O Ovo do Dragão

O Templo de Israel na Profecia

As Duas Testemunhas

O Homem Mais Rico das Carvernas

O Maior Engano da História

O Apocalipse Revela o Anticristo

O número 666 e a Marca da Besta