30 de janeiro de 2013

A COMPREENSÃO DE CRISTO DAS PROFECIAS DE DANIEL


A aplicação que Jesus fez dos termos simbólicos tirados do livro do Daniel – tais como "reino", "Filho de Homem" e "abominação desoladora" – indicam que manifestou um profundo interesse nas profecias apocalípticas de Daniel. Aplicou as expressões daniélicas a sua própria missão messiânica. Por esse meio Cristo ensinou que a descrição das visões de Daniel eram de importância fundamental para sua igreja. Sua própria perspectiva segue o esboço da história da salvação de Daniel. É conhecido como Discurso do Monte das Oliveiras ou discurso escatológico de Jesus, porque o pronunciou enquanto estava sentado no monte das Oliveiras, ao oriente de Jerusalém (Mat. 24; Mar. 13; Luc. 21).
 
O quadro que Cristo pintou dos acontecimentos futuros para Jerusalém e para seus seguidores em todo mundo é similar ao que foi esboçado primeiramente pelo profeta Daniel. O discurso do monte das Oliveiras foi chamado por alguns como "os comentários ou Midrash* de Jesus sobre o livro do Daniel". É amplamente reconhecido que as profecias de longo alcance de Daniel – com sua predição da apostasia, a perseguição, o juízo e a vindicação final dos fiéis – deram forma ao discurso escatológico de Cristo. Esta conexão pode ver-se sem dificuldades da seguinte lista comparativa:
 
Daniel Jesus
"Quando se cumprirão estas maravilhas?" (Dan. 12:6) O anjo respondeu que quando acabe a dispersão do poder do povo santo, "estas coisas todas se cumprirão" [na LXX: suntelesthénai pánta táuta] (Dan. 12:7). "Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se?" [méle táuta sunteleísthai pánta] (Mar. 13:4).
 
"O que há de ser nos últimos dias" [na LXX: ti dei genésthai metá táuta: O que deve suceder no futuro] (Dan. 2:28). "É necessário assim acontecer" [dei genésthai] (Mar. 13:7).
"Mas o povo dos que conhecem o seu Deus se tornará forte e ativo  … Alguns dos sábios cairão ... até ao tempo do fim, porque se dará ainda no tempo determinado. ... mas, naquele tempo, será salvo o teu povo" (Dan. 11:32, 35; 12:1). "Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo" (Mar. 13:13; Mat. 24:13).
"Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?" (Dan. 8:13). "Quando virdes a abominação da desolação instalada onde não deve estar" (Mar. 13:14, BJ).
"Sobre a asa das abominações virá o assolador" (Dan. 9:27). "Quando , portanto, virdes a abominação da desolação … instalada no lugar santo" (Mat. 24:15, BJ).
"tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora" (Dan. 11:31; cf. 12:11).
 
"E haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo" (Dan. 12:1). "Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo" (Mar. 13:19; Mat. 24:21).
"E eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem …Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino" (Dan. 7:13,14). "Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória" (Mar. 13:26; cf. Mat. 24:30).
 
Dos paralelos citados, chega a ser evidente que Jesus seguiu a seqüência dos eventos futuros de Daniel em seu próprio discurso. Cristo aplicou o esboço de Daniel ao futuro imediato de Israel e de seus discípulos. Portanto, cada uma das declarações de Cristo deve entender-se contra o transfundo da profecia de Daniel da história da salvação. Daniel apresentou o drama de um conflito religioso que se concentra em um que invade a terra santa, profana o templo de Israel estabelecendo sua própria "abominação" ou objeto de adoração falsa, em lugar da verdade de Deus, e persegue os santos, cuja "angústia" durará por "três tempos e meio". A reação de Deus chega na forma de "um semelhante a um filho de homem", a quem é ordenado no céu que execute o juízo de Deus sobre esse intruso maligno. Restaura a verdadeira adoração no templo de Deus e vindica os adoradores tratados injustamente.
 
O tema de Daniel é descrito em 2 visões que formam um paralelismo progressivo e complementar (caps. 7 e 8). Os capítulos finais de Daniel (9 e 10-12) consistem em notas explicativas do anjo quanto às duas visões. Entretanto, o tema principal do livro de Daniel é a segurança da restauração da verdade do santuário de Deus e a libertação de seu povo fiel do pacto por meio do Filho do Homem, que vem nas nuvens do céu. Ele executa o juízo sobre o "chifre pequeno", o desolador que está na terra.
 
Do mesmo modo, Jesus conecta o templo e sua profanação futura com uma "abominação da desolação" ou sacrilégio. Depois assegura a seus seguidores que voltará no poder e a glória do celestial Filho do Homem (de Dan. 7) para resgatar a seus fiéis e reuni-los no reino messiânico de Deus. Dessa forma, Cristo anula a sentença de morte tão injustamente imposta aos fiéis pelo anticristo.
 
Segundo os Evangelhos sinóticos, Jesus adotou algumas frases-chave apocalípticas de Daniel e as aplicou a si mesmo como Messias, e outras frases aplicou a Jerusalém e a seus seguidores:
Dan. 7:13 (Um filho de homem que vem nas nuvens do céu para vindicar os santos acusados) é aplicada a Cristo em Marcos 13:26.
Dan. 8:13 (O santuário seria pisoteado) aplica-se a Jerusalém em Lucas 21:24.
Dan. 9:27 (O desolador porá seu sacrilégio dentro do templo) aplica-se à área do templo de Jerusalém no Mateus 24:15.
Dan. 11:31 (O sacrilégio profanará o templo) aplica-se a Roma imperial em Marcos 13:14.
Dan. 11:45 (O monte glorioso e santo será assediado) aplica-se a Jerusalém no Mateus 24:15 ("o lugar santo" ).
Dan. 12:1 (Seguirá um tempo de tribulação sem comparação) aplica-se aos seguidores de Jesus em Marcos 13:19.
 
Jesus mencionou que a fonte literária de seu discurso era o livro de Daniel: "Quando, porém, virem a abominação da desolação, de que fala o profeta Daniel, instalada no lugar santo – que o leitor entenda!" (Mat. 24:15, BJ). Isto indica que o esboço apocalíptico de Daniel dos 4 impérios mundiais sucessivos (Babilónia, Medo-pérsia, Grécia e Roma) devem colocar-se como o marco histórico atrás da perspectiva do futuro apresentada por Cristo. Isto exige interpretar que o Império Romano que no tempo do Jesus governava Israel, cumpriu a profecia de Daniel. O general romano Pompeu sujeitou os judeus a Roma no ano 63 a.C. Os expositores judeus anteriores a Cristo, especificamente os macabeus, acreditaram que sua vitória militar sobre o opressor sírio Antíoco IV Epifânio, no ano 164 a.C., era a vitória de Deus sobre o profanador do templo descrita em Daniel 8-12 (ver 1 Macabeus 1:54-59; 6:7). Os fariseus viram na morte de Pompeu (48 a.C.) o triunfo de Deus sobre o profanador da cidade santa.1
Logo depois de Cristo, Josefo, o historiador judeu do século I, expressou sua convicção de que a profanação do templo levada a cabo pelos zelotes e a desolação de Jerusalém pelos exércitos romanos (no 70 d.C.) eram um cumprimento da predição de Daniel.2 Entretanto, poucos judeus pareceram ter entendido a razão real para a destruição de Jerusalém que se levou a cabo 40 anos depois da crucificação de Cristo.
 
Os profetas anteriores, incluindo Jeremias (cap. 7) e Ezequiel (cap. 24), tinham anunciado a destruição iminente do templo e da cidade como a maldição divina do pacto sobre um povo rebelde ao pacto. Mas isto já ocorrera no próprio tempo de Daniel, quando Nabucodonosor, rei de Babilónia, destruiu Jerusalém em 586 a.C. (ver Dan. 9:17). Entretanto, a nova predição de Daniel foi a espantosa verdade de que o templo futuro que seria reedificado após o cativeiro babilónico também seria destruído, tudo como resultado do assassinato que Jerusalém faria do Messias (Dan. 9:26, 27)! Esta profecia é um novo desenvolvimento na tradição profética de Israel. Daniel 9 chegou a ser mais específico com respeito ao tempo do Messias que a predição anterior do servo sofredor de Isaías 53.
 
Jesus aplica a predição de Daniel da destruição futura da "cidade e o santuário" (Dan. 9:26) ao tempo da geração de seus contemporâneos, quando declarou com toda solenidade: "De certo vos digo que tudo isto virá sobre esta geração" (Mat. 23:36; ver também o v. 35 e 24:34). A advertência adicional, "que lê, entenda" (Mar. 13:14), é o conselho de Cristo aos que podiam ler as Escrituras hebraicas para que estudassem cuidadosamente o livro de Daniel como o contexto de seu próprio discurso profético. O vocábulo "entendam" já era uma palavra-chave no livro de Daniel (Dan. 9:23; ver também 8:27; 9:2; 10:1; 12:8-10). Por esta razão, o conselho de Jesus aponta inequivocamente ao livro de Daniel para entender sua própria predição profética e a aplicação histórica da profecia de Daniel.
 
Por muito tempo se deu por sentado que o Evangelho de Marcos foi escrito primeiro e que Mateus e Lucas o tomaram como sua pauta básica, produzindo cada um sua própria versão modificada de uma perspectiva teológica ligeiramente diferente. Entretanto, estudos recentes sugerem que os três escritores dos Evangelhos sinóticos extraíram de um documento comum anterior aos sinóticos que continha todos os elementos essenciais da tradição oral do discurso de Jesus no monte dos Oliveiras.3
O discurso de Jesus no monte dos Oliveiras também constituiu uma fonte vital para o conselho pastoral de Paulo com respeito ao futuro e para seu método ao aplicar o esboço apocalíptico a seu próprio tempo e ao futuro. Isto será tratado no capítulo seguinte.
 
Tanto o discurso profético de Jesus como o esboço profético de Paulo constituem as cabeceiras de ponte mais importantes que conectam os livros de Daniel e Apocalipse. O discurso escatológico de Jesus nos Evangelhos sinóticos e o esboço profético de Paulo em 2 Tessalonicenses 2 nos ensinam autoritativamente como se devem aplicar as profecias de Daniel à era cristã. São a preparação necessária para entender o livro do Apocalipse.
 
A Estrutura Cronológica do Discurso Profético de Jesus em Marcos 13
Alguns observaram um estilo literário em Marcos 13 que demarca os versículos 5-23 como uma unidade literária. Isto se insinua pela advertência contra a profecia falsa tanto ao começo como ao final: "Olhem [blépete]..." (vs. 5, 23). Esta seção descreve os acontecimentos que devem preceder ao fim, especificamente os dias de tribulação (vs. 19, 20). Assim forma também uma unidade temática. A seção seguinte, do 24 ao 27, apresenta a segunda vinda de Cristo como o próprio fim. Sugere uma progressão definida no tempo: "Mas naqueles dias, depois daquela tribulação..." (V. 24).
 
Voltando para a primeira seção (vs. 5-23), pode notar-se um progresso cronológico dentro desta parte. A predição de guerras, fomes e terremotos não tem o propósito de anunciar sinais dos acontecimentos finais porque se diz que não devem ser causa de alarme: "É necessário que aconteça assim; mas ainda não é o fim..." Estes são princípios de dores (literalmente, dores de parto; Mar. 13:7, 8; cf. Mat. 24:8). Depois se mencionam os sofrimentos dos discípulos de Cristo e sua pregação mundial do evangelho: "E é necessário que o evangelho seja pregado antes a todas as nações" (Mar. 13:10, cf. Mat. 24:14). Esta porção da Escritura conclui com o conselho de Jesus: "Mas o que perseverar até o fim, este será salvo" (v. 13; Mat. 24:13). A demora da parousia (o advento) está claramente presente neste contexto. Quando Jesus disse que o evangelho "primeiro deve" ser pregado, enfatizou o fato de que o fim não viria até que o evangelho tenha sido levado a cada nação na terra (ver Mar. 13:10).
Na subdivisão seguinte, Marcos 13:14-20, Cristo volta a atenção à geração de seus contemporâneos ao concentrar-se sobre a "abominação da desolação". Este fenômeno já não é parte "do princípio de dores". A predição de Cristo do "sacrilégio" como um indicador visível da imediata destruição de Jerusalém é o sinal decisivo que responde a pergunta dos discípulos: "Qual será o sinal de que está para acabar-se tudo?" (Mar. 13:1-4, NBE; Mat. 24:1-3).
 
Mas Cristo não continua o relato com uma descrição de sua gloriosa vinda como os discípulos esperavam. Mas procede enfatizar que o sacrilégio trará um período de angústia sem igual, um período de tribulações para seus seguidores (Mar. 13:19-23; Mat. 24:16-21). Tudo isto, reitera Jesus, acontecerá antes que os sinais nos céus introduzam o Redentor que retorna (Mar. 13:24; Mat. 24:29). Em outras palavras, a desolação de Jerusalém está separada com toda claridade do segundo advento pelo intervalo de tempo conhecido como "dias de tribulação" [thlípsis] para os seguidores de Cristo em todo mundo.
Este período de aflição é deixado em forma indefinida por Cristo, mas é uma alusão clara às predições de Daniel de um período de aflição e apostasia depois que se estabeleceu a abominação desoladora como se depreende de Daniel 7-12. O primeiro tempo de aflição no livro de Daniel dura "três tempos e meio" (Dan. 7:25), e deve entender-se como um símbolo apocalíptico para um longo período, mencionado em forma reiterada em Apocalipse 11-13 com respeito à era da igreja (ver nesta Segunda parte, o cap. XX). Mas Daniel antecipa, além dos 3 ½ tempos de aflição (em Dan. 7:25), um tempo posterior de angústia sem precedentes no tempo do fim (Dan. 11:40-45; 12:1), da qual Miguel libertará seu povo. Este tempo final de tribulação, diz Daniel, será "qual nunca houve desde que houve nação até então" (Dan. 12:1; LXX, thlípsis).
 
Tanto Mateus como Marcos declaram que a angústia será tão severa que "ninguém escaparia com vida" se o Senhor não abreviasse esses dias por amor a seus "escolhidos" (Mar. 13:20; Mat. 24:22). Este anúncio sugere não uma crise local pequena em Jerusalém, e sim um período prolongado de angústia universal para o povo de Deus. A referência adicional a respeito dos falsos cristos e os falsos profetas (Mar. 13:21-23; Mat. 24:24) indica um período estendido de apostasia. Podemos concluir sem risco que Cristo previu um período extenso de desolação religiosa depois que o sacrilégio abominável predito nas profecias de Daniel tivesse aparecido entre seus seguidores. Cristo não ensinou que a queda de Jerusalém e o fim do mundo eram acontecimentos idênticos, mas sim que a queda de Jerusalém introduziria um período de apostasia e tribulação. Parece que Cristo combinou todos os períodos de angústia para seu povo em uma só declaração, tirada de Daniel 12:1.
 
A chave para entender a perspectiva profética de Cristo é sua aplicação contínuo-histórica de Daniel: primeiro ao Império Romano e à geração de seus contemporâneos em Jerusalém, e depois aos períodos de crescente angústia mundial da qual libertará a seus seguidores em sua vinda.
 
A Aplicação que Cristo Fez da Tipologia
Qual foi a ocasião que levou Jesus a pronunciar sua profecia de condenação sobre Jerusalém e de perseguição para seus seguidores até Sua libertação em sua segunda vinda?
 
Perto do fim de seu ministério terrestre, Jesus notou o repúdio decidido de cada evidência de seu messianismo por parte dos dirigentes judeus. Previu sua iminente morte violenta. Só então pronunciou a inevitável maldição do pacto: "Eis que vossa casa vai ficar deserta" (Mat. 23:38). O que Cristo quis dizer com esta predição sinistra? Declarou que o templo em Jerusalém séria privado da presença divina, e seria destruído, e acrescentou: "Não ficará pedra sobre pedra" (Mar. 13:2).
 
Muito pouco tempo depois, enquanto estava sentado no monte das Oliveiras, alguns de seus discípulos lhe perguntaram em particular: "Diga-nos, quando serão estas coisas, e que sinal haverá de tua vinda e do fim do mundo?" (Mat. 24:3). Estas perguntas se relacionam com dois acontecimentos diferentes. Entretanto, na mente dos discípulos, isso não estava diferenciado no tempo como "a destruição de Jerusalém" por um lado e "a segunda vinda de Cristo" para julgar o mundo por outro. Entretanto, na opinião de Cristo, o juízo iminente sobre Jerusalém e o juízo final do mundo têm um característico básico em comum: ambos os juízos são realizados pelo mesmo Deus do pacto. Esta correspondência essencial de ambos os juízos implica tipologia, algo associado com os profetas clássicos (ver o cap. II desta obra). Isto significa que Jesus considerou o iminente dia do Senhor para Jerusalém como um tipo de aviso do juízo do mundo.
 
Em harmonia com a profecia clássica de Israel, Cristo também combinou os dois juízos divinos em uma perspectiva profética bifocal:
A predição de Jesus não oferece nenhuma classe de adivinhação de acontecimentos futuros, mas sim, ao contrário, convoca a todas as pessoas a preparar-se para encontrar-se com Deus. Assim como os profetas da antiguidade, Jesus projetou como iminente o juízo sobre Jerusalém ("não passará esta geração", Mar. 13:30; ver mais adiante o cap. X desta obra), uma vez que colocou o juízo do mundo no distante tempo do fim ("daquele dia e hora ninguém sabe", Mar. 13:32).
 
Jesus recalcou que a razão para a catástrofe iminente de Jerusalém foi seu rechaço da visitação de Deus por meio do Messias: "E te derribarão  ... porquanto não conheceste o tempo de tua visitação" (Luc. 19:44). Israel tinha rechaçado a seu verdadeiro Rei na pessoa de Cristo. Como resultado, Deus retirou sua presença, o que deixou só a justiça retributiva de Deus. Segundo o mesmo princípio, Jesus ordenou que "o evangelho seja pregado antes a todas as nações" (Mar. 13:10). Só então virá o juízo do mundo. Por essa razão, Cristo enviou a sua igreja com uma missão mundial:
 
"E será pregado este evangelho do reino em todo mundo, para testemunho a todas as nações; e então virá o fim" (Mat. 24:14; cf. 28:18-20).
 
Jesus também adotou o termo apocalíptico "o fim" do livro do Daniel. Em Daniel 9:26 e 27, "o fim" emprega-se como um sinónimo para uma "destruição" decretada divinamente sobre o horrível desolador. Isto faz pensar que o mundo será destruído pela mesma razão pela que foi devastada Jerusalém. Assim como Jerusalém foi destruída por rechaçar o Messias, assim o mundo será destruído por ter recusado Cristo como Salvador. Desse modo Cristo revelou a unidade da obra de Deus.
 
Cristo, a Chave para Entender a Profecia
A aproximação do inimigo à área do templo foi o sinal para que os seguidores de Cristo fugissem. Esse sinal serve como uma admoestação para todos os crentes, permitindo que escapassem de Jerusalém.
"Quando virem 'a abominação da desolação' instalada onde não devia estar – que o leitor entenda! – então os que estiverem na Judeia fujam para as montanhas" (Mar. 13:14, BJ).
 
"Quando, portanto, virdes a 'abominação da desolação', de que falou o profeta Daniel, instalada no lugar santo – que o leitor entenda! – então, os que estiverem na Judeia fujam para as montanhas" (Mat. 24:15, 16, BJ).
 
"Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito" (Luc. 21:20-22).
 
É importante reconhecer a função complementar dos três Evangelhos sinóticos no estudo do discurso profético do Jesus. As frases idênticas ao começo de cada relato indicam firmemente que Lucas interpreta a profecia de Marcos da "abominação desoladora" como sendo cumprida na desolação histórica de Jerusalém pelos exércitos de Roma em 70 d.C. Lucas acrescenta um esclarecimento importante dele próprio: que a terrível desolação deve entender-se como um "castigo" divino em cumprimento de tudo o que haviam predito os profetas de Israel. Mateus aponta explicitamente o profeta Daniel. Na verdade, Daniel contém a única profecia das 70 semanas de anos que anuncia a morte violenta do Messias seguida pela destruição de Jerusalém:
 
"E depois das sessenta e duas semanas se tirará a vida ao Messias, mas não por si; e o povo de um príncipe que virá destruirá a cidade e o santuário" (Dan. 9:26).
 
Quando os exércitos de Roma estavam aproximando-se da "santa cidade", podiam ser vistos por todos os que estavam na Judeia. Enquanto que Mateus e Marcos tinham falado só de uma "abominação desoladora" que viria, Lucas explica a seus leitores gentios que esta desolação estava a ponto de vir sobre Jerusalém por meio dos exércitos romanos (ver Luc. 21:20). A data da publicação do Evangelho de Lucas é debatida, mas se crê que é cerca do ano 70 d.C. O anúncio de Lucas de que a condenação de Jerusalém eram os "dias de retribuição, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas" (Luc. 21:22), confirma a interpretação de que a morte violenta de Cristo e a consequente destruição de Jerusalém por Roma imperial cumpriram a profecia de Daniel 9. A declaração de Lucas também confirma a predição de Jesus de que sua própria geração não passaria sem que se cumprissem suas palavras (Mat. 24:34; 23:36; Mar. 13:30, 31).
 
Agora podemos tirar a conclusão de que a profecia messiânica de Daniel das 70 semanas (Dan. 9:24-27) teve seu cumprimento histórico na morte de Cristo. Deste modo, Cristo é a chave para entender a profecia de Daniel. Também deve ser nosso guia para entender o cumprimento da "abominação da desolação", ou, como traduz Cantero-Iglesias, "o sacrilégio devastador".
 
O Anticristo Abominável
O termo misterioso de Jesus – "a abominação da desolação" (BJ; RV 77), "o sacrilégio devastador" (CI) ou "a abominação que causa a desolação" (NIV) [bdélugma tes eremóseos] – é uma alusão direta à figura do antimessias que aparece na profecia de Daniel. Inclusive a visão do Daniel 8 foi denominada pelo anjo interpretador: "a visão da transgressão assoladora" (Dan. 8:13), "o pecado da desolação" (JS). Esta visão se centraliza no sacrilégio de pisar o templo de Deus e seus adoradores por parte de um poder jactancioso.
 
Os capítulos posteriores em Daniel (caps. 9-12) aplicam a visão espantosa de Daniel 8 à era messiânica (9:24-27; 11:31-36; 12:11). Já na visão do Daniel 8 o próspero profanador desempenhou um papel proeminente como o adversário do Messias, o "príncipe dos exércitos" ou "Príncipe dos

29 de janeiro de 2013

O QUE QUIS DIZER JESUS EM MAT. 24:20?

O que Jesus quis dizer em Mateus 24:20?



No capítulo 24 de Mateus, Jesus descreve duas ocasiões distintas. A destruição de Jerusalém, por parte do exército romano, e o final dos tempos, pouco tempo antes do retorno dEle a este mundo.
E, após descrever os sinais do cerco de Jerusalém[1] (verso 15), Cristo dá instruções de como as pessoas deveriam agir em relação a esse acontecimento, e declara: “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado”
Os cristãos de Jerusalém e da Judéia não podiam determinar o momento decisivo em que o exército Romano se retiraria, mas podiam orar a Deus para que diminuísse o sofrimento deles e os protegesse dos perigos próprios da vida nas montanhas.
Para entendermos melhor as duas declarações chaves de Cristo, vamos explicá-las separadamente:
“… não se dê no inverno…” – o Salvador disse isso porque no período de inverno, a viagem seria bem mais difícil; não seria fácil conseguir abrigo e alimento, ainda mais com crianças de colo. Além disso, durante a estação chuvosa, seria impossível atravessar o rio Jordão.
“… nem no Sábado” – Aqui Jesus ensinou que não seria bom que os cristãos fugissem nesse dia porque todos deveriam estar reunidos juntos na adoração, o que facilitaria a prisão de todos.
Décadas depois da ressurreição de Jesus, o sábado ainda era tão sagrado como quando Ele pronunciou estas palavras no Monte das Oliveiras (leia Atos 16:13; 17:2; 18:3, 4). O Senhor não trocou a identidade do dia de guarda após a ressurreição, como muitos cristãos supõem (Ler Mateus 5:17-19). O tumulto, a excitação, o temor, e a viagem de fuga não seriam apropriados para o dia de sábado. Os cristãos oravam para que pudessem guardar o sábado como dia de descanso, assim como Deus desejava que fosse guardado.
O poder da oração é muito grande e hoje devemos também orar, para que Deus dirija nossa vida e nos proteja diante de qualquer perseguição. Um dia seremos provados para demonstrarmos perante o universo se seremos fiéis a Deus ou não e isso será feito pela escolha que fizermos do dia que iremos guardar (Ezequiel 20:12;20. É mais do que uma questão de dia: é escolher de qual lado iremos estar; a quem teremos como Senhor de nossas vidas (Mateus 7:21-23).
Deixamos um texto bíblico para sua reflexão: “Felizes são os que obedecem às leis a respeito do sábado! Felizes os que não praticam o que é mau!” Isaías 56:2. “Pois o SENHOR diz aos eunucos: ‘Obedeçam às leis a respeito do sábado, façam aquilo que me agrada e sejam fiéis à minha aliança.’” Isaías 56:4.
[1] O general Vespasiano, sob o governo do imperador Nero, por volta de 67 e 68 A.D conquistou Galiléia e Samaria, e sitiou Jerusalém, mas quando tudo parecia perfeito para o ataque, o imperador morreu, e com isso Vespasiano retornou, para se tornar imperador. Contudo, no ano 70 A.D., ele enviou novas tropas que destruíram completamente a cidade e o templo sob o comando do general Tito.

28 de janeiro de 2013

De Volta para Deus!

Se você está lutando contra o uso de substâncias tóxicas – álcool, drogas – ou se sua vida está sendo dominada por um comportamento compulsivo – jogo, gasto excessivo, disfunção alimentar, transtornos compulsivos, uma dependência emocional ou sexual que prejudica etc. – você deve estar desesperado porque o problema foi além da sua capacidade de controlá-lo.

Muitas pessoas que já sentiram este mesmo desespero voltaram-se a Deus em busca de ajuda e encontraram liberdade, esperança e alegria em sua vida. Elas descobriram que, por maior que fosse a sua força de vontade, acreditar em suas próprias forças para resolver o problema não era a solução. Crer na existência de uma força superior à delas e voltar sua vida para essa força superior era o único caminho para começar uma longa caminhada para a total recuperação, um dia de cada vez.
Este livrete bíblico quer ajudar você a seguir por um caminho espiritual que leva a conhecer e confiar em Deus, convidando-o a entrar em sua vida, e a seguir adiante sob a direção e o cuidado do Pai. As quatro seções deste livreto destacam quatro fases importantes na sua caminhada em direção à realização espiritual e comunhão com Deus.
Separe um tempo para ler cada seção cuidadosamente; absorva sua mensagem e discuta o que você aprendeu com outras pessoas que estão buscando, com seriedade, recuperar-se dessa dolorosa dependência. Enquanto faz isso, busque orientação especial de pessoas nas quais sente que pode confiar e cuja caminhada espiritual com Deus você admira. Ore pedindo a deus ajuda para colocar essas lições em prática e confie que Deus pode fazer por você o que você mesmo não consegue.

Capítulo 1. Entregue-se a Deus

É uma experiência assustadora encontrar-se sem forças em relação a alguma coisa – ser incapaz de livrar-se da compulsão que o escraviza. Você tentou, inúmeras vezes, usar a sua própria força para superar o vício e a vergonha. No entanto, fazer o uso da simples força de vontade não lhe trouxe liberdade nem recuperação. Você deparou-se com o fato de que não pode conduzir sua vida, muito menos controlar seu comportamento dependente. Mas, acredite: o que você não pode fazer, Deus pode.
Se você se sente longe de Deus, deve estar se perguntando: “Quem é Deus, e por que eu deveria confiar nele?”
Deus é o criador poderoso que lhe deu a vida e conhece tudo a seu respeito. Ao mesmo tempo, Deus é paciente, preocupa-se com você e o ama exatamente como é. Ele criou todas as coisas e tem força e amor infinitos. Apesar de sua força e graça infindáveis, Deus não está longe. Ele busca um relacionamento pessoal com voc~e e alegra-se quando você o conhece.
Deus quer que você se recupere e lhe oferece a fé e a força necessárias para começar uma caminhada de confiança e certeza nEle por toda a vida. Quando orar a fim de aprender qual a vontade de Deus para a sua vida e começar a realizá-la, verá que ela irá melhorar em seus aspectos físicos, emocionais e espirituais.

Deus vê o seu sofrimento

Desde a criação da humanidade, as pessoas têm lutado contra as compulsões destrutivas. Milhares de anos atrás, um escritor do Antigo Testamento descreveu, provavelmente a partir de uma experiência pessoal, o que o fazia sentir como se estivesse nas garras de uma forte dependência. Talvez, você esteja com esse mesmo sentimento hoje.
“Quem é que grita de dor? Para quem são as tristezas? Quem é que vive brigando e se queixando? Quem é que tem os olhos vermelhos e ferimentos que podiam ter sido evitados? É aquele que bebe demais e anda procurando bebidas misturadas. Não fique olhando para o vinho que brilha no copo, com a sua cor vermelha, e desce suavemente. Pois no fim ele morde como uma cobra venenosa. Você verá coisas esquisitas e falará tolices. Você se sentirá como se estivesse no meio do mar, enjoado, balançando no alto do mastro de um navio. Então você dirá: “Alguém deve ter batido em mim; acho que levei uma surra, mas não lembro. Por que não consigo levantar? Preciso de mais um gole.” (Provérbios 23:29-35)

Deus ouvirá você

Muitas pessoas que sentiram esse mesmo desespero clamaram por Deus, e Ele respondeu, embora Sua resposta nem sempre tenha sido reconhecida e aceita. Acredite: você é precioso aos olhos do Pai. Saiba que Deus está esperando você clamar por Ele, e Ele lhe ouvirá.
“Eu amo a Deus, o SENHOR, porque ele me ouve; ele escuta as minhas orações. Ele me ouve sempre que eu clamo pedindo socorro. Os laços da morte estavam me apertando, os horrores da sepultura tomaram conta de mim, e eu fiquei aflito e apavorado. Então clamei ao SENHOR, pedindo: “Ó SENHOR Deus, eu te peço: Salva-me da morte!” O SENHOR é bondoso e fiel; o nosso Deus tem compaixão de nós. O SENHOR protege os que não podem se defender. Quando eu estava em perigo, ele me salvou. Meu ser inteiro, continue confiando em Deus, o SENHOR, pois ele tem sido bom para mim!” (Salmo 116:1-7)

Deus ajudará você

Quando clamar pelo Todo-Poderoso Ele virá ao seu socorro. Por mais perigosa que seja a situação em que você se encontra, Deus pode resgatá-lo, transformar sua vida e levá-lo à alegria e paz.
“Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o SENHOR. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro.
Tirou-me de uma cova perigosa, de um poço de lama. Ele me pôs seguro em cima de uma rocha e firmou os meus passos.
Ele me ensinou a cantar uma nova canção, um hino de louvor ao nosso Deus. Quando virem isso, muitos temerão o SENHOR e nele porão a sua confiança.
Feliz aquele que confia em Deus, o SENHOR, que não vai atrás dos ídolos, nem se junta com os que adoram falsos deuses!
Ó SENHOR, nosso Deus, tu tens feito grandes coisas por nós. Não há ninguém igual a ti. Tu tens feito muitos planos maravilhosos para o nosso bem. Ainda que eu quisesse, não poderia falar de todos eles, pois são tantos, que não podem ser contados.
Ó SENHOR Deus, eu sei que nunca deixarás de ser bom para mim. O teu amor e a tua fidelidade sempre me guardarão seguro.
Estou rodeado por muitas dificuldades, tantas, que nem posso dizer quantas são. Fui

24 de janeiro de 2013

Os Símbolos Proféticos de Daniel 8

1. Que apareceu a Daniel no ano 538 A.C., o mesmo ano em que caiu Babilónia?
Rª: “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.” Dan. 8:1.
2. Onde estava então Daniel?
Rª: “E vi na visão; e sucedeu que, quando vi, eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão; vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai.” Dan. 8:2.
3. Que atraiu primeiramente a atenção do profeta?
Rª: “E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos, mas um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.” Dan. 8:3.
4. Que poder era representado pelo carneiro de dois chifres?
Rª: “Aquele carneiro que viste com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia.” Dan. 8:20.
5. Como são descritos o surgimento e a maneira de agir desse poder?
Rª: “Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir; nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.” Dan. 8:4.
6. Que símbolo foi em seguida apresentado na visão?
Rª: “E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre insigne entre os olhos.” Dan. 8:5.
7. Que representava o bode que tinha uma ponta notável?
Rª: “Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei.” Dan. 8:21.
8. Como foi predita neste símbolo a conquista da Média-Pérsia pela Grécia?
Rª:”E vi-o chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.” Dan. 8:7.
9. Que aconteceu quando o bode estava “na sua maior força”? Rª: “E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também insignes, para os quatro ventos do céu.” Dan. 8:8.
10. Que era representado pela “ponta grande,” e que aconteceu depois dela ter sido quebrada?
Rª: “Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei. O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dele.” Dan. 8:21, 22. Nota: Da interpretação dada, é claro que a “ponta” notável do bode representava Alexandre o Grande, que comandou as forças gregas na conquista da Média e da Pérsia. Por morte de Alexandre, em Babilónia, no ano 323 A.C., seguiu-se um curto período de confusão e luta pela posse do reino, mas a sucessão foi definitivamente determinada pela batalha de Ipsus, em 301 A.C. os quatro principais generais de Alexandre – Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco - foram os sucessores. “O vasto império criado pelas conquistas inigualáveis de Alexandre foi ofuscado pelas contendas e guerras dos sucessores, e antes do fim do quarto século antes de cristo, já se havia dividido em muitos fragmentos. Além de estados menores, quatro bem definidas monarquias surgiram das ruínas. … Os chefes eram Lisímaco, Cassandro, Seleuco Nicator e Ptolomeu, que se tinham intitulado reis. A ´grande ponta´ estava quebrada; e no seu lugar surgiram quatro notáveis, para os quatro ventos do céu.” – História da Grécia, de Myers, p. 457, edição de 1902. “Um relato conciso da derrota do Império Persa por Alexandre é dado nos vs. 6,7. As batalhas entre os gregos e os persas foram terrivelmente ferozes. Algumas das cenas registadas na História trazem vividamente à memória a figura empregue na profecia – um carneiro junto do rio, e o bode investindo contra ele ´com todo o ímpeto da sua força.´ Alexandre venceu primeiros os generais de Dario junto ao rio Granico, na Frígia. Em seguida atacou e derrotou Dario nos desfiladeiros de Isso, na Cilicia, e depois nas planícies de Arbela, na Síria. Alexandre morreu na flor da idade. Em consequência do seu desregramento foi tomado de violenta febre, da qual morreu dentro de onze dias, a 13 de junho de 323 antes de Cristo. Assim se cumpriu o que Daniel predissera, que “estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro.” Quão exata é a profecia! Quão fiel aos registos da História!
11. Que quer dizer a ponta pequena, a qual cresceu muito?
Rª: “Mas, no fim do seu reinado (dos sucessores de Alexandre), quando acabarem os prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhações.” Dan. 8:23.
Nota: A ponta pequena vem de uma das pontas do bode. Perguntar-se-á: Como pode isto aplicar-se a Roma? Governos terrestres não são introduzidos na profecia antes de se tornarem em certo sentido ligados ao povo de Deus. Roma tornou-se ligada aos judeus, o povo de Deus daquele tempo, pela famosa Liga Judia de 161 antes de Cristo. Mas sete anos antes disso, isto é, em 168 antes de Cristo, Roma havia vencido Macedónia, e tornado aquele país uma parte do seu império. Roma é pois introduzida na profecia justamente quando, após a derrota da ponta macedónica do bode, saia novas conquistas em outros rumos. Pareceu ao profeta como saindo de uma das pontas do bode.” – Urias Smith, The Prophecies of Daneil and the Revelations, p. 158. “Desde o início do período histórico o desenvolvimento da civilização romana foi profundamente afectado por influências estrangeiras, em particular a etrusca e a grega. …” A.E.R.Boak, Albert Hima e Preston Slosson, The Grouth of European Civilization, Vol. 1, p. 84. “O contato com os gregos levou à introdução de divindades gregas e, o que é de muito maior importância, à identificação dos deuses italianos nativos com os do Panteon grego, com o resultado de que a mitologia grega e as formas de representação artísticas foram assimilados em grande escala pelos romanos.” Idem, p. 93.
12. Ao contemplar o profeta Daniel a obra de perseguição efectuada pela ponta pequena de Daniel 7, que viu ele realizar-se?
Rª: “Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim.” Daniel 7:26.
Nota: Na profecia do capítulo 7 traça-se a história do surgimento e queda dos quatro grandes reinos, a divisão do quarto, representada pelas dez pontas, e o estabelecimento do papado sob o símbolo da ponta pequena, perante as quais três caíram. Quando o profeta contemplava as perseguições levadas a efeito por esse poder, viu ele o Ancião de dias assentar-Se e começar o juízo. Em seguida ao juízo. Em seguida ao juízo, o reino ia ser dado aos santos do Altíssimo. O oitavo capítulo de Daniel recapitula concisamente a história dos reinos, prediz as perseguições ao povo escolhido, movidas por Roma pagã e papal, e apresenta a notável profecia sobre o santuário, localizando o princípio do juízo investigativo.
PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO
13. Em que tempo, de acordo com a profecia, devia ser purificado o santuário?
Rª: “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.” Dan. 8:14.
Nota: O Dia da Expiação, entre os judeus, era o décimo dia do sétimo mês, ocasião em que era purificado o santuário. Esse Dia da Expiação era pelos judeus considerado como o dia do juízo e era, com efeito, uma figura do juízo investigativo no Céu. O período de 2300 dias, que de conformidade com a profecia simbólica representam 2300 anos, alcança até à purificação do santuário celestial, ou seja o juízo investigativo. O estudo dos símbolos e do período profético deste capítulo, e da sua interpretação neste e no nono capítulo, proporciona compreensão clara desse período.
14. A que tempo, disse o anjo, pertence a visão?
Rª: “E veio perto de onde eu estava; e, vindo ele, me amedrontei, e caí sobre o meu rosto; mas ele me disse: Entende, filho do homem, porque esta visão acontecerá no fim do tempo. … E disse: Eis que te farei saber o que há-de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao tempo determinado do fim.” Dan. 8:17-19. Nota: Esta é a passagem da Tradução onde se lê: “tempo do fim.” Entretanto, bem analisadas ambas as expressões, nelas vemos muita semelhança.
15. Que expressões indicam que o período de tempo do versículo 14 tem também aplicações ao tempo do fim?
Rª: “E a visão da tarde e da manhã que foi falada, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias muito distantes.” Dan. 8:26.
Nota: Visto como em profecia um dia simbólico representa um ano literal (Ezeq. 4:6), o período de 2300 dias se estenderia até ao tempo do fim. No capítulo precedente os 1260 anos de supremacia papal, como vimos terminaram em 1798, ocasião em que, conforme Daniel 12:4,6 e 7, devia começar o tempo do fim.
16. Quando Daniel viu perseguido e espalhado o povo de Deus, assim como a desolação da cidade santa e do santuário, como isso afetou o profeta?
Rª: “E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então levantei-me e tratei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse.” Dan. 8:27.
Nota: As cenas apresentadas afectaram por demais as forças do idoso profeta. Não pôde suportar fisicamente o restante da interpretação profética. Desmaiou, e ficou doente por alguns dias. Neste intervalo entre a parcial interpretação da profecia, no capítulo 8, e a interpretação final no capítulo 9, teve lugar importante mudança. Esta visão foi dada no terceiro ano do reinado de Belsazar. Seguiu-se a subversão de Babilónia pelos medos e persas; e foi no primeiro ano do reinado do rei Dario que se completou a interpretação da visão, segundo o registo do rei Dario que se completou a interpretação da visão, segundo o regista o capítulo 9. A parte final da interpretação será considerada no nosso próximo estudo.
José Carlos Costa, pastor.

21 de janeiro de 2013

REINO E OBRA DO ANTICRISTO


1.      Que é dito da ponta pequena, em comparação com as de pontas de quarto animal d Daniel 7?

Rª: “Será diferente dos primeiros, abaterá e três reis.” Dan. 7:24.

Nota: O papado, surgido das ruinas do império romano, foi diferente de todas as anteriores formas de poder romano, visto ser um despotismo eclesiástico que pretendia domínio universal tanto sobre os negócios espirituais como os temporais, especialmente aqueles. Era uma união de Igreja e Estado, dominando frequentemente a Igreja.

2.      Que atitude de rivalidade contra o Altíssimo iria assumir o papado, representado pela ponta pequena?

“E proferirá palavras contra o Altíssimo.” Dan. 7:25, 1ª frase.

3.      Falando do homem do pecado, como descreve o apóstolo Paulo esse mesmo poder?

Rª: “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” 2ª Tes. 2:4.

Nota: as seguintes citações, vindas na maioria de autoridades fontes católicas, romanas, indicam como o papado se exaltou de modo a cumprir esse vaticano profético:

“Todos os nomes que nas Escrituras se aplicam a Cristo, por virtude dos quais é estabelecido ser Ele a cabeça da igreja, são aplicáveis ao papa.” – Belarmino, On The Authority of Councils, Livro 2, capítulo 17.

“Tu és o pastor, tu és o médico, tu és o director, tu és o lavrador; finalmente, tu és outro deus na Terra.” – Labbe and Cossart, History of the Councils, publicado em 1672, vol. 14, col. 109.

“O papa é o supremo juiz da lei na Terra. É o representante de Cristo, que é não somente um sacerdote para sempre, mas também rei dos reis e senhor dos senhores.” – Extraído de Civilitá Cattolica, de 18 de março de 1871, mencionado em Vatican Council, por Leonard Wooslay Bacon, edição da American Tract Society, pág. 220.

“O papa é coroado com uma coroa tríplice, como rei dos Céus e das regiões inferiores.” – Prompta Bibliotheca, Ferraris, Vol. 6, pag. 26, art. Papa.

“O papa é e Vigário de Cristo, ou a cabeça visível da igreja sobre a Terra. Os atributos do papa são os mesmos que os de Cristo. Este pode perdoar pecados, também, o pode o papa. O papa é o único homem que se arroga e vicariato de Cristo. A sua pretensão não encontra oposição séria, e isso lhe estabelece a autoridade.” – Rev. Jeremias Prendigast, S.J. Syracusa, N.Y., em Post-Standard, de 14 de março de 1912.

“Ensinamos e expomos ser um dogma divinamente revelado, que quando o pontífice romano fala ex cathedra, isto é quando, no desempenho do ofício e pastor e doutor de toda a cristandade, em virtude da sua suprema autoridade apostólica expõe uma doutrina de fé ou de moral a ser seguida pela igreja universal, pela divina assistência a ele prometida na pessoa do bem-aventurado de S. Pedro, se acha revestido daquela infalibilidade que é da vontade do divino Redentor que a Sua igreja possua para definir doutrina atinente à fé ou à moral; e que, portanto, tais definições do pontífice romano são imutáveis em si mesmas,  e não dependentes da aprovação da igreja.” – Petri Privilegium, em The Vatican Council and Its Definitions por Henry Edward Manning, arcebispo de Westminster (Católico, Romano), Londres, Longmans, Green & Cº., 1871, pág. 218.

“Assumiram (os papas) infalibilidade, que só a Deus pertence. Pretendem abrir e fechar o Céu, o que só a Deus pertence. Pretendem perdoar pecados, o que só a Deus pertence. Pretendem ser mais elevados que todos os reis terrestres, o que só a Deus pertence. E excedem a Deus ao pretenderem desobrigar nações inteiras do voto de fidelidade ao seu rei, quando este não for de seu agrado. E vão contra Deus, ao concederem indulgências pelos pecados. Esta é a pior de todas as blasfémias.” Adam Clarke, sobre Daniel 7:25. 

4.      Como trataria este poder o povo de Deus nos últimos dias?

Rª: “E destruirá os santos do Altíssimo.” Dan. 7:25.

Nota: “A forma crueldade do duque d`Alba nos Países Baixos; os martírios sanguinários do reinado da rainha Maria; a extinção, por meio do fogo e da espada, da Reforma na Espanha e Itália, Portugal e Polónia; o massacre de S. Bartolomeu; a longa e cruel perseguição dos huguenotes, e todas as infâmias e barbaridades da revogação do Édito de Nantes, que juncou de refugiados todas as praias da Europa, Roma papal as perpetrou. Inumeráveis foram as suas vítimas. Só em Espanha, calcula Llorente, foram vítimas da Inquisição 31.912 queimados vivos, e 291.450 supostos penitentes foram forçados à submissão ´por meio de água, pesos, fogo, rodas e torniquetes e todos os aparelhos mediante os quais os nervos podiam ser entesados sem se romper, e moídos os ossos sem se quebrarem e o corpo inteiramente esmiuçado sem que perdesse a vida.´ Um milhão pereceu no massacre dos albigenses.

“Nos trinta anos que se seguiram à primeira instituição dos jesuítas, novecentos mil fiéis cristãos foram trucidados. Trinta e seis mil foram vítimas foram vitimados pelo executor ordinário nos Países Baixos, por ordem do duque D`Alba, que se vangloriava desse feito. Cinquenta mil flamengos e alemães foram enforcados, queimados ou sepultados vivos no reinado de Carlos V.” – Key to the Apocalypse, por H. Grattan, Guinness, D. D., págs. 91-94.

5.      Que mais diz a profecia que a ponta pequena faria?

Rª: “E cuidará em mudar os tempos e a lei.” Daniel 7:25, terceira parte.

Notas: “O papa é de tão grande autoridade e poder que pode modificar, explicar ou interpretar mesmo as leis divinas. … O papa pode modificar as leis divinas, visto o seu poder não porvir do homem mas de Deus, e age como substituto de Deus na Terra, com o mais amplo poder de ligar e desligar o rebanho.” – Prompta Bibliotheca, publicado em Roma, em 1900.

“O papa tem poder para mudar os tempos, ab-rogar leis e dispensar todas as coisas, mesmo os preceitos de Cristo.” – Decretal de Translat, Episcop. Cap.

“A vontade do papa representa a razão. Ele pode dispensar a lei, e fazer do errado, direito, por meio de correcções e mudanças das leis.” – Papa Nicolau, Dis. 96.

“O papa está livre de todas as leis, de maneira que não pode incorrer em nenhuma sentença de irregularidade, suspensão, excomunhão ou penalidade por qualquer crime.” – Dis. 40.

Como prova da mudança efectuada na lei de Deus pelo poder papal, e de que esse poder reconheceu a mudança e se arroga a autoridade para fazê-lo, citamos os seguintes trechos de publicações católicas romanas:

“Nós, católicos, romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe da nossa igreja, que preceituou tal ordem do sábado ser do Antigo Testamento.” – Pedro Júlio Maria, em Ataques Protestantes, pág. 81.

“Pergunta: que dia da semana a Bíblia manda santificar?

“Resposta: O sábado. Eis as passagens da Bíblia (o autor cia a seguir Êxodo 20:8-11; 31:14,15; Deut. 5:12-14).

“Pergunta: Mas a Bíblia manda observar o domingo em vez do sábado?

“Resposta: Não.

“Pergunta: Quem mudou o dia do Senhor do sábado para o domingo?

“Resposta: A Igreja Católica.

“Pergunta: Mas os protestantes observam o descanso no domingo.

“Resposta: Então neste ponto seguem a tradição católica.” – Cónego Hugo Bressane de Araújo, em Perguntas e Respostas, págs. 22 e23.

“O Decálogo preceitua guardar os sábados e não os domingos. É a igreja … que transmudou os dias.” – Padre Etiene Ignace Brasil, em O Culto das Imagens, pág. 45.

“A observância do domingo … não só não tem fundamento na Bíblia, mas está em contradição com a letra da Bíblia, que prescreve o descanso do sábado. Foi a Igreja Católica que por autoridade de Jesus Cristo transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor.” – Monitor Paroquial, Socorro, Estado de São Paulo, 26-8-1926, Ano I, Nº 8.

“Pergunta: Tendes qualquer outra maneira de provar que a igreja tem poder de instituir festas por preceito?

“Resposta: Não tivesse ela esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam “todas” (aspas nossas) as religiões protestantes modernos – não poderia haver substituído a observância do sábado do sétimo dia da semana, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.” – Keenan, A Docrinal Cathecism, pág 174.

6.      Por quanto tempo deveriam os santos, os tempos e a lei do Altíssimo ser entregue nas mãos da ponta pequena?

Rª: “E eles serão entregues na sua mão por um tempo, e temps, e metade dum tempo.” Dan. 7:25. últ., cláusula.

7.      Haverá outra profecia que faça referência a este assunto?

Rª: “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.” Apoc. 12:14.

“E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfémias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses.” Apoc. 13:5 (cf. Apoc. 11:2).

“ E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.” Apoc. 12:6.

8.      Que período de tempo é, em profecia simbólico, representado por um dia?

Rª: “Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos, e conhecereis o meu afastamento.” Núm. 14:34 (cf. Ezeq. 4:6).

Comentários: Sendo um tempo, em profecia, o mesmo que um ano (ver Daniel 11:13) três e meio tempos seriam três e meio anos, ou quarenta e dois meses, ou mil duzentos e sessenta dias, de conformidade com o ano de 360 dias, ou seja, doze meses de trinta dias cada um, usado em profecia cronológica. Visto cada dia representar um ano, o período, cujo fim deveria marcar o limite do tempo da supremacia da ponta pequena – o papado – sobre os santos, os tempos e a lei, seria, portanto de mil duzentos e sessenta anos.

O decreto do imperador Justiniano, emitido em 533 A.D., reconheceu o papa como “cabeça de todas as igrejas.” (Código de Justiniano, livro 1, Baroniu´s Anals A.D. 533.) A pesada derrota dos ostrogodos no cerco de Roma, cinco anos mais tarde, ano 538, foi um golpe mortal para a independência do poder ariano que governava a Itália, e constituiu, portanto, uma data notável no desenvolvimento da supremacia papal. Com o período de profecia, se estenderiam até ao período de 1793-1798. O ano 1793 foi o ano do Reinado do Terror na revolução francesa, e o ano em que a religião católica, romana, foi abandonada na França, e em seu lugar instituído o culto da razão. Como resultado direto da revolta contra a autoridade papal na revolução francesa, o exército francês, sob o comando de Berthier, entrou em Roma e, a 10 de Fevereiro de 1798, o papa foi aprisionado, morrendo no exilado na cidade francesa de Valença, no ano seguinte. Este ano, 1798, no qual foi infligido ao papado o golpe de morte, clara e adequadamente assinala o término do longo período profético mencionado nesta profecia.

9.      Que acontecerá finalmente ao domínio pela ponta pequena?

Rª: “Mas o juízo estabelecer-se-á, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir até ao fim.” Dan. 7:26.

10.  A quem, afinal, será dado o domínio?

Rª: “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.” Dan. 7:27.

Nota: Aqui, como no segundo capítulo de Daniel, o anúncio do estabelecimento do reino eterno de Deus na Terra inclui um breve esboço da história deste mundo; e as profecias de Daniel, concernentes aos poderes que se oporiam ao propósito divino, fornecem pormenores adicionais desse esboço. O cumprimento exato desse esboço na história do mundo desde o tempo de Nabucodonosor constitui um testemunho irrefutável da inspiração dessas profecias, fornecendo base para confiança de que a parte não cumprida das profecias terá cumprimento com absoluta certeza e em todos os seus pormenores.

Quando nós, seres humanos, escolhemos a Deus a sua Palavra é lâmpada (farol) suficiente para iluminar o nosso caminho. Que ela ilumine o vosso e o até ao reino eterno em Cristo. Amem!

José Carlos Costa, pastor.

17 de janeiro de 2013

As Quatro Grandes Monarquias Mundiais

1. Em que tempo teve Daniel a sua segunda visão?
Rª: “NO primeiro ano de Belsazar, rei de Babilónia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas.” Dan. 7:1

Nota: isto é, no primeiro ano da actividade de Belsazar, que reinava com o seu pai, Nabunaíde, em 540 anos antes de Cristo.
2. Que efeito produziu em Daniel esse sonho?
Rª: “Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbaram.” Dan. 7:15.
 
Nota: o efeito produzido pelo sonho de Daniel, nele próprio, notar-se-á, foi semelhante ao que sentiu Nabucodonosor com o seu sonho; perturbou-o. ver Dan. 2:1.
 
3. Que pediu Daniel e um dos seres celestiais que, no sonho estavam perto dele?
Rª: “Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas.” Dan. 7:16.
 
4. Que viu o profeta nessa visão?
Rª: “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.” Dan. 7:2.
5. Qual foi o resultado dessa luta?
Rª: “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.” Dan. 7.3.
6. Que representavam esses quatro animais?
Rª: “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.” Dan. 7:17.
Nota: O termo reis, aqui, como em Dan. 2:44, significa reinos, conforme está explicado nos versículos 23 e 24 do sétimo capítulo, sendo os dois termos usados indiferentes nesta profecia.
 
7. Que é, em linguagem simbólica, representado por ventos?
Rª: Luta, guerra, comoção. Ver Jer. 25:31-33; 49.36, 37.
Os ventos significam luta, e a guerra é evidente da própria visão. Como resultado da luta dos ventos, surgem e ruem os renos.
8. Que é, em profecia, simbolizada por águas?
“E disse-me: As águas que viste, … são povos, e multidões, e nações, e línguas.” Apoc. 17:15.
Nota: No segundo capítulo de Daniel, sob a figura de uma estátua de homem, é feita um simples esboço político do surgimento e queda dos reinos terrestres, que precederiam o estabelecimento do eterno reino de Deus. no sétimo capítulo, são representados os governos terrestres, como são vistos à luz do Céu – sob os símbolos de animais bravios e ferozes – e em particular estes, oprimindo e perseguindo os santos do Altíssimo. Daí a diversidade nos símbolos usados para representar esses reinos.
 
9. A que se assemelhava o primeiro animal?
Rª: “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.” Dan. 7:4.

Nota: O leão, o primeiro desses quatro grades animais, assim como a cabeça de outro do sonho do Nabucodonosor, representa a monarquia babilónia – leão, rei dos animais postado à cabeça de sua espécie, assim como o ouro e é para os metais. As asas de águia sem dúvida denotam a rapidez com que Babilónia estendeu as suas conquistas sob Nabucodonosor, que reinou de 604 a 561 antes de Cristo. Esse reino foi vencido pelos medos e persas, em 538 antes de Cristo.
1. Por que foi simbolizado o segundo reino?
Rª: “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.” Dan. 7:5.
 
Nota: “Este foi o Império Medo-Persa, aqui representado sob o símbolo de um urso. …Por sua crueldade, e sede de sangue, são os medos e persas comparados a um uso, animal dos mais vorazes e cruéis.” – Adam Clark, comentando Dan. 7:5.
 
2. Por que simbolizado o terceiro império universal?
Rª: “Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal de quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” Dan. 7:6
Nota: Se as asas da água nas costas de um leão denotam rapidez de movimentos no Império Babilónio (ver Hab. 1:6-8), quatro asas no leopardo devem denotar inexcedível celeridade de movimento no Império Grego. Isto se verifica ser historicamente verdadeiro.
 
“Maravilhosa foi a rapidez das conquistas de Alexandre na Ásia; ele lançou-se como uma torrente sobre o agonizante Império Persa, e toda oposição se tornou inútil. Os gigantescos exércitos do Sol. As batalhas de Granico, em 334, A.C., isso no ano seguinte, e Arbela, em 331 A.C., selaram o destino do Império Persa, e firmaram o amplo domínio dos gregos.” – The Divine Program of the Word`s History, por H. Frattan Guinnes, p. 308.

“Esse animal tinha também quatro cabeças.” O Império Grego manteve a sua união por apenas um curto período de tempo após a morte de Alexandre, ocorrida no ano 323, A.C. passados vinte e dois anos da sua brilhante carreira, ou seja, no ano 301 A.C., foi o império dividido entre os seus quatro melhores generais. Cassandro apossou-se da Macedónia e da Grecia, ao oeste; Lisimaco ficou com a Trácia, e partes da Ásia no Helesponto e Bósforo, ao norte, Ptolomeu obteve o Egito, a Líbia, a Arábia, a Palestina e a Síria ao sul; e Seleuco ficou com todo o restante dos domínios de Alexandre, ao leste.
 
3. Como estava representada o quarto reino?
Rª: “Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.” Dan. 7:7.
4. Que foi dito ser o quarto animal?
Rª: “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.” Dan. 7:23
Nota: “Isto é por todos admitido como sendo o Império Romano. Ele foi terrível, espantoso e muito forte; …tornando-se, em realidade, a que os escritores romanos se comprazem em chamá-lo, o império universal.” – Adam Clarke, comentado Dan. 7:7.
A vitória final dos romanos sobre os gregos aconteceu na batalha de Pidna, em 168 A.C.
 
5. Que era representado pelas dez pontas?
Rª: “E quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reinos.” Dan. 7:24
Nota: O historiador Machiavelli, sem fazer a mínima referência a esta profecia, apresenta a seguinte lista de nações que ocuparam o território do império ocidental ao tempo da queda de Rómulo Augústulo (476 A.D.), último imperador de Roma; Lombardos, Francos, Burgundos, Ostrogodos, Visigodos, Vândalos, Hérulos, Suevos, Hunos e Saxónios: dez ao todo.
“Entre incessantes e quase incontáveis flutuações, os reinos da moderna Europa, desde o seu surgimento até ao presente, têm somado uma média de dez. Nunca mais, desde a subdivisão da velha Roma, se uniram eles num só império; nunca formaram unidades, como são os Estados Unidos da América. Nenhuma fórmula de orgulhosa ambição que visasse reunir os fragmentos dispersos, alcançou êxito; sempre que surgiram, foram invariavelmente reduzidos a pedaços.” – The Divine Program of the World`s History, por H. Grattan Guinness, pp. 318-321.
 
6. Que mudança viu Daniel operar-se nessas pontas?
Rª: “Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.” Dan. 7:8
 
7. Que investigação da parte de Daniel mostra que o quarto animal e especialmente o que diz respeito à ponta pequena que nele há, constitui a feição mais importante desta visão?
Rª: “Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava; e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.” Dan. 7:19,20.

8. Quando deveria levantar-se a ponta pequena?
Rª: “E depois deles se levantará outro.” Dan. 7:24.
Nota: As dez pontas, como já foi mostrado, surgiram quando Roma, o quarto reino, foi dividido em dez reinos. Essa divisão completou-se em 476 A.C. A ponta pequena deveria levantar-se depois deles, como diz o versículo citado.
 
9. Qual deveria ser o carácter da ponta pequena?
Rª: “O qual será diferente dos primeiros, abaterá a três reis.” Mesmo versículo, últ., parte.
Nota: O poder que se levantou no Império Romano depois da queda de Roma, em 476, A.D., e que era inteiramente diferente de todos os dez reinos em que Roma foi dividida (visto que exigiu e exerceu autoridade espiritual sobre os dez reinos), e perante quem três dos outros reis – os hérulos, os vândalos e os ostrogodos – caíram, foi o papado.
 
Definidos que estão o lugar e o tempo de reino da ponta pequena, a análise do seu carácter e obra será feita nos estudos que se seguirão.
 
José Carlos Costa, pastor.