30 de maio de 2010

A PEDRA CORTADA SEM MÃOS

Eis-nos chegados à parte mais importante, aquela que ocupa o maior espaço no sonho do rei, e para a qual tudo converge. É considerada a segunda parte do sonho, a explicação segue a estrutura em dois tempos. Daniel tinha começado a sua explicação com a referência ao “Deus dos céus” quem dá o reino (Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória 2:37). Agora, Daniel introduz esta segunda parte também com a referência ao “Deus dos céus” (Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. Daniel 2:44,45), que desta vez suscita um reino.
Por este paralelo a nível de introdução, somos alertados que estas partes devem compreender uma relação de contraste mútuo. Num primeiro tempo os reinos são dados ao homem, o qual se torna o mestre e senhor; num segundo tempo o reino é suscitado pelo “Deus dos céus”, que Se assume como Mestre e Senhor. Segue-se que a segunda ordem das coisas se opõe à primeira a todos os níveis:
1. A nível dos materiais.
A unidade da pedra opõe-se à diversidade dos materiais da estátua. A segunda ordem é constituída por um só reino, enquanto que a primeira é formada de vários reinos. A simbologia da pedra contrasta com a dos outros materiais da estátua. Na civilização bíblica, a pedra é especialmente utilizada nas alianças com Deus, para construir o altar (Êxodo 20:15), o monumento (Deuteronómio 27:4), o templo (1ª Reis 6:7) ou para gravar a Lei que contem o contrato desta aliança (Êxodo 24:12). Por esta razão, o mandamento tem o cuidado de especificar que a pedra não deve ser talhada (Êxodo 20:25). Porque o talhar a pedra pode rapidamente tomar a forma improvisada do fabrico de imagens e consequentemente degenerar em idolatria (Levítico 26:1). A pedra no estado bruto, como material de construção, evoca por associação a dimensão divina, bem como por extensão acaba por simbolizar Deus e o próprio Messias (Salmo 118:22; Isaias 28:16; Zacarias 3:9; Actos 4:11).
2. A nível da origem.
O surgimento da pedra que (Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Daniel 2:34) é “cortada, sem auxílio de mãos”, contrasta com a forma como aparecem os materiais da estátua que se sucedem de uma forma mecânica, sem uma iniciativa inteligente vida donde quer que seja. O reino da pedra distingue-se dos reinos da estátua por aquilo que ele é, “suscitado” pelo Deus dos céus (Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Daniel 2:44). A sua origem é do Alto. Na sua aplicação, Daniel chega a precisar que a procedência da pedra é “da montanha” (v. 45).
No pensamento babilónico, “a montanha” significa o lugar da habitação dos grandes deuses e especialmente Enlil, o deus dos deuses cuja a morada é no céu. Segundo a crença babilónica, esta montanha toca o céu e constitui por esta razão o apoio à habitação de deus. Para Nabucodonosor, a evocação da montanha é pois particularmente clara; provindo “da montanha”, queria dizer que provinha do céu, a pedra representa um reino de origem celeste. Para o profeta hebreu, o motivo da montanha revestia um sentido ainda mais específico. Significava Sião, ou Jerusalém (Daniel 9:16,20; 11:45), é pois, uma perspectiva vista do céu. A linguagem do Salmo 48:3 deixa perceber esta visão na medida em que a montanha de Sião está situada “na extremidade Norte” (literalmente: “extremidades do Zafon”), expressão técnica que designa a morada celeste de Deus (Isaías 14:13).
3. A nível da natureza.
A pedra opõe-se à estátua no sentido em que ela é lançada contra a própria estátua. O verbo (Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra. Daniel 2:35) “ferir” sugere uma agressão e um choque entre as duas ordens. Porque o reino suscitado por Deus não se situa no prolongamento natural dos reinos humanos, mas ele implica o contrário o corte absoluto. Todos os reinos humanos são esmiuçados (v.35). É um novo reino que não tem nenhuma relação com os precedentes. Este reino, nem com a argila tem nada em comum pois que ela é destruída, com o mesmo sopro com que é destruído o ferro (vv.35,45).
Enfim, este reino é diferente dos outros porque (Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Daniel 2:44) “não será jamais destruído”, porque “subsistirá para sempre”. Os reinos terrestres mantêm-se por algum tempo e desaparecem. Este reino, ao contrário, durará para sempre. O eterno reino opõe-se ao efémero.
É uma linguagem difícil, vivendo na terra não podemos conceber o céu, e menos ainda conceber o céu sobre a terra. A imaginação choca com a razão, e a tentação teológica do debate terminaria em filosofia de uma concepção puramente humana.
Creio que é bom concluir tal como Nabucodonosor: “Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” Daniel 2:45.
Estas são as últimas palavras apelam à nossa fé. O rei pôde compreender o alcance da lição, e de retirar as implicações para ele próprio. Que lições tira para você? Que significa para si esta pedra? A que se refere? Que reino será este? Irá você ser habitante desse reino? Tal como Nabucodonosor pôde alcançar a lição e a retirar as implicações para ele próprio. Isto é o que eu desejo para você e para mim. Amem.

28 de maio de 2010

25 PROFECIAS CUMPRIDAS POR OCASIÃO DA MORTE DE JESUS

“Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas”. Mateus 26.56a

As seguintes profecias do Antigo Testamento (Bíblia Sagrada), sobre a traição, o julgamento, a morte e o sepultamento de nosso Senhor Jesus Cristo, foram feitas por diferentes pessoas, em épocas distintas, num espaço de cinco séculos, de 1000 a 500 a.C.. Todas se cumpriram, literalmente.

1. Vendido por trinta moedas de prata.
Profecia: “Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata”. Zacarias 11.12
Cumprimento: “Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata”. Mateus 26.14-15

2. Traído por um amigo.
Profecia: “...mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus. A morte os assalte, e vivos desçam à cova! Porque há maldade nas suas moradas e no seu íntimo”. Salmos 55.13-15
Cumprimento: “E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou. 50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam”. Mateus 26.49-50

3. O Dinheiro foi atirado ao oleiro (ao chão de azulejo).
Profecia: “Então, o SENHOR me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do SENHOR”. Zacarias 11.13
Cumprimento: “Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se. (...) E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros”. Mateus 27.3-5,7

4. Os discípulos O abandonaram.
Profecia: “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos”. Zacarias 13.7
Cumprimento: “Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram”. Mateus 26.56
“Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas”. Marcos 14.27

5. Acusado por falsas testemunhas.
Profecia: “Levantam-se iníquas testemunhas e me argúem de coisas que eu não sei”. Salmo 35.11
Cumprimento: “Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias”. Mateus 26.59-61

6. Bateu-se e cuspiu-se n´Ele.
Profecia: “Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam”. Isaías 50.6
Cumprimento: “Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!” Mateus 26.67,68

Observem-se os detalhes na concordância da profecia e do cumprimento:
Espancado.
Todo o corpo é atingido.
Cuspiram no Seu rosto.
Cuspiram no sangue que corria.

7. Mudo diante dos Seus acusadores.
Profecia: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. Isaías 53.7
Cumprimento: “E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador”. Mateus 27.12-14

8. Ferido e pisado.
Profecia: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Isaías 53.5
Cumprimento: “Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado. Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a coorte. Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate; tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!” Mateus 27.26-29

9. Sucumbiu sob o peso da cruz.
Profecia: “De tanto jejuar, os joelhos me vacilam, e de magreza vai mirrando a minha carne”. Salmo 109.24
Cumprimento: “Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico”. João 19.17
“E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus”. Lucas 23.26
O Senhor Jesus Cristo, após ter sofrido muito com os açoites, ficou fraco, Seus joelhos se dobraram sob a pesada cruz. Por isso, foi necessário entregá-la a outro para ser carregada.

10. Mãos e pés trespassados.
Profecia: “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés”. Salmo 22.16
Cumprimento: “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda”. Lucas 23.33

Jesus Cristo, foi crucificado segundo o costume dos romanos: as mãos e os pés eram perfurados por longos cravos, para pregar o corpo na cruz (compare João 20.25-27)
“Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei. Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. João 20.25-27

11. Crucificado com malfeitores.
Profecia: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”. Isaías 53.12
Cumprimento: “Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado”. Marcos 15.27-28

12. Ele orou pelos Seus inimigos.
Profecia: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”. Isaías 53.12
Cumprimento: “Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes”. Lucas 23.34

13. Eles menearam a cabeça.
Profecia: “Tornei-me para eles objeto de opróbrio; quando me vêem, meneiam a cabeça”. Salmo 109.25
Cumprimento: “Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!” Mateus 27.39,40

14. As pessoas zombaram de Jesus.
Profecia: “Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça: Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer”. Salmo 22.7,8
Cumprimento: “De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus”. Mateus 27.41-43

15. Eles O olhavam.
Profecia: “Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim”. Salmo 22.17
Cumprimento: “O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido”. Lucas 23.35

16. As Suas vestes foram repartidas e sorteadas.
Profecia: “Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes”. Salmo 22.18
Cumprimento: “Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá—para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados”. João 19.23,24

17. Foi abandonado.
Profecia: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?” Salmo 22.1
Cumprimento: “Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mateus 27.46

18. Foram-lhe dados vinagre e fel.
Profecia: “Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre”. Salmo 69.21
Cumprimento: “Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca”. João 19.28,29
“Deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber”. Mateus 27.34

19. Ele entregou o Seu espírito ao Pai.
Profecia: “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade”. Salmo 31.5
Cumprimento: “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou”. Lucas 23.46

20.Os Seus amigos olhavam de longe.
Profecia: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe”. Salmo 38.11
Cumprimento: “Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia permaneceram a contemplar de longe estas coisas”. Lucas 23.49

21. Os Seus ossos não foram quebrados.
Profecia: “Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado”. Salmo 34.20
Cumprimento: “Chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado”. João 19.33-36

Compensa analisar ainda duas outras profecias, que se referem aos Seus ossos, que também tiveram cumprimento exato, se bem que nesse caso não seja mostrado tão claramente na Escritura:
“Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram ...” Salmo 22.14
Não é difícil entender que Jesus, tendo as Suas mãos e pés pregados na cruz, teve os ossos desconjuntados, especialmente se nos lembrarmos que Ele foi pregado na cruz deitada no chão, que foi depois levantada.
“Posso contar todos os meus ossos...” Salmo 22.17

Ele foi dependurado nu na cruz (João 19.23), de modo que os seus ossos podiam ser vistos. A distensão do Seu corpo e os suplícios terríveis da crucifixão levavam os ossos a ficarem em evidência.

22. O Seu coração parou/rebentou.
Profecia: “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim”. Salmo 22.14
Cumprimento: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”. João 19.34

23. O Seu lado foi trespassado.
Profecia: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito”. Zacarias 12.10
Cumprimento: “Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”. João 19.34 (Edição Revista e Corrigida)

24. Trevas sobre a Terra.
Profecia: “Sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro”. Amós 8.9
Cumprimento: “Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra”. Mateus 27.45

25. Sepultado no túmulo de um rico.
Profecia: “Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca”. Isaías 53.9
Cumprimento: “Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue. E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou”. Mateus 27. 57-60

27 de maio de 2010

A RELAÇÃO ENTRE O PROFETA ELIAS E A IGREJA REMANESCENTE

Há uma afirmação no livro do Apocalipse um tanto ou quanto surpreendente, é a seguinte: “Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (Apoc. 14:12)
Quer estudar comigo este assunto? Seremos surpreendidos pelo Espírito Santo, ma que importa? É isso que nós queremos não é verdade? Vamos então procurar a chave deste verso na Bíblia.
1. Encontramos no Antigo Testamento uma referência feita a Elias pelo Senhor através do profeta Malaquias, diz assim: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias 4:5)
Nota: Esta profecia induziu muitos judeus dos tempos posteriores a esperarem o profeta Elias em pessoa à terra (cf. 1:21). No entanto, esta é uma profecia que refere alguém que deve vir “no espírito e poder de Elias” (Lucas 1:17). Ou seja, pregaria uma mensagem similar à de Elias.
2. Antes de Jesus ter sido baptizado, apareceu alguém “no espírito e poder de Elias”?
“10 Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
11 Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
12 digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles.
13 Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.” (Mateus 17:10-13).
Nota: Os discípulos acreditavam como todo o judeu que Elias viria antes do Messias, tinham porém visto a transfiguração de Jesus. Este ladeado por Elias e Moisés. Perguntam a Jesus: “Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?”
Jesus refere que isso já aconteceu e eles entendem que João Baptista era o profeta anunciado por Malaquias (ver Mat. 11:14).
3. Quem foi Elias?
“17 E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel?
18 Respondeu Elias: Não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os baalins.” (1ª Reis 18:17,18).
Nota: Israel apartara-se de Deus, esqueceu-se de Seus mandamentos e entregar-se à idolatria. Jezabel, mulher de Acabe, ímpia e idólatra, que destruíra os profetas do Senhor (v.4), estava mantendo centenares de profetas de Baal, e buscava Elias para o matar. Elias orou para que houvesse fome na Terra, e disse a Acabe: “Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (1ª Reis 17:1). A mensagem de Elias era um convite para o arrependimento e obediência aos mandamentos de Deus.
4. Que proposta clara fez Elias a todo o Israel?
“21 E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada.” (1ª Reis 18:21).
Nota: O povo de Israel estava numa encruzilhada. Ou recusariam Deus para sempre, o Deus que os tinha estabelecido como SEU povo, um povo separado, ou aceitariam o deus Baal como amo e senhor. Se Jeová é Deus, era a Ele que deveria ser adorado. Se Baal era Deus, então era Baal que deveria ser obedecido. Elias apresentou esta exortação e deixou o povo escolher.
Convido os meus amigos a lerem na vossa Bíblia até ao verso 38 para melhor compreender o que está em cena.
No verso 39 lemos “Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o rosto em terra e disseram: O senhor é Deus! O Senhor é Deus!”
5. Qual foi o assunto principal de João Batista?
“Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus.” “Produzi frutos dignos de arrependimento.” (Mateus 3:2 e 8).
6. Qual foi o resultado da mensagem proclamada por João Batista?
“5 Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judeia, e de toda a circunvizinhança do Jordão,
6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mateus 3:5-6).
Nota: Houve genuína operação de arrependimento e reforma. João não se satisfazia com uma mera profissão de religião. Dizia aos fariseus e saduceus que buscavam o batismo, que produzissem “frutos” dignos de “arrependimento.” Queria ver a religião na vida, no coração e no lar. Assim preparou um povo para o primeiro advento de Cristo.
7. Completou-se totalmente a profecia de Malaquias em João Batista?
“1 Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias 4:1 e 5).
Nota: “Pois eis que aquele dia vem ardendo...(v.1) “enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (v.5). João Batista cumpriu no espírito de Elias a proclamação relacionada com o primeiro aparecimento de Jesus. Este texto do profeta Malaquias tem uma segunda aplicação que está no futuro. Por conseguinte, o trabalho feito por João Batista no primeiro advento de Cristo, não pode ser tudo quanto contém a profecia referente ao envio do profeta Elias. Deverá, pois, haver outro e maior cumprimento da profecia anterior ao segundo advento de Cristo, para preparar ou aprontar um povo para esse grande acontecimento.
8. Que mensagem encontramos antes do nosso texto inicial (Apoc. 14:12)?
“6 E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,
7 dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.
9 Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão,
10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.”
Nota: Tal como as mensagens de Elias e João, esse é um convite ao arrependimento e reforma – um apelo para o abandono do culto falso e idólatra, e para a volta a Deus e ao culto d´Ele e d´Ele só. A primeira parte desta tríplice mensagem aponta para o Deus verdadeiro Criador, em linguagem muito semelhante à encontrada no quarto mandamento, ou mandamento do sábado. Esta é a mensagem que deve ser, está sendo pregada ao mundo agora. Os que proclamam estas mensagens são o Elias para este tempo, assim como João e seus auxiliares o foram ao tempo do primeiro advento de Cristo.
9. Como é descrito o povo que é formado pela tríplice mensagem aqui apresentada?
Nota: Leia outra vez o verso inicial.
Esses são os que estarão preparados para encontrar a Jesus, quando vier. Atenderam ao convite de Elias para o arrependimento e a reforma. Interessaram-se não somente por sua própria salvação, mas pela salvação dos seus amigos e parentes. Por essa menagem, o coração dos pais se volta para os filhos, e o coração dos filhos para seus pais. Um se interessa pela conversão e salvação do outro. Haverá pouca religião no coração de quem não cuida dos interesses eternos dos seus entes queridos. Quando esta mensagem tenha feito o seu trabalho, Deus ferirá a Terra com maldição; cairão as sete últimas pragas, prenunciadoras do grande dia do Senhor.
Deus o/a abençoe e aceite Jesus e os Seu mandamentos e torne-se um discípulo agora, ficar em silêncio, não é bom sinal. Desça o Espírito Santo sobre si e mim e queime o lixo que deve ser queimado e Jesus reine Soberano no nosso coração. Amem.

20 de maio de 2010

A ESTÁTUA DE DANIEL: O DESMORONAMENTO - III

“41.Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.
42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.” Daniel 2
Olá amigos. Leram o tema anterior? Gostaram? Hoje vamos terminar este assunto relacionado com o texto bíblico acima postado.
Temos que dizer que este é o último sintoma do tempo do fim, é visto como a corrida desenfreada dos reis da terra em alianças que não resultam. Não podemos deixar de pensar ao que se passou no episódio da Torre de Babel. No verso 41 faz alusão à torre de Babel na raiz da palavra (plq; dividido); no contexto bíblico, esta raiz, deriva o nome de Peleg, e é geralmente associado ao acontecimento da torre de Babel: “A Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porque nos seus dias foi dividida...”, peleg (Gén. 10:25; 1ª Crón. 1:19). A profecia de Daniel anuncia portanto um evento que lembra o que se passou na torre de Babel.
Na história da torre de Babel diz: “Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam”, a visita de Deus acontece no momento quando os construtores na sua angustia e medo que viesse um novo Dilúvio se unem para construírem uma torre e preservar “os seus nomes” (Gén. 11:4). Da mesma maneira, o Deus do céu surge no exacto momento quando os poderes da terra estão preocupados, com medo de desaparecerem, fazendo “alianças humanas”.
Ora este quadro do tempo do fim, caracteriza o entusiasmo pela unidade, parece-se de forma evidente com o nosso tempo. Nunca na história humana se registou tantos encontros entre governantes de todo o mundo, nunca como agora surgiram tantos movimentos de unidade como nos nossos dias. O fenómeno é bem recente. É seguramente isto o que mais distingue a nossa época em relação ao passado. Pela primeira vez as grandes potências da terra reúnem-se na necessidade de se unir e orientam tratados de alianças a todos os níveis. Não mencionaremos as siglas que hoje proliferam, desde OTAN, C.E., O.P.E.P, ETC., até mesmo alianças religiosas! Não é isto um sinal dos tempos? Não é isto um sinal do fim dos tempos?
Agora pensa-se numa aliança mais audaciosa. O nosso tempo já passou a fase das simples alianças ao nível continental ou ideológico. A muralha de ferro caiu, o muro de Berlim ruiu (tenho um pedaço de muro aqui ao meu lado, trouxe na altura que estava a ser destruído). Agora os poderes do mundo encontram-se e trabalham para uma unidade que visa pela primeira vez uma politica global abraçando todos os domínios e todos os continentes – “A Nova Ordem Mundial”.
Os acontecimentos acontecem a uma velocidade tão vertiginosa que os nossos olhos não o conseguem perceber, e ao diapasão da profecia. A evidência impõe: a história humana atinge o seu fim.
Querem mais? Então fiquem aí e até à semana se Deus quiser. Falem aos vossos amigos deste Website, é o melhor que está na Internet!

13 de maio de 2010

A ESTÁTUA DE DANIEL: OS PÉS DE FERRO E BARRO II

Foi graças ao apoio politico de Roma e do Imperador Constantino em particular, que a Igreja pôde assegurar o seu destino; de pobre e perseguida que era, ela torna-se rapidamente a religião do Estado, com tudo o que isto implica de organização hierárquica e bens temporais, mas também de compromissos. Paulatinamente ela torna-se a sucessora, herdando a língua (o latim), a estrutura administrativa, a simbologia (ver Pierre de Luz, Histoire des Papes, Paris, 1960, pp. 81 ss.), e até o mesmo ideal de domínio universal. “Porque a possessão – urbs inclyta et Romani imperii caput, como o escreveu Jerónimo -, observe o nome Roma, encerra em si um atributo que significa a possessão do mundo. Roma é o sinal duradoiro de uma dupla jurisdição, religiosa e politica, com presença à escala universal” (Ch. Pichon, Le Vatican hier et aujourd`hui, p. 71; cf. p. 230).
No seu livro sobre a história dos papas, Pierre de Luz descreve este acontecimento como “o mais prodigioso não só na história da Igreja, mas na história da humanidade” (Pierre de Luz, Histoire des Papes, p. 44).
Desde Constantino até aos carolíngios (O Carolíngios, Que é comummente chamado Carlovingians até ao final do XIXe século, formaram uma dinastia de reis francos que governou a Europa Ocidental 751 até Xeséculo. E cujo pedigree remonta St. Arnulf (V. 582-640?) Bispo de Metz.), os imperadores combateram para defender e assegurar o poder da Igreja. A Igreja instala-se como capital política: Roma torna-se a cidade do Vaticano. Paralelamente, a Igreja envolve-se com compromissos que deveriam afectar a sua identidade religiosa. O Sábado por exemplo, memorial da Criação, foi pouco a pouco substituído pelo domingo, dia sagrado para os romanos adoradores do sol. Era mais cómodo assim, e isto permitia um maior sucesso entre as massas pagãs.
Assim associado ao ferro, a argila perdia gradualmente o seu sentido bíblico de dependência do Alto, conservando no entanto, a sua característica natural de maleabilidade e adaptação. Sacrificando o mandamento do Altíssimo sobre o altar do sucesso, a Igreja preferiu o caminho de se tornar poderosa, mas sem o poder de Deus. a tradição humana sobrepunha-se à revelação de Deus, a Bíblia.
3. “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.” Daniel 2:43. Enfim, o ferro e a argila são de novo vistos em conjunto, mas desta vez numa relação positiva: o ferro “misturado” com a argila significando as tentativas de alianças. Esta última explicação reveste-se de uma importância particular, por ser a única a ser explicitamente situada cronologicamente na história: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre.” Daniel 2:44.
Esta passagem é também a única a realçar a acção: “misturar-se-ão”. Até ao presente, as explicações relacionavam-se a um estado de qualidade, “dividido” (v. 41), e “como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.” (Daniel 2:42). “forte e frágil”. Na verdade, as duas explicações precedentes descrevem um estado que durará até ao fim.
Por outro lado, e pela primeira vez o verbo está no plural e reporta-se a vários “reis” (ver v. 44), até aqui só se falava que num só reino, “dividido” (v.41) ou em parte “forte e em parte frágil”” (v. 42). O que corrobora uma ideia transversal na Bíblia que as alianças implicam necessariamente a pluralidade: são necessários vários associados para se fazer uma aliança.

Para alguns, especialmente, os que não apreciam a história, o tema será cansativo, sou no entanto, obrigado a avançar para uma terceira parte, a razão é simples; esta é a base para se compreender a história do cristianismo ao longo dos séculos.
Deus vos abençoe em Jesus. Amem.

10 de maio de 2010

A ESTÁTUA DE DANIEL: OS PÉS DE FERRO E BARRO

“Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra. Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.” Daniel 2:34-36
Com esta parte atingimos a última etapa da história humana. E a julgar pela longa descrição – mais de metade do texto lhe é consagrado (41-43) – é a parte que retém por completo a atenção do profeta. O texto não designa este regime como diferente do quarto reino; ele pertence ainda ao quarto reino. Aliás, ele é constituído de ferro.
Um elemento novo aparece juntamente com o ferro, a argila. Esta associação estranha recebe na explicação do profeta três sentidos diferentes:
1. “Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.” (Daniel 2:41). Em primeiro lugar, o ferro e a argila são vistos numa relação negativa: o ferro e a argila significam a divisão. Esta particularidade é tanto mais impressionante que sobrevém depois de um período carcterizado justamente pela unidade – na continuação dos quatro reinos, e sobretudo no seguimento do período da unidade vencido sob o governo romano. Ao consultar a história confirma-se os dados proféticos. Depois de Roma, esta região do mundo nunca mais conheceu a unidade, e se cremos na profecia, este estado de coisas deve durar até ao fim.
2. “E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.” (Daniel 2:42). O ferro e a argila são vistos separadamente. O ferro significa a força, e a argila a fraqueza. Trata-se pois de um efeito provocado por uma causa. Dividido, o reino é presentemente constituído de elementos fortes e de elementos fracos. Pode reconhecer-se carateristicas do mundo que se seguiram à era romana até aos nossos dias. No seguimento do forte império Romano altamente centralizado, o que encontramos é uma multiplicação de nações de valor desigual.
Mas para além desta carateristica “forte-fraco” que estes dois elementos obviamente representam, o facto que destaque seja colocado aqui sobre o ferro e a argila desperta-nos para o facto do significado dos dois materiais.
Nos reinos precedentes, nos podemos identificar que cada um desses materiais tinha um valor representativo: o ouro representava a glória e o prestigio de Babilónia, a prata representava o poder financeiro dos Persas, o bronze representava o poder do exército da Grécia e o ferro representava o poder administrativo de Roma. Neste contexto, é pois razoável pensar que a argila comporta também algum significado particular. Se os metais da estátua foram escolhidos para traduzir a natureza dos respectivos reinos que eles representavam, será a mesma coisa para a argila. Notemos em primeiro lugar que a argila marca uma rutura em relação aos metais. Até ao presente os metais representavam os poderes políticos. A aparição da argila é pois intencional para indicar que o poder aqui representado é de uma outra natureza, ou seja natureza essencialmente diferente.
A evocação da argila veicula de facto uma forte conotação religiosa directamente inspirada na noção bíblica. De maneira significativa Daniel especifica “barro do oleiro” (v. 41). Ora, na linguagem bíblica a imagem da argila e particularmente a argila do oleiro é geralmente utilizada para exprimir a ideia da criação: “Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.” (Isaías 64:8).
De facto todas as vezes que a palavra “argila” ou “barro” aparece na Bíblia em relação com a palavra “oleiro”, é sempre para evocar o homem na sua relação de dependência com o Criador (Is. 29:16; 41:25; 45:9; Jer. 18:2; 19:1; Lam. 4:2; Romanos 9:21). Quer dizer todo o peso religioso está contido nestas palavras. Nós temos fortes razões para pensar que a argila da estátua representa um poder diferente relativamente aos poderes precedentes que eram de natureza politica; é um poder de natureza religiosa que tem de particular no entanto que é visto associado com o poder politica representado pelo ferro.
No plano da história, isto significa que deveria aparecer ao mesmo tempo que Roma, mais precisamente no momento da sua divisão, um poder religioso ligado de uma forma ou de outra ao poder politico de Roma. Este poder político/religioso deveria estar presente nos nossos dias, pois que Daniel pronuncia que durará até ao fim dos tempos.
Devemos render-nos à evidência. Um só poder preenche todas estas condições: a Igreja.
Vamos parar hoje por aqui, o tema terá que ser continuado nos próximos dias.
Deus nos ajude a compreender o que esta para ser revelado. Amem.

5 de maio de 2010

A ESTÁTUA DE DANIEL: AS PERNAS DE FERRO.

“A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro.” (Daniel 2:32,33)
Depois do período do bronze, o sonho profético da estátua prevê uma passagem à idade do ferro. Enquanto que os Gregos utilizavam o bronze, os Romanos empregaram sobretudo o ferro. Os poetas latinos testemunham esta transição. Por exemplo Virgílio descreve os exércitos antigos fazendo relação com as suas armaduras de bronze: “Os seus escudos revestidos de bronze brilhante e a sua espada de bronze.” (Virgílio, Eneida, VII, 742,743).
Da mesma fora Lutéce contrasta o passado e o presente pela referência ao bronze e ao ferro: “O uso do bronze precedeu o uso do ferro (...) É o exército de bronze que em ondas de combatentes entravam em combate (...) Depois pouco a pouco apareceu a espada de ferro; e viu-se cair a espada e a foice de bronze.” (Lucrèce, De la Nature, V, 1286-1294).
Estas passagens da literatura latina testemunham que a substituição do bronze pelo ferro foi contemporânea ao Império Romano. A confirmar a realidade histórica, o exército romano era um exército de ferro, com as suas espadas de ferro, os escudos de ferro, as suas armaduras de ferro, os capacetes de ferro, e em particular os seus dardos (pilum), uma espécie de lança de ferro podendo servir de azagaia ou dardo.
Mas segundo a explicação de Daniel na referência ao ferro tem por objectivo referir-se mais que ao ferro em si mesmo. O ferro é também percebido a simbolizar uma qualidade, “ força” (v.41), e um comportamento, “como o ferro quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará.” (v. 40).
A força do Império Romano reside fundamentalmente na forma como governa. Roma não se contenta de estender as suas conquistas além do que os anteriores tinham conquistado, da Inglaterra ao Eufrates, passando pela África do Norte; muito moderna para o seu tempo em termos de política – Roma foi a primeira Republica histórica – colocou de pé a primeira administração com altos níveis de qualidade, muito sofisticada que lhe permitia controlar de longe os povos por mais diversos que fossem. Graças este tipo de governo podia manter a unidade do Império e em particular salvaguardar a paz no mundo, a famosa pax romana. É com mérito que no tempo do Imperador Vespasiano, o naturalista romano Plínio o Velho (23-79) celebra o que ele chamava “a grandeza e o esplendor da paz romana”. “A poderosa Roma, dizia ele, trouxe unidade de Roma; todos devem reconhecer os serviços que ela prestou aos homens ao facilitar as suas relações, e em permitir de desfrutar em comum do prazer da paz.” (A. ALBA, Rome et le Moyen Age jusqu`en 1329, Paris, 1924, p. 126).
Com o seu exército de ferro e a sua administração de ferro, não é de admirar que Roma seja descrita como um poder que esmiúça tudo por onde passa. Podemos pensar nas vitórias esmagadoras da legiões romanas. É impossível não se lembrar das palavras históricas de César quando regressava das suas batalhas: “Veni, vidi, vici” (eu vim, eu vi, eu venci). Mas além destes sucessos, devemos pensar também na maneira como Roma tratava aqueles que ousavam resistir. As campanhas punitivas dos Gauleses, onde aldeias inteiras eram queimadas, a supressão completa da corporação dos Druidas, a destruição de Cartago e enfim o cerco de Jerusalém, que pôs fim à nação judaica, são alguns exemplos eloquentes.
Roma mereceu a comparação do profeta. Dura e inflexível como o ferro, a sua reputação ressoa nas estrofes dos poetas por séculos. É tão conhecido este facto que nos dispenso os meus queridos leitores de descrever assunto que conhecem muito bem.
Enfim, ultimo sinal da sua força, o poder romano deveria durar cinco séculos; é de longe o Império que se manteve tanto tempo. Sucumbiu sob os golpes dos invasores bárbaros, tribos que se levantavam como ondas e atacavam nas diferentes partes do Império. O último imperador foi destronado por Odoacro, um chefe germânico, em 476.