16 de fevereiro de 2011

A QUINTA IGREJA DO APOCALIPSE

1 E AO anjo da igreja que está em Sardo, escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
2 Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 Mas também tens, em Sardo, algumas pessoas que não contaminaram os seus vestidos, e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso.
5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Apocalipse 3:1-6.
Comentário: Sardes considerava-se inexpugnável. Tal como Pérgamo, ela estava situada na crista de uma elevada montanha. A maior parte da cidade situava-se a uns trezentos metros acima do vale, no topo de penhascos praticamente verticais. Em tempos antigos, o rei Creso da Lídia – famoso pela reconhecida riqueza – escolheu Sardes como capital do seu reino, imaginava que aí o seu tesouro estaria em lugar seguro. As primeiras moedas foram cunhadas em Sardes.
Nenhum exército conseguia transpor os precipícios que protegiam a cidade; mas Ciro, o Grande, entrou na cidade e levou os tesouros, em 547 a.C. Antíoco, o Grande, em 218 a.C., conquistou novamente a cidade. Em ambas as ocasiões, um voluntário escalou as lisas escarpas, semelhantes a paredes, e abriu os portões pelo lado de dentro, enquanto a população, sentindo-se perfeitamente segura, dormia a sono solto.
• Depois desta apresentação da cidade onde se situava a igreja de Sardes e que como é evidente tinha influência na comunidade de crentes é velho o ditado “o mundo entrou na igreja”. Faremos o estudo histórico e profético.
1. Que afirma o texto (v.1): “eu sei que tens nome de que vives”. Que quer isto dizer?
Nota explicativa: “nome” ou “reputação”. Esta igreja caracterizava-se pela hipocrisia. Não era o que pretendia ser. As igrejas da Reforma afirmavam que tinham descoberto o significado do viver pela fé em Jesus Cristo, mas infelizmente, caíram num estado muito parecido com o da igreja de Sardes. Lemos em 2ªTimóteo 3:5 “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” O nome – protestante – implicava oposição aos abusos, aos erros e ao formalismo da Igreja Católica Romana, e o nome Reforma dava a entender que nenhuma destas faltas era encontrada dentro do redil protestante. É assim? Não! O texto bíblico (v.1) acrescenta “estás morto”. É pungente o comentário da parte de Deus e ainda por cima logo no começo da carta à Igreja de Sardes, trata-se de uma repreensão. O pecado da hipocrisia mereceu as repreensões mais penetrantes de Jesus contra os dirigentes religiosos dos Seus dias (Mat. 23:13-33). Cristo glorificado envia agora à hipócrita igreja a mais directa repreensão. Em vez de estar viva em Cristo (cf. Ef. 2:5; Col. 2:13; Gál. 2:20), como o pretendia esta igreja, na verdade estava “morta” (cf. 2ª Tim. 3:5). Esta mensagem aplicada a Sardes, pode considerar-se como dirigida ao período da igreja que existiu da Reforma, 1517 até 1755.
Muro da Reforma e os
numerosos reformadores.
Décadas depois do começo da Reforma, as novas igrejas passaram por um período de violência e controvérsia doutrinal. Por fim zangaram-se e assumiram diferentes credos que tendiam ao desalento da busca de novas verdades. Tudo o que se passou foi muito semelhante à Igreja Católica Romana, nos primeiros séculos da sua história, estereotipou a teologia. Protegidas pelo poder e o prestígio do estado e resguardadas ao abrigo de rígidos credos e confissões, a igrejas nacionais do mundo protestante em geral contentaram-se com uma forma de piedade destituída de poder.
2. Ainda assim qual é o conselho de Deus?
Rª: “Sê vigilante”, a respeito da vigilância qual deve ser atitude do cristão? (ver Mat. 24:42; cf. Mat. 25:13). No protestantismo em decadência ainda havia certas características dignas de serem conservadas, para tanto exigia esforço. Nem tudo se tinha perdido. A vida espiritual do protestantismo estava moribunda, mas o sistema não estava morto. A “sobrevivência” pode considerar-se como a nota predominante do período da história da igreja corresponde a Sardes. É acrescentado no texto bíblico “não achei as tuas obras perfeitas”. O ardor do protestantismo durante os primeiros anos prometia um avanço para a perfeição na compreensão da verdade revelada e na sua aplicação à vida; mas com o decorrer dos anos, o zelo e a piedade decaíram, e a igreja subtraiu-se ao esforço de conseguir a meta que se tinha proposto.
3. Qual é o apelo dirigido à igreja de Sardes?
Rª: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido”, a flexão do verbo grego não só indica que a igreja de Sardes tinha recebido a verdade, mas especifica que ainda a tinha; não se tinha perdido completamente. Este facto de haver uma admoestação “guarda-o” (v.3), em grego, “continua guardando”. Alguns cristãos de Sardes não tinham apostatado; isto aparece no verso 4.
De realce: “virei sobre ti como um ladrão” (v.3), “ladrão” (cf. Mat. 24:43), onde é feita referência à segunda vinda de Cristo. Esta admoestação pode incluir não só a segunda vinda mas também uma visita divina mais imediata (cf. Ap. 2:5). Qualquer vinda seria inesperada para os que deixam de viver o arrependimento e a vigilância.
4. Quem encontramos dentro da igreja apostatada?
Rª: “Mas também tens, em Sardo, algumas pessoas que não contaminaram os seus vestidos,” v. 4, “não contaminaram os seus vestidos”. Uma figura de linguagem para indicar a contaminação moral na qual tinham caído a maior parte da igreja de Sardes (ver Mat. 22:11; cf. Ap. 16:15; Is. 63:6).
5. Qual é o grande galardão prometido aos fiéis de Sardes bem como por extensão a todos os fiéis ao longo dos séculos?
Rª: “…de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos.”
Nota conclusiva: “de maneira nenhuma” ou “não riscarei”, (Heb. 3:19). A promessa é assegurada ao pecador arrependido que os seus pecado foram perdoados. Por outro lado anuncia ao impenitente que o seu nome será eliminado do livro da vida. Deixará de existir a sua identidade como pessoa; não terá lugar entre os seres criados. Acrescente-se o testemunho de Jesus: “confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos.” (v.5) quer dizer, Jesus reconhecerá como seguidor leal e consagrado. Cristo é o Advogado e o Intercessor, o Grande Sumo Sacerdote do todos os que invocam o a Sua justiça (ver 1ª João 2:1-2; cf. Mat. 10:32,33; Heb. 8:1-6).
“O plano da salvação tinha ainda um propósito mais amplo e profundo que o de salvar o homem. Cristo… veio para vindicar o carácter de Deus diante todo o Universo.” Patriarcas e Profetas, 55.
Quando Cristo como Intercessor e Sumo Sacerdote apresenta o Seu povo redimido diante do trono de Deus, oferece desta maneira às hostes angelicais o testemunho convincente que os caminhos de Deus são incontestavelmente justos e verdadeiros.
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