5 de novembro de 2010

JÁ TERÁ PASSADO O SEU NOME PELO JUÍZO?

Existe uma citação de Ellen White que tem causado desnecessária angústia em muitos adventistas. Ela diz o seguinte:
"O juízo ora se realiza no Santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos. Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame." (O Grande Conflito, 490).
A interpretação mais popular dessa passagem, usada principalmente pelos "Adventistas de uma citação" em sermões é a seguinte: "Irmãos, segundo o Espírito de Profecia, a sua vida pode estar a passar pelo juízo HOJE mesmo! Você pode estar a ser pesado e achado em falta neste momento!"
Com certeza você já ouviu muito isso em sermões. Mas será que Ellen White pretendia dizer que a qualquer momento o juízo passará para o caso dos vivos? Como entender essa passagem?
Vamos começar por um breve estudo do juízo pré-Advento na Bíblia.
O que diz a Bíblia sobre o juízo pré-Advento?
A Bíblia não trata diretamente sobre a questão do juízo pré-Advento dos vivos. Mas podemos inferir de várias passagens quando e como ele ocorrerá. Ela afirma que todos, vivos e mortos, crentes e descrentes, passarão por um juízo: "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?" (1 Ped. 4:17; cf. Dan. 7:9-14, 22; Atos 17:31; Apo. 21:27; 20:11).
A ideia de um juízo pré-Advento, portanto, não é uma doutrina "adventista", ela é bíblica. Apocalipse 22:10-12 revela que imediatamente antes do fim, Jesus declarará este juízo concluído e que a graça acabou: "Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra."
Apocalipse 15 também revela que o juízo pré-Advento dos vivos e dos mortos, o fim da graça e da intercessão de Cristo no Santuário celestial ocorrerão pouco antes das sete pragas serem derramadas: "Um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que vive pelos séculos dos séculos. E o Santuário se encheu de fumaça pela glória de Deus e pelo seu poder; e ninguém podia entrar no Santuário, enquanto não se consumassem as sete pragas dos sete anjos." (Apo. 15:7-8).
A presença da fumaça no Santuário celestial é uma alusão ao que aconteceu várias vezes no Santuário terrestre. Cito aqui a dedicação do templo de Salomão: "então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor, de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus." (2 Crón. 5:13-14; cf. Êxo. 40:34-35). A presença de Deus ali indicava a ausência de pecados neste, o templo ainda não fora usado para sacrifícios.
Assim será também no Santuário celestial, pois o juízo pré-Advento implica na remoção de pecados e purificação. Quando o Santuário celestial se enche de fumaça antes das sete pragas, isso indica a total purificação deste e o fim do ministério intercessório de Jesus bem como a conclusão do juízo pré-Advento.
Ellen White expande essa visão do Santuário celestial de Apo. 15 ao dizer que:
"Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no Santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. ... Deixando Ele o Santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra..." (GC 425, 614).
"Quando a obra de investigação se encerrar, examinados e decididos os casos dos que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo, então, e somente então, se encerrará o tempo da graça, fechando-se a porta da misericórdia." (GC 428).
Note que a obra final de juízo passará ao caso dos vivos quando já não puder haver mudança no seu destino e isso não pode ocorrer antes do fim do tempo da graça e nem depois do início das sete pragas, pois Jesus terá terminado a Sua obra de juízo no Santuário celestial.

Veja como as citações abaixo colocam o juízo dos vivos exatamente no momento do fechamento da porta da graça:

"Estamos nos aproximando do fechamento da porta da graça, quando cada caso deve passar em revista perante Deus. (Nos Lugares Celestiais, 196)
"Então vi que Jesus não deixaria o lugar Santíssimo até que cada caso fosse decidido ou para salvação ou para destruição: e que a ira de Deus não viria até que Jesus tivesse terminado sua obra no lugar Santíssimo - removesse suas vestes sacerdotais e se vestisse com as vestes da vingança. ... mas quando nosso Sumo Sacerdote houver terminado Sua obra no Santuário, ele Se levantará, colocará as vestes da vingança e então as sete pragas serão derramadas." (Review and Herald, 01/08/1849).
Note que a porta da graça está aberta até aquele momento quando Jesus sai do Santuário, momento este em que o juízo dos vivos deve ser executado. Isso porque a ideia de um momento em que a porta da oportunidade se fecha para todos os vivos de maneira universal pressupõe que o juízo dos vivos não possa ocorrer nem antes nem depois desse tempo.
A oportunidade de salvação estará aberta aos vivos até esse momento, quando todos os destinos não puderem mais ser alterados, para bem ou para mal. Os santos estarão eternamente seguros "pelo sangue da aspersão" (GC 425). Quando Jesus deixa o Santuário, a porta da graça se fecha, o juízo pré-Advento para os vivos termina e é então que:
"A imaculada veste da justiça de Cristo é colocada sobre os provados, tentados mas fiéis filhos de Deus. O remanescente está vestido em gloriosas vestes, para nunca mais serem contaminados pela corrupção do mundo. Seus nomes estão no livro da vida do cordeiro, escritos entre os fiéis de todas as eras. (Testimonies, vol. 5, p. 475).
A citação acima coloca sob perspectiva a citação frequentemente distorcida para apoiar o perfeccionismo: "Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor." (GC 614). Eles não mais necessitarão do intercessor, pois estão vestidos para sempre da justiça de Cristo! Em outra parte ela diz que
"Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. ... Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado." (CC 62)
Quanto aos ímpios vivos, o Apocalipse revela que, em vez das vestes de Cristo, eles recebem a "marca da besta" (Apo. 13:16-18; 14:9-10).
Estariam os Vivos Predestinados Para Salvação ou Perdição?
Um dos sérios problemas com a ideia de que o juízo esteja passando pelo nome dos vivos enquanto ainda houver tempo de alteração no destino é que ela acaba caindo no erro da predestinação. Em outras palavras, mesmo que eu ainda tenha muito tempo de vida e graça até Jesus voltar, se o meu nome passar em juízo hoje, eu não poderei fazer nada para alterar o meu caso! Explicam os defensores dessa ideia que Deus olha para o meu futuro e decide, baseado na Sua omnisciência, qual será o destino de cada um.
O problema é que Deus estaria a selar crentes vivos hoje que obviamente continuarão a cometer pecados, enquanto os "ex-crentes" perdidos estariam eternamente "impedidos" do céu, embora pudessem ainda vir a responder aos apelos da graça! Essa interpretação torna irrelevante o juízo investigativo dos registos do céu e contradiz o ensino Bíblico e do Espírito de Profecia, pois Deus poderia simplesmente "pré-julgar" a todos os seres humanos antes da sua decisão sem a necessidade de investigar "registos".
O renomado teólogo Adventista Frank Holbrook critica essa interpretação dizendo que "a Bíblia apresenta sempre os juízos de Deus subsequentes à escolha humana" e não antes da escolha individual ou do fim de um período de graça.
Holbrook continua: "muito provavelmente, o juízo dos vivos ocorrerá simultaneamente quando a última geração é confrontada com uma questão que determinará o seu destino... como vemos em Apocalipse 12-16."
O que Ellen White quis dizer então com "Breve... passará [o juízo] aos casos dos vivos"?
Em primeiro lugar devemos respeitar o contexto da citação. Muita heresia se cria quando se tiram as passagens de Ellen White do seu contexto! Uma "meia citação" é como uma "meia verdade", acaba por tornar-se uma mentira.
A citação em questão "O juízo ora se realiza no Santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos. Na augusta presença de Deus a nossa vida deve passar por exame", se encontra num capítulo intitulado "O Grande Juízo Investigativo" no livro o Grande Conflito (pp. 479-491) em que Ellen White aborda muitos dos conceitos que formam a base da doutrina adventista do juízo pré-Advento que transcorre hoje no Santuário celestial. Uma leitura completa e detalhada do capítulo desmonta a interpretação de que o juízo dos vivos possa ocorrer a qualquer momento antes do contexto de total comoção mundial, a chuva serôdia e das sete pragas. A título de síntese, coloco aqui as seguintes passagens do mesmo capítulo que contextualizam a passagem acima no que tange ao juízo dos vivos:
"Ao abrirem-se os livros de registo no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos que primeiro viveram na Terra, o nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos." (GC 483).
"A obra do juízo investigativo e extinção dos pecados deve efectuar-se antes do segundo advento do Senhor. ... Quando se encerrar o juízo de investigação, Cristo virá, e Seu galardão estará com Ele para dar a cada um segundo for a sua obra." (GC 485).
"De igual modo, todos quantos desejem seja seu nome conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro." (GC 490)
"Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá sido decidido, ou para a vida, ou para a morte. O tempo da graça finaliza pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Cristo, no Apocalipse, prevendo aquele tempo, declara: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda..." Apoc. 22:11. (GC 490-491).
Ellen White também revela que o processo de purificação dos santos vivos inicia-se pouco antes do fechamento da porta da graça com o derramamento do Espírito Santo:
"O "início do tempo de angústia" aqui mencionado [PE p. 33], não se refere ao tempo em que as pragas começarão a ser derramadas, mas a um breve período, pouco antes, enquanto Cristo está no Santuário. Nesse tempo, enquanto a obra de salvação está se encerrando, tribulações virão sobre a Terra, e as nações ficarão iradas, embora contidas para não impedir a obra do terceiro anjo. Nesse tempo a "chuva serôdia", ou o refrigério pela presença do Senhor, virá, para dar poder à grande voz do terceiro anjo e preparar os santos para estarem de pé no período em que as sete últimas pragas serão derramadas." (PE 85-86).
"Os justos vivos receberão o selo de Deus antes do fim da graça." (Maranata, 209).
"Imediatamente antes de havermos entrado nele [no tempo de angústia], todos recebemos o selo do Deus vivo. Então vi que os quatro anjos deixaram de reter os quatro ventos."(SDABC 7, 968)
"O tempo do selamento é muito curto, e logo passará." (PE 58)
Veja que o juízo dos vivos ocorre "pouco antes" da Segunda Vinda de Cristo. A chuva serôdia durante a angústia entre as nações (Luc. 21:25-27) preparará os salvos vivos para o juízo que ocorre pouco antes do derramamento das sete pragas (Apo. 15-16) que antecedem imediatamente a Vinda de Cristo.
O derramamento do Espírito Santo culmina com o selamento e o juízo pré-Advento dos santos vivos proferido antes das sete pragas: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda" (Apo. 22:112). Isso confirma as evidências bíblicas de que o juízo dos vivos ocorre de maneira universal e não individual e coincide com o próprio fechamento da porta da graça. Neste momento, o nome dos salvos vivos é escrito no livro da vida e os perdidos estão para sempre perdidos.[7]
Podemos então analisar o momento do fechamento da porta da graça descrito em Apo. 22:11 em relação ao juízo pré-Advento da seguinte maneira:
"Quem é injusto; quem está sujo" = vida investigada = juízo pré-Advento
"faça injustiça ainda; suje-se ainda" = sentença
"e quem é justo; e quem é santo" = vida investigada = juízo pré-Advento
" faça justiça ainda; seja santificado ainda" = sentença
Note também que a investigação e a sentença aqui são simultâneos, pois a sentença não pode ser dada sem que haja investigação e esta não pode ocorrer enquanto ainda houver graça. Sabemos que no período imediatamente precedente ao fechamento da porta da graça, a mensagem do terceiro anjo continuará a ser pregada oferecendo ao mundo uma última oportunidade para temer a Deus e dar-lhe glória (Apo. 14:6-7; veja PE 85-86). Oferecer essa oportunidade para quem já teve seu destino selado anteriormente seria inútil.
Também segundo a Bíblia, o fim da graça para os vivos ocorre em um ponto específico do tempo, de maneira universal e irrevogável, antes das sete pragas (Apo. 15:7-8) que precedem imediatamente a vinda de Cristo. Note também que um "fechamento da porta da graça" em um ponto específico da história seria completamente irrelevante se a graça terminasse de maneira individual para os vivos em tempos diferentesOutra citação de Ellen White parece apoiar a idéia de que o juízo dos vivos pode começar hoje diz que:
"Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do Santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra."(GC 425). Note, porém, que os "crentes arrependidos" cujo pecado é removido não são os crentes vivos, e sim os crentes mortos:
"Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro compartimento do Santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai." (GC 421).
O juízo pré-Advento hoje trata da remoção dos pecados desses "crentes arrependidos" mortos do Santuário celestial. Enquanto essa obra continua em favor dos crentes mortos é que "Deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra" (GC 421), pois a porta da graça continua aberta e o juízo dos vivos ainda não ocorreu.
Sabemos também que o juízo dos justos vivos só ocorrerá quando terminar o dos justos mortos: "Os casos dos justos mortos têm estado a passar em revista diante de Deus. Quando esta obra se completar, o juízo deve ser pronunciado sobre os vivos." (ME 1, 125).
Agora pense comigo: segundo estatísticas, morrem aproximadamente 2 pessoas por segundo no planeta; por hora são 7.200 e por dia 172.800. Obviamente muitos desses que morrem são justos que entram na "fila", por assim dizer, do juízo pré-Advento dos mortos. Ou seja, enquanto salvos estiverem morrendo, Jesus não iniciará o juízo dos vivos. Evidentemente, isso não continuará para sempre; por isso, a porta da graça se fecha em um momento específico de maneira universal. Essa é mais uma evidência de que o juízo dos vivos ocorrerá simultaneamente com o fechamento da porta da graça e não de maneira particular.
Com base em tudo isso, relendo a frase "Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos", podemos dissecá-la da seguinte forma:
1. Ellen White cria que ela mesma vivia nos dias finais da história pois "breve" o juízo passaria para os vivos culminando com o fechamento da porta da graça e na vinda de Cristo ainda em seus dias (cf. Apo. 22:12);
2. "Ninguém sabe quando" alude à imagem do ladrão da noite que Jesus usou em Mat. 24:39 e que vimos acima; "Assim, quando a decisão irrevogável do Santuário houver sido pronunciada, e para sempre tiver sido fixado o destino do mundo, os habitantes da Terra não o saberão." (GC 615).
3. O juízo passará aos "casos dos vivos" "pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu", pois é nesse momento em que termina a graça e todos os casos estarão decididos. Esse "pouco antes" está inserido no contexto da chuva serôdia e das sete pragas. Deus não decidirá os casos dos vivos enquanto houver tempo de graça para arrependimento e salvação, pois Ele não predestina de nenhuma forma indivíduos que poderão ainda usar seu livre arbítrio para definir seu destino. O último convite divino ao arrependimento será pouco antes do fechamento da porta da graça. (Apo. 14:6)
Creio que essa leitura é mais consistente como toda a gama de declarações sobre o juízo pré-Advento feitas por Ellen White e também é consistente com a intercessão de Jesus descrita na Bíblia:
"Porque Cristo não entrou num Santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus." "Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." (Heb. 9:24; 7:25).
"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém." (Judas 24,25)
Por isso, nenhum adventista precisa temer que seu nome tenha já passado ou esteja passando hoje pelo juízo pré-Advento e viver em insegurança, medo, apreensão ou depressão. O juízo pré-Advento transcorre hoje para os mortos e os "que morrem" (veja Rev. 14:13), enquanto nós vivos ainda temos a porta da graça aberta.
Conclusões
1. Ellen White não advoga a ideia de que o juízo dos vivos ocorre fora do contexto dos eventos finais que inclui: a chuva serôdia durante a angústia entre as nações, comoção generalizada no mundo (Luc. 21:25-27), o fim do tempo da graça, as sete pragas e o tempo de angústia.
2. O juízo pré-Advento dos vivos ocorre simultaneamente com o fechamento da porta da graça, pois Jesus continua Sua obra intercessória e de juízo até proferir o juízo/veredicto sobre os vivos naquele momento. (Apo. 22:11; 15:7-8);
3. Nossa preocupação hoje, nestes dias de graça, é em continuar "a obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra." (GC 421)
4. Acima de tudo, podemos viver com a certeza de que "Quem crê no Filho tem a vida eterna" (João 3:36) e que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rom. 8:1), alegrando-nos "por estarem os vossos nomes escritos nos Céus." (Luc. 10:20).
André Reis
Formado em Teologia pelo Unasp-C2, cursou Mestrado em Divindade na Andrews University; também é Mestre em Música e atualmente cursa Ph.D. em Teologia.
É Pastor Associado da Igreja Adventista Brasileira de Jacksonville, Florida.

4 de novembro de 2010

A SÉTIMA TROMBETA DO APOCALIPSE

Jesus dá na revelação do Apocalipse, uma visão profética tridimensional do que finalmente chegaria a ser a história desde os dias apostólicos até ao tempo do fim: 1) as sete igrejas, 2) os sete Selos, 3) as sete trombetas e 4) as sete pragas. A profecia das sete igrejas revela a história religiosa da era cristã, salientando as suas faltas e prometendo o galardão aos vencedores. Nessa profecia Deus destaca o Seu interesse e amor por Seu povo. Os sete selos profetizam a história social da era cristã, expondo especialmente o triste processo da apostasia. Também se apresenta a Deus controlando a História e dando fim à dor e ao sofrimento. As sete trombetas pintam a história militar que ocorreria na era cristã em relação com a igreja e as sete pragas trata da finalização do tempo da graça até à gloriosa vinda de Jesus.
1. Que se cumprirá quando estiver para soar a sétima trombeta? (7ª Trombeta em Power Point - Clicar)
Rª: “Mas que nos dias da voz do sétimo anjo, quando este estivesse para tocar a trombeta, se cumpriria o mistério de Deus, como anunciou aos seus servos, os profetas.” Apoc. 10:7
Nota: A sétima trombeta assinala o ponto culminante no grande conflito entre Cristo e Satanás, tal como é revelado na proclamação das vozes do céu nesse tempo (de Ap.11:15), “o mistério de Deus” (cf. Rom. 11:25; Mar. 4:11; Col. 2:2; Col. 4:3). O ministério de Deus, que Ele revela aos Seus filhos, é o Seu propósito para eles: o plano da salvação.
2. Que evento assinala o soar da sétima trombeta?
Rª: “15 E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.” Ap. 11:
Nota: Parece-nos que o que se deve relevar deste texto é o seguinte: “porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.” Os dois verbos “tomado” e “começaste” estão em tempos diferentes. O contexto seria “tomaste o reino” e “começaste a reinar”. O reinado triunfante começa quando Deus tornar efectiva a Sua omnipotência. Deus sempre foi Todo-poderoso, e o reino do pecado só existiu pela tolerância de divina com o propósito de que se revelasse aos seres criados a verdadeira natureza do mal. Quando se cumprir este propósito, então, Deus tomará o Seu “grande poder” e uma vez mais reinará de forma soberana (ver 1ª Cor. 15:24-28).
3. Qual é a condição das nações, e que outros eventos devem ocorrer durante este tempo iminente?
Rª: “Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.” Apoc. 11:8.
Nota: “Iraram-se...as nações” (cf. Sal. 2:1). A ira será a característica generalizada das nações antes da vinda de Cristo. Agrupar-se-ão para se opor à obra de Cristo e ao Seu povo (cf. Ap. 13:12; 14:8). A “ira” de Deus resume-se às sete pragas (ver Ap. 15:1). A obra de oposição contra Cristo é detida por estas pragas.
As cenas finais da história deste mundo e do juízo são claramente aqui apresentadas. A menção neste capítulo sob a sétima trombeta, das nações iradas e do julgamento dos mortos, torna claro que o sétimo anjo começou a fazer soar a trombeta. “O tempo dos mortos, para que sejam julgados,” começou em 1844, ao final do período profético de 2.300 dias (Daniel 8:14). Esta obra será concluída e o Evangelho levado a todo o mundo.
A “voz” da trombeta do sétimo anjo estará soando quando terminar o tempo da graça.
4. Que cena no Céu foi apresentada ao profeta ao soar a sétima trombeta?
Rª: “Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto; e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande saraivada.” Apoc. 11:19.
Nota: Visto como o período concedido ao soar das sexta trombeta terminou em 1840, e o juízo no Céu começou quatro anos mais tarde, é claro que o sétimo anjo começou a fazer soar a sua trombeta em 1844. neste ano Cristo finalizou a Sua obra sacerdotal no lugar santo do santuário celestial, e iniciou a Sua obra no lugar santíssimo. E “abriu-se no Céu o templo de Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo.” No fim de 1844, e nos anos que se seguiram, deu-se estudo especial à questão do santuário. Viu-se que as Escrituras falam de um santuário e um ritual do santuário no Céu, do qual Cristo é o Ministro e Sumo-Sacerdote, e do qual o santuário terrestre do antigo Israel era tipo. Assim foi apresentado à vista o templo celestial de Deus.
A “arca” de outro, contendo a Lei de Deus escrita em tábuas de pedra, achava-se no lugar santíssimo. A menção da arca em relação com o juízo vem lembrar-nos que a Lei de Deus, os Dez Mandamentos que se acham dentro da arca é a norma no juízo (Ver Ecl. 12:13,14; Rom. 2:12; Tiago 2:8-12).
Conclusão: Enquanto soa a sétima trombeta, reinará o tempo da graça para o mundo, cairão logo após as sete últimas pragas. Logo o Senhor da glória, virá nas nuvens do céu para levar consigo o Seu povo. E Ele reinará para sempre.

1 de novembro de 2010

A CONSUMAÇÃO DO MISTÉRIO DE DEUS

Amigos, neste tema vamos falar de “mistério de Deus”. Podem ler muitas passagens bíblicas que falam de mistério (ex: Dan. 2:18,27-30; 2:47; 4:9; Mat. 13:11; Rom. 11:25; 16:25), estes são alguns exemplos, muitas outras passagens falam deste mistério de Deus. Então o que significa a palavra mistério?
Quer dizer, as coisas que estão ocultas para os que não têm interesse em conhecer a verdade. Não são mistérios no sentido que não possam ser entendidas ou que deliberadamente estejam ao alcance de alguns e não de outros. A única razão de não serem compreendidas para alguns; elas discernem-se espiritualmente.
1. Lembra-se o que acontece na descrição da sexta trombeta?
Rª: “E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo.” Ap. 10:1.
Nota: Esta visão centra-se sobre um “anjo forte”, ou seja, além dos anjos que já tinham aparecido a João antes. Surge agora um distinto dos que retêm os quatro ventos (7:1), dos que tocam as sete trombetas (8:2), do anjo diante do altar (8:3) e dos anjos que estão junto ao rio Eufrates (9:14). Este anjo pode ser identificado com um Ser celeste só encontrado em Apocalipse 1:13, identificado como “semelhante ao filho do homem”.
2. Que tinha Ele na mão?
Rª: “e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra.” Ap. 10:2
Nota:Um livrinho aberto”. Em Daniel 12:4, encontramos uma ordem “encerra o livro, até ao fim...” Este livro que devia ser “selado” , ou fechado, até ao tempo do fim, é sem dúvida aqui mencionado.
3. Que solene anúncio fez esse anjo?
Rª: O anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita ao céu, e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora.” Ap. 10:5,6.
Nota: “não haveria mais demora”, jrónos oukéti estai,o tempo não será mais”. Esta misteriosa declaração tem sido interpretada de diversas maneiras. Muitos expositores entendem que assinala o fim do tempo e o começo da eternidade. Outros tomam a palavra “tempo” no sentido do tempo que transcorre imediatamente antes dos acontecimentos finais da história, e traduzem: “não haverá mais demora”.
Os adventistas do sétimo dia, entendem que estas palavras se relacionam com Daniel 7:14, ou seja; o tempo profético dos 2.300 dias. A mensagem pregada por Guilherme Miller sobre o período de 1840-1844. Depois desta profecia não haveria outra mensagem fundamentada num tempo definido, exacta. Não há nenhum outro período profético que se estenda além do ano 1844.
4. Nos dias da vos do sétimo anjo, que disse o anjo deveria ser cumprido?
Rª: “Mas que nos dias da voz do sétimo anjo, quando este estivesse para tocar a trombeta, se cumpriria o mistério de Deus, como anunciou aos seus servos, os profetas.” Ap. 10:7.
Nota: O segredo ou mistério de Deus é o Evangelho (Efésios 3:1-6; Gálatas 1:11,12). O Evangelho, então, deverá ter soado por todo o mundo ao soar a sétima trombeta. Com o final da sétima trombeta termina o tempo da graça e dá-se início ao tempo de angústia ou das 7 pragas. O mistério de Deus, que Ele revela aos Seus filhos, é o Seu propósito que Ele tem para eles: o plano da Salvação (cf. 1ª Tim. 3:16; T.S, vol.2)
5. Que foi dito a João que fizesse com o livrinho?
Rª: “A voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livro que está aberto na mão do anjo que se acha em pé sobre o mar e sobre a terra. E fui ter com o anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel.” Ap. 10:8,9.
Nota: A experiência pela qual passou João nesta visão pode considerar-se, em sentido específico, como um símbolo da experiência vivida pelos crentes adventistas nos anos 1840-1844. Quando esses crentes ouviram pela primeira vez sobre a iminência da vinda de Jesus, foi para eles “doce como o mel”; Cristo não veio segundo as suas expectativas, a sua experiência foi muito amarga.
6. Que diz o Apóstolo da sua experiência?
Rª: “Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo.” Ap. 10:10
Nota: de modo explícito é aqui predita a experiência dos que proclamaram a mensagem do advento e da hora do juízo de 1843-1844. Jubilosos na esperança de que Cristo viesse então, como os primeiros discípulos em relação ao Seu primeiro advento, (Luc. 24:21; Atos 1:6,7), foram amargamente desapontados, e acharam que havia ainda uma obra a ser por eles feita, como aconteceu com os primitivos discípulos depois da crucifixão, ressurreição e ascensão de Cristo.
7. Que palavras finais do anjo a João mostram que tanto o tempo literal como o da prova deveria continuar por algum tempo ainda, e que Deus tinha ainda outra mensagem para o mundo?
Rª: “Então me disseram: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.” Ap. 10:11.
Nota: a mensagem de Apocalipse 10:11 é a mesma de Apoc. 14:6,7; e a mensagem posterior de Apoc. 14:8-12 vem em resposta à ordem: “Importa que profetizes outra vez,” de Apoc. 10:11. Todas elas, porém, são mensagens dos últimos dias, e indicam que o fim de todas as coisas está próximo. Porém, à semelhança de João, as palavras consoladoras de Cristo dirigidas ao profeta, são agora, dirigidas aos Seus representantes, os crentes adventistas depois da grande desilusão: a obrigação de proclamar uma mensagem adicional, ampla, que atinja todo o mundo ou seja “a muitos povos”, “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.” Mateus 24:14.
“Em todos os séculos foi reclamado dos seguidores de Cristo vigilância e fidelidade; mas agora que nos achamos no limiar do mundo eterno, possuindo as verdades que temos, de posse de tão grande luz, de uma obra tão importante, cumpre-nos dobrar de diligência. Cada um deve fazer o máximo de suas aptidões. Meu irmão, pondes em risco a vossa própria salvação se ficais agora para trás. Deus vos chamará a contas se falhardes na obra que vos designou. Tendes conhecimento da verdade? Dai-a aos outros.” Testemunhos Selectos, vol. 2, ps. 161,162

27 de outubro de 2010

A PRIMEIRA PRAGA DO APOCALIPSE

“Tem-me sido mostrado que muitos dos que dizem seguir a verdade presente, não sabem no que crêem. Não compreendem as provas da sua fé. Não apreciam devidamente a obra para este tempo. Homens que agora pregam a outros, ao examinarem, quando chegar o tempo de angústia, a posição em que se encontram, verificarão que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória.” 2TS, p.312.
“À medida que nos aproximamos do termo da história deste mundo, as profecias referentes aos últimos dias exigem o nosso estudo especial.” Parábolas de Jesus, p. 133.
1. Como serão os últimos dias?
Rª: “Porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” Mateus 24:21,22.
Nota: “tribulação” é a tradução de uma palavra grega que significa “perturbação”, “angústia” e “sofrimento”. Jesus no Monte das Oliveiras, teve o cuidado de deixar claro que os Seus seguidores seriam sempre alvo de perseguição, esta começou de forma evidente com a morte de Estêvão, o primeiro mártir no ano 34 da era cristã. Esta era a primeira tribulação. A última das tribulações estaria relacionada com os últimos dias, ou “tempo de angustia”, esta seria pior que qualquer outra. Esta está profetizada em Daniel 12:1,2; será breve, pois incluirá as sete pragas.
2. Qual deve ser a atitude do cristão que espera o regresso do seu Senhor?
Rª: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.” Tiago 1:27.
Nota: O cristão possuído por uma esperança viva, em vez de se concentrar nas suas “aflições” centra-se nos outros, os que carecem de atenção. Apesar, de manter a respiração suspensa diante dos efeitos das provas, “regozija-se na aflição”. Por quê? Sabe mesmo durante a provação, ele é precioso para Deus. Também sabe que as dificuldades de ordem pessoal criam uma oportunidade para demonstrar na prática a perseverança, um testemunho cristão que deve beneficiar outros (Romanos 5:3; Tiago 1:2-4). Ajudar, sentindo a satisfação no acto em si, é uma oportunidade de se demonstrar aos sofredores o amor de Cristo. Esta disposição de inspiração divina provém de um carácter amadurecido aos pés de Cristo. O amor de Deus é derramado nos seus corações de tal modo que, os seus próprios inimigos sentirão aversão aos seus próprios actos.
3. Qual é atitude do cristão face ao falso culto?
Rª: “Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.” Apocalipse 14:9,10.
Nota: Durante o tempo de provação a ira de Deus é sempre temperada, ou misturada, com misericórdia. Assim o profeta Habacuque ora: “Na ira lembra-Te da misericórdia.” Hab. 3:2. a ira de Deus sem ser acompanhada de misericórdia só é derramada quando a misericórdia houver cumprido a sua obra e o mal atingido o limite, não havendo remédio (Judas 7; 2ª Ped. 2:6).
4. Em que é consumada a ira de Deus?
Rª: “Vi no céu ainda outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.” Apocalipse 15:1
5. Como descreve Joel o dia do Senhor?
Rª: “Ai do dia! pois o dia do senhor está perto, e vem como assolação da parte do Todo-Poderoso.” “E o Senhor levanta a sua voz diante do seu exército, porque muito grande é o seu arraial; e poderoso é quem executa a sua ordem; pois o dia do Senhor é grande e muito terrível, e quem o poderá suportar?” Joel 1:15; 2:11.
6. Que disse Daniel, desse tempo?
Rª: “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.” Daniel 12:1 (cf. Ezeq. 7:15-19).
Nota: As sete últimas pragas serão as mais terríveis calamidades que já sobrevieram aos homens. Como Acabe acusou Elias de ser o causante das calamidades de Israel (1ª Reis 18:17,18), assim, no tempo da tribulação, os ímpios e os que se separaram do Senhor enfurecer-se-ão contra os justos, acusá-los-ão de serem os causantes das pragas, e procurarão destruí-los como fez Hamã com os judeus (ver. Ester 3:8-14). Mas Deus maravilhosamente livrará o Seu povo nesse tempo, como o fez então.
7. Qual será a primeira praga, e sobre quem cairá?
Rª: “E ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças, da ira de Deus. Então foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra; e apareceu uma chaga ruim e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.” Apocalipse 16:1-2.
Nota: Uma voz celestial dá inicio à primeira praga. Outras vozes provenientes do Céu seguem-se à terceira praga, interrompem a sexta e trazem à cena a sétima.
Para iniciar a sequência, “uma grande voz”, “vinda do templo”, diz aos sete anjos que têm as taças com as pragas: “Ide, e derramai pela Terra as sete taças da cólera de Deus.” Apocalipse 16:1. a voz provém do templo. Talvez seja a voz de uma das criaturas viventes. Ouvimos, no capítulo 4, que as criaturas viventes louvavam a Deus, ao passo que no capítulo 6 eles convidam-nos: “Vem!”, diante da abertura de cada um dos quatro primeiros selos.
Também pode ser que a voz celestial seja a voz do Cordeiro. Em Apocalipse 6:15-17, os ímpios pedem às montanhas que os escondam “da ira do Cordeiro”.
Ou pode ser a voz do próprio Deus. Habituamo-nos a pensar em Deus e em Jesus como sendo amáveis e graciosos, a um ponto que excede a nossa compreensão; de facto, Eles o são. No entanto, tendo em vista proteger o inocente, o amor terá, finalmente, que punir o mal. Deus sente-Se profundamente desconcertado ao ver o sofrimento dos Seus seguidores. Deus cuida deles.
Conclusão: Os anjos também velam sobre os filhos de Deus. À medida que têm contemplado o conflito dos séculos entre Satanás e os seus seguidores contra Cristo e os Seus escolhidos, os anjos têm sido ultrajados em virtude dos crimes cometidos pelo cruel contra o temente a deus. Esses gloriosos seres celestiais têm suspirado pelo dia em que o Senhor findará a provação daqueles que possuem coração temente e genuíno.
Nota introdutórias às 6 seguintes pragas:
Pode o nosso coração perguntar: Que razão leva Deus a atormentar os homens de uma forma tão terrível, como a que é descrita no capítulo 16? Depois de terminar o tempo da graça!? Quando já não há mais oportunidade para arrependimento? Porque não vem Cristo imediatamente pôr fim ao reinado do pecado?
A voz começa com um “Ide”. Todo o propósito benévolo do Céu terminou. As pragas cumprem uma função necessária no plano do céu:
“1 E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe.
2 E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo.
3 E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.
4 Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
5 E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” Apocalipse 21.
Gosta de profecias? Este é um tema apaixonante! Estudá-lo é comprometer-se com Deus a “receber o selo do Deus vivo, e que a (ser) protegido, no tempo de angústia,...a reflectir completamente a imagem de Jesus.” Primeiros Escritos, p. 70

Obras de apoio:Sagrada Escritura
Espírito Profecia
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia
Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, C. Mervyn Maxwell
Le Cri du Ciel, J. Doukhan.

26 de outubro de 2010

A SEGUNDA PRAGA DO APOCALIPSE

“Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: ´Alcancei tudo completamente.´ A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda.” Actos dos Apóstolos, 560 e561 (1911).
“Tem de se manter constante guerra contra a mente carnal; e temos de ser ajudados pela enobrecedora influência da graça de Deus, que atrairá a mente para cima, habilitando-a a meditar sobre coisas puras e santas.” Mente, Carácter e Personalidade, p. 74 (1870).
“Podemos criar um mundo irreal em nossa própria mente ou conceber uma igreja ideal, em que as tentações de Satanás não mais induzam ao mal; mas a perfeição só existe em nossa imaginação.” RH, 8 de Agosto de 1893.
Face a estas declarações inspiradas somos desafiados a uma vida santa agora. Não sabemos o dia em que o Senhor nos chamará a dormir o sono da morte, assim, como não sabemos exactamente o momento em que termina o tempo da graça e começará o período das pragas.
1. Em que consistirá a segunda praga?
Rª: “O segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu todo ser vivente que estava no mar.” Apocalipse 16:3.
Nota: “derramou a sua taça no mar”, durante a terceira praga serão igualmente afectados “os rios, e…as fontes das águas” (v.4). O mar é útil principalmente como via para o comércio e intercâmbio internacional. Tem-se sugerido que a obstrução das viagens e o comércio internacional (Ap. 13:13-17; 16:13,14; 17:3,12) sob esta praga, Deus tem o propósito de demonstrar claramente o Seu desagrado relativamente ao plano de Satanás de unir as nações sob o seu domínio.
2. Tem as pragas uma por uma, abrangência mundial?
Rª: Compare-se com o caso de Balaão (Num. 22:21-35). Esta segunda praga, tal como a primeira, não é de carácter mundial (ver Apoc. 16:2)
“Estas pragas não são universais, ao contrário os habitantes da Terra seriam inteiramente exterminados. Contudo serão os mais terríveis flagelos que já foram conhecidos por mortais. Todos os juízos sobre os homens, antes do final do tempo da graça, foram misturados com misericórdia. O sangue propiciatório de Cristo tem livrado o pecador de os receber na medida completa de sua culpa; mas no juízo final a ira é derramada sem mistura de misericórdia.” O Grande Conflito, p. 629
3. São as pragas literais ou simbólicas?
Rª: A linguagem do Apocalipse é de forma geral simbólica e, muitas vezes, impressionista. Assim, a linguagem que descreve as pragas bem poderia ser simbólica. No entanto, também não se pode afirmar que é totalmente literal, tomemos alguns exemplos: “úlceras malignas e perniciosas”, “sangue como de morto”, “os homens mordiam as suas línguas por causa da dor que sentiam”, “grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento”, são expressões suficientemente sérias se consideradas como literais. A “escuridão” do “trono da besta” e os “espíritos imundos semelhantes a rãs” que saem da boca do “dragão”, da “besta” e do “falso profeta”, requererem alguma interpretação, mas, tão pouco se podem considerar misteriosos.
O panorama é igualmente alarmante, por outro lado, se se considerar a linguagem como figurada. Podemos pensar, por exemplo, nas águas transformadas em sangue como um prenúncio de morte no próprio mar. a esta altura, podemos afirmar; o que vemos são os mares poluídos, extinção dos peixes e de toda a vida marítima. Como será ao cair esta praga?
4. Quem será atingido pelas pragas?
Rª: Em todos os casos, as pragas caem sobre a besta e sobre as pessoas que com ela estão associadas. A punição indiscutivelmente equivale à gravidade dos crimes. As pragas caiem no fim do tempo sobre pessoas que, tendo conhecido melhor caminho, persistiram de forma rebelde em blasfémias e na recusa de obedecer a Deus, e na idolatria de seguirem os seus próprios caminhos.
5. São justas as pragas?
Rª: “9 Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. 10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?11 E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completasse o número de seus conservos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram.” Apocalipse 6:
Nota: Enquanto João contemplava essas coisas em visão, pôde perceber que até mesmo o altar desejava dizer algo. Os mártires são retratados como estando “debaixo do altar”. O altar testemunhara sofrimentos em grande escala, como a terrível perseguição ocorrida durante a tribulação dos 1.260 anos, além de muitas outras campanhas de perseguição. Agora ele também partilha da satisfação do anjo das águas e canta: ”E ouvi uma voz do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.” Apocalipse 16:7
6. Cristo está a voltar.
Rª: (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.) Apoc. 16:15.
Nota: ver Ap. 3:3 “como vem o ladrão”, significa vir num momento inesperado. O significado dessa expressão não pode ser “vir silenciosamente ou invisivelmente”, apesar de alguns leitores da Bíblia crerem que assim será. Os ladrões por vezes fazem algum ruído, ver muito ruído, quando tem que rebentar com vitrinas, escavar túneis e outros meios que usam para assaltar, como rebentar com paredes, cofres, etc. E é evidente que eles são visíveis quando realizam assaltos a bancos.
O anúncio feito por Cristo serve como motivo para encorajar. Ele não esqueceu do Seu povo. Eles ainda Lhe pertencem; e Ele voltará por causa deles. Por outro lado, este anúncio é também uma sincera advertência.”Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha.”
Conclusão: Vestes, no Apocalipse, representam o carácter, e em especial o carácter justo do povo de Deus, que eles recebem de Jesus Cristo pela fé (Ap. 3:18; 7:14; 19:8). O júbilo e a vitória final resultarão para aqueles crentes que se mantiveram persistentes e obedientes até a Sua vinda. Disse Jesus no discurso do Monte das Oliveiras: “Aquele...que perseverar até ao fim, esse será salvo.” Mateus 24:13.

24 de outubro de 2010

A TERCEIRA PRAGA DO APOCALIPSE

O tempo da graça encerra-se antes que as pragas caiam porque o arrependimento que se manifestasse após o derramamento das pragas, já não significaria nada. A fase pré-advento do juízo terá terminado, e o nosso Salvador já haverá selado cada coração sincero, mantido o seu nome no livro da vida. Aquele que lê o coração saberá também quais as pessoas que serão demasiado descuidadas e indiferentes ao sacrifício de Cristo e à vida na Santa Cidade.
1. A importância do carácter dos seguidores de Cristo.
Rª: A qualificação essencial para a vida eterna é o carácter, gerado e desenvolvido pelo Espírito Santo, assinalado pela fé e amor.
Ver:
João 3:5
“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.”
Gálatas 5:22-24
“Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.”
Apocalipse 21:17
“E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.”
Nota: A sinceridade é fundamental. É-nos requerido que amemos a Deus de todo o coração, alma e entendimento, e ao nosso próximo como a nós mesmos (Mateus 22:34-40). Arrependimento e confissão que são induzidos meramente pelo temor (tal como o terrível temor face ao derramamento das pragas) não são sinceros. Ao afastar-se a crise, as pessoas. Voltam a ser aquilo que sempre foram.
2. Em que consiste a terceira praga?
“O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.” Apocalipse 16:4.
Nota: As águas doces dos “rios e nas (das) fontes das águas” eram muito úteis nos tempos bíblicos, especialmente, para beber, tomar banho e regar. A segunda praga sem dúvida terá consequências muito graves e inconvenientes, os efeitos no entanto, não terão o impacto da terceira praga no sentido imediato e na gravidade. Por outro lado, e se compararmos ao efeito das pragas do Egipto (Êxodo 7:17-21), o rio Nilo, fonte de vida, era adorado como um deus e a sua agua assegurava a vida aos habitantes deste país.
Podemos compreender a extensão da ira, da raiva e cólera que se apodera das pessoas. Se até então os seus “deuses” providenciavam a todas as suas necessidades, dão-se conta, que estes “deuses” não satisfazem mais as suas necessidades naturais e supérfluas. Contra Quem manifestam os seus sentimentos?
3. Qual a razão da terceira praga dar a beber sangue aos homens?
Rª: “E ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, que és e que eras, o Santo; porque julgaste estas coisas; porque derramaram o sangue de santos e de profetas, e tu lhes tens dado sangue a beber; eles o merecem.” Apocalipse 16:5,6.
Nota: A segunda praga atinge o mar. a terceira praza aproxima-se das habitações humanas, e atinge a terra. As fontes das águas são contaminadas. Nisto é revelada a aversão de Deus à opressão e perseguição. As pragas constituem a reprovação de Deus contra tremendas formas de pecado.
4. O que representa “o anjo das águas”?
Rª: O anjo das águas, significa, o que tinha/tem jurisdição sobre as águas (comparar Ap. 7:1 e 14:18), que tem poder sobre os “ventos” e sobre o “fogo”, respectivamente. Pode referir-se ao anjo responsável de derramar a terceira praga sobre os “rios y ...as fontes das águas”. A salientar, a terrível natureza da terceira praga exige uma declaração em defesa de Deus, que a autoriza ou permite esta tremenda praga revela o sentimento de Deus conta a idolatria, a indiferença e negação do Único Criador das águas, rios e mares. E que tem direito à “ira” (ver Ap. 15:3-4; 16:1).
Conclusão: A intenção desta e das 7 pragas é muito evidente: Deus quer demonstrar a toda a humanidade e por todos os meios o fará compreender aos adoradores da “besta” a falsa via que escolheram; ao mesmo tempo, sublinhar a obstinação dos homens em recusarem aceitar e reconhecer:
“1 Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: 2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da casa da servidão. 3 Não terás outros deuses diante de mim. 4 Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos. 7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. 8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; 10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:
Sim, reconhecer que estavam, sempre estiveram, errados.
“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. ... O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafacção. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. ... Há um excitamento emotivo, mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriado para transviar. Contudo, ninguém necessita ser enganado. À luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a natureza destes movimentos. Onde quer que os homens negligenciem o testemunho da Escritura Sagrada, desviando-se das verdades claras que servem para provar a alma e que exigem a renúncia de si mesmo e a do mundo, podemos estar certos de que ali não é outorgada a bênção de Deus.” O Grande Conflito, págs. 464 e 465.

19 de outubro de 2010

A QUARTA PRAGA DO APOCALIPSE

Um estudo em paralelo entre as profecias sobre as Trombetas e das Pragas poderia ser feito. O seu valor maior do nosso ponto de vista seria o de relevar as diferenças e as semelhanças, elas existem. No entanto, as diferenças são tão notáveis que nos parece mais sensato fazer o estudo em separado e deixar ao leitor o cuidado de salientar as mesmas.
As trombetas e as pragas não são a mesma coisa. As trombetas cumprem-se por intermédio de desastres notavelmente sérios. O cumprimento das pragas será muito mais sério, elas têm a forma de juízos – à semelhança do Dilúvio, Sodoma e Gomorra “as cidades do vale”, entre outros – que tem por alvo uma alteração radical.
Façamos uma pergunta de reflexão: Quantos aspectos das pragas egípcias fazem lembrar as últimas pragas, quantos encontrou? Vamos responder um pouco mais para o final do nosso estudo para lhe dar tempo a relacionar.
1. O que constituirá a quarta praga?
Rª: “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.” Apoc. 16:8 (cf. Joel 1:16-18).
Nota: A quarta taça agrava o mal-estar causado pela taça anterior. À falta de água acresce agora um calor escaldante, abrasador, não há lugar onde se possa encontrar um pouco de abrigo. Não há sombra na Terra e o Céu está sem nuvens que sejam prenuncios de gotas de água. A esperança morreu. A seca espiritual que aflige esta fase torna tudo mais insuportável.
2. Que relação tem esta praga com a adoração?
Rª: O culto do Sol é a mais antiga e mais generalizada de todas as formas de idolatria. Nesta praga Deus manifesta a Sua desaprovação por essa forma de idolatria. Aquilo que fora adorado como deus torna-se uma praga de tormento. Assim foi nas pragas do Egipto. O que os egípcios tinham adorado tornou-se então em flagelo em vez de proveito e bênção.
3. Em que dia ordenou ser adorado?
Rª: “Falarás também aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós pelas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.” Êxodo 31:13 (cf. Ezeq. 12:12,20).
Nota: “os meus sábados”. Uma característica relevante dos últimos capítulos do livro de Êxodo é a repetida admoestação a observar o dia de SÁBADO (Ex. 16:22-30; 20:8-11; 23:12; 34:21; 35:2,3). Isto só pode ter um significado, a grande importância do Sábado, nenhum outro mandamento do Decálogo recebe igual manifestação do cuidado divino.
A referência que aqui se faz à observância do Sábado não é uma mera repetição de advertências paralelas; apresenta o Sábado como “sinal” entre Deus e o Seu povo e adverte que o castigo em violar este mandamento é a “morte”.
4. Que disse Deus, pelo profeta Daniel, faria o poder representado pela “ponta pequena”?
Rª:” Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.” Dan. 7:25.
5. Que poder é este ou por quem é representado?
Rª: “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objecto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.” 2ª Tes. 2:3,4.
Nota: Só existe um meio pelo qual qualquer poder pode exaltar-se acima de Deus, e esse é pretender mudar a Lei de Deus, e exigir obediência à sua própria lei em lugar de à de Deus.
6. Que poder se atribui autoridade para mudar a Lei de Deus?
Rª: O Papado. “O papa é de tão grande autoridade e poder que ele pode modificar, explicar ou interpretar mesmo leis divinas... O papa pode modificar uma lei divina, visto o seu poder não provir de homem, mas de Deus, e ele age como representante de Deus na Terra.” – Lucius Ferraris, Prompta Bibliotheca, “Papa,”, art. 2.
7. Que parte da Lei de Deus especialmente cuidou o papa em mudar?
Rª: O quarto mandamento: “Eles (os católicos) alegam que o sábado foi mudado para o domingo (dia do sol – Sunday, Sontag), o dia do Senhor, contrariamente ao decálogo, como é evidente; nem existe exemplo algum de maior jactância do que a mudança do dia de repouso. Grande, dizem eles, é o poder e autoridade da Igreja, visto haver dispensado um dos Dez Mandamentos.” – Augsburg Confession, Art. XXVIII.
“Ela (a Igreja Católica, Romana) subverteu o quarto mandamento, dispensando o Sábado da Palavra de Deus e substituindo-o pelo domingo, como dia santificado.” – N. Summerbell, em History of the Christians, p. 418.
Nota: podemos agora compreender?: “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.” Apoc. 16:8
Conclusão: “Estamos no limiar da crise dos séculos. ...O anjo de misericórdia não pode ficar muito tempo mais a proteger o impenitente.” Profetas e Reis, p. 278.
“A transgressão já atingiu quase os seus limites. O mundo está cheio de confusão, e em breve apoderar-se-á das criaturas humanas um grande terror. O fim está muito próximo.” 8T, 28, republicado em Serviço Cristão, p. 51.
Então já descobriu quantos aspectos das pragas egípcias fazem lembrar as últimas pragas?
Rª: Rio, sangue, rãs, chagas, saraiva, e impenetrável escuridão.
Deus o/a abençoe em Jesus.
José Carlos Costa, pastor

15 de outubro de 2010

A QUINTA PRAGA DO APOCALIPSE

Todo o contexto das 7 pragas nos remete para o fim do tempo da graça e tem como centro o sexto flagelo: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” (Ap. 16:15). Esta passagem aplica-se particularmente à forma surpreendente como virá o juízo investigativo e o fim do tempo da graça. A esse momento especial se refere também a profecia de Daniel, quando diz:
“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.” (Dan. 12:1).
Quando esse momento chegar, a sorte de cada pessoa ficará definitivamente fixada, sem possibilidade de mudança alguma, pois é proclamado o seguinte decreto:
“Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.” (Apoc. 22:11,12).
Jesus, nosso Sumo Pontífice, que hoje ainda intercede por nós no santuário celestial, finalizará a Sua obra mediadora e sacerdotal. Acrescenta E.G.White: “Então vi Jesus, que tinha estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário. Levantou as mãos e com grande voz disse: “´Está feito´” (Primeiros Escritos, p. 279).
1. Como é apresentada a quinta praga?
Rª: “O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam de dor as suas línguas.” Apocalipse 16:10.
Nota: A quinta praga atinge directamente o centro do problema. É o trono da besta que é o alvo (Apoc. 16:10). A praga que emerge deste texto faz lembrar a quinta trombeta. As trevas invadem a cena. Sob a quinta trombeta, as trevas resultam do profundo abismo, o tehom, "abismo", a ausência de fundamento para a negação de Deus; o argumento do humanismo leigo da Revolução francesa (Apoc. 9:1,2). As trevas ocupavam um terço do espaço (Apoc. 8:12); no caso da quinta praga ela cobre todo o reino (Apoc. 16.10). Na época, esta negação da existência de Deus era um poder estranho e anti-religioso. Agora, o contexto da praga é parte integrante da religião. Para retomar o cenário esboçado em Daniel, o Sul está aliado ao Norte (Dan. 11:43). Babilónia assegura a sua soberania da negação de Deus (o Norte  representa Babilónia, a crença, o Sul caracteriza o Egipto, a incredulidade).
E, aqui também, o julgamento deriva directamente da iniquidade. É por ter adorado a besta sobre o trono das trevas e da negação que em consequencia se gerou e generalizou a ridicularização da Fé Cristã. A Igreja Romana, introduzindo tradições pagãs e populares, a Inquisição; deu testemunho das as trevas e levou os homens a abraçarem uma religão descredibilizada: morta. O flagelo lembra igualmente a nona praga do Egipto, a penúltima, a que precede a intervenção final de Deus contra os primogénitos dos egípcios.
No livro Sabedoria, um apócrifo do 1º século a.C., a praga das trevas sai da morada dos mortos e é apresentada como o castigo por excelência que resume e conclui todas as outras (Sabedoria 17).
Da mesma maneira, a quinta praga contém todos os males de todas as pragas precedentes. Sofre-se agora também das úlceras da primeira praga, bem como as dores que correspondem às outras pragas.
“As pragas que sobrevieram ao Egipto quando Deus estava prestes a libertar Israel, eram de carácter semelhante aos juízos mais terríveis e extensos que devem cair sobre o mundo precisamente antes da libertação final do povo de Deus. Diz o autor do Apocalipse, descrevendo esses tremendos flagelos: ´Faz-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.´” (Conflito dos Séculos, p. 679).
2. Em que tempo são derramadas as pragas?
Rª: “Era impossível as pragas serem derramadas enquanto Jesus oficiava no santuário; mas, terminado ali a Sua obra, e encerrando-se a Sua intercessão, não havia nada para deter a ira de Deus, e ela irrompeu com fúria sobre a cabeça desabrigada do pecador culpado, que desdenhou a salvação e odiou a correcção.” (Primeiros Escritos, 289).
3. Onde cai esta praga?
Rª: Esta praga fere a própria sede da grande apostasia dos últimos dias, o papado. Assemelhar-se-á sem dúvida à praga idêntica no Egipto., que era uma escuridão que podia “ser sentida” (Êxodo 10:21-23). Por essa praga o despotismo iníquo, arrogante e apóstata que se diz possuir toda a verdade, e a luz do mundo, é amortalhado nas trevas da meia-noite.
4. O que precederá o derramamento das pragas?
Rª: E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” (2ª Cor. 11:14,15; cf. 2ª Tes. 2:8-12).
Nota: “Como acto culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. A igreja tem, há muito tempo, professado considerar o advento do Salvador como a realização das suas esperanças. Assim, o grande enganador fará parecer que Cristo veio. Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dada por João no Apocalipse (1:13-15). Conflito dos Séculos, p. 675.
5. Que será promulgado nas vésperas deste tempo?
Rª: “Os poderes da Terra, unindo-se para combater os mandamentos de Deus, decretarão que todos, ´pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos´(Apoc. 13:16), se conformem com os costumes da igreja, pela observância do falso Sábado. Todos os que se recusarem a conformar-se serão castigados pelas leis civis, e declarar-se-á finalmente serem merecedores de morte.” (CS, 655).
6. Como olhará o Senhor para o Seu povo neste período de provação?
Rª: “Esqueceu-Se o Senhor do Seu fiel Noé quando caíram os juízos sobre o mundo antediluviano? Esqueceu-Se Ele de Lot, quando desceu fogo do céu para consumir as cidades da planície? Esqueceu-Se de José, rodeado de idólatras, no Egipto? Esqueceu-Se de Elias, quando o juramento de Jezabel o ameaçou com a sorte dos profetas de Baal? Esqueceu-Se de Jeremias no escuro e horrendo fosso da sua prisão? Esqueceu-Se dos três heróis na fornalha ardente? Ou de Daniel na cova dos leões?” (CS, 677, 678).
Conclusão: Deus prometeu a Sua especial protecção através de toda a tormenta, e embora antes que termine o tempo da graça possa haver mártires, uma vez iniciado o tempo de angustia nenhum dos filhos de Deus perderá a vida, sendo milagrosamente guardados e cuidados pelo Senhor e pelos Seus anjos: “Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei da hora da tentação que há-de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam a Terra.” (Apoc. 3:10).
Ainda que sejam tremendas as provas e aflições que aguardam o povo de Deus. A esperança é mais forte que a aflição e o nosso anseio exprime-se: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus seja com todos.” Apocalipse 22:21,22.
Decida ser um/a vencedor/a com Cristo.
José Carlos Costa, pastor

10 de outubro de 2010

A SEXTA PRAGA DO APOCALIPSE

“Então Jesus sairá de entre o Pai e os homens, e Deus não mais silenciará, mas derramará a Sua ira sobre aqueles que rejeitaram a Sua verdade. Vi que a ira das nações, a ira de Deus, e o tempo de julgar os mortos eram acontecimentos separados e distintos, seguindo-se um ao outro; outrossim, que Miguel não Se levantara e que o tempo de angústia, tal como nunca houve, ainda não começara. As nações estão-se irando agora, mas, quando nosso Sumo-Sacerdote concluir a Sua obra no santuário, Ele Se levantará, envergará as vestes de vingança, e então as sete últimas pragas serão derramadas.” Vida e Ensinos, p. 100 (E.G.White)
Estes textos deixa bem claro que as 7 pragas só terão inicio depois de terminar o tempo da graça.
1. Que acontece sob a sexta praga?
Rª: “O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do oriente.” Apoc. 16:12.
Nota: A sexta taça, afecta o rio Eufrates (cf. 13:14). Desta vez, a evocação é mais específica. As águas do rio de Babilónia secam-se para “preparar o caminho dos reis que do oriente” (16:12).
No contexto bíblico, a seca do Eufrates está associada ao próprio acontecimento da tomada de Babilónia por Ciro em 539 a.C., (ver Is. 44:27,28; cf. Jer. 50:38).
Esta associação de ideias explica-se pela estratégia da batalha que nos é relatado por Heródoto (484-425 a.C.). “Ciro colocou o grosso das suas tropas do lado em que o rio entrava na cidade (...); ele colocou outros homens ao lado, do outro lado da cidade, no momento em que as águas corriam por canais feitos pelos soldados e o leito estava seco, ele e os seus soldados bem como os que tinham ficado do outro lado, entraram em Babilónia.” (Hérodoto, I, 190, 191.)
A referência aos “reis que vêm do Oriente” (Ap. 16:12) é uma alusão a Ciro cuja intervenção ficou gravada na memória de Israel e ficou registado que a salvação de Deus vem do Oriente: “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.” (Is. 45:13).
“Quem suscitou do Oriente aquele cujos passos a vitória acompanha? Quem faz que as nações se lhe submetam e que ele domine sobre reis? Ele os entrega à sua espada como o pó, e ao seu arco como pragana arrebatada pelo vento.” (Is. 41:2; cf. 41:25).
Deve dizer-se que a queda de Babilónia é de grande importância na história de Israel. O livro de Daniel dá-lhe todo o relevo e é mesmo o eixo sobre o qual gira e se articula toda a estrutura (Dan. 1:21; 6:28; 10:1). Não se deve esquecer que o livro de Daniel tem o mesmo plano de fundo: a salvação. Veja-se ainda, a referencia que é feita a Ciro (2ª Crónicas 36:22,23), este livro é de grande relevância no Canon Bíblico. Ciro o rei suscitado do Oriente, que abre as portas do exílio e que está na base do retorno do povo Judeu à sua terra, o povo Judeu pode voltar à sua terra para construir uma nova Jerusalém e reaver a sua identidade perdida.
Sem querer alongar-me mais neste contexto convido a ler os seguintes textos: Is. 44:24-28; cf. 45:18; 43:15.
2. Que congrega as nações para a batalha do Armagedom?
Rª:
“13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
14 Pois são espíritos de demónios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.
15 (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.)
16 E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.” Apoc. 16.
Nota: É sobre esta recordação de Ciro que seca o rio Eufrates e permitirá o retorno do exílio na perspectiva da reconstrução de Jerusalém que, o profeta do Apocalipse se apoia para anunciar os eventos da sexta taça. Aqui, também, a queda da Babilónia mística e da batalha que ela provoca preparam a libertação final e a “criação” de Deus da nova Jerusalém. Esta passagem bíblica revela ser o espírito de Satanás que incita os homens para a guerra, e explica porque as grandes nações do mundo fazem tais preparativos para a luta. O dragão representa o paganismo; a besta, o papado; e o falso profeta, o protestantismo apostatado – as três grandes apostasias religiosas desde os tempos do Dilúvio.
Todas estas forças se resumem a dois lados opostos. De um lado, o campo “dos reis do Oriente” que representam as forças do Deus que salva, do Deus de Jerusalém. Do outro lado, o campo dos “reis de toda a terra” (Ap. 16:14) representam as forças do mal, as forças de Babilónia. Neste campo, todos os poderes inimigos de Deus são mobilizados, com especial relevo; os poderes demoníacos que o profeta vê sob a forma de rãs. A sexta praga evoca deste modo a segunda praga de Êxodo 7:26 a 8:8-11. A rã é adorada no Egipto como deusa da fertilidade (Hiqit), invade repentinamente os lugares mais íntimos , entram nos quartos e apoderam-se dos leitos (Ex. 7:28). Neste caso, o julgamento de Deus realça a decepção da adoração idolátrica. O deus que é suposto  promover a fertilidade, ao contrário, é aquele que a obstaculiza.
3. Neste tempo, que evento estará iminente?
Rª: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” Apoc. 16:15.
Nota: O Apocalipse confirma a queda de Babilónia, esta é acompanhada de um luto extraordinário. A palavra-chave, “luto” é utilizada frequentemente (Ap. 18:7,8,11,15,19). Os rituais tradicionais da morte são observados: lança-se poeira sobre a cabeça, chora-se, lamenta-se (Apoc. 18:9,10,15,19).
O texto de Apocalipse 15:15, acrescenta uma nota de grande esperança “Eis que venho como ladrão”. Quer dizer, para os ímpios (1ª Tes. 5:2,4; 2ª Ped. 3:10; cf. Mat. 24:43; Luc. 21:35). Mas para os que guardam a esperança firme o texto acrescenta “Bem-aventurados”, felizes. Os santos devem estar alerta, vigiar para que mantenham neste tempo o tesouro da esperança firme no coração.
Ao serem sacudidos, alguns tinham sido jogados fora do caminho. Os descuidosos e indiferentes, que não se uniam com os que prezavam suficientemente a vitória e a salvação, para por elas lutar e angustiar-se com perseverança, não as alcançaram e foram deixados atrás, em trevas, e seu lugar foi imediatamente preenchido pelos que aceitavam a verdade e a ela se filiavam. Anjos maus se lhes agrupavam ainda ao redor, mas sobre eles não tinham poder.” Vida e Ensinos, p. 177 (E.G. White)
"As pragas que sobreviveram ao Egipto quando Deus estava prestes a libertar Israel, era de carácter semelhante ao juízos mais terríveis e extensos que devem cair sobre o mundo precisamente antes da libertação final do povo de Deus." Conflito dos Séculos, p. 675
José Carlos Costa, pastor

4 de outubro de 2010

A SÉTIMA PRAGA DO APOCALIPSE

A infinita misericórdia de Deus é revelada nas mensagens de advertência e admoestação que envia ao mundo. Embora, estas advertências tenham como foco principal o Seu povo. (CLICAR)Povo que recebe mensagem após mensagem em consequência da sua infidelidade e apostasia; esta apostasia tem arruinado de forma desmesurada a Igreja Cristã. Deus reconhece que em todas as organizações ainda há homens e mulheres sinceros que deploram a apostasia prevalecente. A esses que amam a verdade Deus chama-os para se afastarem do pecado e da associação com os indiferentes para que não sejam participantes do Juízo que cairá sobre os ímpios.

1. Qual é a mensagem para esse tempo?
Rª: Apocalipse 18:
“4 Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
5 Porque os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela.”

(ver textos paralelos: Gén. 19:12-17; Jer. 51:6).

Nota: Este texto é muito impressivo e muda de ênfase em relação aos textos anteriores “ouvi outra voz do céu”, esta voz torna-se presente, actual. Há um corte no texto; um antes e um agora. Além disso, dirige-se ao “povo meu”, estas palavras são em tudo semelhantes às do profeta Jeremias. Na altura, os israelitas encontravam-se exilados em Babilónia, e o objectivo era de apressá-los a fugir da cidade (Jer:51:45). As razões que aqui são dadas relacionavam-se com o futuro, para escapar da cólera de Deus e permitir-lhes o regresso ao seu país de origem (Jer. 50:9; cf. Is. 48:20); as palavras tinham também uma aplicação ao presente, para os proteger da influência nefasta e corrupta da idolatria (Jer. 51:47,52).

O grito do céu, apresentado nesta passagem de Apocalipse, ressoa sobre a praça de Babilónia e transmite a mesma preocupação e súplica da parte de Deus. Este grito, não tem nada haver com o de sair de um lugar e emigrar para outro. Depois da queda da Babilónia histórica, o apelo a sair de Babilónia não é necessáriamente acompanhado de uma emigração e de bilhetes de avião. Babilónia está em todo o lugar.

2. Porque razão não é preciso fugir?
Rª: Apocalipse 18:
“8 Por isso, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida no fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga.
9 E os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em delícias, sobre ela chorarão e prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio;
10 E, estando de longe por medo do tormento dela, dirão: Ai! Ai da grande cidade, Babilónia, a cidade forte! Pois numa só hora veio o teu julgamento.”

Nota: Esta Babilónia é uma instituição religiosa que marcou com o seu selo gerações e gerações de cristãos. Não é pelo facto de se sair da Igreja Católica que se saiu de Babilónia. Babilónia, está em todo o lugar, não tem limites, é uma questão de mentalidade, todo um conjunto de hábitos e de erros que se transmitiram e foram herdados nos meios religiosos os mais diversos.
Sair de Babilónia significa deixar de fazer da Igreja a porta de Deus, de substituir Deus por uma organização eclesiástica, e de tratar os assuntos da fé como se fossem “negócios” de carácter político.

3. Que fome virá a nesse tempo aos que rejeitarem as mensagens divinas de misericórdia?

Rª: Amos 8:
“11 Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.
12 Andarão errantes de mar a mar, e do norte até o oriente; correrão por toda parte, buscando a palavra do Senhor, e não a acharão..” (cf. luc.13:25; Prov. 1:24-26; Heb. 12: 15ss.)

4. Que anúncio é feito por ocasião do derramamento da sétima praga?

Rª: apocalipse 16:

“17 O sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e saiu uma grande voz do santuário, da parte do trono, dizendo: Está feito.”

Nota: Deus criou o homem para abençoá-lo. Gén. 1:28. Quando as Suas bênçãos são vilipendiadas, Ele as retira, para ensinar os homens o uso conveniente das bênçãos. Ageu 1:7-111. Juízos são enviados para que os homens aprendam a justiça. Is. 25:9; 1ª Reis 17:1. O facto de os homens não se arrependerem quando castigados, não é evidência de que Deus tenha deixado de ser misericordioso e perdoador. Demonstram que eles simplesmente determinaram o seu próprio destino, e que mesmo os mais severos juízos de Deus não levarão os ímpios e impenitentes ao arrependimento.

5. Justamente antes da segunda vinda de Cristo, que solene decreto será expedido, o qual indicará que os casos de todos já foram decididos?

Rª: Apocalipse 22:
“11 Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.
12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.”

Nota: Apocalipse 15:8 mostra que homem algum pode entrar no templo, no Céu, enquanto estão sendo derramas as pragas. Cessa toda a mediação em favor dos pecadores. Apoc. 16:11 Mostra que não há mais arrependimento depois de terminar o tempo da graça. O derramamento das pragas é o princípio do juízo de Deus contra os ímpios (ver Apoc. 18:7,8; 16:5,6). As pragas são derramadas sem mistura de misericórdia (ver Apoc. 14:10). São a expressão da justiça de Deus (Apoc. 16:5-7).

6. Que Salmos parecem haver sido escritos especialmente para conforto e animo do povo de Deus durante o tempo das sete últimas pragas?

Rª: Salmo 91 e 46.
O Grande Tempo de Angústia Começa Depois do fim do Tempo da Graça
"Quando Cristo cessar a Sua obra como mediador em prol do homem, então começará este tempo de angústia. Ter-se-á então decidido o caso de toda alma, e não haverá sangue expiatório para purificar do pecado. Ao deixar Jesus a Sua posição como intercessor do homem junto a Deus, faz-se o solene anúncio: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda." Apoc. 22:11. Então o Espírito repressor de Deus é retirado da Terra. " Patriarcas e Profetas, pág. 201.

Retomando a ideia de “sai dela povo meu”, sair de Babilónia é uma vida de conversão. Sair de Babilónia impõem-se como a única saída possível para descobrir o país da promessa. É o apelo à esperança que é aqui lançado pelas ruas de Babilónia, um apelo que nos deve tocar a todos.

Este juízo de Deus não está motivado pela revolta nem consolo próprio. Esta história termina tragicamente e sem esperança para os que não ouviram o Evangelho Eterno. É o começo do fim do pecado, é o começo de uma nova era que já desponta no Horizonte de Deus. não quer fazer parte daqueles que saem? Dito por outras palavras; daqueles que entram pela porta estreita?
"Era impossível as pragas serem  derramadas enquanto Jesus oficiava no santuário; mas, terminando ali a Sua obra, e encerrando-se a Sua intercessão, não havia nada para deter a ira de Deus, e ela irrompeu com fúria sobra a cabeça desabrigada do pecador culpado, que desdenhou a salvação e odiou a correcção." Primeiros Escritos, p. 280 (E.G.White)
José Carlos Costa, pastor