4 de setembro de 2011

DANIEL 12 - O TEMPO DO FIM


Antes de mais, temos que compreender a relação que existe entre Daniel 11.45 de Daniel 12.1. Assim, - Daniel 11.45 – faz referência a duas etapas, a saber: 1ª- quando o rei do Norte arma as tendas do seu palácio entre o mar Mediterrâneo e o monte santo e glorioso, ou seja, a mesma coisa que: a) O vale de Meguido; b) O vale de Hamom-Gogue; c) O vale de Jeosafá; O vale de Jizreel. Todos estes lugares são importantes, mas no cumprimento da profecia, o importante é o significado dos nomes, visto que os acontecimentos finais serão de amplitude mundial. Na verdade, tal como refere o texto do livro do Apocalipse: - “E os congregaram no lugar que, em hebreu, se chama Armagedom” – Apocalipse 16.16. A ênfase é o significado do nome em hebreu e não o lugar em si mesmo: HAR (monte) - MAGEDON (Meguido).

Não existe, geograficamente falando, este monte, visto que – Meguido – ao contrário do que é afirmado, é um vale! Mas, como os filhos de Deus estão no monte de Sião – que representa o governo de Deus – de igual modo, o Seu opositor – Babilónia – deverá ser representado por um monte – Monte de Meguido. Assim sendo, temos por analogia: Monte de Sião = Monte de Salvação e Monte de Meguido = Monte do corte, abate. 2ª- quando este poder – o rei do Norte - chega ao seu fim sem ter ninguém para o ajudar.

Na progressão do texto, apercebemo-nos que Daniel 12.1 também tem duas etapas: 1ª- “E naquele tempo se levantará Miguel (…)”. E, em que tempo acontecerá isto? Esta frase corresponde à primeira ou à segunda fase do versículo anterior – Daniel 11.45? Quando Miguel se levanta Babilónia ainda não caiu. A seguir ao levantamento de Miguel vem o período conhecido como – Tempo de Angústia. E o que o caracterizará? Este tempo será motivado pelo comportamento do rei do Norte, visto que este irá estender o seu palácio até Jerusalém com o intento de a destruir, espiritualmente falando. Assim sendo, o – levantamento de Miguel – corresponde ao tempo em que o rei do Norte estender as tendas do seu palácio, pronto a atacar Jerusalém. 2ª- “mas, naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro” – Daniel 12.1bcorresponde à segunda fase do versículo anterior, ou seja, que o povo de Deus será libertado, quando para o rei do Norte - “virá o seu fim (…)” – Daniel 11.45b. Isto quer dizer que a libertação do povo de Deus coincide com o final do reinado desta personagem sinistra – o rei do Norte.

Como vimos – Daniel 11.45 – mostra-nos dois períodos da existência do rei do Norte. E Daniel 12.1, de igual modo, mostra-nos as mesmas duas fases, ou seja quando o rei do Norte se preparar para montar as suas tendas, Miguel levanta-se para dizer que o reinado deste terminou; que Ele reinaria a seguir. De seguida, vem - o Tempo de Angústia – e, à medida que este se vai concluindo, nas últimas pragas (a 6ª e a 7ª), vai-se aproximando, para o rei do Norte o seu fim, sem que ninguém o possa ajudar, pois: 1- os “reis da terra” o abandonarão (Babilónia/a prostituta (Apocalipse 17.16); 2- os comerciantes a abandonarão (Apocalipse 18.11); 3- as águas levantam-se contra ela (Apocalipse 16.12). E quando tudo isto acontecer, o povo de Deus é, finalmente, libertado deste poder opressivo.

- V.1a- “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve; (…)”

Aqui é referido que “se levantará Miguel”. A palavra “levantar” corresponde à palavra hebraica “Amad”. Esta palavra encontramo-la, anteriormente, neste mesmo livro, e esta comporta a conotação de um rei que anula um outro, para que, por sua vez, possa reinar. Numa palavra - um rei que substitui o anterior – cf. Daniel 8.22,23,25; 11.2,3,14,20,21. E onde podemos ver a aplicação desta palavra de uma forma enfática, é no texto de Daniel 11.2: - “(…): Eis que se levantarão três reis na Pérsia (…)”. O significado da palavra aqui empregue – “levantarão” – é o de “governarão três reis”. Portanto – levantar-se – é o mesmo que dizer: começar a reinar. Quando se fechar a - Porta da Graça - na verdade, como estará este pobre mundo governado por Satanás? Segundo a Palavra de Deus, este estará um verdadeiro caos de perseguição ao povo remanescente de Deus. Mas, quando Miguel se levantar, este gesto significa que Satanás será destituído do seu trono, do seu governo sobre este pobre e sinistro mundo que vai de mal a pior, onde se engana e se é enganado. Miguel assumirá todo o controlo, no cumprimento da Sua promessa – João 14.1-3 – para restaurar todas as coisas. Pois todos compreenderão e aceitarão que foi um tremendo erro pensar que Satanás implementaria uma forma melhor de governo do que a de Deus. No Tempo de Angústia ver-se-á, claramente, que tipo de governo que teria sido se Satanás continuasse a governar. Poder-se-á imaginar todo o Universo governado por semelhante criatura?! É por esta razão que Deus permite que o mal continue para que possamos ver os seus resultados. Para que não caiamos, de novo, na tentação de um outro alguém que diga: - se fosse eu governaria melhor do que Deus. As minhas leis seriam mais justas, haveria mais liberdade. Assim, o Universo ficará, para sempre, vacinado.

Ouve-se falar de uma hipotética – Nova Ordem Mundial. Como veremos mais a baixo, que mais não é do que uma desilusão assente em falsas premissas meramente humanas, falíveis e efémeras. Esta tentativa, não é mais do que uma derradeira tentativa para ressuscitar a – Velha Desordem Mundial. Este anseio, tão antigo, foi originado no episódio bíblico conhecido por – Torre de Babel – Génesis 11.1-9. Poder-se-á imaginar todo o Universo governado por semelhante criatura?! É por esta razão que Deus ainda permite que o Mal continue para que a humanidade, todo o Universo, o possa ver em toda a sua plenitude, assim como o cortejo de miséria e dor a ele associado – a morte. Tal como a Palavra de Deus claramente o indica, a determinado momento, ainda no futuro não muito longínquo, cumprir-se-á muita coisa, entre as quais – a morte definitiva da morte: - (v.54)- “(…), então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. (55)- Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte a tua vitória?” – I Coríntios 15. Na verdade, a vitória está alcançada na cruz do Calvário – “(…) para que, pela morte (de Cristo) aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” – Hebreus 4.14. Nesta fase da história deste planeta, todos reconhecerão a equidade do governo de Deus – o Criador.

A seguir, encontramos a palavra - “príncipe”. Este levantar-se-á “pelos filhos do teu povo”, ou melhor, levantar-se-á “em favor de”. Quer dizer que, antes, todos estavam contra o Seu povo. Agora, Deus levanta-se em favor de todos os Seus para fazer justiça. A seguir encontramos a expressão “filhos do teu povo”. A quem está Deus a falar? Claro, a Daniel. Deus lhe estava a assegurar que protegeria os filhos do povo de Daniel, ou seja, o Israel carnal e não o espiritual, pois em Daniel 9.24 fala de Israel literal. Mas agora temos um grande problema: - é que nós não somos israelitas! Mas, afinal, quem é Israel? Mas, é preciso que saibamos, neste contexto profético, quem é, verdadeiramente o Israel de Deus. Será o povo carnal e circunscrito à Palestina? Continuamos a pensar que não. Mas, este povo, o verdadeiro povo de Deus – o Israel espiritual – é aquele que é constituído por toda a Igreja de Deus ao redor do mundo. Se dúvidas existirem, vejamos o que escreve S. Paulo: 1º- na carta aos Romanos: - (v.28)- Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que ó é exteriormente, na carne. (29)- Mas, é judeu o que o é no interior; e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” – Romanos 2; 2º- e ainda: - (v.6)- “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; (7)- Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas, em Isaque será chamada será chamada a tua descendência. (8)- Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendentes” – Romanos 9. 3º- na carta aos Gálatas: - (v.27)- “Porque, todos quantos fostes baptizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. (28)- Nisto não há judeu, nem grego, não há servo, nem livre; não há macho, nem fêmea porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (29)- E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” – Gálatas 3. Na verdade, S. Paulo não podia ser mais claro. Por outro lado, como é que Israel carnal poderia obter as promessas centralizadas em Cristo se, não acredita n’Ele nem O aceita!? Seria um verdadeiro absurdo, convenhamos. Assim, como estes acontecimentos aqui descritos no livro do profeta Daniel apontam para o final da história desta terra, tudo isto está relacionado, obviamente, com o Israel espiritual – a Igreja de Cristo – e nunca com o carnal. Por outro lado, ser o povo de Deus é uma conquista, uma mudança de vida, uma aceitação de Cristo e nunca devido a um nascimento meramente geográfico – nascido em Israel – tal como o disse, magistralmente, S. Paulo!