12 de fevereiro de 2012

ESTUDO DO CAPÍTULO 13 DO APOCALIPSE

Vejamos, para já, a maneira como este capítulo abre, ao indiciar uma ligação muito estreita com o capítulo anterior: - (v.1) - “E eu (João) pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres; e sobre os seus chifres dez diademas; e sobres as suas cabeças um nome de blasfémia. (2)- E a besta que vi era semelhante ao leopardo e os seus pés, como os de urso; e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, o seu trono e grande poderio” – Apocalipse 13 – . Já dissemos, em publicação anterior que, no original, a frase inicial do v. 1, não é - “E eu (João) pus-me sobre a areia do mar”, mas sim - “E ele (dragão) pôs-se sobre a areia do mar” a aguardar a vinda da besta que vem do mar.
Aqui estamos, desde já, perante um interessante pormenor já ventilado em publicação anterior, que é a coincidência dos animais aqui apresentados com aqueles que o profeta Daniel apresentou nas suas profecias. Vejamos como o vidente de Patmos descreve as diferentes partes que constituem este animal nosso conhecido. Comparativamente com a descrição anteriormente feita pelo profeta Daniel, aqui as diferentes partes que caracterizam este animal são apresentadas numa ordem inversa à de Daniel – cf. Daniel 7.4-6. A razão, como já conhecemos, é porque Daniel quando escreve, é contemporâneo do símbolo – o leão (Babilónia) –, descrevendo a seguir os símbolos dos reinos que ainda estavam no futuro, historicamente falando, em relação a Babilónia, isto é: - o urso (Medo/pérsia), o leopardo (Grécia) e o dragão (Roma). Por sua vez, João, neste momento é contemporâneo do símbolo do dragão (Império Romano – último símbolo). Aqui, João está a mencionar os símbolos, ao contrário de Daniel, neste caso, do presente (de João (o dragão) para o passado - (leão – 1º símbolo). Assim sendo, isto significa, repetimos que, no tempo de João – o leopardo, o urso e o leão – já pertencem ao passado.
Os aspectos interessantes destes primeiros versículos não se ficam por aqui. Nestes é dito também que “o dragão deu-lhe <à besta> o seu poder, o seu trono e grande poderio” - v. 2b. E o que é equivalente a esta besta? Sem sombra de dúvida – o chifre pequeno. Estamos aqui, portanto, perante uma mesma sequência quando comparamos os símbolos utilizados nas profecias destes dois profetas. Aqui é dito claramente que o dragão, que representa Roma imperial, dá à besta, ao poder que ela representa, o seu poder. No texto do profeta Daniel, de que cabeça ou poder, saiu o chifre pequeno? Claro, deste mesmo poder – do dragão – Daniel 7.8. E durante quanto tempo governou esta besta? Vejamos: - (v.5)- “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfémias e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. (6)- E abriu a sua boca em blasfémias contra Deus, para blasfemar do seu nome, do seu tabernáculo e dos que habitam no céu” – Apocalipse 13 – (sublinhado nosso). Perante estas palavras, apercebemo-nos que, não somente a mensagem é a mesma como também o período de tempo em que exerce o seu poder, vejamos: 1- profere blasfémias ou seja, ( - Daniel 7.8b,11,20); 2- agirá ao longo de , ou seja, = 3 1/2 tempos - Daniel 7.25. Aqui em Daniel, é verdade, não são referidos <42 meses>, mas a medida de tempo é precisamente a mesma! Esta medida de tempo, encontramo-la expressa de 3 maneiras diferentes: 1ª- 1260 dias/anos – Apocalipse 12.6; 2ª- 3 1/2 tempos - Apocalipse 12.14; Daniel 7.25; 3ª- 42 meses - Apocalipse 13.5. Aqui, uma vez mais, encontramos um paralelo com Daniel 7 e 8 – pois estamos, repetimos, perante o mesmo poder – o chifre pequeno. O texto continua: - “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos” – Apocalipse 13.10. Aqui está profetizada a queda deste poder – o papado – após o período dos 42 meses (1260 anos), que terminaram em 1798. Este poder que levou em cativeiro, que matou, também seria levado em cativeiro e ferido mortalmente – tal como a História o confirma.
A Revolução Francesa aniquilou os sacerdotes utilizando um instrumento particular de morte – a

guilhotina. Vejamos o v. 11: - “E vi subir da terra outra besta; e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro e falava como o dragão”. Que entidade ajudou a mulher no capítulo 12.16? Claro – a terra. Aqui, o teor deste v. 11 dá-nos a conhecer que da – terra – levanta-se um poder. E que poder é este? Que país representará devido às suas particularidades? Não esqueçamos, como já vimos, que este poder – a terra – levanta-se para ajudar a mulher (Igreja) durante a perseguição que terminou em 1798, isto é, o final dos 1260 anos. Esta – terra – este poder para corresponder à profecia terá que ser um poder que surja nas imediações desta data, a qual corresponde à queda do papado sob o poder do exército de Napoleão. E qual será a única nação, ao mundo, que tem poderio mundial e que emerge por volta desta data? Sem dúvida alguma que é a América do Norte. Terá suporte bíblico esta afirmação? Não esqueçamos que continuamos a utilizar o princípio de interpretação historicista.
Como era esta besta ao princípio? Esta tinha características de um cordeiro. E o que representa, biblicamente falando, um cordeiro? Claro – Cristo. Assim sendo, estamos não só na presença de um país jovem, como também cristão. No início, como o texto bíblico o refere, este poder ajuda a mulher – o povo de Deus – pois este país é manso como um cordeiro. Só que, a certa altura, algo de extraordinário acontece – este começa a falar como o dragão! Quando este se apercebe que – a terra - ajuda a mulher, então este enche-se de ira e após – 1798 – em algures no tempo longo voltará a fazer guerra contra o remanescente desta Igreja, tal como está profetizado em Apocalipse 12.17. Acerca deste contexto Daniel 7 e 8 nada dizem, assim como acerca da – ferida mortal deste poder que é curada – cf. Apocalipse 13.3. Mas, como veremos a baixo - Daniel 11 – aparece uma referência a este facto. Neste capítulo do Apocalipse – após a ajuda da América do Norte à mulher, ao seu remanescente, o dragão irar-se-á. Este poder irá fazer guerra contra este remanescente. E como é que esta se processará? Este capítulo mostra-nos que – esta terra – irá deixar de se comportar como um cordeiro e começar a falar como o dragão dizendo: - “aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia” v. 14b –. Portanto, a besta ressuscitou, pois não se iria fazer uma imagem de algo morto! E esta certeza é dada logo no início da descrição do surgimento desta 2ª besta que surge da terra, pois esta - “faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” – v. 12 – (sublinhado nosso). Portanto, encontramos neste capítulo 13, três referências que este poder seria ferido de morte e que “ressuscitaria” – v, 3,12,14.
É por esta razão que, segundo Daniel 7 e 8, o chifre pequeno durará até à 2ª vinda de Cristo, como o iremos confirmar em Daniel 11. A besta recebe a sua ferida mortal, como já dissemos, em 1798. Esta ferida feita ao chifre pequeno – ao poder que ele representa na profecia - pelos exércitos de Napoleão; esta será, a seu tempo, curada graças ao poder da 2ª besta que se levantará, precisamente, nesta - terra – que ajudou a mulher; a qual, na sua 1ª fase comporta-se como um cordeiro, como vimos; mas, numa 2ª fase, fará coro com o dragão – pois falará como ele! Como podemos constatar, cada capítulo nos catapulta, para mais longe, na informação.
Onde está o monte, a montanha de Daniel 2.35? Será que a encontramos neste capítulo 13? Quando a crise final terminar, a besta que tem o nº 666: - (v. 16)- “faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita ou nas suas testas. (17)- Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta ou o número do seu nome” – Apocalipse 13 – . Este texto apresenta algumas particularidades, a saber: – “lhes seja posto um sinal”.
Abramos um pequeno parêntesis - Agora sabemos qual o mandamento que o dragão detesta! No capítulo 12.17 refere que o dragão irá fazer guerra sem tréguas a todos aqueles que “guardam os mandamentos de Deus”. Mas isto é dito de uma forma geral, pois toda a cristandade guarda, observa a Lei de Deus. Mas aqui – 13.16 – nos é dado a conhecer que, afinal, não é toda a Lei que ele combate, mas um mandamento em especial da lista dos dez mandamentos – ou seja, o 4º mandamento! Como chegamos a esta conclusão? Desde já, porque, este poder irá implementar coercivamente a sua marca pessoal e, ligada a esta, está a ordem a todos de fazerem algo impróprio para uma criatura – ser adorada! Ora, o que está em causa, efectivamente, é que este poder exigirá, num crescendo, ser adorada, pois: - 1- em primeiro lugar, lança o convite - “faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta; 2- depois, deixa de ser um convite para ser o público à força: - “que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta”.
Por oposição à besta, qual é o selo, marca ou sinal entre Deus e o Seu povo? Claro – o 4º mandamento da Lei de Deus – o 7º dia da semana – o Sábado – Êxodo 20.8-11; Ezequiel 20.12,20. E onde estará este selo ou marca de Deus no ser humano? Onde ele é colocado? Na testa dos filhos de Deus, ou seja, na sua mente – cf. Apocalipse 7.2,3; Ezequiel 9.4. E quanto à marca da besta? Esta será colocada “na sua mão direita ou nas suas testas” – Apocalipse 13.16. Se o selo de Deus: 1- é o Sábado; 2- e é colocado na mente, então qual será o do dragão e dos seus acólitos nesta Terra, apesar de se apelidarem de cristãos? O selo deste poder: 1- é o contrário do de Deus – o 1º dia da semana – o Domingo; 2- este será colocado “na mão direita ou nas suas testas”. Assim sendo, como já o referimos, passamos do geral – “mandamentos de Deus” – Apocalipse 12.17 – para o particular, para o mandamento que este poder mais odeia, ou seja, o 4º da Lei de Deus – o Sábado – Êxodo 20.8-11.
O que é um selo? De que é composto? Os selos governamentais apresentam algumas características que os tornam não somente únicos como importantes, como garantia. Este selo deverá ter 3 elementos principais, tal como é do conhecimento de todos nós: 1º- o nome da entidade; 2º- o título; 3º- o território. Ora, o único mandamento da Lei de Deus que comporta estas 3 características típicas de um verdadeiro selo é, sem dúvida alguma, o 4º mandamento – o Sábado – e cujo teor é: - (v.8)- “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. (9)- Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. (10)- Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. (11)- Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou” – Êxodo 20. Nele encontramos estes elementos:
Portanto, este quadro mostra-nos claramente que, a esta abjecta criatura, lhe falta a prerrogativa que faria com que ela tivesse direito à adoração natural, ou seja, ser – Criador – isto é, ser Deus com Deus – como Jesus Cristo – o Criador – cf. João 1.1-1-3; Colossenses 1.15-17; Hebreus 1.2. E como não a possui, então far-se-á adorar pela força – Apocalipse 13.15. Assim, visto que Deus é o Criador, por esta razão é que toda a criatura - nos Céus, na Terra, e no mar - incluído Satanás, é convidada a adorar Aquele, o Único que tem direito a ser adorado – Deus/Jesus Cristo, o Criador – cf. Êxodo 3.5; Josué 5.15; Hebreus 1.5,6. A adoração não é extensível à criatura criada, inclusive Satanás. NUNCA foi nem NUNCA o será – só ao Deus Criador do Universo - Apocalipse 14.7.
Porque é a marca, o selo de Deus só é colocado na frente, na testa (mente) e o sinal, marca do dragão tanto será colocada na frente (mente) ou na mão? Não esqueçamos que, quem possuir ou controlar a mente de outrem, controla todo o indivíduo, todo o ser. A luta de Satanás é pela posse da mente através de vários meios: música, sexo, violência, etc. Na verdade, possuir a mente é manejar o corpo segundo a vontade do poder possuidor. Por exemplo, sob hipnose, aquele que é possuído executa todas as ordens que o possuidor da mente ordenar.
E quanto à mão? Com esta trabalhamos. Qual é o único serviço que Deus aceita? Por convicção ou conveniência? Aqueles que aceitam o selo, a marca de Deus nas suas mentes, estão perfeitamente convencidos de que Deus é Deus. Por outro lado, existirão dois tipos de pessoas que adorarão a besta ou o poder que esta representa: 1º- os que estão plenamente convencidos que a besta é o poder que têm que seguir, o poder de Deus no mundo; estes estão enganados sem saberem; 2º- finalmente, isto é o que se passará unicamente com todos aqueles que, um dia, conheceram integralmente a Palavra de Deus, mas por medo à perseguição ou problemas de ordem vária, tal como o texto bíblico o refere, por exemplo: - “ninguém possa comprar ou vender” – Apocalipse 13.17. Assim, para fazerem face à vida optarão por dizer não a Deus. Estes sabem que o Sábado é o verdadeiro selo, a marca de Deus, mas se permanecerem com este selo, como viverão sem poderem comprar nem vender, e também sem poder trabalhar para angariar o sustento? Assim, por conveniência receberão conscientemente a marca na sua mão. Marca que não existe, mas que é o símbolo da sua opção consciente de trabalhar para sobreviver ainda que por um pouco de tempo, hipotecando toda uma eternidade!
Quer uma quer outra situação, ambas são ilustradas, magistralmente, com o caso de Adão e Eva. Por que pecou Eva? Porque foi enganada. Ela ficou convencida que a serpente lhe estava a dizer a verdade – a serpente cativou totalmente a sua mente. Creu ela que poderia ser imortal, um deus com Deus? Claro que sim – cf. Génesis 3.4,5. E quanto a Adão? Este também pecou, é verdade, mas com uma ligeira e crucial diferença. Adão pecou, mas por conveniência! Será que Adão sabia que Eva tinha pecado gravemente? Claro que sim. Ele sabia que estava errado mas, mesmo assim quis permanecer na sua atitude, por interesse! Qual foi este interesse? Antes preferiu ficar com Eva do que crer em Deus! – cf. I Timóteo 2.14. Eis o que ilustra a grande diferença entre os termos: 1- frente, mente; 2- mão. Deus aceita, unicamente, um tipo de serviço, isto é, que aquele que O aceitar aceite e reconheça que Ele é o Único Deus. Mas, no que respeita à besta é diferente. Esta, este poder, não se importa como são servidos, pois o que interessa é que o sejam! Fechar parêntesis.
Haverá, portanto, um grupo que será vitorioso? Sem dúvida alguma, pois o iremos encontrar no capítulo 14. Antes de mais, convém recordar o que muitas vezes esquecemos ou que não atribuímos muita importância, ou seja, que a divisão da Bíblia em capítulos não é inspirada! Isto quer dizer que, por vezes, aqui e ali esta não foi feita correctamente e, aqui, é um destes casos - a transição do capítulo 13 para o 14. Vejamos o v. 18 – “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” – Apocalipse 13. E o que é que vem a seguir? Claro, o capítulo 14.

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