23 de fevereiro de 2014

O Anticristo e a Mulher de vermelho

 “No dia 7 de agosto de 1888, um morador de um conjunto habitacional de East End, um bairro pobre de Londres, encontrou o corpo da prostituta Martha Turner. Ela foi a primeira de uma série de vítimas. Depois dela vieram mais quatro, todas meretrizes que frequentavam os bares da região. A última foi assassinada em 9 de novembro daquele mesmo ano.
A polícia londrina ficou quase enlouquecida. O assassino teve até a ousadia de anunciar seus crimes à Agência Central de notícias, identificando-se apenas como “Jack, o estripador”. Parece que ele estava bem certo de que nunca seria descoberto e, efetivamente, nunca o foi. O inspetor Charles Warren, que comandava as investigações, demitiu-se. Jack desapareceu tão enigmaticamente quanto apareceu.
Embora muito mais inteligente, ousado e astuto do que o assassino londrino, o demónio parece ter certeza de que também nunca será desmascarado. Mas, sua história está chegando ao fim. O interesse que a humanidade toda tem pelo que trará o próximo milénio pode ser a chave que estava faltando para que os homens descubram no Apocalipse as artimanhas do inimigo.
Quais são as afirmações da Bíblia com relação às tentativas do inimigo de Deus para enganar aos seres humanos? Veja o que o próprio João, autor do Apocalipse, disse em I João 2, verso 18 acerca dos perigos dos últimos dias: “Filhinhos, já é a última hora; e como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora”.
Aqui o apóstolo João fala não apenas de um anticristo, mas de muitos anticristos. Anticristo é aquele que se coloca contra Cristo. E não precisa maior explicação para saber que o grande inimigo de Cristo é o diabo.

A Guerra do AntiCristo

“Nos dias do Império Romano, Pisa, no centro norte da Itália, tinha importante porto para a marinha imperial. Durante a época medieval, a cidade teve grande destaque económico e político. Hoje, Pisa é famosa por sua Universidade, os tesouros de arte e seus marcos históricos. E a mais notável das atrações é a torre, que tem uma inclinação de cinco metros para o lado.
No topo da Torre de Pisa, a quase quatro séculos, o cientista Galileu realizou, segundo dizem, experimentos com a gravidade. Mais tarde, ele focalizou seu telescópio recém-inventado para o céu, descobrindo as montanhas na lua e as manchas no sol. Ele também concluiu que o astrónomo polonês Copérnico estava certo: a Terra gira como todos os outros planetas, enquanto o sol parece estar parado.
Você provavelmente deve estar perguntando que ligação pode haver entre o cientista medieval Galileu e o título “Guerra Civil do Anticristo”. Galileu, o primeiro cientista de sua época, não desconhecia as manobras políticas. Ele deu nome aos quatro satélites de Júpiter que apareceram no telescópio em homenagem ao Grão-duque da Toscana, na esperança de receber dinheiro dele. Funcionou. E dessa base aparentemente segura, Galileu achou que poderia promover sua nova compreensão do nosso sistema solar. Porém, isso não funcionou muito bem.
Copérnico havia ofendido aos católicos e protestantes com suas descobertas. Até Martinho Lutero reclamou:
“As pessoas dão ouvidos ao recém-surgido astrólogo que tem se esforçado para mostrar que a terra gira… mas as Escrituras Sagradas nos dizem que Josué deu ordem para que o sol parasse e não a terra.”
O reformador João Calvino declarou:
“Quem arriscará a colocar a autoridade de Copérnico acima da do Espírito Santo?”
Mas Galileu não via contradição entre a ciência e a fé na Bíblia. Ele explicou que Deus, em Sua palavra, Se detém à verdade espiritual e geralmente deixa intato qualquer conceito errado sobre a ciência.
O antigo Josué imaginou que o Sol se movia pelo céu, por isso a Bíblia registra assim embora, na verdade, a Terra é que gira em torno do Sol.
Ninguém, no século 17, poderia refutar as conclusões de Galileu, mas os líderes cristãos o denunciaram como herege. O Papa Urbano II o intimou diante dos horrores da Inquisição.

20 de fevereiro de 2014

INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE

O último livro da Bíblia é completamente diferente em estilo e composição a qualquer outro escrito do Novo Testamento. Está estruturado engenhosamente, com um equilíbrio excepcional em seu desenho literário. Sua disposição indica a unidade do livro. Uma composição tal nos proíbe isolar qualquer versículo ou seção da totalidade do livro. O Apocalipse foi destinado para lê-lo como um tudo, de maneira que seu movimento do começo até o fim possa produzir seu impacto pleno sobre nossas mentes e corações. Embora se enfoca sobre suas profecias do tempo do fim, precisamos estar inteirados de que podemos apreciar seu significado só quando recuperamos o movimento interno e a perspectiva completa de todo o Apocalipse.

Devido ao fato de que o arranjo literário e a sua mensagem teológica estão entretecidas, o possuir um conhecimento de seu plano arquitectónico contribui substancialmente à nossa compreensão de sua mensagem. João transmite sua unidade por sua construção de um modelo simétrico, um paralelismo inverso chamado quiasmo. Isto se faz evidente em primeiro lugar no fato de que o começo (prólogo; Apoc. 1:1-8) e o final (epílogo; Apoc. 22:6-21) correspondem-se mutuamente. E as sete promessas às igrejas nos capítulos 2 e 3 encontram seu contraparte nas sete visões do tempo do fim (cada uma começando com as palavras "então vi") em Apocalipse 19:11 aos 22:21. A primeira e a última séries de setes se relacionam entre si como a promessa e o cumprimento divinos, a igreja militante e a igreja triunfante. Ambas as unidades começam com uma cristofania (aparição de Cristo) esplêndida: Apocalipse 1:12-18; 19:11-16. O modelo simétrico se estende a outros duetos, que se concentram em uma seção central. Tal ensambladura literária, "uma arquitetura verdadeiramente monumental",[1] foi reconhecido por numerosos eruditos e chegou a ser um requisito indispensável para a compreensão do Apocalipse. Essa forma serve para esclarecer o significado da mensagem do Apocalipse.

Uma lição que se aprendeu de um consenso cada vez major de estudos críticos é a convicção de que o Apocalipse como um tudo é uma carta apostólico-profética, dirigida às igrejas do Senhor Jesus Cristo, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Portanto, não é legítimo separar as sete cartas de Apocalipse 2 e 3 das visões seguintes (Apoc. 4-22). Esta unidade interna do Apocalipse é reconhecida amplamente, como afirma K. A. Strand: "A maioria dos expositores reconhece que a descrição da Nova Jerusalém e a nova terra nos

19 de fevereiro de 2014

Diferença entre Profecia Clássica e Profecia Apocaliptica

Os profetas do Antigo Testamento tais como Amós, Isaías, Sofonías, Ezequiel e Jeremias são chamados profetas clássicos. Suas mensagens foram em primeiro lugar pronunciados em voz alta, seja ao reino rebelde do Israel no norte (as 10 tribos) ou à apóstata Jerusalém e Judá (as 2 tribos). Com frequência suas mensagens foram um clamor em favor da justiça social, económica e política para as classes oprimidas. Os profetas convocaram Israel e Judá para que voltassem para a torah ou lei do pacto do Moisés, e para que servissem a Deus com arrependimento verdadeiro. Se os líderes políticos e religiosos do povo eleito originavam justiça social e uma renovação da adoração, o reino de Deus viria sobre a terra em sua história futura. Em realidade, o "dia do Senhor", ou o "dia do Jeová", não viria como Israel o tinha antecipado popularmente.

Profecia Clássica
Amós: Este profeta, como porta-voz de Deus, pronunciou em forma fulminante estas horríveis palavras às 10 tribos:
"Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de

17 de fevereiro de 2014

A ÉPOCA HISTÓRICA DE DANIEL

Para entender a mensagem de Daniel é importante conhecer a sua época. Quando o leitor casual considera o livro de Daniel e o período do cativeiro babilónico em que foi escrito, ele pode pensar que este livro se aplica a um período muito remoto da história antiga. Mas isto não é bem verdade. Embora Daniel se encontrasse em Babilónia, cerca de seiscentos anos antes da era cristã, o mundo naquele tempo já era velho e podia contemplar uma antiguidade considerável. Neste capítulo será dado um breve resumo do Antigo Oriente na era de Daniel.

I. ANTIGA MESOPOTÂMIA
No período inicial do segundo milénio A.C. a Mesopotâmia não estava unida sob um governo central. Várias cidades em épocas diversas exerceram poder considerável; entre elas encontramos Ur, Isin, Babilónia e Larsa.

A. Larsa
Aproximadamente em 1900 A.C. a cidade de Larsa veio a ser controlada por Cudor-Mabug, rei de Elão, cujos dois filhos, Warad-Sin e Rim-Sin governaram sucessivamente a cidade. O domínio elamita estendia-se nesta época por uma vasta área do sul de Babilónia, e continuou até Hamurábi finalmente conseguir o controlo.

B. Babilónia
A cidade de Babilónia não era um poder preponderante na Mesopotâmia antes de 2000 A.C. Depois de várias lutas entre as cidades-estado a supremacia começou a depender de uma luta entre Larsa e Babilónia. No princípio do reinado de Rim-Sin, Hamurábi já era vassalo do rei de Larsa. Porém, sacudiu o jugo elamita e logo depois tornou-se chefe de toda a Babilónia. Era um génio militar notável, mas é mais conhecido pelo famoso código de leis que traz o seu nome. O seu reino anda entre 1870-1827 A.C. Hamurábi é provavelmente o Anrafel de Gén. 14, que aliado ao rei elamita Quedorlaomer atacou Sodoma e levou também a Ló como cativo. Um dos fatos que se ressalta na cidade de Babilónia era o culto ao Deus Marduque. Marduque era preeminente na Mesopotâmia por esses tempos e tornou-se logo o chefe do panteão bíblico. O nível de vida era altamente civilizado e o país prosperava. O templo se constituía o centro da vida de toda a comunidade. A cidade de Babilônia enfraqueceu e em 1.700 A.C. caiu diante dos invasores hititas. O período que se seguiu é obscuro e caótico. Mais tarde começou a ter a aparência de seu

4 de fevereiro de 2014

Compreender os Cento e Quarenta e Quatro Mil de Apocalipse 14:1-5

Apocalipse 14 cumpre a função de ser a contraparte positiva do capítulo 13. Aqui os santos que resistem ao impacto dos poderes do anticristo recebem uma recompensa gloriosa por sua fidelidade. Vemos o Cordeiro de Deus em pé entre seus seguidores (Apoc. 14:1), num contraste evidente com a besta e os seus seguidores que se apresenta em Apocalipse 13.

Enquanto os que adorem a besta levam a marca do anticristo, os companheiros do Cordeiro levam o selo do Deus vivo nas suas frontes (Apoc. 14:1). Apocalipse 13 prediz a maturação da apostasia com o número 666. Apocalipse 14 assegura o juízo de Babilónia e a recompensa do povo de Deus com o número 144.000. Evidentemente, Apocalipse 14 funciona como o complemento do capítulo 13. Um erudito crítico alemão ficou tão impressionado com Apocalipse 14, que lhe chamou "o ponto mais elevado formal e substancial do Apocalipse".1 Enquanto os reformadores protestantes e os movimentos de reforma modernos apelam a Apocalipse 14 para demonstrar a sua chamada divina, Ellen White reconhece que ainda não se alcançou o seu significado completo:

"O capítulo 14 do Apocalipse é do mais profundo interesse. Logo será compreendido em todo o seu