29 de dezembro de 2010

O SEXTO SELO DO APOCALIPSE

Verificamos ao ler o texto bíblico (Apoc. 8:1) e que o 7º e o 6º selo estão intimamente relacionados. O sétimo selo faz referência a um “silêncio no Céu quase por meia hora”. Referimos que se trata da 2ª Vinda de Jesus (João 14:1-3; cf. 1ª Tes. 4:13-17; 1ª Cor. 15:51-54), com miríades e miríades de anjos; podemos imaginar a Família do Céu vindo ao encontro da família da Terra.
1. Que cena é descrita na abertura do sexto selo?
Rª: “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro, como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue.” Apoc. 6:12.
Nota explicativa: “tremor de terra”, “o sol tornou-se negro”, “a lua tornou-se como sangue”; toda esta descrição nos leva a compreender que se trata da destruição do mundo físico. O profeta Joel tinha usado a figura de um terramoto para descrever os cataclismos na natureza no dia do Senhor (Joel 2:10; cf. Is. 13:9-11; Amós 8:9).
“A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. A sua superfície está a quebrar-se. O seu próprio fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a soçobrar. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniquidade, se tornaram como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas.” C.S., p. 510
“1 de Novembro de 1755, é uma data que nunca se esquecerá. As 9 horas e 20 minutos da manhã a terra estremeceu e fez cerca de 100.000 mortos. O sismo veio acompanhado de um maremoto e um incêndio que acabou com o resto que havia sobrado.
Durante 5 minutos foi suficiente para desolar a cidade, tanto Lisboa como boa parte do oeste da Península Ibérica, um oeste destroçado pelo terramoto, pelo maremoto e pelo incêndio, 3 tsunamis com ondas de 20 metros de altura. O resultado foi de 50% de população falecida e 85% dos edifícios destruídos por completo.
Outros lugares que ficaram muito danificados foram as Ilhas Caribenhas, as costas inglesas e a costa ocidental espanhola são as zonas onde o terramoto e os tsunamis fizeram cerca de 6.000 mortos. Sevilha foi uma das cidades mais deterioradas. Salamanca também ficou prejudicada. Vallodolid, a costa de Huelva, Ayamonte, a capital de Huelva, Lepe, Cádiz, Conil, Sanlúcar de Barrameda, Porto de Santa Maria e Jerez são cidades que ficaram bastante danificadas tanto humanas como materiais.” http://lisboa.costasur.com/pt/1755-terremoto-em-lisboa.html
Sendo que o terramoto é seguido pelo escurecimento do sol, e este acontecimento pode ser situado em 1780 d. C. Este terramoto é identificado por todos os estudiosos da Bíblia como o que teve lugar em 1755, no dia 1 de Novembro, tendo o seu epicentro a 150 quilómetros a sudoeste de Lisboa (Portugal). Os efeitos do terramoto foram sentidos não só no Norte de África, mas nas Antilhas.
“o sol tornou-se negro”, o escurecimento do sol é mencionado na profecia do AT em relação à catástrofe que precedem o dia do Senhor (ver Isaías 13:10). Jesus destacou especialmente este fenómeno na profecia do fim do mundo, e assinalou-a como um dos sinais dos quais os Seus seguidores deveriam estar atentos em relação à Sua Segunda Vinda como estando próxima (Mat. 24:29,33).
2. Que outro evento é mencionado sob este selo?
Rª: “E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.” Apoc. 6:13.
Nota explicativa: Este impressionante evento astronómico teve lugar no dia 13 de Novembro de 1833. Numerosas testemunhas testemunharam a natureza invulgar deste evento. O Professor Denison Olmsted, de Yale, escreveu: “Para formar uma idéia do fenómeno, o leitor pode imaginar uma constante sucessão de bolas de fogo, semelhantes a foguetes, irradiando em todas as direcções a partir de um ponto no céu. . . [Houve] meteoros de vários tamanhos e graus de esplendor: alguns simples pontos, mas outros eram maiores e mais brilhantes do que Júpiter ou Vénus”. Denison Olmsted, Silliman’s Journal, 25:354-431 and 26:132-174, quoted in Charles P. Olivier, Meteors (Baltimore: Williams & Wilkins Co., 1925), p. 24.
O Dr. Humphreys, presidente do St. John’s College em Annapolis escreveu: “Durante o período imediatamente anterior ao amanhecer, o evento foi observado por muitas pessoas inteligentes na cidade, cujas declarações coincidem mais perfeitamente, quanto ao número quase infinito de meteoros. Nas palavras da maioria dos observadores, eles caíram como flocos de neve”. Humphreys, American Journal of Science, 25:372, quoted in Everett Dick, “The Falling of the Stars,” The Advent Review and Sabbath Herald, Nov. 2, 1933, p. 11.
3. Qual é o evento seguinte na abertura do 6º selo?
Rª: “E o céu retirou-se, como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.” Apoc. 6:14
Nota explicativa: “o céu retirou-se, como um livro que se enrola” livro ou pergaminho “biblion” (Apoc. 5:1). Esta descrição apresenta o céu a enrolar-se como um rolo de pergaminho. Na cosmologia antiga o céu era considerado como uma abóbada sólida sobre a terra. O profeta percebe que o céu se enrola como uma cortina para deixar a terra sem protecção diante de Deus. Isaías apresenta o mesmo quadro (Isa. 34:4). Este acontecimento é sem dúvida o mesmo que foi descrito por Jesus quando disse: “depois daqueles dias de aflição, o Sol ficará escuro e a Lua deixará de brilhar. As estrelas cairão do céu e os poderes celestes hão-de estremecer” (Mat. 24:29).
Irão repetir-se estes sinais como alguns têm sugerido, imediatamente antes da vinda de Jesus? Não sabemos. O que podemos afirmar que este contexto que acima mencionamos aponta para o futuro, no entanto e inquestionavelmente se relaciona intimamente com o surgimento real do Filho do homem nos céus.
4.Como enfrentará os habitantes da terra este tão grande acontecimento?
Rª: “E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” Apoc. 6:15-17.
Nota explicativa: a lista que é dada em Apocalipse 6:15-17, apresenta todos os extractos sociais e políticos que existiam no tempo de João. Convém salientar as palavras “e diziam aos montes e aos rochedos: caí sobre nós, e escondei-nos dos rosto daquele que está assentado sobre o trono”. Estas palavras vindas da parte daqueles que negligenciaram a preparação para o encontro com o Soberano, provoca-lhes mais terror que a própria morte. O texto de Apocalipse faz realce “e quem poderá subsistir?” (ver Naum 1:16; Mal. 3:2; Luc. 21:36). A cena conclui com esta penetrante pergunta: Quem poderá subsistir? A abertura de cada um dos selos mostra uma fase diferente no grande conflito entre Cristo e Satanás, e cada um dos selos ajuda a compreender a justiça de Deus perante todo o Universo (ver Apoc. 5:13). Agora, há uma pausa nesse conflito, cada um decidiu o lugar em que quer estar “à direita ou à esquerda”, agora, trata-se da presença do Senhor dos senhores perante todos os seres humanos, é a imponência do Céu em contraste com aqueles que tiveram todas as possibilidades, agora porém, estão à sua própria mercê, os que decidiram ficar à esquerda percebem enfim, não poder sobreviver, e por isso a dramática pergunta: “Quem poderá permanecer de pé?”
Conclusão: Duas classes, só duas religiões, se apresentam agora; a do caminho estreito e a do caminho largo. Graças a Deus ainda podemos decidir, decida pelo caminho da vida, porque “morreria?”

21 de dezembro de 2010

O SÉTIMO SELO DO APOCALIPSE

Documentos importantes de várias espécies eram frequentemente selado de modo a impedir que pessoas não-autorizadas abrissem os documentos e lessem o seu conteúdo. No caso do rolo, um cordão era marrado à sua volta, um punhado de barro húmido era colocado sobre o corda e uma estampa ou selo era impresso sobre o barro. Tanto o sinete gravado como o barro estampado, eram conhecidos como selos. Após a secagem do barro, ele não podia ser removido, a menos que fosse quebrado. Muitas vezes era usada a cera, com o mesmo propósito que o barro. Uma história interessante a respeito de selar um contrato, encontra-se no capítulo 32 de Jeremias.
1. O que estava escrito no livro dos sete selos?
Rª: Apocalipse 5:1 que o livro sete vezes selado que o Cordeiro tomou nas mãos, a exemplo do rolo de Ezequiel, achava-se escrito de ambos os lados – o que era invulgar – mas nada mais é dito acerca do conteúdo do rolo. Embora o Cordeiro o pudesse romper os selos e abrir o livro, a Bíblia não afirma que o livro tenha sido efectivamente aberto. Sabemos tão só o que aconteceu aquando da abertura dos selos.
2. Algumas observações sobre o costume de selar um documento na época em que o Apocalipse foi escrito.
Análise: muitos estudiosos referem que sob a legislação romana vigente no tempo em que João escreveu o Apocalipse, o testamento de uma pessoa requeria o selo de sete testemunhas. Uma das sete testemunhas era reconhecida e tida como o fiel da balança. Como se o seu trabalho fosse verificar, conferir se o peso estava rigorosamente certo. Após a morte da pessoa, as sete testemunhas reuniam-se na presença de uma autoridade governamental. A autoridade requeria que cada testemunha identificasse o seu próprio selo e o rompesse, de modo a que o conteúdo do testamento fosse lido.
3. Que viu João, o revelador, na mão direita do que Se sentava no trono?
Rª: “E VI, na dextra do que estava assentado sobre o trono, um livro, escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.” Apocalipse 5:1.
Nota explicativa: O ambiente deste capítulo é idêntico a 4:1 – o centro de tudo é o Trono de Deus – o capítulo 5 destaca o Cordeiro e o livro selado.
E.G.White diz: “O quinto capítulo do Apocalipse deve estudar-se cuidadosamente. É da maior importância para todos os que haverão de desempenhar uma parte na obra de Deus nos últimos dias.” (3JT 414, espanhol).
4. Que fez o Cordeiro com o livro?
Rª: “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes, e entre os anciãos, um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados a toda a terra. E veio, e tomou o livro da dextra do que estava assentado no trono.” Apocalipse 5:6,7.
Nota explicativa: “Cordeiro”, gr. Arníon, palavra que é usada 29 vezes no Apocalipse e uma só vez em todo o Novo Testamento (João 21:15); no entanto, o pensamento é o mesmo que sugere a palavra “amnós”, “cordeiro”, em João 1:29,36; Act. 8:32; 1ª Pedro 1:19; Isaías 53:7.
João tinha ouvido que Cristo é um leão vencedor, mas quando olha vê um cordeiro! Um contraste tão marcante pode sugerir que da vitória de Cristo não provem da sua força física mas da excelência moral do Seu carácter; porque sobre todas as coisas o que se declara: “digno” (ver Apoc. 5:2). O sacrifício vicário da Sua vida sem pecado, simbolizado pelo sacrifício de um cordeiro sem mancha; o que Ele alcançou na cruz no conflito contra o mal é mais do que qualquer demonstração de força, o que alcançou foi uma vitória definitiva, só Ele estava à altura. Sim, Ele é digno!
5ª. Que acontece na abertura do sétimo selo?
Rª: “E, HAVENDO aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia hora.” Apocalipse 8:1.
Nota explicativa: Este silêncio tem sido explicado pelo menos de duas maneiras. Alguns sustentam que este silêncio no céu se referem aos terríveis acontecimentos que se sucedem na Terra imediatamente antes da segunda vinda de Jesus (Apoc. 6:14-16), deve-se à ausência das hostes angélicas que deixaram as cortes celestes para acompanhar Cristo ao voltar pela 2ª vez à Terra (Mat. 25:31); segue-se necessariamente o silêncio no Céu durante a ausência deles. Meia hora de tempo profético deverá ser sete dias. Os sete selos, portanto, levam-nos até á segunda vinda de Cristo.

O CORDEIRO DE DEUS NAS PROFECIAS

Introdução:
É com alegria que nesta semana estamos falando sobre O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O tema para hoje é: O Cordeiro de Deus nas Profecias.
O maior de todos os romances, ou histórias de amor não é Romeu e Julieta, nem Love Story, nem mesmo E o Vento Tudo Levou, ou o Taj Mahal, ou ainda o Titanic.

A maior história de amor está descrita em João 3:16, onde lemos que “Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigénito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.
O capítulo oito do livro de Actos conta a história de um eunuco que lia esta grande história de amor no livro do profeta Isaías.

Vejamos o que está escrito em Isaías 53:4-7. (Ler o texto).
Falar de Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, enche nosso coração de emoção, emoção que vem da presença do próprio Deus.
Na quinta-feira à noite, Jesus comeu a Páscoa com os discípulos, isto é: A Santa Ceia.
Logo após, no Jardim do Getsêmani Judas o traidor O entregou.
Ele foi negado por Pedro, julgado injustamente e depois de cuspido batido, ele foi açoitado violentamente.
Não bastasse tudo isto, o coroaram com uma coroa de espinhos, e então o crucificaram entre dois ladrões.

Siga de perto o desenrolar dos acontecimentos daquela noite.
Primeiro Jesus foi traído por Judas, depois negado por Pedro, então julgado, açoitado, cuspido, batido, coroado com espinhos, e finalmente levou a cruz para o Calvário, onde o crucificaram entre dois ladrões. De um lado o ladrão impenitente e de outro lado o ladrão arrependido.
Ele sofreu sozinho, foi abandonado por todos e pensava até, ter sido abandonado pelo próprio Deus, o Pai.
Todos o abandonaram. Mas Ele permaneceu inabalável.

Que emocionante a declaração de Isaías aproximadamente sete séculos antes dizendo que Jesus foi levado como um cordeiro para o matadouro e como ovelha muda ele não abriu a sua boca. Isaías 53:7.

O Servo Sofredor:
Durante toda sua vida Cristo soube o que era ser odiado, desprezado e rejeitado.
Quando tomou sobre si a forma de homem, Jesus assimilou em sua própria carne a dor, a tristeza e os desenganos que o homem conhece. Por meio da humanidade de Jesus, a Divindade experimentou tudo o que o homem havia herdado.
A Jesus tocou a sorte de sofrer todos os maus tratos e as maldades que os homens ímpios e os anjos caídos puderam causar-lhe. E isto culminou com a crucifixão.
Em vez de partilhar a aflição de Cristo, os homens se apartaram dele com amargura e desprezo. Não se apiedaram dele, senão que o reprovaram por sua desdita e sorte. (Mateus 26: 29-31; 27: 39-44). Até seus discípulos o abandonaram e fugiram. (Mateus 26: 56).

Não podemos deixar de destacar a natureza vicária dos sofrimentos e da morte de Cristo. O ato de que sofreria e morreria por nós, e não por causa de si mesmo, é repetido nove vezes nos versos de Isaías 53. Sofreu em nosso lugar. Tomou sobre si a dor, a humilhação e o maltrato que nós merecíamos.
Digno de nota também é o fato de que Jesus não protestou, nem se queixou para defender-se. O silêncio foi a evidência de uma submissão total e incondicional. (ver Mat. 26: 39-44). O que o Messias fez, o fez voluntariamente e com alegria, a fim de que o pecador condenado pudesse ser salvo.
O servo piedoso foi morto como pecador, não como santo.

Deus não se alegrou de que seu servo, o Messias, tivera que sofrer; mas por causa do bem-estar eterno dos homens e segurança do universo. Deve entender-se por esta frase que tal foi a vontade de Deus. Unicamente assim teria êxito o plano de salvação. Os sofrimentos de Cristo eram parte do plano eterno.
Por causa do pecado, o homem perdeu sua inocência, a capacidade de amar e obedecer a Deus, seu lar, seu domínio sobre a terra e a própria vida. Cristo veio para restaurar todas estas cosas de forma permanente.
A morte do servo de Deus proporcionou uma expiação aceitável e efectiva do pecado que havia ocasionado a perdição. Esse sacrifício era essencial para e redenção e a restauração do homem.

Tudo o que se perdeu por causa do pecado será restaurado. Cristo se converteu no herdeiro de todas as coisas, e compartilha sua herança com os que resgatou das mãos do inimigo. Eles compartilharão seu triunfo, não como vassalos e nem como escravos, senão como homens e mulheres redimidos pelo sangue de Cristo, e destinados a reinar com Ele para sempre.O Cordeiro das Profecias é o Cordeiro do Calvário. É Jesus, nosso Redentor.
O Cordeiro do Calvário:
A Inspiração nos convida a olhar para o Homem do Calvário. Olhai para Aquele cuja cabeça foi coroada com a coroa de espinhos, que suportou a cruz da ignomínia, que desceu passo a passo o caminho da humilhação. Olhai para Aquele que foi um homem de dores e que sabia o que é padecer, que foi desprezado e rejeitado pelos homens.
Devemos olhar para o Calvário até que o nosso coração se enterneça diante do maravilhoso amor do Filho de Deus. Ele não deixou nada por fazer para que o homem caído pudesse ser elevado e purificado. O cordeiro das Profecias levou sobre si a nossa culpa.
Mesmo a maneira de Sua morte foi prefigurada. Como a serpente de bronze foi levantada no deserto, assim devia ser levantado o Redentor por vir, “para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16.
“E se alguém Lhe disser: Que feridas são essas nas Tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos Meus amigos”. Zacarias 13:6.
“E puseram a Sua sepultura com os ímpios, e com o rico na Sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na Sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar”. Isa. 53:9 e 10.

Mas Aquele que havia de sofrer a morte às mãos de homens vis, devia ressurgir como conquistador sobre o pecado e sobre a sepultura. Sob a inspiração do Todo-poderoso, o suave cantor de Israel tinha testemunha as glórias da manhã da ressurreição. “Também a minha carne, proclamou jubiloso, repousará segura. Pois não deixarás a Minha alma no inferno [a sepultura], nem permitirás que o Teu Santo veja corrupção”. Salmo 16:9 e 10.
Poderia haver detido os passos da morte e recusado ficar sob seu domínio; mas voluntariamente entregou a vida, a fim de poder trazer à luz a vida e a imortalidade. Suportou o pecado do mundo, sofreu-lhe a maldição, entregou a vida em sacrifício, para que o homem não morresse eternamente.

Que maravilhoso pensamento este, de que Jesus tudo sabe acerca das dores e aflições que sofremos! Em todas as nossas aflições foi Ele afligido. Alguns dentre nossos amigos nada sabem da miséria humana e da dor física. Nunca ficam doentes e, portanto não podem penetrar plenamente nos sentimentos daqueles que se acham doentes. Jesus, porém, Se comove com o sentimento de nossa enfermidade. Ele é o grande missionário médico. Tomou sobre Si a humanidade e colocou-Se à cabeceira de uma nova dispensação, a fim de que possa reconciliar justiça e compaixão.

Caso queiramos afinal ser salvos, cumpre-nos aprender todos, ao pé da cruz, a lição de penitência e de fé. Cristo sofreu humilhação a fim de salvar-nos da vergonha eterna.
Consentiu em receber escárnios e zombarias e maus tratos, para que nos pudesse proteger. Foi nossa transgressão que Lhe adensou em torno da divina alma o véu da escuridão, e arrancou-Lhe um brado como de pessoa ferida e abandonada por Deus. Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades; e as nossas dores levou sobre Si, por causa de nossos pecados. Fez-Se oferta pelo pecado a fim de que, por meio dEle, pudéssemos ser justificados perante Deus. Tudo quanto é nobre e generoso no homem despertará em correspondência à contemplação de Cristo crucificado.

Foi para nos remir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Tornou-Se um Varão de dores, para que pudéssemos tornar-nos participantes das alegrias eternas. Deus permitiu que Seu Filho amado, cheio de graça e verdade, viesse de um mundo de indescritível glória para outro mareado e corrupto pelo pecado e obscurecido pela sombra da morte e da maldição. Consentiu em que Ele deixasse Seu amoroso seio e a adoração dos anjos, para sofrer a ignomínia, a injúria, a humilhação, o ódio e a morte.
Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito.
Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertence.
Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade

O Cordeiro Vitorioso:
Jesus via sempre diante Si o resultado da Sua missão. Sua vida terrena, tão cheia de trabalhos e sacrifícios, era iluminada pelo pensamento de que não seria em vão todo o Seu trabalho. Dando a vida pela vida dos homens, restauraria na humanidade a imagem de Deus. E havia de nos levantar do pó, reformar o carácter segundo o modelo de Seu próprio carácter, e torná-lo belo com Sua própria glória.

Cristo viu os resultados do trabalho de Sua alma e ficou satisfeito. Olhou através da eternidade, e viu a felicidade daqueles que pela Sua humilhação haviam de receber o perdão e a vida eterna.
Enquanto Jesus pendia no Calvário, todo o Céu atentava com profundo interesse para a cena. O glorioso Redentor de um mundo perdido, sofria a pena da transgressão do homem contra a lei do Pai. Ele estava prestes a redimir Seu povo com o próprio sangue. Estava pagando as justas reivindicações da santa lei de Deus. Era o meio pelo qual se poria, enfim, termo ao pecado e a Satanás, e sua hoste seria vencida.
Será que já houve acaso sofrimento e dor iguais àqueles que foram suportados pelo moribundo Salvador?

Não, realmente não. Foi o senso do desagrado do Pai que Lhe tornou o cálice tão amargo. Não foi o sofrimento físico que pôs tão rápido fim à vida de Cristo na cruz. Foi o peso esmagador dos pecados do mundo, e o senso da ira de Seu Pai. A glória de Seu Pai, Sua mantenedora presença, haviam-nO abandonado, e o desespero fazia sentir sobre Ele o peso esmagador da treva, arrancando-Lhe dos pálidos e trémulos lábios o angustioso grito: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46.

Jesus unira-Se ao Pai na criação do mundo. Por entre os angustiosos sofrimentos do Filho de Deus, unicamente os homens cegos e iludidos permaneciam insensíveis. Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos ofendiam o querido Filho de Deus em Suas ânsias de morte. Todavia a natureza inanimada geme em simpatia com Seu ensanguentado e moribundo Autor. A Terra treme. O Sol recusa-se a contemplar a cena. O céu se enegrece. Os anjos assistiram à cena de sofrimento até que não mais puderam contemplá-la, e ocultaram o rosto da horrenda visão. Cristo está morrendo! Está como que sem esperança! É retirado o sorriso aprovador do Pai, e aos anjos não é permitido aclarar as sombras da hora terrível. Não podiam senão olhar em assombro a seu amado Comandante, a Majestade do Céu, a sofrer o castigo da transgressão do homem à lei do Pai.
Foi o amor pelos pecadores que levou Cristo a pagar o preço da redenção.

Conclusão:
Os frutos do sacrifício de Jesus só serão conhecidos realmente em toda a sua intensidade, quando estivermos na eternidade.
Nesta vida nossa mente não tem capacidade para alcançar plenamente os resultados do grande sacrifício de Jesus por nós na cruz do Calvário.

A única coisa que podemos fazer além de aceitar a salvação provida na cruz, é dizer: Louvado seja o Senhor nosso Deus por tão grande amor.
Pessoalmente cada um deve dizer: Senhor, eu aceito o Cordeiro de Deus nas profecias, o Cordeiro do Calvário e seu sacrifício em meu favor.

13 de dezembro de 2010

A PRIMEIRA TROMBETA DO APOCALIPSE

Introdução:
Durante o tempo de provação a ira/zelo de Deus é sempre temperada, ou misturada, com misericórdia. Assim o profeta Habacuque ora: “Na ira Lembra-Te da misericórdia.” Hab. 3:2. A ira de Deus em ser acompanhada de misericórdia só é derramada quando a misericórdia houver cumprido a sua obra, e o mal atingido o limite, não havendo mais remédio (Gén. 6:3; 15:16; 19:12,13; 2ª Crón. 36:16; Mat. 23:37,38; Luc. 19:42-44; 2ª Ped. 2:6; Judas 7).
1. No seguimento dos sete selos, sob que símbolo foi mostrada ao Apóstolo João as sensacionais séries de eventos que se iria seguir?
Rª: “E, HAVENDO aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia hora.
E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.” Apoc. 8:1-2.
Nota explicativa: É verdade que João não apresenta estes “sete anjos”, mas tem o cuidado de dizer e com isso esclarecer de que são os “que estavam diante de Deus”. Estes sete anjos estão preparados para anunciar castigos ou juízos de Deus que estão para acontecer.
Estas trombeta antecedem e dão conhecimento do Julgamento. Podemos estabelecer uma série de comparações entre as sete trombetas e os sete selos, aliás, são abrangidos pelas respectivas cenas do santuário e fim do tempo. (CLICAR PARA VER O POWER POINT)
Outra curiosidade, que não será acidental trata-se da forma como estão organizados em grupos de quatro e de três. Os quatro primeiros selos forma um grupo – os quatro cavaleiros do Apocalipse. Veja Apocalipse 6:2-8. As últimas três trombetas também forma um grupo, os três medonhos ais. Ver Apoc. 8:13 a 9:21; 11:14-18. Além disso, quatro anjos sustentam os quatro ventos entre o sexto e o sétimo selos, por outro lado, quatro anjos são vistos atados junto ao rio Eufrates sob a sexta trombeta. Ver Apoc. 7:1-3; 9:14,15.
Existem igualmente interessantes contrastes. Os quatro anjos que seguram os quatro ventos, nos sete selos, recebem a instrução de segurá-los, de modo a retardar o juízo. Ver Apoc. 7:3. Mas os quatro anjos amarrados junto ao Eufrates na sexta trombeta, são libertos para que possam infligir juízos. Capítulo 9:14,15. Sob o sétimo selo ocorre “silêncio no Céu”. Capítulo 8:1. Sob a sétima trombeta, a coroação de Cristo é aclamada por “grandes vozes”.
2. Que acontece antes que o primeiro anjo toque a sua trombeta?
Rª: “E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos, sobre o altar de ouro, que está diante do trono.” Apoc. 8:3
Nota explicativa: “outro anjo”, quer dizer, não um dos sete anjos que têm as trombetas. Estes textos e cena levam-nos ao Antigo Testamento, ver (trono) Êxodo 30:1-10; (incensário) Levíticos 10:1; as orações, o quadro apresenta o anjo que coloca incenso juntamente com as orações dos santos à medida que estas ascendem ao trono de Deus. A cena descrita pode entender-se como símbolo do ministério de Cristo a favor do Seu povo (Rom. 8:34; 1ª João 2:1). Cristo, como intercessor, acrescenta os Seus méritos às orações dos santos, que por este meio tornam-se aceites ante Deus.
3. Que cena surpreendente acontece a seguir?
Rª: “E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terramotos.” Apoc. 8:5.
Nota explicativa: Opera-se uma alteração repentina na cena de intercessão. Uma vez mais o anjo enche o incensário com fogo, mas não acrescenta incenso.
Nota explicativa: “e o lançou por terra”, o significado deste acto é importante para a compreensão do que se vai seguir ao soar as trombetas. Podem apresentar-se duas interpretação a) Segundo o ponto de vista dos Adventistas do Sétimo Dia, a cessar do ministério do anjo junto ao altar de incenso simboliza o fim do ministério de Cristo em favor da humanidade, ou seja, o fim do tempo da graça. As vozes, trovões, relâmpagos e terramotos sucederão no fim da sétima trombeta, depois da abertura do templo (11:19), e a sétima praga, quando sai uma voz do tempo e declara: “Está consumado” (16:17), b) O outro ponto de vista, ainda que concorde com o anterior, mas destaca o facto de que as orações dos santos ascendem e estas estariam de acordo com as orações dos mártires durante o quinto selo (Apoc. 6:10). Ou seja, estas orações não são só as dos mártires mas também as orações dos filhos de Deus que sofrem horrores descritos na abertura dos selos. Desta forma, quando as orações do cap. 8:3 estariam incluídas no conjunto dos selos, a acção do anjo que lança o incensário com fogo sobre a terra sem acrescentar incenso pode considerar-se como um símbolo de que as orações são aceites. Elas são aceites (6:11) mas a resposta não é cabal, por isso é-lhes dito: esperem até que se cumpra o número dos mártires. Agora chega a verdadeira resposta às suas orações. A ira de Deus contra os perseguidores do Seu povo não será retida indefinidamente.
4. Sob que figura é descrita a trombeta?
Rª: “E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte: queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.”
Nota explicativa: A imagem da trombeta é particularmente sugestiva. A palavra grega (salpigx), que nas nossas Bíblias é traduzida geralmente por trombetas, o hebraico traduz (schofar). Trata-se de um chifre de carneiro que era utilizado em ocasiões solenes como a guerra e o julgamento. Os sacerdotes tocaram o schofar na conquista de Jericó (Josué 6:4,6,8,13) para anunciar a vitória, e também a festa das expiações (Lev. 25:9) para proclamar o grande dia do julgamento de Deus.
Até ao presente, o som do schofar era esporádico. Um toque de schofar antes das cartas às Igrejas (Apoc. 1:10) e um outro toque de schofar antes dos selos (Apoc. 4:1). Presentemente, o som do schofar ressoa através de toda a história vista pelo pela profecia. Como as orações que ascendem em todo o momento. Esta associação do schofar e da oração coloca-nos na atmosfera da festa chamada “das trombetas”. É a festa que segue ao Pentecostes. Foi celebrada no primeiro dia do sétimo mês (Tichri: Setembro/Outubro) do calendário hebreu (Lev. 23:23-25). Ele torna-se o dia do ano judeus (Roch hachanah).
Durante dez dias, ao som das trombetas, os israelitas devem preparar-se para a festa da Expiação (o décimo de Tichri). Cada manhã, os selihot (os pedidos de perdão) são recitados, ao centro do pedido de perdão é repetido o texto dos treze atributos da misericórdia de Deus (Êxodo 34:6,7). A leitura da torah é retirada do texto do nascimento e do sacrifício de Isaque que transmite à festa uma nota positiva; Deus lembra-Se e exalta as orações impossíveis (Gén. 21 e 22).
No contexto do Apocalipse, a evocação da festa das trombetas enriquece a profecia e enche de esperança os que oraram, confiaram e pediram perdão, a esperança é o clímax do julgamento, a sentença é proferida para os que tiveram confiança Abraão houve um cordeiro, para os fiéis há um cordeiro (Cristo), mas as trombetas é um apelo ao arrependimento.
Ouça a trombeta a chamar.
A SEGUNDA TROMBETA DO APOCALIPSE E SEGUINTES (CLICAR)

11 de dezembro de 2010

ESTUDO SOBRE DANIEL 8

INTRODUÇÃO
“Satanás odeia a verdade do Santuário, pois sabe que ela é a suprema verdade do Céu para hoje. Ela envolve diretamente a sua pessoa – seu destino e condenação, a sua futura e final extinção. Ele está procurando ganhar tempo. Deseja intensamente arrastar para a perdição o maior número de pessoas possível. Iniciará e estimulará, portanto, toda tentativa para modificar, reestruturar, deturpar ou alterar a ênfase e o conceito da verdade do Santuário, e invalidar o testemunho, reprimir seu ensino e corromper sua integridade.”

Daniel 8
Uma das passagens mais complexas do estudo sistemático das Escrituras é o capítulo 8 do livro de Daniel. Trata-se de um capítulo que só se torna coerente e válido se aplicarmos a interpretação histórica, isto pode ser comprovado ao vermos o cumprimento da visão que o profeta nos apresenta durante a história e não no futuro, como alguns grupos religiosos apresentam. Começando no terceiro ano do reinado do Rei Belsazar, ou seja, por volta de 551 a.C. Daniel estava com aproximadamente 72 anos de idade, nessa ocasião ele teve uma visão (a palavra hebraica neste caso é Hazon), “na cidade de Susã, que é província de Elão.” V.2. Susã estava situada no sudoeste da Pérsia e, “de acordo com o historiador grego Xenofonte, os reis persas posteriormente usavam a cidade como residência de inverno, e passavam o resto do ano em Babilônia ou em Ecbatana.” (SDABC, sobre Daniel 8:2).
E foi também "na cidade de Susã”, onde estava localizado o trono do Rei Assuero (Xerxes), que ocorreu a célebre história da rainha Éster. (Éster 1:2), ele estava “junto ao Rio Ulai”. O rio passava por Susã na direção sul e do sudeste, e desaguava no rio Karun.”(SDABC, sobre Daniel 8:2). Analisamos até aqui a geografia e a história que envolve os dois primeiros versículos”.

A visão apresenta alguns símbolos que merecem a nossa análise:

- Um Carneiro que tinha dois chifres ( v. 3): O anjo posteriormente identifica este símbolo como representando os reis da Média e da Pérsia (v. 20).
- Mais alto do que o outro (v. 3): Embora se tenha levantado posteriormente a Média, a Pérsia tornou-se o poder dominante quando Ciro derrotou Astíages de Média em 553 a.C ou 550 a.C. Os medos, contudo, não foram tratados como povo inferior ou subjugados, mais sim como confederados.
- Dava marradas para o ocidente (v. 4): Ciro conquistou a Lídia em 547 a.C, e Babilónia em 539 a.C. Cambises estendeu as conquistas na direção do sul até o Egito e Etiópia em 525 a.C. Dario Histaspes dirigiu para o norte para o norte contra os Cytas em 513 a.C. Império Medo-Persa cobriu muito mais território que o seu predecessor, Babilónia. Tão bem sucedidas foram as armas persas que nos dias de Assuero (Éster 1:1) o império se estendia da Índia à Etiópia. As extremidades meridionais e orientais do mundo então conhecido. Um título frequente dos monarcas era “rei dos reis” ou “rei das nações”.
- Se engrandecia ( v. 4): Literalmente, “fazia grandes coisas”, “fez-se grande” ou “magnificou-se” (RSV).
- Bode (v.5): Identificado como representando a Grécia (v. 21) isso é, o império Macedônio de Alexandre.
- Do Ocidente (v. 5): A Grécia situava-se a ocidente do Império Persa.
- Sem tocar no chão (v. 5): Esta descrição de grande velocidade retrata apropriadamente a rapidez e perfeição espantosa das conquistas de Alexandre.
- Chifre Notável (v. 5): De acordo com o verso 21, este chifre notável representa o primeiro grande rei da Grécia, isto é, Alexandre o Grande.
- Enfurecido (v.7): Heb. Marar, na forma aqui encontrada, “estar enfurecido”. A linguagem deste verso retrata a inteira sujeição da Pérsia a Alexandre. O poderio do império foi completamente despedaçado. Os países foram arrebatados, os seus exércitos desbaratados e dispersos, as suas cidades saqueadas. A cidade real de Persépolis, cujas ruínas ainda existem como um monumento do seu antigo esplendor, foi destruída pelo fogo.
- Se engrandeceu sobremaneira (v. 8): Ou, “magnificou-se extremamente.”
- Na sua força (v. 8): A profecia prediz que Alexandre cairia enquanto o seu império estivesse no auge do seu poderio. Com a idade de 32 anos, ainda na primavera da vida, o grande líder morreu duma febre, agravada, sem dúvida, pela sua intemperança.
- Quatro Chifres notáveis (v. 8): Sobre os quatro reinos macedónicos (ou helenísticos) em que o império de Alexandre foi dividido.
- De um deles (v. 9): ( VARA – De um dos chifres saiu). Esta frase apresenta confusão de género no Hebraico. A palavra “deles” Hem, é masculina. Isto indica que gramaticalmente, o antecedente é “ventos” (v.8), e não “chifres”, visto que “ventos” pode ser masculino ou feminino, mas “chifres” só pode ser feminino. Por outro lado a palavra para “um”, Achath, é feminina, sugerindo “chifres” como antecedente. Achath poderia, evidentemente, referir-se à palavra anterior para “ventos”, que ocorre mais frequentemente no feminino. Porém é de se duvidar que o escritor tivesse determinado dois géneros para o mesmo substantivo numa tão estreita relação contextual. Para se obter concordância gramatical, Achath seria mudada para masculino, fazendo assim a frase inteira referir-se claramente a “ventos”, ou a palavra “deles” (de um dos) seria mudada para feminino, em cujo caso a referência seria ambígua, visto que tanto “ventos”, como chifres “poderiam ser antecedentes. Um certo número de manuscritos reflete a escrita correcta, a passagem ainda ambígua”.
Os comentadores que interpretam o “chifre pequeno” do v. 9 como se referindo a Roma, tem-se embaraçado ao tentarem explicar satisfatoriamente como Roma poderia ser dito levantar-se duma das divisões do império de Alexandre. Se “deles” se refere a “ventos”, toda dificuldade desaparece. A passagem então simplesmente expõe que de um dos quatro pontos cardeais viria um outro poder. Roma veio do ocidente. Na explicação literal dos símbolos da visão Roma é dito levantar-se “no fim do seu reinado” (v. 23), isto é, o “reinado” dos quatro chifres. Contudo, o v. 23 refere-se somente ao tempo em que o chifre pequeno levantar-se-ia, e não diz nada àcerca do local do seu levantamento, enquanto que o v. 9 diz respeito exclusivamente à sua situação.
Dever-se-ia lembrar que o profeta está a dar aqui um relatório vivo da simbolização profética, como as cenas lhe foram apresentadas. Ele ainda não está a interpretar a visão. A interpretação desta feição da visão ocorre no v. 23. Uma regra importante a seguir-se quando se interpreta os símbolos das visões, é determinar-se uma interpretação somente as feições das representações pictóricas que forem destinadas a ter valor interpretativo. Como com parábolas, certas feições são necessárias para completar a apresentação dramática, porém não são, em si, necessariamente significativas. Quais destas tem valor interpretativo, somente a inspiração pode determinar. Vendo-se que neste exemplo a inspiração (v.23) fala somente do “tempo” em que o poder representado por este chifre emergiria, e não diz a respeito do ponto geográfico da sua origem, não existe razão alguma para pormos ênfase na frase “de um deles” (VARA - de um dos chifres).
Visto que a visão do cap. 8 é estreitamente paralela aos esboços proféticos dos capítulos 2 e 7, e visto que em ambos aqueles esboços o poder que sucede à Grécia é Roma, a adaptação razoável aqui é que o “poder” chifre do v. 9 também se aplica a Roma. Esta interpretação é confirmada pelo facto de Roma preencher precisamente as várias especificações da visão.
- Um Chifre Pequeno (v. 9): Este chifre pequeno representa Roma em ambas as suas fases, pagã e papal. Daniel viu Roma primeiramente na sua fase pagã, imperial, guerreando contra o povo judeu e os primeiros cristãos, e depois na sua fase papal, continuando a luta contra a verdadeira igreja até os nossos dias e até ao futuro.
- Excessivo (v.9): (VARA-muito). Hebraico Yether, basicamente significando “resto”. Alguns exemplos descreve, como aqui, o que está acima da medida, no sentido de deixar um resto. É traduzida “excelência” (Gén.49:3), “largura” (Sal.31:23), “mais famoso” (Isa.56:12). A palavra traduzida “muito” em Dan. 8:8 é Me’od, a palavra mais comum para “excessivamente”. No Velho Testamento Me’od é traduzido “excessivo” ou “excessivamente” (VARA- Grande) 22 vezes ( Gen. 13:13 ; 15:1 ; etc.) na sua forma simples e 9 vezes na sua forma repetida. Não se pode argumentar que Yether (Daniel 8:9) represente um grau maior que Me’od. Qualquer grandeza excedente de Roma sobre a da Grécia deve ser provada historicamente, e não sobre a base destas palavras.
- Para o Sul (v.9): O Egipto fora por muito tempo um protectorado não oficial de Roma. O seu destino já estava nas mãos de Roma em 168 a.C. quando Antíoco Epifânio, que estava querendo fazer guerra aos Ptolomeus foi expulso do país. O Egito, ainda sob a administração dos seus governantes ptolomaidas fora um penhor da política de Roma Oriental por muitos anos antes que se tornasse, em 30 a.C., uma província romana.
- Para o oriente (v. 9): O Império Selêucida perdeu as suas terras mais ocidentais para Roma ainda em 190 a.C., e finalmente se tornou à província romana da Síria em 65 a.C. ou pouco depois.
- Terra Deleitável (v.9): (VARA- Terra Gloriosa). Hebraico Sebi, “ornamento”, “decoração”, “glória”. Ou Jerusalém ou a terra da Palestina é aqui mencionada. Sebi é traduzido “glorioso” no cap. 11:16,41. Contudo, ali o hebraico tem a palavra para “terra”, enquanto que aqui terra “está subentendida. A Palestina foi incorporada no império Romano em 63 a.C.
- Exército dos Céus (v. 10): Daniel está ainda descrevendo o que viu em visão. Visto que o anjo prove posteriormente a interpretação (v. 24), não fomos deixados às escuras quanto ao significado do que aqui esta descrita. O “exército” e as “estrelas” obviamente representam “o poderoso (VARA- poderosos) e o povo santo” (v. 24).
- Os Pisou (v. 10): Isto se refere à fúria com que Roma tem freqüentemente perseguido o povo de Deus através dos séculos. Nos dias dos tiranos Nero, Décio e Diocleciano nos tempos pagãos, e de novo nos tempos papais, Roma nunca hesitou proceder duramente com aqueles que quer condenar.
- Príncipe do Exército (v. 11): o verso 25 fala deste mesmo poder que se levanta contra o Príncipe dos Príncipes. A referência é a Cristo, que foi crucificado sob a autoridade de Roma.
- Por Ele (v. 11): (VARA- dele). Hebraico Mimmennu, que também se pode traduzir “dele”, isto é, do “príncipe do exército”. O hebreu desta passagem apresenta certos problemas difíceis de traduzir. Uma escrita bem diferente é achada na versão grega de Teodócio. Ela insere o seguinte o seguinte: “E (este será) até que o capitão principal tenha libertado o cativeiro: e por causa dele o sacrifício foi perturbado e ele prosperou; e o lugar santo será feito desolado”. Não existe meio de se determinar até que o ponto, se a algum, esta versão reflete mais perfeitamente o texto original de Daniel. O texto massorético, como refletido pela KJV e RSV parece ser, em geral, a escrita mais natural.
- Sacrifício Diário (v. 11): (VARA - habitual). Hebraico TAMID, uma palavra que ocorre 103 vezes no Velho Testamento, usada tanto adverbial como adjetivamente. Significa “continuadamente” ou “contínuo”, e é aplicado a vários conceitos, tais como atividade contínua (Ezequiel 39:14), sustentação permanente (II Sam. 9:7,13), dor contínua (Sal. 38:17), esperança contínua (Sal. 71:14), provação contínua (Isa. 65:3) etc. É usado freqüentemente em conexão com o Ritual do Santuário para descrever várias figuras dos seus serviços regulares tais como o “pão contínuo” que era para ser conservado na mesa da proposição (Num. 4:7), a lâmpada que era para estar acesa continuamente sobre o altar (Lev. 6:13), as ofertas queimadas que eram para ser oferecidas diariamente (Num. 28:3,6), o incenso que era para ser oferecido cada manhã e cada crepúsculo da tarde (Ex. 30:7,8). A palavra em si não significa “diariamente”, mas simplesmente “contínuo” ou “regular”. Das 103 ocorrências é traduzida “diariamente” somente Num. 4:16 e nas suas cinco ocorrências em Daniel (8:11,12,13; 11:31; 12:11). A idéia de “diário” foi evidentemente derivada, não da palavra em si, mas daquela com que foi associada.
No capítulo 8:11 TAMID, tem o artigo definido e é portanto usado adjetivalmente. Além disso, acha-se, sem um substantivo, e deve, ou, ser entendido subjetivamente com significado “continuidade”, ou ser suprido de um substantivo. No Talmude, quando TAMID é usado independentemente como aqui, a palavra consistentemente denota o sacrifício diário. Os tradutores da KJV, que supriram a palavra “sacrifício”, obviamente acreditaram que a oferta queimada diária fosse o assunto da profecia. Com respeito à significação de TAMID nesta passagem, três principais pontos de vista tem sido mantidos:
1. Que o “diário” se refere exclusivamente aos sacrifícios oferecidos no templo em Jerusalém. Alguns expositores que mantém este ponto de vista, aplicam o tirar do “diário” à interpretação do serviço do Templo por Antíoco Epifânio, por um período de cerca de três anos, de 167 a 164 a.C. Outros aplicam-no à desolação do Templo pelos Romanos em 70 a.D.
2. Que o “diário” se refere ao “paganismo”, em contraste com a “abominação desoladora” (Cap. 11:31), ou o papado que ambos os termos identificam poderes perseguidores; que a palavra “diário”, corretamente significando “Contínuo”, refere-se à longa continuidade da oposição de Satanás à obra de Cristo pelo intermédio do paganismo; que o tirar do “diário” e o estabelecimento da “abominação desoladora” representa Roma Papal substituindo Roma pagã, e que este evento é o mesmo que o descrito em II Tess. 2:7 e Apoc. 13:2.
3. Que o termo “diário” - “contínuo” - se refere ao ministério sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial ( Heb. 7:25 e Jo. 2:10) e ao verdadeiro culto de Cristo na era do evangelho; que o tirar do “diário” representa a substituição pelo papado de unidade compulsória numa igreja visível em lugar da unidade voluntária de todos os crentes em Cristo, da autoridade duma cabeça visível – o papa – em lugar de Cristo, a cabeça invisível da igreja, duma hierarquia sacerdotal, em lugar do acesso direto a Cristo por todos os crentes, dum sistema de salvação por meio de obras ordenadas pela igreja em lugar da salvação pela fé em Cristo, e, mais particularmente, do confessionário e do sacrifício da missa em lugar da obra mediadora de Cristo como nosso grande sumo sacerdote nas cortes celestiais; e que este sistema desvia completamente a atenção dos homens de Cristo, privando-lhes assim dos benefícios do seu ministério.
Além disso, visto que este terceiro ponto de vista defende o chifre pequeno com Roma imperial e Roma papal (veja-se comentários sobre 9,13), as predições concernentes as suas atividades devem também ser entendidas como se aplicando a Roma pagã, bem como a Roma Papal. Assim o “diário” deve também se se referir ao Templo Terrestre e seus serviços, e o tirar do “diário” aplica-se à desolação do Templo pelas legiões Romanas em 70 A.D e a conseqüente cessação dos serviços sacrificais. Foi este aspecto da atividade de “abominação da desolação” que Cristo se referiu na sua delineação de eventos futuros.
Em comentário a estes três pontos de vista, pode-se dizer que o de Antíoco deve ser riscado pela razão que este não se encaixa nos períodos de tempo, ou noutras especificações da profecia.
Tanto a segunda como a terceira interpretação tem sido mantida por vários expositores capazes dentro do Movimento Adventista. Algum devoto estudante da Bíblia tem considerado que o “diário” se ao paganismo, e outros, igualmente devotos estudantes das Escrituras, dizem que o “diário” se refere ao Ministério Sacerdotal de Nosso Senhor. Talvez esta seja uma das passagens da Escritura acerca de cujas devamos esperar até um dia melhor para uma resposta final. Como com outras passagens difíceis das Escrituras , a nossa salvação não depende da compreensão plena do significado de Daniel 8:11.
Sobre o desenvolvimento histórico do segundo e terceiro ponto de vista, vejam-se págs. 60-64 do SDABC, vol. 4.
- Lugar (v. 11): Hebraico MAKON, “sítio”. MAKON é usado na frase “para a casa de Deus, para a restaurarem no seu lugar (Esd. 2:68). A referência primária aqui deve ser a destruição de Jerusalém”.
- Hoste (v.12): (VARA – Exército). Hebraico SABA’, geralmente significando “hoste” ou “exército” e poucas vezes significando “serviço”, tais como militar ou trabalho forçado (Jô 7:1 ; 10:17 ; 14:14 ; Isa. 40:2). Interpretando como “hoste”, ou “exército”, a predição deve referir-se às multidões que caíram sob a influência deste poder. O poder tornar-se-ia “grande” mas não por sua própria força (Dan.8:24).
- Deitou Por Terra a Verdade (v. 12): O papado acumulou a verdade de tradições e ofuscou-a por meio de superstições.
- Até Quando (v. 13): A questão é claramente exposta no hebraico, que insere literalmente “Até quando a visão, o contínuo, a transgressão desoladora para dar ambos santuário e hoste para serem pisados”.
- A transgressão da Desolação (v. 13): (VARA – transgressão assoladora). Este termo abarca AMBOS os sistemas – pagão e papal de religião falsa em conflito com a religião de Deus. (veja os comentários dos versos 9 e 11).
- Santuário (v. 13): Veja os comentários sobre o verso 14.
- Exército (v.13): Veja os comentários sobre o verso 10.
- Me Disse (v. 14): A Septuaginta, Teodócio e a Siríaca inserem “a ele”.
- Dias (v. 14): Hebraico EREB BOQUER, literalmente, “tardes e manhãs”, uma expressão comparável com a descrição dos dias da criação, “tarde e manhã” “o primeiro dia” (Gen. 1:5) etc. Os LXX trazem a palavra “dias” seguindo a expressão “tarde e manhã”.
Num esforço para trazer este período grosseiramente semelhante aos três anos da devastação do Templo por Antíoco IV, alguns têm ingenuamente assinalado, para as expressões “duas mil e trezentas tardes e manhãs” somente 1150 dias literais. Concernente a isto, Keil adequadamente observou: “um leitor hebreu não poderia possivelmente entender o período de tempo de 2300 tardes e manhãs de 2300 meios dias ou 1150 dias inteiros, porque tarde e manhã na criação na criação constituíram não meio dia, mas sim o dia inteiro”. Após citar a precedente afirmação Edward Young diz: “Por isso precisamos entender a frase como significando 2300 dias (The Prophecy Of Daniel, pág. 174)”.
Os comentaristas têm-se esforçado, porém sem serem bem sucedidos, por encontrar algum evento histórico que se adaptasse ao período de 2300 dias literais. Segundo Wright observa: “Todos os esforços, contudo, para harmonizar o período, quer seja considerado por 2300 dias, ou como 1150 dias, com qualquer época histórica precisa mencionada nos livros dos Macabeus, ou em Josefo, tem-se mostrado baldados... O professor Driver é justificado ao afirmar: Parece impossível encontrarem-se dois eventos separados por 2300 dias (= 6 anos e quatro meses) que correspondem à descrição”. (Charles H. H. Wrigth, Daniel and His Prophecies, 1906, págs. (186,187). O único caminho a seguir-se para que se possa dar consistência a esses “dias” é aplica-los num sentido profético pela aplicação do princípio dia-ano.
O tempo aqui envolvido é específico e definido, porém no cap. 8 nenhuma data é indicada para o seu inicio. Contudo no cap. 9 uma tal data é especificamente mencionada (Dan. 9:25). Esta será demonstrada ser 457 a.C. A partir desta data como inicio, os 2300 dias proféticos, designando tantos anos solares, atingem 1844 a.D. Para uma consideração de evidência contextual de que o cap. 9:24-27 prove uma explicação da visão do cap. 8:13-14, e assim localiza o ponto de partida dos 2300 dias ou ano, veja-se o comentário sobre o cap. 9:21. Para comentários sobre a validade da data de 457 a.C. veja-se o comentário sobre o cap. 9:25.
Para comentários sobre um erro numa edição posterior dos LXX, que apresentou “2400” em vez de 2300 veja-se pág. 58, SDABC, Vol. 4.
- Santuário (v. 14): Visto que os 2.300 projetam-se longe da Era Cristã, o Santuário não pode referir-se ao templo de Jerusalém, que foi destruído em 70 a.D. O Santuário do novo pacto é claramente o Santuário no Céu, “que o Senhor erigiu, não o homem” (Hebreus 8:2). Deste Santuário Cristo é o Sumo Sacerdote (Hebreus 8:1). João previu um tempo em que especial atenção seria dirigida para “o templo (VARA- Santuário) de Deus, e seu altar, e os que nele adoravam” (Aposse. 11:1). Os símbolos empregados pelo revelador são extraordinariamente semelhantes aos empregados em Daniel 8:11-13.
- Será Purificado (v. 14): Do hebraico SADAQ, “ser justo”, “ser reto”. O verbo ocorre na forma aqui encontrada (niphal) somente esta vez no Velho Testamento, cujo termo esta indicada. Lexicógrafos e tradutores sugerem várias significações, tais como “ser posto reto”, ou “ser posto numa condição legítima”, “ser vindicado”. A tradução “será purificado” é a que se lê nos LXX que aqui tem a forma verbal KATHARISTHESETAI. Não se sabe se os tradutores da Septuaginta deram uma significação adaptada ao Hebraico SADAQ ou se traduziram de manuscritos que empregassem uma palavra hebraica diferente, talvez TAHAR, a palavra comum para “ser puro”, “purificar”. A vulgata tem a forma MUDABITUR, que também significa “puruficado”.
Como uma ajuda para determinação de que evento em conexão com o Santuário Celeste é aqui mencionado, é útil examinarem-se os serviços do Santuário Terrestre, porque os sacerdotes no Santuário Terrestre serviam “em figura e sombra das cousas celestes.” (Heb. 8:5). Os serviços no Tabernáculo do deserto e no Templo consistiam de duas divisões principais, o diário e o anual. O Ministério diário de Cristo como nosso Sumo Sacerdote era tipificado nos serviços diários. O Dia da Expiação anual, tipificava uma obra que Cristo empreenderia no fim dos tempos. Para uma discussão mais detalhada destas duas fases do serviço, veja-se comentários sobre Lev. 16, SDABC. A profecia de Daniel 8:14 anuncia o tempo para o começo desta obra especial. A Purificação do Santuário Celestial compreende toda obra toda obra do juízo final, começando com a fase investigativa e terminando com a fase executiva, que resulta na erradicação permanente do pecado no universo.
Uma característica significante do juízo final é a reivindicação do caráter de Deus perante todas as inteligências do Universo.
As falsas acusações que Satanás tem apresentado contra o governo de Deus devem ser demonstradas como totalmente infundadas. Deus deve ser mostrado ter sido inteiramente reto na seleção de certos indivíduos para suprir o Seu Reino futuro, e no evitar a entrada de outros ali. Os atos finais de Deus evocarão dos homens as confissões: “ Justo e verdadeiros são os teus caminhos” (Apocalipse 15:3), “Tu és justo, ò Senhor” (Apoc. 16:5), e, “Verdadeiros e justos são os Teus juízos”.(Apoc. 16:7). A palavra traduzida para “justo” e “reto” é DIKAIO, equivalente ao Hebraico SADDIK, derivado de SADAQ, uma forma do que é traduzido “será purificado” em Daniel 8:14. Assim o Hebraico SADAQ pode exprimir o pensamento adicional de que o Caráter de Deus será plenamente reivindicado como o clímax para a “hora do seu juízo” (Apoc. 14:7). Que começou em 1844.
- Procurei Entende-la (v. 15): Daniel não compreendeu o significado do que vira. Muitas vezes os próprios portadores de uma mensagem profética precisam estuda-lá a fim de que descubram o seu significado (I Pe. 1:10-12). É dever do profeta relatar fielmente o que vira e ouvira (Apoc. 1:11)
- Gabriel (v. 16): No Velho Testamento o nome de Gabriel ocorre somente aqui e no verso 21 do capítulo 9. O Novo Testamento relata o aparecimento deste ser celeste para anunciar o nascimento de João Batista (Luc. 1:11-20), e de novo para anunciar a Maria o nascimento do Messias (Luc. 1:26-33). O visitante angélico declarou de si mesmo: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus”. (Luc. 1:19).
- Tempo do Fim (v. 17): A visão atingiu até um tempo em que o poder desolador seria destruído, um acontecimento associado com a Vinda de Jesus (II Tess. 2:8).
Os últimos acontecimentos representados na visão cumprir-se-ão no fim da história deste mundo, deve ser trazido em mente quando se busca uma interpretação dos símbolos da visão. Qualquer exposição que encontra um cumprimento completo da visão num período mais cedo, tal como no tempo dos Macabeus (veja o comentário sobre Dan. 8:25), fica incapacitada de encontrar cabalmente as especificações do anjo, e deve ser considerada errônea e desencaminhadora.
- Fim da Indignação (v. 19): Veja comentário sobre o verso 17.
- O Carneiro (v. 20): Veja comentários sobre os versos 3 e 4.
- Peludo (v. 21): “Cabeludo”, ou “peludo”. Essa palavra no original é também usada independentemente para descrever um bode. (Gén. 37:31; Lev. 4:23; etc.). Sobre a interpretação veja o comentário sobre Dan. 8:5.
- Chifre Grande (v. 21): Um símbolo de Alexandre o grande, o “primeiro rei” do império mundial Grego-Macedônio que foi destinado a substituir o Império Persa (vejam-se comentário sobre os versos 5-8).
- Quatro Reinos (v. 22): Compare-se com o verso 8; cap. 11:4. O cumprimento perfeito desta feição da visão assegura-nos, que o que se segue seguramente virá a acontecer como esta predito.
- Último Tempo (v. 23): (VARA - fim do seu reinado). Isto é depois que as divisões do Império de Alexandre tivessem existido por algum tempo. O império de Roma levantou-se gradualmente, e somente alcançou supremacia após as divisões do império Macedônio se terem enfraquecido. A profecia aplica-se a Roma em ambas as suas formas, pagã e papal. Parece haver uma confusão de aplicação; certas feições aplicam-se a ambas, outras, mais especificamente, a uma ou a outra. (veja o comentário sobre o verso 11). Que Roma papal foi para todos os propósitos práticos, a continuação do Império Romano é um fato da história bem estabelecido:
“ Quaisquer que foram os elementos romanos que os bárbaros e os Arianos deixaram... foram... postos sob a proteção do Bispo de Roma, que foi a pessoa principal depois do desaparecimento do Imperador... A IGREJA ROMANA DESTA MANEIRA SECRETAMENTE PRECIPITOU-SE NO LUGAR DO IMPÉRIO MUNDIAL ROMANO, DE CUJO ELA É A ATUAL CONTINUAÇÃO; o império não mas somente sofreu uma transformação... Essa não é uma sagas observação, mas o reconhecimento do verdadeiro estado do assunto historicamente, e a mais apropriada e frutífera maneira de descrever o caráter desta igreja. Ela ainda governa as nações... Ela é uma criação política, e como se impõe como um Império Mundial, por causa da continuação do Império Romano. O Papa, que se chama a si mesmo de “Rei” e “Pontífice Máximo”, é sucessor de César”.
Adolf Harnack, WHAT IS CHRISTIANITY? – Nova Yorq; G. P. Putnam’s Sons, 1903, ps. 269,270
- Os Transgressores (v. 23): (VARA- prevaricadores). Nas versões gregas inserem “pecados”, uma tradução que se pode obter do hebraico por uma mudança na pontuação massorética.
- Atingirem a Plenitude (v. 23): (VARA - prevaricadores – acabarem). Talvez haja aqui uma referência a várias nações, ou, possivelmente, especialmente aos judeus, que encheram a taça da sua iniqüidade.
- Catadura Feroz (v. 23): Provavelmente uma alusão a Deuteronómio 28:49-55.
- Sentenças Escuras (v. 23): (VARA - intrigas). Hebraico CHIDOTH, “relatório enigmáticos”, como em Números 12:8, “enigmas”, como em Juízes 14:12; Ezequiel 17:2, ou “perguntas perplexas”, como em I Reis 10:1. Alguns crêem que o significado aqui seja “discurso ambíguo” ou “de duas caras”.
- Levantar-se-á (v. 23): Isto é: assumirá o poder.
- Não Por Sua Própria Força (v. 24): Compare-se com: “O exército lhe foi entregue” (v.12). Alguns vêm aqui uma referência ao fato de que o papado reduziu o poder civil à subserviência e fez a espada do estado ser manejada a favor dos seus objetivos religiosos.
- Causará Estupendas Destruições (v. 24): Este poder perseguiu mesmo à morte aqueles que se opuseram as suas pretensões blasfemas, e teria extinguido “o povo santo” não tivesse o Senhor se interposto aos seus objetivos.
- Astúcia (v. 25): Melhor, “fraude”. Os métodos deste poder são a perfeição em subtilezas e fraudes.
- Pela Paz (v. 25): (VARA-que vivem despreocupadamente). Melhor, “enquanto vivem facilmente”, isto é: enquanto muitos pensam que estão vivendo em segurança serão destruídos inopinadamente. O Dr. Mervyn Maxwell em seu livro “Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel”, página 192, faz uma alusão a este versículo comparando com “o Massacre de São Bartolomeu”.
- Príncipes dos Príncipes (v. 25): Evidentemente o mesmo ser designado por “príncipe dos exércitos” no v. 11, ninguém mais senão Cristo. Foi um governador romano que sentenciou Cristo à morte. Mãos romanas pregaram-no na cruz, e uma lança romana furou o Seu lado.
- Sem Mãos (v. 25): Isto implica que o próprio Senhor eventualmente destruirá este poder (Dan. 2:34). O sistema eclesiástico representado por este poder continuará até ser destruído sem mãos humanas na segunda Vinda de Cristo.
Um certo número de comentaristas tem realçado o ponto de vista de que o “chifre pequeno” do cap. 8 simboliza a carreira de Antíoco Epífânio. Contudo um exame cuidadoso da profecia torna evidente a imperfeição com que este perseguidor rei Selêucida preenche as especificações realçadas. Os quatro chifres do bode (cap. 8:8) foram reinos (v. 22), e é natural esperar-se ser o chifre pequeno também um reino. Porém Antíoco foi somente um rei do império Selêucida, daí o ter sido apenas uma parte de um chifre. Portanto não poderia ter sido UM OUTRO chifre completo. Além disso, este chifre se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa, ou seja, a Palestina (v. 9). O avanço de Antíoco no Egito terminou em humilhação da parte dos romanos, os seus sucessos na Palestina foram pouco duradouros, e o seu esforço no sentido do oriente foi interrompido pela sua morte. A sua política de fortalecer o Helenismo falhou totalmente e a sua astúcia não lhe trouxe prosperidades salientes (v.12).
Além disso, Antíoco não apareceu no fim (v. 23), mas sim cerca da metade do período dos divididos reinos helenísticos; a sua força dificilmente seria atribuída a algo mais, senão ao seu poder próprio; a sua astúcia e política falharam mais do que progrediram (v. 25); não se levantou contra nenhum “Príncipe dos Príncipes” judeu (v. 25); o seu lançamento da verdade por terra (v. 12), foi temporário e completamente mal sucedido, por ter levado os judeus à defesa de sua fé contra o Helenismo. Mesmo embora tenha falado palavras altivas, oprimindo o povo de Deus, e brevemente profanado o Templo, o ainda que alguns outros pontos possam ser provados como parcialmente verdadeiros de suas atividades, não obstante a disparidade de Antíoco como um cumprimento de muitas especificações da profecia é óbvia.

9 de dezembro de 2010

QUEM SERÃO OS 144.000?

Quem são os 144.000 que aparecem no Apocalipse? Esta pergunta tem despertado a curiosidade tanto de leigos como de teólogos. João, o revelador, apresenta este grupo em Apoc. 7 e 14. No capítulo 7, ele vê os 144 mil quando são selados, e, no capítulo 14, vê-os sobre o Monte de Sião. Como leais seguidores de Cristo, ostentam certas características. Aparecem em contraste com os que têm o sinal da besta. (Apoc. 13:16 e 17).
Justo antes da consumação de todas as coisas, os seres humanos estarão divididos em dois grandes grupos. Cada um deles terá o seu sinal identificador. O decidir a qual destes grupos vamos pertencer, é um assunto de vida ou morte, que devemos resolver aqui e agora. Deste modo, cada ser humano decidirá o seu destino. A quem vamos manifestar lealdade? Que nome vamos ter? Que sinal ou selo vamos possuir? Que caminho vamos seguir?
Várias características importantes identificam os 144 mil que aparecem em Apocalipse 7 e 14. Em primeiro lugar, têm o nome do Cordeiro e o do Seu Pai escritos na fronte. (Apoc. 14:1). Em que se fundamenta a importância desse nome? De acordo com a Bíblia, há íntima relação entre uma pessoa e o seu nome. Antigamente o nome representava a natureza e a personalidade de quem o possuía. Visto que os 144 mil levam o nome do Cordeiro e o do Seu Pai, devem, sem dúvida, participar da natureza e personalidade de ambos. São a imagem de Deus (Gén. 1:26 em diante) no mais amplo sentido da palavra.
Ao considerar um novo nome, está implícito o facto de que quem o ostenta é propriedade de quem o confere. Além disso, implica também a adopção na família de Deus. Toda a pessoa que recebe esses nomes entra numa nova existência, experimenta, por assim dizer, uma mudança de proprietário, e vive sob a autoridade e proteção do Pai amante e de Seu Filho. (Deut. 28:10; Isa. 43:7; 63:19; 65:1; Dan. 9:18, 19). Estas são as vantagens da adopção.
O nome novo é escrito na “fronte” (Apoc. 14:1). Os neurologistas descobriram que a parte anterior do cérebro, que se acha mais próximo da testa, encerra os centros do pensamento abstrato, da faculdade de raciocinar, da dedução e da lógica. Imagina-se que essa passagem menciona a “testa” por que é a parte do organismo em que se encontra o sector do cérebro onde ocorrem os processos chaves relativos ao pensamento e à razão.
Se esta idéia for correcta, é razoável pensar que os que levam este nome têm a verdade tão arraigada nos seus pensamentos, como também a essência da natureza do Cordeiro e de Seu Pai, que não há teoria ou suposição, dificuldade ou perseguição, nada debaixo do céu que os pudesse apartar da sua fé e lealdade Àquele que os resgatou com Seu próprio sangue. Permanecerão firmes durante a angústia de Jacob. (Dan. 12:1-3). Sairão incólumes do grande dia da ira de Deus. (Apoc. 6:17). Estarão sob a proteção d´Aquele que é o Alfa e o Ômega. (Apoc. 22:13).
Redimidos Dentre os da Terra
Outra das características dos 144 mil é o facto de que são “redimidos” (Apoc. 14:3). A palavra traduzida “redimidos” em português, em grego é agorazo. Também poderia ser traduzida por “resgatados” ou “adquiridos”. Estes vocábulos foram bem escolhidos porque, em realidade, o Cordeiro pagou com o Seu próprio sangue o preço do resgate do pecado e escravidão.
Todavia, junto com a idéia de aquisição surge também o pensamento de separação do mundo. Por um lado, a aquisição dos redimidos é um acto de Deus, realizado por meio de Jesus Cristo, no qual o homem não tem parte alguma, nem mérito a invocar; por outro lado, é um acto de separação “dentre os da terra” (verso 3) e “dentre os homens” (verso 4). (I Cor. 6:20; 7:23; II Ped. 2:1; Apoc. 5:9; 3:18; 13:17; 18:11).
Em contraste com a multidão assinalada com o nome ou o número da besta (Apoc. 13:17), os 144 mil recebem o selo de Deus na fronte. A pergunta que surge ao chegar-se a este ponto, é que se cada pessoa que se inteira destes assuntos pode afirmar que foi adquirida por Deus mediante o sangue do Cordeiro. Cremos que o mero conhecimento não basta. Somente os que cumprem as provisões de Deus, que conduzem a salvação e Seu reino, isto é, o remanescente, poderão gozar a salvação. Este remanescente participará da glória eterna por ocasião da consumação de todas as coisas.
As enigmáticas palavras que aparecem em Apocalipse 14:4, onde se diz que estes resgatados “não se contaminaram com mulheres”, pois “são Virgens”, têm sido explicadas de diferentes maneiras. Devido à natureza simbólica do Apocalipse, pareceria prudente chegar à conclusão de que o facto de não se contaminarem com mulheres se refere à decisão de não participarem de práticas idólatras, que em profecia equivale a adultério e fornicação. (Apoc. 2:14, 15, 20-25; 17:1-7; Ezeq. 16: 1-58; 23:1-49). Os 144 mil não tiveram relações ilícitas com “a grande meretriz” (Apoc. 17:1), “a grande Babilónia, a mãe das prostitutas” (verso 5), nem com as suas filhas, prostitutas também. Não há relação alguma entre o remanescente e os crentes nas religiões falsas simbolizadas pela mãe e pelas filhas da profecia.
Afirma-se que os 144 mil são “virgens”. A palavra grega da qual provém este termo não dá a ideia de que se trata só de mulheres. O vocábulo pode aplicar-se a ambos os sexos em grego, como também em português. São chamados “virgens” porque levam o sinal da pureza. São castos e têm-se mantido permanentemente incontaminados. Conservam uma fé pura. O facto de que não aceitaram nenhum tipo de relação ilícita com outros organismos religiosos, é um sinal de que têm alcançado êxito em manter-se fiéis no pacto com Deus. Só aceitam uma relação: a verdadeira relação de amor e fé com o Pai e com o Cordeiro, que os resgataram da escravidão do mundo e do pecado, adoptando-os como filhos e filhas de Deus.
A observação de que “em suas bocas não se achou engano” (Apoc. 14:5), sugere quec o seu carácter foi examinado. O poder transformador do Cordeiro modificou profundamente estes seres pecaminosos, desonestos e sujeitos ao erro, que não se acha neles atitude enganosa, nem nada que tenha que ver com a desonestidade e a mentira.
Sem Mancha Diante de Deus
A razão por que não se encontra engano nesta última geração de fiéis, reside no seu carácter imaculado. “São sem mácula” (Apoc. 14:5). A palavra grega da qual foi traduzido “sem mancha” é ámomos. Também se pode traduzir por “sem falta”, “sem nódoa” e “sem falha”. Dá a idéia de algo imaculado, tanto no sentido moral como no religioso.
Era propósito de Deus que os membros da igreja cristã primitiva alcançassem esse nível. “Para que fôssemos santos e sem mácula diante dele” (Efés. 1:4), disse Paulo aos efésios. (Veja-se também Efés. 5:22). Os filipenses deveriam ser irrepreensíveis e sinceros” (Fil. 2:15). Afirma-se que Cristo queria apresentar ante o Pai os colossenses “santos e sem mácula e irrepreensíveis” (Col. 1: 22). Os que esperam novos céus e nova terra deveriam ser sem mácula e irrepreensíveis” (II Ped. 3:14). Noé, que viveu “conforme tudo o que Deus lhe ordenou,” (Gén. 6:22) foi declarado irrepreensível e aparece junto com a sua família fiel como os únicos sobreviventes da destruição universal ocasionada pelo Dilúvio. Noé e a sua família constituíam’ o remanescente que sobreviveu por ocasião da primeira destruição do mundo, e por isso mesmo podem ser considerados como um símbolo do remanescente, isto é, dos 144 mil que sobreviverão à segunda destruição do mundo, que ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Cristo.
Na nova Jerusalém celestial, cantarão “um cântico novo diante do trono” (Apoc. 14:3). Este cântico novo”, que só eles podem aprender, é o resultado do facto singular de fazerem parte do último grupo de fiéis que passará pela terrível tribulação que constituirá o tempo de angústia de Jacob, para ser testemunhas do regresso de Seu amado e esperado Senhor.
Quem são os 144 mil a que se refere o Apocalipse? A resposta a esta pergunta encontramos em Apoc. 7 e 14. Os 144 mil são seres humanos que constituem o último remanescente fiel. São identificados: 1) por terem o nome do Cordeiro e de Seu Pai escrito na fronte (Apoc. 14:1); 2) por terem sido resgatados dentre os da Terra (versos 3 e 4); 3) por se terem mantido incontaminados de relações ilícitas com outras organizações religiosas (verso 4); 4) porque possuem sinal de pureza (verso 4); 5) por levarem o sinal da veracidade (verso 5); 6) por levarem o sinal da pureza tanto moral como religiosa (verso 5); e 7) por seguirem o Cordeiro por onde quer que vá (verso 4).
A pergunta: “quem são?” refere-se a nós. Não basta conhecermos os sinais de identificação. Muito mais importante que isto é saber se ostentamos ou não esses sinais. Vivemos em íntima comunhão com nosso Senhor, dia após dia, de tal sorte que nossa condição moral e religiosa reflita o Deus Altíssimo? Se assim não for, a mensagem dos 144 mil nos convida a obter essa consagração para que possamos experimentar então o começo da vida eterna, de maneira que possamos passar da morte para a vida (I João 3:14; .2 João 5:24; Efés. 2:1), e possamos contar-nos entre os 144 mil.

6 de dezembro de 2010

A SEGUNDA TROMBETA DO APOCALIPSE

Os estimados leitores, repararam que temos o hábito de começar do fim para o princípio, em blog é mais fácil ser consultado. É justamente para facilitar a vossa pesquisa que assim procedemos, em especial, nos temas de estudo sequencial.
Hoje entramos na Segunda Trombeta, este é um assunto que nos tem ocupado nas últimas semanas, é um tema sério e não pode ser um discurso de circunstância, a Bíblia deve falar, ensinar; ela é a Palavra de Deus. (CLICAR PARA VER O POWER POINT)
Já o dissemos nos estudos das últimas trombetas e repetimos: as sete trombetas são “juízos severos” que “advertem o mundo”, é nossa convicção que estamos a viver esse tempo. As trombetas são transversais à história desde a queda de Jerusalém até ao final do Tempo da Graça. São chamados a modificarmos os nossos caminhos e a nos prepararmos para um Futuro de Esperança preparado pelo Soberano e Senhor Jesus Cristo.
1. Que incisiva mensagem é deixada pela segunda trombeta?
Rª: “O segundo anjo tocou a sua trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.” Apocalipse 8:8,9.
Nota explicativa: A catástrofe anunciada por esta trombeta tem sido interpretada como uma representação das incursões dos vândalos. Estes, desalojados do seu território na Trácia pelas incursões dos Unos provenientes da Ásia Central, emigraram através da Gália (hoje França) e Espanha até ao Norte da África romana, e estabeleceram um reino tendo como centro Cartago. Desde este centro dominavam o Mediterrâneo ocidental com uma frota de piratas que saqueavam as costas de Espanha, Itália e Grécia. Chegavam a atacar os barcos romanos. O apogeu da sua rapina foi no ano 455 d. C., quando saquearam a cidade de Roma durante uma semana.
2. A que correspondem as trombetas?
Rª: Todo o ritual das trombetas encontra eco no ritual Levítico e está carregado de um significado simbólico. A visão do anjo inspira-se do ritual levítico que obrigava o Sumo Sacerdote a manter a fumaça permanentemente diante de Deus, “cada manhã” mas também “entre as duas tardes” (Êxodo 30:7,8). O ritual era praticado ao longo do ano sobre o altar de forma quadrangular, sobre o qual as brasas vivas eram perfumadas graças a um incensário que sobre elas lançava incenso. Uma vez por ano, na festa das expiações, o incenso espalhava-se pelo lugar santo e ia para além do véu ao interior do lugar santíssimo (Lev. 16:12,13).
3. Neste contexto onde nos coloca a visão do Apocalipse?
Rª: Coloca-nos no contexto do ritual quotidiano no curso do qual o Sacerdote, como o anjo do Apocalipse, lançava a sua pazada de brasas incandescentes entre o pórtico e o altar. Toda a cerimónia é descrita no contexto do mais antigo tratado rabínico, o Tamid, um escrito do 1º século a. C., que incorporava o Tamid, um escrito que incorpora a Misna um século mais tarde, ou seja, uma dezena de anos depois do Apocalipse.
4. Era esta lição desconhecida dos antigos profetas?
R: “E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas giradoras, até debaixo do querubim, enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista.” Ezequiel 10:2.
Nota explicativa: O gesto é revelador da infelicidade que vai atingir a ciadade santa. Jerusalém tornar-se-á uma grande “fogueira”.
“Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária! também eu farei grande a fogueira.” Ezequiel 24:9 (cf. Ez. 21:3; 2ª Reis 25:9).
Nota: As trombetas trazem a “vingança” respondendo à opressão. Enquanto que os selos mostravam a opressão do poder usurpador ao longo dos séculos, as trombetas assinalam um julgamento imanente que já tem a sua objectividade dentro da história e preparam para o julgamento do Altíssimo.
5. Pode considera-se a mensagem das trombetas particularmente sugestiva?
Sim! Os sacerdotes tocavam as trombetas em ocasiões especiais, tais como; guerra, julgamento. Tocavam ainda; para assinalar vitória, festa ou expiação (ver Josué 6:4,6,8,13; Levíticos 25:9). Elas serão tocadas da mesma forma para anunciar o grande dia do julgamento de Deus.
Nota explicativa: Ao som das trombetas, era normal que todo o israelita se preparasse para a festa da expiação (o dia dez de Tichri). Cada manhã, os selihot (pedidos de perdão) eram recitados, estes pedidos eram intercalados com os treze atributos da misericórdia de Deus:
“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.” Êxodo 34:6-7
Conclusão: No contexto do Apocalipse, a evocação da festa das trombetas enriquece a profecia com as mesmas notas de esperança e de julgamento, mas também de apelo ao arrependimento. E neste contexto pode ter-se em conta o profeta: Joel 2:
12 Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
14 Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus?
15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene;
16 congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo.
17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?
Forte abraço e até aquele dia!