12 de abril de 2010

UM SONHO SOBRE REINOS

“Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.” (Daniel 2:31)
Desde as primeiras palavras somos advertidos que o sonho do rei é de natureza profética. O verbo hzh traduzido por “olhar” é o termo técnico na Bíblia para visão sobrenatural do ou dos profetas (Isaías 1:1; 2:1;13:1; Amos 1:1; Miquéias 1:1; Habacuque 1:1; Ezequiel 13:6; Daniel 8:13,15,26, etc.). No nosso texto, este verbo marca duas etapas do sonho. A primeira “tu olhavas” ou “olhaste” (v.31) introduz uma estátua colossal feita de quatro materiais apresentada em ordem decrescente; desde a cabeça de ouro puro até aos pés em ferro misturado com argila. A segunda “tu olhavas” (“Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.” v. 34) ou “estavas vendo”, introduz a destruição da estátua provocada por uma pedra cortada de uma montanha, esta cai sobre a estátua, transforma-se numa grande montanha que enche a terra.
O sonho do rei Nabucodonosor é muito mais abrangente que o reino de Babilónia; ele estende-se daquele reino, abraça o futuro e atinge o final. É pois possível para nós, seguir este “olhar” em paralelo com a história e verificar se o profeta “viu” com exactidão. A explicação do sonho desenvolver-se-á passo a passo ao ritmo ou paralelo com a história da humanidade.
Para sermos claros, a linguagem da visão é em si suficientemente explicita para o rei, e é muito possível que os astrólogos do rei o tivessem ajudado a decifrar. No mundo do Médio Oriente (Oriente Médio) antigo a imagem de uma estátua de homem é frequentemente utilizada para representar o destino do mundo. E esta metáfora era particularmente familiar aos astrólogos do egípcio, estas sociedades estavam todas infectadas com os mesmos conceitos e tradições.
Mais ainda, o número quatro era particularmente significativo, porque simbolizava a dimensão da terra (Daniel 7:2;11:4; Ezequiel 37:9 e Apocalipse 7:1; 2:8). A este nível, era facilmente compreensível o sonho e adivinhar que duas ordens de coisas estão aqui em jogo. A de natureza terrestre relacionadas com os metais que vai do verso 31 a 33 ver: “31 Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
32 A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze;
33 as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro.” Daniel 2:31-33.
A segunda ordem é explicitada nos versos 34 a 35, ver: “34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.”
O único mistério que permanece relaciona-se com o significado de cada um dos metais, e especialmente a pedra. Esta apresenta uma importância que o espaço que lhe é reservado ultrapassa o que cobre os metais.
Vamos ficar por aqui, reconheçamo-lo, este assunto é demasiado sério para ser tratado de forma leve. É melhor compreender um pouco, que entender mal tudo.
Um abraço e até ao próximo estudo se Deus achar por bem. Amem.

Sem comentários: