26 de setembro de 2011

A SEGUNDA IGREJA DO APOCALIPSE - ESMIRNA

FICHA TÉCNICA.
Carta: Igreja Esmirna
Texto Bíblico: Ap. 2: 8-11
Período: 100 - 313 AD
Significado: Cheiro Suave/Elevação.
Identificação: PERSEGUIÇÃO.
RETROSPECTIVA.
1. No estudo anterior vimos a mensagem que o Senhor dirigiu à igreja que estava em Éfeso (Ap. 2: 1-7) Uma igreja perseguida, mas firme. A primeira Igreja foi marcada pela sua PUREZA. A Igreja do tempo dos apóstolos.
2. O passo seguinte é estudarmos os componentes da segunda carta identificada como uma Igreja igualmente perseguida. Destafeita, pelos imperadores romanos que se sucederam em maior ou menor grau de atrocidades com a ajuda dos falsos judeus (xiitas) – dai ela ser chamada da Igreja do CHEIRO SUAVE.
LOCALIZAÇÃO.
3. Esmirna ficava ao norte de Éfeso nas proximidades do Mar Egeu. Era um magnífico porto e como toda zona litorânea, era um dos maiores centros de prostituição. Ficava na costa Ocidental da Ásia Menor. Era a mais bela de todas as cidades daquela região. Foi denominada como sendo ORNAMENTO DA ÁSIA. Também era conhecida como sendo a CIDADE DA VIDA. Famosa por sua beleza; tinha aproximadamente 850 mil habitantes. Foi saqueada muitas vezes. É o período do heroísmo cristão. Foi esmagada pela espada dos Césares como veremos no comentário abaixo. Todavia, apesar da liderança haver colocado o firme alicerce da Fé Cristã, mesmo assim a grande apostasia assolou a Igreja.
SIGNIFICADO
4. Enquanto que Éfeso e o período do 1º Selo, Esmirna foi selada com o Segundo Selo (Ap. 6). Todas as cartas foram seladas. O significado do seu selo é Cheiro Suave. Aroma adocicado. Esmirna é a mesma coisa que Mirra. Sua Região Geográfica frequentemente foi devastada por terremotos, mas sempre reconstruída. Em 1688 foi quase totalmente destruída por um terremoto que matou 5000 pessoas. Esta Igreja foi fundada possivelmente por Paulo. Contudo, a perseguição intensamente promovida pelos Judeus, pelos Romanos e pelos Turcos.

IMPERADORES.
5. TRAJANO – 98 a 117 – Era uma ofensa capital todo aquele que perseverasse no Cristianismo. Permitia o tumulto popular contra os cristãos.
ADRIANO – 117 a 138 – Nos jogos e espetáculos populares permitia-se a destruição dos cristãos, mas só aqueles que estivessem convictos.
ANTÔNIO, O PIO – 136 a 161 - Permitiu a revolta da população contra os cristãos com o emprego de todos os tipos de violências. Justino Mártir foi morto nessa época.
MARCO AURÉLIO – 161 a180 – Os filósofos acusam os cristãos de crimes horríveis, tais como banquetes com carnes de crianças mortas, incesto, etc. Foi um dos mais terríveis períodos da perseguição
religiosa.
CÔMODO - 180 a 192 – Era comum o suplício dos cristãos.
7º SEVERO - 193 a 211 – Os presidentes tinham liberdade para perseguir e matar os cristãos.
ALEXANDRE SEVERO - 222 a 235 – Constantes torturas.
MAXIMINO - 235 a 238 – Atrocidades. DÉCIO TRAJANO - 249 a 251 – Pior período da perseguição. Éditos terríveis.
GALO - 251 a 253 – Os cristãos foram acusados como responsáveis pela existência das calamidades e pestilências.
VALERIANO - 253 a 260 – Cristãos foram proibidos de realizar reuniões. Foi decretado a morte de muitos deles.
AURELIANO – 270 a 275. Foi o único dos imperadores romanos que não encontramos registro de atrocidades. Pelo menos não há registros históricos.
DIOCLECIANO - 284 a 305 - O Terrível.

CONTEÚDO DA CARTA.
Verso 8 – Identidade do Autor da Carta. O Senhor Se identifica como sendo o Primeiro e o Último. Ninguém, nem antes nem depois d'Ele. É exclusivo. Insubstituível. Singular.
Apesar de perseguida ferozmente, essa Igreja sem dúvida se mantinha firme com a presença do Filho de Deus no meio do fogo das aflições.
Verso 9 – Jesus claramente disse que conhecia a sua Tribulação, Pobreza (mas era rica). Caluniada pelos que se diziam judeus e não eram. Esta perseguição durou ate o Século IV. Era uma Igreja que possuía riquezas espirituais muito valiosas do que as perecíveis. E como se não bastasse teve que enfrentar os falsos judeus. O Senhor tem o conhecimento integral da realidade dessa igreja. Pobre, mas verdadeiramente rica. Entretanto, a Sinagoga de Satanás se instalara sub-repticiamente nela. O Partido organizado de Satanás entrou de forma velada. O Judaísmo fanático e traidor foi uma desgraça para a Igreja de Deus. Movimentou muitas perseguições às igrejas fundadas por Paulo, culminando com a morte de todos os apóstolos, menos um – João trancafiado e exilado na ilha de Patmos .
6. O falso judeu e suas pretensões blasfemas caracterizavam-se como falsos religiosos professos. O verdadeiro judeu (Rm. 2:28 e 29) fora bem definido neste enxerto das Escrituras. Todos aqueles que se dizem, via de regra, não são. Na verdade a conotação daqueles que se dizem servir a Deus, realmente servem a Satanás. Pertencem a Sinagoga de Satanás e sua composição (Mat. 3:6-7). Foram muitas as conspirações organizadas. Blasfêmia e calunias marcaram esse tempo. Cidades inteiras foram incendiadas com seus habitantes. A História registra nominalmente os três monstros do Império Romano, a saber e nesta ordem: Diocleciano, Galério e Maximiniano. Galério foi aquele que pronunciou com fealdade a frase mais discriminadora com relação à fé crista:
"Supertitione Christi Ubique deleta".
(Em todos os lugares foi apagado a superstição de Cristo).
7. Coitado. Enganados estavam aqueles monstros. Eram três monstros, mas uma só besta. Era o 4º animal feio e terrível que Daniel vira na visão do capítulo 7 do seu livro em franca atividade. Apesar disto tudo, a Igreja Cristã sobreviveu triunfante com Cristo, que saiu vencendo e para vencer através de seus filhos fiéis.
Verso 10 – Blasfêmia - Calúnia - a Deus e aos homens. Provações e sofrimentos foram a porção e a sorte da igreja profetizada para este período escatológico. . Tribulação de 10 dias. A Perseguição que aguardava a Igreja prefigurada para os 303 a 313, ocorreu quando o imperador Diocleciano, depois de compreender a excelência moral dos cristãos que se espelhavam em Cristo, fê-lo entender que o Cristianismo era uma força destruidora de tudo o que consistia o gênio pagão romano. Por isso resolveu também apagar o nome de Cristo da História. (Mt. 10:22; Lc 21: 16-17; At. 9:16 e Jo. 16:1).
8. Qual o objetivo de Deus na prova e na aflição?
"Ele não permite que aflição nenhuma sobrevenha à igreja, senão unicamente a que é necessária para a sua purificação, seu bem presente e eterno. Purificará Sua Igreja assim como purificou o templo no princípio e no fim do Seu Ministério na Terra. Tudo o que Ele trás sobre a Igreja em forma de provações e aflições, fá-lo para que o Seu povo adquira mais profunda piedade e mais força para levar a todas as partes do mundo as vitórias da Cruz" (Test. Seletos - III – 392).
"Baldados foram os esforços de Satanás para destruir pela violência a Cristo e a Sua Igreja. O grande conflito em que os discípulos de Jesus rendiam a vida, não cessava quando a estes fiéis porta-estandartes tombavam em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o número de seus aderentes aumentava. Penetrou em regiões que eram inacessíveis, mesmo às águias romanas." "Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar as vagas... Seu vívido exemplo e testemunho ao morrerem era constante atestado à verdade; e, quando menos se esperava, os súditos de Satanás estavam deixando o seu serviço, e alistando-se sob a bandeira de Cristo" (Conf. Séculos 41 / 42)
9. Foi o período em que a igreja foi mais odiada. Seus membros eram perseguidos. Policarpo foi queimado vivo no ano 156 AD - embora fosse sábado, os judeus carregaram feixes de lenha para queimar vivo a Policarpo. Nessa época de uma só vez foram queimados 1500 cristãos e de outra feita 800. Apesar de suas perseguições, porém o cristianismo está vivo.
10. Policarpo (69 -155) foi o bispo de Esmirna (Turquia) que foi morto no início do segundo século. Morreu como um dos mártires vítima da perseguição romana aos oitenta e seis anos. Convivera com o escritor de Patmos e com os demais apóstolos durante a Igreja Primitiva. Aprendeu direto dos apóstolos. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer os apóstolos que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo foi escolhido e consagrado para ser o ancião de Esmirna e para a Ásia Menor, tendo sido investido pelo próprio apóstolo João, o Evangelista.
11. Quando foi instado a renunciar a sua fé para salvaguardar seus bens, a resposta de Policarpo foi: "Servi ao meu Jesus por 50 anos e Ele não falhou para comigo um só dia. Como poderia traí-Lo agora"?
12. Este período da Igreja foi considerado pelos historiadores como sendo a Idade do Martírio. O Clímax sanguinolento com Diocleciano em 284-305. Pobreza abjeta. Período do confisco. Em 250 Décio decretou a supressão universal dos cristãos, por meio da tortura e morte.
13. Não temas... Tens de sofrer (Verso 10 e Tia. 1:2). Foram dois séculos em que os cristão estiveram constantemente submetidos ou sujeitos a probabilidade de súbita prisão e morte. Esse período foi marcado por uma verdadeira chacina. Tribulação de DEZ DIAS – 303-313; período em que Valeriano e Galério governaram e conduziram a maior e/ou a mais implacável campanha de aniquilamento e morte dos cristãos. Política de extermínio da Igreja.
14. No Concílio de Nicéia - em que os pastores (bispos) vieram com seus corpos mutilados, com olhos e braços arrancados, fora do seu encaixe, numa prova de que foram alvos da mais severa brutalidade e violência. Corpos horrivelmente mutilados. Foi no ano de 313 - que Constantino se "converteu" ao Cristianismo. Transição de Esmirna para Pérgamo. Da perseguição passou para a popularidade. No Édito de Milão Constantino legalizou a situação da Igreja. Direito iguais para todas as religiões. Isenção do clero do serviço civil e militar. Imunidade para não pagar impostos de suas propriedades e isenção de todos os demais impostos. Foi no ano 313 que Constantino proclamou a liberdade dos cristãos; e aí a Igreja que antes era Apostólica agora passou a ser:

Igreja Apostólica Romana.
15. Este foi o cenário da Igreja de Esmirna: Esta cidade sobrevive ainda hoje com o nome de Izmir. No Fim da Carta, Aquele que foi morto, mas vive fez a seguinte promessa ao vencedor. "Se fiel até a morte e Eu te darei a coroa da vida" Além dessa promessa o vencedor ainda conta com a certeza de que não passará pela segunda morte. A morte eterna. Aquela que será pelos séculos dos séculos. Aqueles que provarão essa morte serão como se nunca tivessem existido por toda a eternidade. Eternamente perdidos. Para sempre. A recompensa foi redigida de forma apropriada como a recompensa a todos aqueles que vivenciaram as dolorosas atrocidades vividas no período de Esmirna e é perfeitamente confiável. Contudo, nunca nos esqueçamos de que as promessas de Deus são sempre dirigidas ao vencedor. Ao que permanecer fiél até o fim. Assim termina a segunda igreja Esmirna.
Por Olavo Ferro

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