30 de julho de 2009

A 6ª IGREJA DO APOCALIPSE: FILADÉLFIA

A 45kms a Este de Sardes, Filadélfia tem ainda a marca dos tremores de terra que a atingiram. A grande planície vulcânica que a rodeia tem também a marca do seu próprio nome: Katakaumena (terra queimada). A cidade foi fundada sob o reino de Attália II (159-138 a.C. http://fr.wikipedia.org/wiki/Attale_II.) e habitada fundamentalmente por colonos de Pérgamo preocupados em fixar a cultura e a língua grega na região. Filadélfia deve também o seu nome ao amor deste rei pelo seu irmão Eumène II. Filadélfia significa “amor fraternal”. Deste modo, portanto, ela recebeu vários nomes. A História conserva registos que ela receberá um outro nome, em reconhecimento a Tibério que ajudou na sua reconstrução devido aos frequentes terramotos, ela recebeu o nome Neocaesarea (a nova cidade de César). Mais tarde, de novo, no tempo de Vespasiano (9-79 d.C.), mudou de nome para Flávia, em gratidão ao Imperador Flávio.
A carta profética a Filadélfia reflecte esta história recheada de alterações. Na visão dada por Deus a João surgem detalhes históricos para construir a mensagem. A Igreja de Filadélfia é constituída por colonos. É o tempo das missões além fronteiras europeias, em África, na Ásia e no Novo Mundo (nos finais do século XVIII e XIX). É ainda o tempo de um cristianismo que rejuvenesce, com algumas nuances de ingenuidade, mas que reencontra o zelo e a esperança de outrora. “...tens pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” (Ap. 3:8).
Os eleitos de Filadélfia caminham sobre os passos de alguns crentes da Igreja de Sardes: “umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestes e andarão de branco junto comigo,” (Ap. 3:4). Filadélfia vai mesmo mais longe, enquanto a Carta enviada a Sardes encoraja “a guardar” (Ap. 3:2), a Carta a Filadélfia reconhece a persistência dos eleitos que “guardaste a minha palavra” (3: 8,10).
Estamos num estado mais avançado. A obra desejada em Sardes é cumprida em Filadélfia. Em Sardes, a vinda de Jesus Cristo é comparada à de um ladrão. Não é esperada. Em Filadélfia, ao contrário, a vinda de Jesus é esperada com impaciência: “venho sem demora” (Ap. 3:11). É um tempo de renovo e de aliança com Deus. A promessa nesta Carta lembra a linguagem do Salmo 23. Os inimigos são confrontados por que eles sabem “que eu te amei” (Ap. 3:9; cf. Salmo 23:5).
A reciprocidade da aliança e do amor é manifesta nos dois verbos: “tu guardaste”, “eu te guardarei” (Ap. 3:10). Esta é a fórmula da aliança dos profetas: “Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus; e vós sabereis que eu sou Jeová vosso Deus,” (Ex. 6:7; Jer. 24:7; 30:22; 32:38; Ez. 36:28, etc.,). É também a declaração de amor no livro Cântico dos Cânticos: “O meu amado é meu, e eu sou dele;” (Cântico 2:16; 6:3; 7:11). E esta relação de amor exclusivo é apresentada no nome da Igreja. Filadélfia que significa “amor”, recebe tal como a antiga cidade grego/romana o nome dos seus mestres (ou reconstrutores), neste caso o nome de Deus e confunde-se com o nome da Nova Jerusalém que desce do Céu (Ap. 3:12).
A Igreja encontra a sua identidade específica na esperança do reino de Deus. É seguramente na história da humanidade o momento mais intenso na expectativa do Reino de Deus. Nos Estados Unidos, na Alemanha, na Escandinávia, em França, na Suíça e na Holanda (para não mencionar que alguns países), as multidões de crentes estão presas na mesma impaciência do retorno de Cristo. Um historiador da época, John McMaster (1852-1932) considerou que “perto de um milhão de pessoas, nos 17 milhões que habitavam os Estados Unidos, aderiram a este movimento entre os quais se contava cerca de mil pastores” R. Lehmann, Les Adventistes du Septiéme Jour, p. 14.
E a espera deve tornar-se tanto mais intensa porque a profecia bíblica alcança o seu cumprimento. Uma data é mesmo retida no cômputo profético: 1844.
O que torna este período relevante, é o facto que esta expectativa atinge tanto judeus, como muçulmanos. Os judeus espalhados por toda a Europa, esperaram o Machiah durante 5603 anos, as profecias parecem apontar para este período (1843-1844), ver: Machiah Maintenant 46, 30 de Janeiro de 1993, p.3.
Os muçulmanos bahais chegam à mesma conclusão. O bab (porta que dá acesso ao íman escondido, encarnação do Messias) apareceria também nesta data (1843-1844) ver C. Cannuyer, Les Bahais, p. 11.
É também neste período que se observa o surgimento de movimentos marxistas fazendo apelo ao progresso e à revolução, cantam a esperança de novos dias.
Sim, é um tempo de grande esperança que sacode o mundo da época. Compreendemo-lo ainda melhor quanto compreendemos a promessa particular que caracteriza a Igreja deste período. “Conheço as tuas obras, eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar,” (Ap. 3:8). Esta imagem da “porta aberta” é explicada no capítulo seguinte (Ap. 4:1), a porta é vista “no céu” e dá acesso ao trono de Deus.
Esta “porta aberta” tem um duplo sentido. Representa em primeiro lugar a propagação do Evangelho em novos campos. O século XIX foi sem dúvida a época histórica da proclamação missionária da Igreja. Mas pode também aplicar-se ao interesse manifesto no aprofundamento bíblico e profético que ajudou muitos a descobrir a realidade do programa em processo nas Cortes Celestes, a obra de salvação de Deus. Foi nesta época (ano de 1844) que se começou a compreender o papel actual de Jesus Cristo no Céu.
O tempo da Igreja de Filadélfia, assinala a porta aberta sobre a terra e no Céu, é também designado como um tempo de espera e de esperança, um tempo que anuncia a libertação do mundo. Foi neste período que se iniciou a proclamação mundial da Vinda de Jesus, esta é a Esperança de todas as esperança.
Querido/a amigo/a tem esta ESPERANÇA? Ela está ao alcance da sua mão!
Bênçãos de Deus para si.

27 de julho de 2009

A 7ª IGREJA: A ÚLTIMA IGREJA DE DEUS NA TERRA

Apocalipse 3:
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18 aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

EXPLICAÇÃO:
Depois da Igreja de Filadélfia, o profeta transporta-nos (geográficamente) para uma localidade que dista 5 kilómetros para sul, a cidade de Laodiceia, a última etapa da viagem.
Em termos proféticos Laodicéia representa a última Igreja, o nosso tempo, a nossa Igreja, tenha ela o nome que tiver. Nós vivemos esse tempo histórico. Sim trata-se de profecia, profecia dada no Iº século, história do século XXI.
O nome sétimo fala de conclusão e de facto esta é a última carta. A ideia do fim percorre todo o conteúdo desta carta. É uma ideia que tem origem em quem a envia: Deus apresenta-Se como o “Amem” (Apocalipse 3:14). É a última palavra, palavra que cumpre todas as promessas e todas as orações.
O profeta Isaías tinha qualificado Deus nestes termos: “Deus do Amém” (Isaías 65:16 – Ferreira de Almeida traduz por “Deus da Verdade”). Nestes dois textos, o “Amém” dá seguimento à criação.
Em Isaías, o Deus do Amém jura “…crio novos céus e nova terra…”. Enquanto que no Apocalipse, a carta a Laodiceia, o Deus do Amém define-se como “o princípio da criação de Deus” (Ap. 3:14). Este texto remete-nos para Génesis 1:1 e João 1:1.
O Deus do fim é também o Deus do começo. Deus apresenta-se aqui como Aquele que seguiu o curso dos acontecimentos desde o princípio até ao fim. E porque a história se termina, a vinda de Deus nunca esteve tão próxima. A carta apresenta-O de pé à porta e bate (Apocalipse 3:20), como é cantado no livro Cântico dos Cânticos.
O amado chega e fica acampado à porta (Cânticos 2:9; 5:5). Jesus está à porta e, na linguagem do Novo Testamento, isso significa que o fim está próximo (Mat. 24:33; Marcos 13:29; Tiago 5:9). A evocação da ceia envolve intimidade, uma intimidade com aqueles e aquelas que aceitam Jesus nos finais dos tempos, foram tempos difíceis, a união permitiu ir até ao fim, fim que termina desta maneira: “…entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”
O banquete acaba por reunir Deus e o Seu povo e esta é a mensagem de esperança do Apocalipse. Esta esperança sobressai do concreto e do real. O gozo toca todos os sentidos. Não se pode melhor traduzir a natureza deste reino: um banquete. Os odores, o tocar-se, as cores, o paladar, tudo participa e converge para viver a vida que por vida se deu.
Na história desta Igreja é de realçar ainda a afirmação de Deus: “Estou à porta e bato...” (Ap. 3:20). Deus faz-se convidado. A refeição deve ser realizada aqui mesmo, na nossa casa. Esta porta, só se pode abrir por dentro, ou seja, por nós “...se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap. 3:20). Este solicitar a entrada da parte de Deus, leva-nos a concluir que houve da parte do Senhor um longo apelo a uma tomada de consciência e a uma mudança de sentimentos.
Deus faz-Se convidar num tempo em que o ser humano recebe muito convites. Convite a um humanismo que exclui Deus. As riquezas materiais e espirituais, acumulam-se a partir de esforços tendo como única base a razão e a cultura secularizada. Num tempo em que os autores da literatura religiosa proliferam, os doutores da teologia são numerosos e tudo explicam. Num tempo em que o apelo ao sobrenatural se tornou suspeito até nos meios religiosos.
Um tempo de dificuldade em reconhecer que se é “...infeliz, miserável, pobre, cego e nu.” (Ap. 3:17).
Ao lado da inconsciência reinam a indiferença e a mornidão. É o diagnóstico feito por Deus na carta a Laodicéia (Ap. 3:16). Perto desta antiga cidade, as fontes das águas minerais abundavam. Os habitantes de Laodicéia eram especialistas em águas mornas. Não tinham necessidade de colocar tabuletas à porta a anunciar que as águas de um eram melhores que as águas do outro. No nosso tempo, o povo de Laodicéia espiritual, eles também são especialistas em mornidão, já têm rotina e é difícil sair desse caminho.
Não há dúvida que os hábitos dos laodiceanos encontram claro reflexo nos nossos dias.
O outro sentido da carta a Laodicéia é “julgamento do povo”. Então que fazer? Segundo o apelo de Deus a resposta não deve ser procurada aqui com falsas retóricas. Segundo o que Deus inspirou nesta carta uma atitude; levantar-se, correr e abrir a porta ao Amado (Cânticos 5:5). A este que toma esta determinação é dito “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono.” (Ap. 3:21).
Isto só pode significar que o cristianismo não é uma religião de ordem existencial, uma ética ou uma emoção que atinja o indivíduo por algum tempo. O Reino de Deus é um banquete a ter inicio na nossa existência terrestre. Deus vem até nós e aceita o nosso menu e o nosso gosto. Ele come à nossa mesa. Mas, no contacto com Ele, um outro gosto se forma e se refina. Esta intimidade cria a necessidade de uma outra intimidade, mais verdadeira, mais real. A ceia aqui é um criar apetite para entrar no grande banquete “...e Ele comigo” (Ap. 3:20).
Mais se vive com Deus aqui e agora, mais nos relacionamos e mais se intensifica a necessidade da Sua presença e o nosso gosto se refina no desejo de participar do banquete no Reino do Céu. Quanto mais abrimos a porta do nosso coração, tanto mais suspiramos pela abertura da outra porta no Céu.
Será que já encontrou a 7ª Igreja? Uma comunidade em que cada um anele pelo banquete?
Venha comigo e convidemos Jesus a entrar pela nossa porta e a transformar-nos para que adquiramos o paladar do céu.

Toda os meus sentimentos estiveram consigo neste estudo. Deus o/a abençoe.

GRÁFICO PROFÉTICO - APOCALIPSE


25 de julho de 2009

COMO COMPREENDER OS PERÍODOS DE DANIEL 12:11,12?

Como comprender os 1290 dias e 1335 dias, de forma literal ou simbólica?
Os adventistas seguem o método historicista de interpretação profética, segundo o qual as profecias recebidas por Daniel compreendem o período de tempo desde os dias do profeta até o estabelecimento do reino de Deus.
De acordo com essa abordagem, o princípio dia-ano 
(Ezeq. 4:6) é usado para interpretar os períodos proféticos. A abordagem historicista alega que esses períodos foram anos 
e que se cumpriram no fim da Idade Média.
Alguns adventistas, hoje, argumentam que o princípio dia-ano não se aplica a essas duas profecias e que esses períodos proféticos deveriam ser compreendidos como dias literais de eventos a se cumprir antes do retorno de Jesus. São forçados a especular sobre os acontecimentos que marcarão o fim desses períodos. Para entender este assunto, examinemos o contexto da passagem.

1. Contexto Imediato e o Fim dos Tempos. Nem tudo o que é descrito em Daniel 12:5-13 está relacionado com o tempo do fim. Por exemplo, o selamento do livro e a multiplicação do conhecimento começam antes desse tempo (versos 4, 9); antes do tempo do fim, o ser celestial jura “por Aquele que vive eternamente” (verso 7), quando o poder do povo santo for espalhado e todas “essas coisas” chegarem a um fim (verso 8).
O povo de Deus foi sempre provado ao longo da História, não simplesmente no tempo do fim (verso 10). Portanto, é incorrecto dizer que, uma vez que o contexto imediato menciona o tempo do fim, os períodos proféticos pertencem a esse mesmo período.

2. Períodos Proféticos em Daniel: Mesmo reconhecendo que os períodos proféticos estão num contexto no qual não existem visões e que a linguagem é predominantemente literal, não significa que os dias são literais. Em Daniel, os períodos proféticos nunca são revelados de forma visual. O profeta ouve ou é instruído pelo ser celestial. Em Daniel 7:25, os três tempos e meio não são introduzidos durante a visão, mas durante a explanação que o anjo faz da visão. Em Daniel 8:14, os 2300 dias são dados no contexto de uma revelação na qual a linguagem é predominantemente literal. Finalmente, em Daniel 9, encontramos a profecia das 70 semanas dada a Daniel por meio de uma explanação oral. Em todos esses casos, a linguagem usada na interpretação da visão é basicamente literal, mas os períodos proféticos não o são. Eles são introduzidos após a visão como informação adicional, mas o seu conteúdo simbólico não é completamente explanado. Isso é exactamente o que encontramos em Daniel 12:11, 12. Durante a apresentação oral, os períodos proféticos são dados sem interpretação detalhada. Daniel não consegue compreendê-los, mas é levado a crer que o povo de Deus o compreenderia no futuro.

3. Relação Entre os Períodos de Tempo: Os 1290 dias são uma extensão dos 1260 dias mencionados em Daniel 7:25 e 12:7 como “um tempo, tempos e metade do tempo”. A diferença em Daniel 12:11 são os 30 dias, sugerindo que foi adicionado um mês para aumentar o período (uma prática comum nos calendários lunares). Uma vez que o período de 1290 dias é baseado nos 1260 dias e é reconhecido pelos intérpretes historicistas que os 1260 dias são anos, temos de concluir que o princípio dia-ano se aplica também aos 1290 dias.
A referência aos 1260 dias em Daniel 7:25 realça o tempo durante o qual o povo de Deus sofreria perseguições. Daniel 12:7 realça o momento em que as actividades dos inimigos de Deus findarão. Os 1290 dias mencionados em Daniel 12:11 focam o momento em que o período profético começa. Para sincronizar o início da profecia com um acontecimento específico, o período é estendido pela adição de um mês e, em vez de 42 meses (1260 dias), temos agora 43 (1290 dias). Trata-se de permitir que o anjo intérprete seja mais preciso em relação ao acontecimento com que se inicia o período, bem como à sua extensão completa. O período profético de 1290 dias é, então, aumentado em 45 dias extras, somando um total de 1335 anos proféticos, baseados no princípio dia-ano.

Concluindo, esses dois períodos de tempo são extensões de um período profético bem estabelecido e devem ser interpretados simbolicamente, em harmonia com o resto da profecia.

22 de julho de 2009

A HUMANIDADE SEM ESPERANÇA

Muita gente ficou sem entender o final do novo ´O Dia em que a Terra Parou´. Por ouro lado, o choque foi geral com o desfecho de ´Presságio´. Entenda-se: esses filmes, integrantes da moderna ficção científica, não são nada condescendentes com o homem, expressando um pessimismo para com a humanidade e o seu futuro.´O Dia em que a Terra Parou´ e ´Presságio´ trazem uma visão religiosa e têm o homem como réu. Os motivos são claros: o planeta virou um âmbito de dor e sofrimento quando, na verdade, foi um paraíso que lhe foi doado; degrada a natureza, torna a vida uma banalidade, joga à exclusão milhões de semelhantes, espalha o ódio, o medo, a corrupção e a vingança como uma praga. Tudo isso em função do que? É como se ele, o homem, tivesse esquecido de sua finitude e acredite que tudo se resume a este mero tipo de existência material.Para o homem, se existe um Deus, é a sua própria criação: o dinheiro. Assim, tudo se justifica no material, não existe uma ligação entre os seres, o planeta, o universo; e a espiritualidade, uma balela de um bando de cabeças de vento. Mas, sendo assim, qual seria o sentido para a existência do homem? Os dois filmes formulam um pensar inquietante: o homem se pensa como um ser vulgar, desprovido de alma, propósito e espírito.Justamente por isso, ´O Dia em que a Terra Parou´ e ´Presságio´ não são obras fáceis de se ver, pois incomodam ao expor o actual estágio da humanidade como um caso sem jeito. Com a sua civilização em decadência - pois não se pode acreditar que com milhões de pessoas morrendo de fome, sede, frio e violência, a humanidade esteja em evolução -, pregam que, com suas atitudes, o homem chegou ao caos: com a natureza, a maior riqueza, em destruição; a vida, o maior bem, transformada em banalidade; a civilização, a prova da racionalidade, em decadência. Assim, o homem se esvai entre a ambição e o ódio, esquecendo-se de seus valores naturais.´Presságio´ mistura as profecias maias, bíblicas, espíritas e a crença de que avançados seres extraterrestres retirarão da Terra, em naves gigantescas, uma leva de pessoas pré-selecionadas, os escolhidos. O enredo, armado de forma inteligente, anuncia, através de um calendário, uma série de tragédias e catástrofes programadas para se abaterem sobre a humanidade ao longo de 50 anos. Um físico nuclear (interpretado por Nicolas Cage) e seu filho adolescente (Chandler Canterbury), descobridores do calendário, vivenciarão as três últimas profecias que determinam o fim dos tempos.O filme reúne, em primeiro plano, a profecia que coloca um alinhamento planetário cujo ápice ocorrerá em 2012. Ufólogos e cientistas já confirmaram que o alinhamento é real. O filme sinaliza possibilidades como a de estarmos em monitoramento por civilizações superiores; de extraterrestres já estarem convivendo connosco sem percebermos; da existência de uma selecção de pessoas em andamento; e, finalmente, a oferta de uma ´segunda chance´. Em ´Presságio´, a chamada não será para todos aqueles que mantiveram uma vida condizente em conduta moral e ética. Nas naves extraterrestres embarcarão exclusivamente os seus filhos, um selecto grupo de crianças, previamente escolhidas. Assim, a sequência que antecede o final pega o espectador pela goela, fazendo-o engolir em seco.
Pedro Martins Freire
Crítico de Cinema

Nota: Aconselho vivamente a estudar todos os temas bíblico/proféticos que temos apresentado neste blog. Proponho o tema `Médiuns versus Profetas´ (coloque este título na barra do google oferecido neste Blog).
É seu desejo conhecer o tempo que vivemos e o que nos espera no futuro, a Bíblia é a bússola de Deus, ela aponta o Norte divino, não um norte magnético de falsas profecias. Este Blogue é destituído de preconceitos, estude a fundo os temas aqui apresentados e será ricamente abençoado/a.
O autor é uma pessoa com muita experiência teológica, pragmática e sincera. Qualquer pessoa entra nestes estudos e não é constrangida a pagar nada e mal se apercebe da religião praticada pelo autor, estas são razões fundamentais para ter confiança.
Oro ao Senhor Jesus para que derrame o Seu poder sobre si e lhe dê entendimento espiritual "porque o tempo é breve".
José Carlos Costa/Pastor

PROFETAS E PROFECIAS

Seminário Internacional realizado em Palmas (TO) reuniu pensadores de diversas áreas e partes do Globo para propor uma nova forma de desenvolvimento para a humanidade. Pelo actual quadro, se o homem não mudar os seus hábitos, a previsão é que ou a humanidade se desintegrará ou terá que realizar uma metamorfose
O curso provável da evolução levará a humanidade à catástrofe. A previsão é de Edgar Morin, um dos pensadores mais relevantes dos séculos XX e XXI. …O pesquisador, filósofo e sociólogo francês foi um dos fundadores do “Seminário Internacional Crise Civilizacional: Distintos Olhares – Transição de paradigmas de desenvolvimento nos países do Sul”.
Reuniões de pensadores de várias partes do mundo sobre as crises da humanidade começaram a ser promovidas pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Política Civilizacional (IIRPC), de Morin, em sua sede na França, mas começaram a extrapolar o continente europeu no ano passado, no Chile. Este ano, foi a vez do Brasil, e aberto, pela primeira vez, ao público.“Quando um sistema não pode tratar dos seus problemas fundamentais, o que acontece? Ele desintegra-se, regride, ou é capaz de criar um outro sistema, um metasistema. O planeta está incapaz de resolver seus problemas fundamentais. Nosso sistema está fadado a se desintegrar ou a se metamorfosear”, cita.

O PRINCÍPIO DIA/ANO

A interpretação profética das “2.300 tardes e manhãs” de Daniel 8:14 por parte dos Adventistas do Sétimo Dia depende fundamentalmente de tres factores:

1º) As Setenta Semanas de Daniel 9 são a explicação que o Anjo Gabriel veio trazer a Daniel a parte da visão do capítulo 8 que ele não tinha compreendido, e portanto as Setenta Semanas são parte integrante dos 2.300 dias;
2º) O ponto de partida para as Setenta Semanas é o mesmo para o início dos 2.300 dias;
3º) Os períodos de tempo nestas profecias não devem ser entendidos de forma literal, mas sim, aplicando-se o princípio de que 1 dia na profecia equivale a um ano literal de 360 dias.
Proponho o estudo deste 3º Iten. Em temas anteriores, creio eu, não terá ficado suficientemente claro.
Base Bíblica
Encontramos nas Escrituras dois textos bíblicos que estabelecem a relação de 1 dia ser considerado por conta de 1 ano:
“Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o meu desagrado.” Números 14:34

“Quando tiveres cumprido estes, tornar-te-ás a deitar sobre o teu lado direito, e levarás a maldade da casa de Judá quarenta dias; um dia te dei por cada ano.” Ezequiel 4:6

É significativo verificarmos que um profeta contemporâneo a Daniel e que viveu tão próximo no exílio, Ezequiel, tenha vivido de forma tão prática e experimental, por determinação do Senhor Deus, a equivalência de um dia por cada ano.

Encontramos nestes dois versos aquilo que os teólogos chamam de “Princípio da Miniaturização Simbólica”. Perceba no contexto de Números 14 como as 12 tribos são representadas por 12 homens que expiaram a terra de Canaã, e como os 40 dias em que expiaram a terra foi projectado para os 40 anos em que teriam que aguardar para entrar na terra prometida.

Princípio da Miniaturização Simbólica:
É facil de compreeder e de aceitar que em profecias onde temos grandes impérios mundiais representados de forma simbólica, a miniatura seja feita por animais e outros elementos, consideremos também que no cálculo do tempo mencionado nestas profecias seja considerado o Princípio da Miniaturização Simbólica, onde o tempo também é simbólico e miniaturizado.

Muito embora, o princípio acima seja fundamentado na bíblia e racionalmente a aplicação da equivalência de 1 dia por 1 ano para os cálculos de tempo em profecia, muitos ainda resistem e insistem não encontrar evidências bíblicas que comprovem a veracidade da sua aplicação. Há os que afirmem que os dois versos acima não provam nada de forma conclusiva, e acusam os Adventistas do Sétimo Dia a tecer as bases da sua interpretação profética num pressuposto frágil, frutos de uma imaginação fértil.

Vamos então fazer um outro tipo de análise, tentemos ignorar os dois versos acima, e verificar nas próprias profecias onde os tempos são mencionados, se existe alguma razão para não considerarmos estes períodos como literais.

Três Profecias de Tempo:
1) “Um tempo, e tempos, e metade de um tempo” Dan. 7:25
Este período de tempo, que é repetido no livro de Daniel no capítulo 12 verso 7 (e também em Apoc. 12:14), deve ser entendido como 3 anos e meio. A base bíblica para o entendimento de que “tempo” significa “ano” está explicitada em Dan. 11:13 (“...e ao cabo de tempos, isto é, de anos,...”).
Uma outra evidência de que “tempo” significa “ano” é comparando a maneira como a Bíblia menciona o mesmo período em Apocalipse:
Apoc. 11:2 e 13:5 à 42 meses
1 ano = 12 meses
3 ½ anos x 12 meses = 42 meses
Apoc. 11:3 e 12:6 à 1.260 dias
1 ano = 360 dias
3 ½ anos x 360 dias = 1.260 dias

No capítulo 7, o contexto onde é mencionado, refere-se ao tempo em que o Chifre Pequeno estaria destruindo os santos do Altíssimo. Pelo paralelismo observado entre as profecias Daniel 2 e 7, verificamos que este Chifre Pequeno que surge do animal terrível e espantoso simboliza a continuação do império romano em sua fase cristã (ou papal).

Se quisermos entender estes 3 anos e meio como literais teremos um grande problema ao tentarmos concilia-lo com os fatos históricos, pois sabemos que o poder romano religioso perseguiu, prendeu e matou todos aqueles que dele discordavam por um período bem maior.

Por outro lado, se considerarmos 1 dia na profecia igual a 1 ano literal de 360 dias, teremos:
3 ½ anos proféticos x 360 dias = 1.260 dias proféticos
Como 1 dia profético = 1 ano literal
Temos que 1.260 dias proféticos = 1.260 anos literais

Este período bem maior corresponde muito melhor à realidade dos fatos históricos, que falam de um poder religioso dominando e perseguindo maciçamente desde o fim do quinto século ou início do sexto até o fim do século 18 ou início do século 19.

2) “Até 2.300 tardes e manhãs” Dan. 8:14
Já estudamos as fortes razões que nos leva entender a expressão “tardes e manhãs” como “dias”, ou seja, 2.300 dias.
Referente a este período de tempo temos os seguintes versos que afirmam tratar-se de um período que alcança os finais dos tempos:
“Entende, filho do homem, porque esta visão se realizará no fim do tempo” Dan. 8:17.
“Eu te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira, porque ela se exercerá no determinado tempo do fim” Dan. 8:19.
“A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá” Dan. 8:26

Como a visão de Daniel 8 foi dada 6 séculos antes do nascimento de Cristo, fica completamente sem sentido entender o período de 2.300 dias como literais, com referências tão explícitas quanto a sua abrangência no futuro.

Uma outra evidência está no facto dos símbolos em Daniel 8 referirem-se a impérios que se desenvolveram ao longo de séculos. A menção de símbolos tão abrangentes na linha de tempo da História não combina com a menção de um período de pouco mais de 6 anos.

É muito mais coerente considerar que a profecia está a referir-se a um período de tempo muito maior, por se tratar de um tempo simbólico assim como são simbólicos todos os demais itens da profecia.

Se neste simbolismo considerarmos que um dia equivale a um ano teremos um período muito mais coerente de 23 séculos em vez de apenas 6 anos 4 meses e alguns dias.

3) “Setenta semanas estão determinadas...” Dan. 9:24-27
Esta profecia de tempo é a mais significativa de todas por confirmar de forma clara e objectiva a precisão do princípio dia/ano nos peculiares períodos de tempo mencionados nas profecias de Daniel.
Esta profecia estabelece um início para o cálculo que devem levar ao Messias (vs.25). Já vimos que o decreto para restaurar e edificar Jerusalém foi promulgado por volta de 500 anos antes do nascimento de Cristo, e só este facto já inviabiliza a aceitação das 70 semanas como literais (cerca de 1 ano e 4 meses). Mais uma vez está evidente que a profecia só se torna compreensível se considerarmos que as 70 semanas se referem a um tempo simbólico e não literal.

Porém, quando aplicamos o princípio dia/ano que tudo se encaixa de maneira perfeita:
1 semana = 7 dias
70 semanas x 7 dias = 490 dias
1 dia profético = 1 ano literal
490 dias proféticos = 490 anos literais

Como a profecia fala de um período de 69 semanas até o aparecimento do Messias, temos:
69 semanas x 7 dias = 483 dias proféticos = 483 anos literais
Somando 483 anos ao ano de 458/457 a.C. (data para o decreto de Artaxerxes) chegaremos ao ano de 26/27 d.C., justamente o ano em que Jesus foi baptizado e deu início ao Seu ministério público.

Só que a profecia traz ainda mais inflormações que confirmam de forma inquestionável a correção destes cálculos. O verso 26 diz que o Messias seria cortado (morto) e na sequência o verso 27 afirma que isto ocorreria na metade da última semana: fazendo as contas:
69 semanas + ½ semana = 69 ½ semanas
69 ½ semanas x 7 dias = 486 ½ dias proféticos = 486 ½ anos literais
458/457 a.C. + 486 ½ anos à 30/31 d.C.

Ou se preferir:
26/27 d.C. + 3 ½ anos à 30/31 d.C.

Justamente o ano em que Cristo foi crucificado.
Somente com a aplicação do princípio dia/ano que a precisão matemática da profecia é confirmada através dos factos históricos. É por este motivo que podemos afirmar sem medo de errar que o ministério de Jesus prova, confirma e estabelece como um sólido fundamento a validade e aplicabilidade do princípio dia/ano nos cálculos dos tempos proféticos.

Como, no livro de Daniel, o capítulo 9 está intimamente ligado ao capítulo 8, não temos outro caminho senão considerar que o mesmo princípio dia/ano, testado e aprovado no capítulo 9, seja também aplicado no tempo profético do capítulo 8.

Uma forma peculiar de indicar tempo

A própria maneira peculiar como os períodos de tempo são mencionados na profecia, leva-nos a interpretá-los de uma outra forma diferente da literal.

Quando a Bíblia menciona períodos de tempo literais a forma mais comum é como lemos no texto abaixo:
“Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses, e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá.” II Sam. 5:5.

Não seria nada convencional o autor bíblico, querendo relatar o tempo literal do reinado, descrever 7 anos e seis meses como 2.700 dias, ou mesmo como 90 meses. Trinta e três anos literais são descritos simplesmente como trinta e três anos e não como 11.880 dias ou 396 meses. Como foi demonstrado, a maneira invulgar de designar o tempo é mais uma outra forte evidência que aponta para o seu simbolismo.

TEMPO PROFÉTICO SEGUNDO O ARCEBISPO WALMOR DE AZEVEDO

Encíclica inaugura hora nova de profecias, diz arcebispo Comentário de Dom Walmor de Azevedo sobre “Caritas in veritate”

“O Papa Bento XVI afirma que ‘só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida... sem a verdade a caridade cai no sentimentalismo... a verdade liberta a caridade dos estrangulamentos do emotivismo’”, cita o arcebispo.


Comentário pessoal: Oramos aos Senhor que esta hora de profecias, sim, seja baseada no amor e especialmente no contexto bíblico. Infelizmente não tem sido preocupação da Igreja Católica, nunca é tarde!

16 de julho de 2009

JESUS, OS APÓSTOLOS E AS PROFECIAS

As profecias bíblicas exercem um papel de relevo na mensagem cristã. Os primeiros discípulos delas se serviram para proclamar ao mundo que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” Mateus 16:16. O apóstolo Pedro, por exemplo, afirmou que, pela ignorância das autoridades judaicas, ao conduzirem Jesus à morte, “Deus assim cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas que o Seu Cristo havia de padecer.” “E todos os profetas, a começar com Samuel, assim como todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias.”Actos 3:18 e 24. Paulo, o “apóstolo dos gentios”, pregando numa sinagoga de Antioquia, também fez menção das profecias messiânicas para anunciar Jesus, declarando que “os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se lêem todos os sábados, quando O condenaram, cumpriram as profecias... Depois de cumprirem tudo o que a respeito d´Ele estava escrito... puseram-nO em um túmulo. Mas Deus O ressuscitou dentre os mortos.”Actos 13:26-31.
Outro exemplo do uso das profecias messiânicas se cumpriam na pessoa de Jesus evidenciam nestas palavras: “Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras... porque, com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus.” Actos 18:24 e 28. Assim, torna-se evidente que as profecias referentes ao Salvador ocupavam uma posição de grande destaque nas primitivas pregações cristãs. Ver também Actos 10:43; 17:2, 3 e 11; 26:22 e 23; e 28:23.

A IMPORTANCIA DA CRONOLOGIA PROFÉTICA

As páginas do Antigo Testamento estão repletas de referências proféticas ao Redentor do mundo, descrevendo a Sua aparente derrota e o Seu triunfo final. No entanto, sem uma indicação clara quanto ao tempo de Sua manifestação, a identificação do Messias estaria profundamente comprometida. Um leitor de Isaías 53, por exemplo, ficariaa questionr-se: “a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?” Actos 8:34. Tal dúvida seria pertinente, visto que o próprio Isaías fora martirizado; e, além dele, muitos outros já tinham sofrido injustamente. Para não dar margem a tais incertezas, Deus revelou certos períodos de tempo que atingissem a própria época do Messias, delimitando o início da Sua obra terrestre bem como o seu encerramento. Tais períodos são claramente delineados em Daniel 9, na célebre profecia das 70 semanas.
Agostinho, bispo de Hipona e um dos maiores expoentes da fé católica de todos os tempos, fez alusão a essa impressionante profecia, declarando que “Daniel determinou até o número de anos que passariam antes do advento e paixão de Cristo. O cômputo seria longo reproduzi-lo aqui, além de que outros já o fizeram antes de mim” (SANTO AGOSTINHO, A Cidade de Deus, tomo 2, capítulo XXXIV, n.º 1). Realmente, antes dele, muitos eminentes escritores cristãos já tinham tratado do tema, dentre os quais podem ser citados Tertuliano (terceiro século), Clemente de Alexandria (terceiro século), Hipólito (terceiro século), Júlio Africano (terceiro século) e Eusébio de Cesaréia (quarto século), que, embora apresentem inúmeros equívocos de exegése nas suas obras, ao menos demonstraram interesse pelos comprimento profético.
É óbvio que o Senhor Jesus também tinha ciência dessa profecia, sendo, na realidade, Ele é o Seu legítimo Autor. Em Mateus 24:15, fazendo referência ao texto das 70 semanas e conectando-o ao evento da destruição de Jerusalém a concretizar-se no ano 70 da Era Cristã, advertiu Jesus: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda).” Ver Daniel 9:27. Depreende-se desse texto que Jesus não somente reconhecia a importância da profecia de Daniel, aplicando-a ao Seu tempo, mas ainda recomendava o seu estudo e correcta compreensão.

QUEM SÃO OS "MUITOS" DE DANIEL 9:27?

Os “muitos” referidos em Daniel 9:27 são todos aqueles que aceitam o plano de salvação oferecido e o aceitam nas suas vidas. As passagens a seguir sustentam esta compreensão:
“Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacob no reino dos céus.” Mateus 8:11. Ver também Lucas 13:29.
“Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos.” Mateus 20:28. Ver também Marcos 10:45.
“Porque isto é o Meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” Mateus 26:28. Ver também Marcos 14:24.
“Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.” Romanos 5:15.
“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” Romanos 5:19.
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogénito entre muitos irmãos.” Romanos 8:29.
“Porque convinha que Aquele, por cuja causa e por Quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles.” Hebreus 2:10.
“Assim também Cristo, tendo-Se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam para a salvação.” Hebreus 9:28.
Em Apocalipse 7:9, esses “muitos” são mencionados como uma grande multidão, que ninguém podia contar, proveniente de todos os povos da terra, que são os resgatados do pecado e de sua terrível consequência, a morte eterna.

15 de julho de 2009

"DESDE A SAÍDA DA ORDEM."

Pelo cálculo retroactivo desde o dia da morte de Jesus (26/27 de Abril de 31 A.D. - “meio da septuagésima semana”), chega-se a 28/29 de Outubro de 457 A.C., data que representa o Dia da Expiação naquele ano e o início dos períodos proféticos de Daniel 8 e 9. Todavia, se Esdras partiu de Babilónia no primeiro dia do primeiro mês (isto é, na primavera do ano), em virtude do decreto de Artaxerxes, e se ele chegou a Jerusalém no primeiro dia do quinto mês (isto é, no verão), por que razão o cômputo profético só teria se iniciado no Dia da Expiação (isto é, no Outono do ano), sendo que Daniel 9:25 claramente estabelece que as 70 semanas deveriam começar com “a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”?
O grande problema é que a maioria dos autores têm associado a “ordem” de que trata Daniel 9:25 apenas ao decreto de Artaxerxes, sendo que, na verdade, o assunto precisa ser analisado de um ponto de vista mais amplo. Antes de mais nada, é importante perceber que a “ordem” de Daniel 9:25 parte primeiramente de Deus. É o próprio Deus Quem, acima dos governantes humanos, decreta a reconstrução da cidade. Em Daniel 9:23, a palavra “ordem” é aplicada a uma manifestação da vontade de Deus; e Esdras 6:14 claramente atribui a reconstrução do Templo a um mandado divino.
Mas isso ainda não permite iniciar a contagem dos períodos proféticos, pois é preciso que um governante humano atenda à vontade do Céu e baixe um decreto. Em outras palavras, é necessário que a “ordem” vinda do Céu encontre um decreto humano correspondente que lhe dê efectividade. Em Isaías 45:13, está escrito: “Eu, na Minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a Minha cidade e libertará os Meus exilados, não por preço nem por presentes, diz o SENHOR dos Exércitos.”. O decreto de Ciro traz as seguintes palavras: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá.” Esdras 1:2. Ver também 2 Crónicas 36:22 e 23. O decreto de Ciro (538/537 A.C.), permitindo que Zorobabel voltasse a Jerusalém, foi baixado por vontade directa de Deus. Percebe-se aí uma ordem divina somada a um decreto humano. Depois disso, aparece o decreto de Dario I Histaspes, cujo objectivo foi o de confirmar o mandado de Ciro (Esdras 6). Mas, a “ordem” a que Daniel 9:25 se refere só vem a se completar com o decreto de Artaxerxes I, que não somente permitiu que os muros de Jerusalém fossem reconstruídos (Esdras 9:9) como também concedeu certa autonomia política aos judeus (Esdras 7:25 e 26).
Sendo assim, quando, de fato, ocorreu a “saída da ordem”? Essa expressão, quando relacionada a um decreto, só pode se referir ao momento em que este é assinado ou expedido. Quando foi expedida a “ordem” de Daniel 9:25? Bem, quando Deus levantou a Ciro com o propósito de libertar os cativos judeus, houve uma “saída da ordem”, mas esta ainda não estava completa, impedindo que os períodos proféticos pudessem começar. Depois disso, veio o decreto de Dario, o qual apenas confirmou as estipulações do decreto anterior. Em seguida, foi emitido o decreto de Artaxerxes, com o qual a “ordem” se completou. Mesmo assim, a contagem ainda não poderia ter início. Mas, por que não? Porque a “saída da ordem” é apenas um requisito para o início dos períodos proféticos de Daniel 8 e 9. Não basta que apenas esse requisito seja cumprido. Aparentemente, a Bíblia indica apenas a “saída da ordem” para o início do cálculo profético. Mas, quando a passagem de Daniel 8:14, que fala da purificação do santuário, é levada em consideração, percebe-se que os períodos proféticos só poderiam começar num Dia da Expiação. Esse é o segundo requisito. É verdade que ele não é tão ostensivo quanto o primeiro, só podendo ser percebido através do cálculo astronómico mas, ainda assim, é uma condição para o início das 70 semanas e das 2.300 tardes e manhãs.
Reunindo as informações de Daniel 9:25 e Daniel 8:14, entende-se que os períodos proféticos só poderiam começar no Dia da Expiação, depois que a “ordem”, em sua forma completa, fosse promulgada. Quando saiu o decreto de Artaxerxes? Em algum ponto anterior a primeiro de Nisan em de 457 A.C. Quando começaram as 2.300 tardes e manhãs? No primeiro Dia da Expiação após aquele decreto. Isso foi em 29 de Outubro de 457 A.C Assim, para uma compreensão mais abrangente do assunto, é importante que o leitor não fixe seus olhos apenas na palavra “saída” de Daniel 9:25; deve ele notar a existência de um outro requisito que também precisa ser preenchido para o início da contagem dos períodos proféticos: o Dia da Expiação.

13 de julho de 2009

OS ESCRITORES DO NOVO TESTAMENTO SÃO CONSCIENTES DA PROFECIA DE DANIEL 9

Os escritores neotestamentários estavam a par dos períodos proféticos de Daniel 9 e reconheceram Sua aplicabilidade à vida e obra de Jesus, observa-se de várias passagens dos Evangelhos e das Epístolas. Nesses versículos, fica patente que havia um tempo definido para o nascimento de Jesus, pois, segundo o apóstolo Paulo, “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” Gálatas 4:4.
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” Marcos 1:14 e 15. Ver também os versos 12 e 13. Com esse anúncio, Jesus reconheceu que o prazo estipulado para o início de Seu ministério havia expirado.
Cada actividade a ser desenvolvida no ministério do Senhor tinha seu momento certo nos planos de Deus. Exemplo disso se extrai do episódio em que Maria rogou a Jesus que Ele interviesse miraculosamente devido à falta inesperada de vinho nas bodas de Canaã. A resposta de Jesus foi: “Mulher, que tenho Eu contigo? Ainda não é chegada a Minha hora.”João 2:4.
Nos planos de Deus, havia também um momento certo para Jesus Se dirigir a Jerusalém, que seria o palco de Sua paixão e morte:
“Disse-lhes, pois, Jesus: O Meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente.” João 7:6.
“Subi vós outros à festa; Eu, por enquanto, não subo, porque o Meu tempo ainda não está cumprido.” João 7:8.
A razão pela qual os judeus falharam várias vezes em suas tentativas de prender a Jesus é dada nos seguintes termos:
“Então, procuravam prendê-lO; mas ninguém Lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a Sua hora.” João 7:30.
“Proferiu Ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém O prendeu, porque não era ainda chegada a Sua hora.” João 8:20.
Ao aproximar-se o tempo de Seu sofrimento, Jesus assim Se expressou: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.” “Agora, está angustiada a Minha alma, e que direi Eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.” João 12:23 e 27.
Também havia um prazo para Cristo ascender ao Céu:
“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.” João 13:1.
Por fim, na noite da Última Ceia, ao dirigir-Se ao monte das Oliveiras, no qual deveria passar pelas tenebrosas horas do Getsémani, Jesus “levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que o Filho Te glorifique a Ti.” João 17:1.
Sim, tudo na missão de Cristo pertencia a um momento determinado. Cada etapa de Seu ministério se cumpriu em perfeito sincronismo com o relógio de Deus, o que inspirou o autor da epístola aos Hebreus a declarar que, “ao se cumprirem os tempos”, Ele “Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado.” Hebreus 9:26. Quando Jesus expirou no madeiro do Gólgota, Ele venceu a Satanás de uma vez por todas, resgatando, por meio de Seu sangue, este mundo para Deus. Era a isso que Ele Se referia, quando anunciou: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.” João 12:31. Ver Colossenses 2:13-15. Tendo isso em vista, entende-se melhor o protesto dos endemoninhados de Gadara: “Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?” Mateus 8:29. Quão preciosa é a Cruz do Calvário para todo filho de Deus! Foi ali que o “Deus feito homem” redimiu a Humanidade do cativeiro do pecado, abrindo-lhe os portais da salvação. No momento certo, Ele interveio; ou, como escreveu Paulo, “Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios.” Romanos 5:6. Tão profundo amor nem toda a eternidade poderá desvendar! Ela inspirará a mais profunda gratidão nos seres redimidos para sempre!
Outras referências relevantes sobre o aspecto cronológico em relação ao ministério de Jesus podem ser encontradas nos seguintes textos: Mateus 26:18 e 45; Marcos 14:35 e 41; Lucas 22:53; João 4:21 e 23; 5:25; 16:21, 25 e 32; Romanos 3:26; 1 Timóteo 2:6; e Tito 1:3.
Os próximos estudos desta série tratarão mais profundamente dos períodos proféticos de Daniel. Também será objeto de análise a tipologia das festas judaicas, que servem como cronograma do plano da redenção. Tal estudo se destina a propiciar sólidas evidências para todo aquele que deseja fundamentar melhor a sua fé. Que a bênção de Deus possa repousar sobre os leitores deste e dos próximos estudos e que a fé em Jesus e em Sua palavra possa ser fortalecida em seus corações!

A MORTE DE JESUS A MEIO DA SEPTUAGINTA SEMANA PROFÉTICA

A morte de Jesus foi realmente um acontecimento ímpar na História do Universo, pois o próprio “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19). Pelo presente estudo, o leitor pôde vislumbrar um pouco mais da importância desse evento, ao descobrir que a data da crucifixão de Cristo é qual uma âncora que firma todo o esquema cronológico de Daniel.
A comprovação dessa data pela História e pela Astronomia dá a certeza da veracidade da profecia bíblica, da realidade do plano de salvação e do Juízo que ora se realiza no Santuário Celestial.
O próximo estudo tratará da problemática em torno do dia do mês judaico em que Jesus foi morto. Enquanto esta série de estudos defende, com firme evidência bíblica, o dia 15 de Nisan, outros comentadores afirmam ter Cristo morrido no dia 14.
Que a bênção de Deus possa repousar sobre todos que olham para as Sagradas Escrituras para “compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que” seja tomado “de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3:18 e 19.

12 de julho de 2009

EM QUE DIA MORREU JESUS: A CRONOLOGIA DE JOÃO

A bem da verdade, a contradição existente entre a cronologia dos Sinópticos e a do Evangelho de João é apenas aparente e pode ser desfeita mediante uma leitura mais atenciosa do texto joanino.
Embora se diga que os judeus não quiseram entrar “no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa”, o texto nada diz quanto ao dia exacto em que o cordeiro pascal foi imolado. Além disso, essa afirmação não precisa ser interpretada, necessariamente, como uma indicação de que a ceia pascal ainda não tivesse sido realizada. Ocorre que, na época de Jesus, todo o período dos Pães Asmos já era naturalmente conhecido como a Festa da “Páscoa”. Exemplo desse uso se observa no Evangelho de Lucas: “Estava próxima a Festa dos Pães Asmos, chamada Páscoa.” Lucas 22:1. Os judeus poderiam estar preocupados não com a celebração da ceia pascal, mas com outras refeições cerimoniais que eram realizadas durante aquele período festivo. Outra possibilidade seria a de que os líderes judaicos não teriam celebrado a ceia pascal no tempo determinado pela Lei – que, no caso, teria sido a noite de Quinta-feira – já que estavam empenhados na caçada a Jesus. Por isso, teriam deixado para celebrá-la um dia depois, na noite de 15 para 16 de Nisan. Seja qual for o motivo que determinou o comentário de João, a passagem em análise é insuficiente para destruir a sólida cronologia esboçada em Mateus, Marcos e Lucas.
O mesmo é verdade com respeito a João 19:14, que denomina a Sexta-feira da crucifixão de “preparação da Páscoa”. A palavra “preparação” é tradução de (paraskeue), que no grego bíblico é o termo comummente utilizado para denominar a Sexta-feira como dia de preparação para o Sábado. A base dessa expressão se encontra em Êxodo 16:22-30. Portanto, quando João fala do dia da morte de Jesus como a “parasceve da Páscoa”, sua intenção era simplesmente a de retratar aquele dia como uma Sexta-feira dentro da semana dos Pães Ázimos e não como o dia 14 de Nisan.
Resta analisar ainda o sentido da expressão “Sábado grande” (grego: – megale he hemera ekeinou tou sabbatou; tradução: grande o dia daquele Sábado). Afirmar que aquele Sábado foi chamado de “grande” por causa da combinação de um Sábado semanal com um Sábado cerimonial (no caso, o 15 de Nisan) é extrair do texto mais do que ele pode oferecer. A expressão só ocorre uma vez em toda a Bíblia, impedindo, assim, que se verifique seu real significado; e adoptar como certa uma posição sem considerar outras possibilidades de interpretação é cometer uma arbitrariedade exegética. Poderia ser o caso, por exemplo, daquele Sábado ser chamado de “grande” por estar inserido na semana da Festa dos Pães Ázimos, sem, contudo, ser uma combinação de um sábado semanal com um Sábado cerimonial. Outra interpretação possível seria a de um Sábado cerimonial (Sexta-feira = 15 de Nisan) seguido por um Sábado semanal. Isso faria com que o período de descanso se prolongasse por 48 horas. No estágio actual, não há como determinar o verdadeiro sentido da expressão joanina.
Diante do que foi exposto, seria um contra-senso substituir a clareza e o vigor da cronologia dos Sinópticos pelas expressões incertas e rarefeitas extraídas do Evangelho de João. Como ficou demonstrado, é possível interpretar as declarações joaninas em mais de um sentido, o que não se admite em Mateus, Marcos e Lucas.

EM QUE DIA MORREU JESUS?

Conclusão.
O testemunho bíblico coloca o 15 de Nisan para o dia da morte de Jesus acima de qualquer contestação. Visto que o ano 31 A.D. admite a combinação dessa data com uma Sexta-feira, deve ser considerado o ponto “meio da septuagésima semana”, possibilitando a localização do início e do fim das 2.300 tardes e manhãs. Retornando, a partir desse ponto, 69,5 semanas proféticas, ou 486,5 anos, chega-se ao ano de 457 A.C.. Avançando 2.300 anos, desde essa última data, atinge-se o ano de 1.844 A.D.. Isso confirma a veracidade da profecia bíblica e serve como irrefutável testemunho da realidade do plano de salvação. Que Deus seja louvado pela grandiosidade de Sua revelação e que este estudo possa ser um instrumento “para fortalecer a fé do vacilante e dar a certeza do glorioso futuro” a todo aquele que for atraído pelo incomensurável amor do Salvador.

11 de julho de 2009

A PROFECIA E O INICIO DO MÊS JUDAICO

Conforme o testemunho das Escrituras, o dia da lua nova marcava o início do mês judaico. Depreende-se das seguintes evidências:
A) Quando Moisés estipulou os sacrifícios especiais que deveriam ser oferecidos por ocasião da Festa da Lua Nova, assim se expressou: “Nos princípios dos vossos meses, oferecereis, em holocausto ao SENHOR, dois novilhos e um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito, e três décimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, para um novilho; duas décimas de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, para um carneiro; e uma décima de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, para um cordeiro; é holocausto de aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. As suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, por todos os meses do ano. Também se trará um bode como oferta pelo pecado, ao SENHOR, além do holocausto contínuo, com a sua libação.” Números 28:11-15. Desse texto, pode-se concluir que, no calendário judaico, o início do mês era sempre definido pelo dia da lua nova.
B) Em 1ª Samuel 20, a lua nova também aparece como o ponto inicial da contagem dos dias do mês. Assim, quando Davi disse a Jônatas que ficaria escondido no campo “até à terceira tarde”, a sua referência era ao terceiro dia a partir da lua nova (verso 5). O mesmo se aplica às posteriores palavras de Jonatas, em que ele basicamente repete o que já tinha sido dito por Davi (versos 18 e 19). O texto faz menção ainda ao “segundo dia da lua nova”, o que confirma a ideia já apresentada (versos 24, 27 e 34).
Diante dessas claras informações extraídas das Escrituras, demonstra-se que o calendário judaico estava inseparavelmente relacionado ao ciclo lunar. Deve-se, no entanto, distinguir entre a lua nova astronómica e a lua nova eclesiástica. Aquela se refere ao momento exacto da conjunção da Lua com o Sol, enquanto que esta última ocorre um pouco depois, quando o primeiro filete da Lua se torna visível, pouco acima do horizonte oeste, logo após o pôr-do-sol.
O ano judaico, no entanto, não estava vinculado apenas à Lua, pois a Festividade das Primícias, que era celebrada no “dia imediato ao Sábado” (isto é, o Domingo) da semana dos Pães Ázimos, exigia que o primeiro mês do ano não começasse demasiadamente cedo, pois, caso contrário, os primeiros frutos não poderiam ser apresentados.
Segundo Flávio Josefo, escritor judeu do primeiro século, o feixe que o sacerdote agitava, diante do altar dos holocaustos, por ocasião da Festa das Primícias, era constituído dos primeiros grãos amadurecidos da cevada. (Antiquities of the Jews, livro 3, capítulo 10, artigo 5, em The Works of Josephus, Complete and Unabridged, p. 96).
Isso deve-se ao facto de que a cevada era o primeiro cereal a amadurecer na Palestina. Cada planta possui uma época definida para florescer e dar o seu fruto, dependendo da duração do dia e da temperatura ambiente. Esses factores, por sua vez, estão intimamente relacionados às estações do ano. “A razão” para isso “é que as plantas usam o seu relógios para sentir as estações, através do cumprimento do dia, garantindo que as flores nasçam no tempo certo do ano.” (Molecules to Make Plants Tick, New Scientist, n.º 1.967, p. 30, 4 de Marco de 1.995). A Bíblia se refere aos frutos como “aquilo que o Sol amadurece” (Deuteronómio 33:14), o que está em perfeita harmonia com a prática agrícola e com o testemunho da Ciência.
O texto bíblico informa que, por ocasião da sétima praga (chuva de pedras), a cevada e o linho foram afectados, ao passo que o trigo e o centeio não: “O linho e a cevada foram feridos, pois a cevada já estava na espiga, e o linho em flor. Porém o trigo e o centeio não sofreram dano, porque ainda não haviam nascido.” Êxodo 9:31 e 32. Isso demonstra que a cevada floresce e amadurece antes de outras plantas encontradas naquela região.
O mês em que os hebreus deixaram o Egipto e no qual se comemorava a Páscoa é chamado de Abibe, termo hebraico (abib), de origem cananita, cujo significado é “Espiga”. Comparar Êxodo 13:4; 23:15; 34:18; e Deuteronómio 16:1, em que o vocábulo foi apenas transliterado na A.R.A, para indicar o nome do mês, com Êxodo 9:31 e Levítico 2:14, em que o mesmo termo foi traduzido como “espiga” ou “espigas verdes”. Disso se deduz que o mês de Abibe deveria sempre ocorrer no tempo do amadurecimento da cevada. O cuidado para que o primeiro mês não ocorresse em época muito precoce, para que o período das Primícias não chegasse sem que houvesse cevada madura para se oferecer, criava um elo entre o ciclo lunar e o ciclo solar, resultando num calendário luni-solar.
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A prescrição para a Festividade das Primícias e sua estreita conexão com a Festa dos Pães Sem Fermento, encontram-se registradas em Levítico 23:5-14: “No mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do SENHOR. E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Pães Asmos do SENHOR; sete dias comereis pães asmos. No primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; este moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; no dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR. A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him. Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas.”.
Bibliografia:
FLAVIUS JOSEPHUS, The Works of Josephus, Complete and Unabridged, nova edição atualizada, tradução de William Whiston, A.M., Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, Inc., 1.987.
Molecules to Make Plants Tick, New Scientist, n.º 1.967, 4 de março de 1.995.

10 de julho de 2009

O CALENDÁRIO SEGUNDO OS ANOS DE REINADO

Na Mesopotâmia, no Egipto, na China, entre os hebreus e entre outros povos antigos, adoptou-se o sistema dos anos de reinado. Essa prática não chegou a generalizar-se na Roma Imperial. Tinha o inconveniente de recomeçar a contagem sempre que um novo soberano subisse ao poder. Quaisquer omissões ou erros nas listas reais, como os decorrentes de reinados simultâneos em períodos de instabilidade política, viciavam o cômputo total.
Existiam 2 métodos diferentes para o cálculo dos anos de reinado:
1) Com Ano de Ascensão. Quando um rei morria, o primeiro ano de seu sucessor não era contado a partir do dia imediatamente seguinte ao da morte do antigo rei, mas, sim, a partir do próximo Dia do Ano Novo. O período decorrido nesse intervalo era chamado “ano de ascensão”. Um nítido exemplo desse método pode ser encontrado em 2 Reis 18:1, 9 e 10. Depois de informar que Ezequias subiu ao trono no terceiro ano de Oséias, o autor do livro declara que o cerco de Samaria começou no quarto ano de Ezequias, o sétimo de Oséias, e findou 3 anos depois, no sexto ano de Ezequias, o nono de Oséias. A perfeita harmonia de todas essas informações só é possível mediante a aplicação do sistema do ano de ascensão, como pode ser demonstrado pelo esquema abaixo.


2) Sem Ano de Ascensão. Por esse sistema, empregado no Egipto e também indicado na Bíblia, o período imediatamente seguinte ao da ascensão do novo monarca já era considerado o primeiro ano de reinado. Assim, a primeira parte do ano era calculada em termos do reinado do antigo monarca, enquanto que a última parte era datada em termos do novo soberano. Um claro exemplo desse método é dado em 1 Reis 15:25 e 28. Nadabe de Israel subiu ao poder no segundo ano de Asa de Judá. Nadabe reinou por 2 anos e foi assassinado no terceiro ano de Asa. Obviamente, apenas o sistema que não utiliza o ano de ascensão permite a exacta combinação dessas informações, como pode ser demonstrado pelo esquema abaixo.


Quando um documento antigo estabelece a data de um evento em termos dos anos de reinado de um governante qualquer, torna-se indispensável identificar qual dos 2 sistemas foi utilizado para a exacta localização na escala A.C. – A.D. do ano em consideração.

O CALENDÁRIO NOS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO

Após um cuidadoso exame dos principais sistemas de calendário produzidos pelas mais importantes civilizações do mundo antigo, será de inestimável valor também uma investigação acerca dos métodos utilizados por esses mesmos povos para datar os acontecimentos em termos de anos.
Os povos mais antigos desconheciam a contagem do tempo por eras, como é feito actualmente. A prática adoptada pelos sumérios e babilónios era o de baptizar cada ano com um nome, com base no mais notável evento do ano anterior. Dessa maneira, o sétimo ano de Hamurábi, por exemplo, foi chamado de “o ano em que Uruk e Isin foram tomadas”. Os vários registos da época mantinham listas completas dos nomes dos anos, as quais cobriam um longo período de tempo.
Outro método de datação foi criado pelos assírios, segundo o qual um alto oficial era escolhido para ser o “limmu” durante um ano; no período em que ele ocupasse esse posto, o seu nome era usado para identificar o ano. O mesmo método foi seguido pelos gregos, entre os quais o termo correspondente a limmu era o de “epónimo”, e entre os romanos, com a imensa lista de cônsules (2 por ano).
Havia, no entanto, uma diferença entre o archon epónimo de Atenas, os cônsules romanos e o limmu assírio. O archon ateniense e os cônsules romanos eram sempre chefes de Estado, enquanto que o limmu poderia ser escolhido entre os vários oficiais e altas personalidades do Império Assírio.
Dessas listas, a mais importante para a fixação das datas dos acontecimentos relacionados à profecia das 70 semanas é a dos cônsules romanos.

A ERA CRISTÃ

Em 525 A.D., um monge, chamado Dionísio Exíguo (ou, o Pequeno), propôs que todos os eventos fossem datados a partir do nascimento de Jesus, que ele fixou no ano 753 da fundação de Roma. A Era Cristã de Dionísio foi adoptada desde o século 6, mas só foi admitida pela Cúria Romana a partir do século 10.
Para os anos a partir do nascimento de Cristo, a contagem é feita em ordem crescente; para os anteriores a esse acontecimento, em ordem decrescente. Não há um ano zero. Portanto, o dia 31 de Dezembro de 1 A.C. é seguido pelo dia primeiro de Janeiro do ano 1 A.D. (Anno Domini, ou seja, ano do Senhor). Seguindo essa lógica, o ano 1 A.D. é o primeiro ano do século 1 e o ano 100 A.D., o último. Por conseguinte, o ano 2000 A.D. é o último do século 20 e também do terceiro milénio. Assim sendo, o novo milénio só começou de facto no primeiro de Janeiro de 2001 A.D..
A inexistência do zero entre 1 A.C. e 1 A.D. altera em um ano o cálculo de períodos que se iniciam antes de Cristo e que findam durante a Era Cristã. Por exemplo, se houvesse o ano zero, as 69 semanas proféticas (ou 483 dias-anos) terminariam em 26 A.D.; todavia, como tal não existe, a contagem se estende por mais um ano, findando em 27 A.D.. A compreensão desse pormenor é de grande relevância para os períodos proféticos.

9 de julho de 2009

O PROBLEMA CHAMADO "NITSDAQ"

Visto que a palavra (nitsdaq), geralmente traduzida por “purificado” em Daniel 8:14, não possui relação linguística com o (taher) de Levítico 16, alguns poderiam contestar as conclusões obtidas neste estudo com a argumentação de que o final das 2.300 tardes e manhãs não cairia, necessariamente, no Dia da Expiação. Dessa forma, o raciocínio desenvolvido nos itens 1 e 2 ficaria seriamente prejudicado, o que comprometeria também as conclusões dos itens 3 e 4, lançando por terra a exactidão da profecia.
Se as conclusões obtidas até aqui realmente dependessem da tradução da palavra “nitsdaq” como “purificado”, seria forçoso reconhecer a veracidade da objecção. No entanto, tal dependência é apenas aparente, pois o mesmo raciocínio desenvolvido nos itens 1-4, tomando por base o Dia da Expiação no final das 2.300 tardes e manhãs (Item 1), pode ser seguido pelo caminho inverso. De Efésios 5:2 e Hebreus 10:5-10, pode-se extrair um vínculo entre a cessação do “sacrifício e da oferta de manjares” com a morte de Jesus. Do testemunho de Mateus, Marcos e Lucas, conclui-se que Jesus morreu no décimo – quinto dia do primeiro mês. Retrocedendo 486,5 anos a partir dessa data, chega-se ao décimo dia do sétimo mês, efeméride do Dia da Expiação. Tendo essa data como ponto de partida das 2.300 tardes e manhãs, basta avançar 2.300 anos para se obter o fim desse período. Isso conduz, logicamente, ao Dia da Expiação. Portanto, o evento a ser verificado no final das 2.300 tardes e manhãs não poderia ser outro que não fosse o da purificação do Santuário.
Uma comparação entre Daniel 8:14, ponto alto da visão, e Daniel 7:9, 10 e 13, em que o Filho do homem é conduzido ao tribunal, à presença do Ancião de Dias, para participar da obra do julgamento, confirma a ideia de que o evento a realizar-se no final das 2.300 tardes e manhãs é o da purificação do Santuário. Em Apocalipse 5:6, Cristo é retratado no mesmo ambiente em que é descrito o trono de Deus. De Apocalipse 4:1 e 5; e 8:3 e 4, depreende-se que esse seja o primeiro compartimento do Santuário Celestial, pois era nessa divisão do Santuário Terrestre que estavam localizados o candelabro e o altar de incenso (Êxodo 40:2-8). O segundo compartimento só é mencionado em Apocalipse 11:19, em que se diz que o Santuário de Deus foi aberto e que nele foi vista a arca da aliança. Assim, ao ascender ao Céu, no ano 31 A.D., Jesus deu início ao Seu ministério de intercessão no primeiro compartimento do Santuário. Quando Daniel 7:13 descreve Cristo a deslocar-Se para a presença do Ancião de Dias (Deus Pai), a fim de participar activamente do trabalho de julgamento, essa cena não pode estar a retratar outra coisa senão a entrada de Jesus no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial. É ali, diante da arca da aliança, onde está guardada a Lei de Deus, que deve ser realizado o julgamento (Eclesiastes 12:13 e 14; e Tiago 2:12). De acordo com Hebreus 9:6 e 7, o sumo-sacerdote judeu só entrava nesse compartimento no Dia da Expiação (Levítico 16:2, 3, 11-17 e 29-34). Logicamente, Daniel 7:13 trata desse acontecimento; e a data do décimo dia do sétimo mês, demonstrada através da relação entre Daniel 8:14 e Daniel 9:25-27, assegura a veracidade desse entendimento.

A PRECISÃO DO PERÍODO PROFÉTICO: CONCLUSÃO

Por meio deste estudo, pôde comprovar a fantástica precisão dos períodos proféticos de Daniel 8 e 9. As 2.300 tardes e manhãs começam num Dia da Expiação e estendem-se até outro Dia da Expiação. Isso é deveras impressionante, tendo em vista que o calendário empregue é o judaico, cujos anos podem ser de 354 ou 383 dias, valores diferentes do ano solar (365,242190 dias). Se o livro de Daniel falasse em 2.299 anos, por exemplo, e o início do período fosse fixado no décimo dia do sétimo mês, a data final não coincidiria com o Dia da Expiação. Deus, na Sua perfeita sabedoria, escolheu um número tal de anos que pudesse estar compreendido entre 2 eventos da purificação do Santuário.
Mais fantástico ainda é descobrir que as 69,5 semanas se estendem até ao dia exacto da morte de Jesus. A morte de Cristo, o acontecimento mais importante do plano da salvação, é também aquele que firma a compreensão de toda a profecia, pois, como se verá mais adiante, através da data da crucifixão de Jesus, todas as outras datas do esquema de Daniel 8 e 9 podem ser localizadas.
Visando a facilitar a compreensão do esquema profético de Daniel, quase todos os gráficos dos itens anteriores foram reunidos num único diagrama, o qual é apresentado a seguir:


Se encontrou alguma dificuldade na compreensão do conteúdo, deste assunto, devido à grande quantidade de cálculos, aconselho que faça a leitura, uma outra vez, tentando concentrar-se em cada etapa do raciocínio. Com toda a certeza, o Espírito Santo, aquele Espírito de verdade, que o próprio Mestre prometeu enviar em auxílio dos Seus seguidores, guiará o pesquisador sincero em toda a verdade, de tal forma que seja tomado de admiração pela inescrutável sabedoria de Deus e tenha a sua fé fortalecida no inesgotável amor do Salvador.

2 de julho de 2009

QUAL A RAZÃO DAS 69 SEMANAS NÃO TERMINAREM NO ANO 27 E NÃO NO ANO 26 DA ERA CRISTÃ

A razão das 69 semanas terminam no ano 27 e não no ano 26 da Era Cristã. Deve-se a cálculos e estudos muito rigorosos.
À primeira vista, se as 69 semanas proféticas, ou 483 dias-anos, têm início no ano 457 A.C., o baptismo de Jesus deveria ocorrer no ano 26 A.D., pois 483 – 457 = 26. No entanto, visto que o ano zero nunca existiu, esse cálculo deve ser efeptuado de outro modo.
Da maneira como são usualmente dispostos, os anos A.C. e A.D. representam uma escala, em que a primeira parte é decrescente (ou regressiva) e a segunda é crescente (ou progressiva). Nessa escala, não existe o ano zero, pois o ano 1 A.C. é seguido pelo ano 1 A.D..
A falta de um ano zero impede a realização de cálculos que utilizem simultaneamente anos A.C. e A.D., como se pode verificar pelo seguinte exemplo:

Se o número cardinal 10 for subtraído pelo número 3, o resultado será 7. A representação gráfica dessa conta pode ser feita de 2 maneiras:
Primeira maneira: 10 – 3 = 7
Segunda maneira: conforme o gráfico abaixo
Isso demonstra que, em qualquer subtração, o número zero é automaticamente utilizado. Visto, porém, que entre os anos A.C. e A.D. não existe um ano zero, sentiu-se a necessidade da criação de uma escala, o mais semelhante possível com a vigente, para a qual fosse possível converter as datas em uso, com a existência de um ano que correspondesse ao zero. Nessa nova escala, tomando-se o ano 1 A.D. como +1, os anos seguintes seguem a progressão indefinidamente. O ano 1 A.C. passa a representar o zero, o ano 2 A.C. torna-se o –1, o ano 3 A.C. torna-se o –2, sendo que tal proporção se repete ininterruptamente. O gráfico abaixo ilustra bem a relação entre essas 2 escalas. Por ser utilizada predominantemente pelos astrónomos, a escala que contém o ano zero é chamada de astronómica (chamaremos "cronológica"). Ela foi idealizada por Jacques Cassini, em meados do século XVIII.
Tabela de Conversão para a Escala Cronológica:

Com tudo isso, percebe-se claramente porque as 69 semanas (483 anos) findam no ano 27. O ano 457 A.C. equivale a – 456 da escala astronômica, de maneira que o cálculo resulta em + 27, que corresponde ao ano 27 da Era Cristã: 483 – 456 = + 27.