Verso principal:
“O Senhor, seu Deus, naquele dia, os salvará, como ao
rebanho do Seu povo; porque eles são pedras de uma coroa e resplandecem na
terra dEle” (Zc 9:16).
Pensamento-chave:
Zacarias tem algumas profecias messiânicas maravilhosas que apontam para Jesus
e confirmam nossa fé nEle.
No centro da mensagem bíblica está a mais bela história
contada, do Deus Criador que, na pessoa de Seu Filho, deixou a glória do Céu
para salvar a humanidade do pecado e da morte. Na segunda metade de Zacarias há
várias profecias messiânicas, promessas proféticas do Antigo Testamento sobre
Jesus, Aquele que fez tudo isso por nós.
Essas promessas
específicas foram dadas primeiramente ao povo de Deus que vivia nos perigosos
tempos de Zacarias, a fim de mantê-lo concentrado na promessa de redenção.
Embora não devamos ignorar o contexto original dessas profecias, a importância
delas nunca deve se limitar ao seu cumprimento no passado. Em vez disso,
analisaremos de que forma elas foram cumpridas em Jesus, em termos universais,
pois elas influenciam o destino final do mundo e não apenas do antigo Israel e
de Judá.
“O manto de um judeu”
A partir do capítulo 8, o livro de Zacarias dá uma guinada
radical. Uma série de mensagens enviadas pelo Senhor anunciam o futuro do mundo
e o papel do povo de Deus nesse contexto. Algumas das passagens desses
capítulos são difíceis de entender, mas o futuro final é claramente definido.
1ª Profecia sobre Jerusalém
- Zacarias 8
Deus planeou que Jerusalém fosse novamente um lugar seguro
em que as pessoas idosas pudessem se assentar nas praças repletas de meninos e
meninas brincando (Zc 8:4, 5). Para aqueles que habitavam em uma cidade
invadida pelos conquistadores, a promessa de ruas seguras para jovens e idosos
parecia um sonho.
Em vez de permanecer
para sempre uma nação pequena, subordinada, o povo de Deus devia ser um ímã
para o qual as nações seriam atraídas para adorar o Senhor, o Rei de toda a
Terra (Zc 14:9). A expressão “todas as línguas” em Zacarias 8:23 indica que a
profecia prevê um movimento mundial.
Assim como havia mostrado a Isaías (Is 2) e a Miqueias,
contemporâneo de Isaías (Mq 4), Deus também mostrou a Zacarias que chegaria o
dia em que multidões de muitas cidades e nações, iriam a Jerusalém para orar e
buscar o Senhor. A presença de Deus em Sião seria largamente reconhecida, assim
como Suas bênçãos sobre os que O adoram.
Os relatos dos
evangelhos dizem que essas promessas messiânicas começaram a se cumprir no
ministério de Jesus Cristo. Em certa ocasião, por exemplo, Jesus disse: “Eu,
quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim mesmo” (Jo 12:32).
A igreja de Cristo em
nosso tempo, também chamada de “Israel de Deus” (Gl 6:16), tem o privilégio de
participar dessa missão. Devemos levar a luz da salvação até os confins da
Terra. Dessa forma, o povo de Deus pode ser uma grande bênção ao mundo.
Leia Zacarias 8:16, 17. Enquanto a igreja está buscando
reavivamento e reforma, como podemos evitar as coisas que desagradam a Deus?
2ª Profecia - O Rei
da paz
Como o Novo
Testamento aplica a profecia de Zacarias 9:9 a Jesus? Mt 21:9; Mc 11:9, 10; Lc
19:38; Jo 12:13-15
A entrada triunfal de Jesus foi a ocasião em que o futuro
Rei entrou em Jerusalém montado em um jumento. Na Bíblia, regozijar-se e
aclamar com júbilo são ações especialmente associadas à celebração de Deus como
Rei (Sl 47; 96; 98). Esse amável governante trará justiça, salvação e paz
duradoura e Seu domínio se estenderá até os confins da Terra.
Quando Jesus entrou
em Jerusalém de modo triunfal, montado em um jumento, apenas alguns dias antes
de Sua morte, muitas pessoas aclamaram Sua chegada. Alguns se alegraram, na
esperança de que Cristo derrotasse o poder de Roma e estabelecesse o reino de
Deus em Jerusalém. Mas, em vez de aceitar ser rei de Israel, Jesus morreu na
cruz e depois ressuscitou. Não há dúvida de que Ele decepcionou muitos de Seus
seguidores, aqueles que procuravam um líder militar. Mal sabiam eles, porém,
que o que eles queriam não era nada em comparação com o que eles alcançariam
por meio da morte de Jesus.
“Cristo estava seguindo o costume judaico nas entradas
reais. O animal que montava era o mesmo cavalgado pelos reis de Israel e a
profecia havia predito que assim viria o Messias a Seu reino. Logo que Ele Se
sentou no jumentinho, um grande grito de triunfo ressoou nos ares. A multidão O
aclamou como Messias, seu Rei. Jesus aceitou então a homenagem que nunca antes
havia permitido e os discípulos consideraram isso uma prova de que suas alegres
esperanças se realizariam, e eles O veriam estabelecido no trono. O povo ficou
convencido de que a hora de sua emancipação se aproximava” (Ellen G. White, O
Desejado de Todas as Nações, p. 570).
Muito tem sido
escrito acerca do grande entusiasmo da multidão em relação a Jesus quando tudo
estava bem. No entanto, quando as coisas não iam bem, muitos daquela mesma
multidão se afastaram dEle (e alguns ficaram abertamente contra Ele). O que
podemos aprender com esse incidente sobre o perigo das falsas expectativas? Por
exemplo, você reivindica uma promessa de cura, ou de vitória sobre o pecado, e
as coisas não acontecem como você espera. Como podemos desenvolver uma fé
inabalável, mesmo quando as coisas não saem de acordo com nossas esperanças,
planos e orações?
3ª Profecia - Ele foi
traspassada
Os capítulos 12 a 14 de Zacarias revelam várias coisas que
poderiam ter acontecido se Israel tivesse sido fiel a Deus.
Primeiramente, o Senhor teria possibilitado a vitória total
sobre os poderes do mal e as nações hostis que haviam tentado se opor ao Seu
plano de salvação (Zc 12:1-9). Embora Jerusalém devesse ser o instrumento de
Deus para esse triunfo, a vitória teria vindo pela intervenção do Senhor. No
fim, o inimigo teria sido totalmente derrotado e destruído.
Zacarias 12:10 marca
a transição do movimento da libertação física, do que teria acontecido se
Israel tivesse sido fiel, para a libertação espiritual do povo fiel de Deus.
Após a vitória, o povo de Deus aceitaria seu Senhor. O divino Espírito de graça
e de súplicas seria derramado sobre os líderes e o povo. Essa obra de
convencer, realizada pelo Espírito, resultaria em amplo arrependimento e
reavivamento espiritual, algo que nossa igreja está buscando.
Quando Deus derrama
Seu Espírito, as pessoas olham para Aquele a quem traspassaram e choram por Ele
como alguém chora a morte de um filho único. A palavra hebraica para
“traspassaram” (daqar) frequentemente descreve algum tipo de violência física,
geralmente resultando em morte (Nm 25:8; 1Sm 31:4).
A intensidade do
sofrimento das pessoas é reforçada pela constatação de que seus próprios
pecados causaram a morte de Jesus Cristo.
Leia Zacarias 12:10.
Como o apóstolo João ligou essa passagem com a crucificação de Cristo e Sua
segunda vinda? Jo 19:37; Ap 1:7
É interessante que uma interpretação tradicional judaica
afirma que esse verso aponta para a experiência do Messias. Evidentemente, os
judeus estão certos: o verso está falando de Jesus e Sua morte na cruz (Is 53).
“As cenas do Calvário requerem a mais profunda emoção. A
esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Nossos
pensamentos e imaginação jamais poderão compreender plenamente que Cristo, tão
excelente, tão inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso
dos pecados do mundo” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p.
213).
Como você pode crescer na apreciação do significado da morte
de Cristo e do que ela lhe oferece?
4ª Profecia - O Bom
Pastor
Durante séculos, judeus e cristãos leitores da Bíblia
encontraram no livro de Zacarias numerosas referências ao Messias e aos tempos
messiânicos. Os cristãos têm compreendido que essas passagens se aplicam à vida
e ministério de Jesus Cristo: o Rei triunfante e, no entanto, pacífico (Zc
9:9), Aquele que foi traspassado (Zc 12:10), o Pastor que foi ferido (Zc 13:7).
Em Zacarias 13:7-9,
foi revelada ao profeta uma cena em que a espada do juízo do Senhor vai contra
o Bom Pastor. Em ocasião anterior, o profeta viu a espada sendo levantada
contra o “pastor inútil” (Zc 11:17). Mas nesta passagem (Zc 13:7-9), o Bom
Pastor é ferido e o rebanho se dispersa. Sua morte resulta em grande aflição e
prova para o povo de Deus, durante as quais alguns perecem. No entanto, todos
os fiéis são purificados.
Leia Mateus 26:31 e Marcos 14:27. Como Jesus aplicou essa
profecia ao que aconteceria naquela noite? O que a fuga dos discípulos diante
da adversidade (Mt 26:56; Mc 14:50) nos ensina sobre a fidelidade de Deus, em
contraste com a infidelidade humana?
A imagem de Deus como Pastor é encontrada em muitos lugares
na Bíblia. Começa com o livro de Génesis (Gn 48:15) e termina com o Apocalipse
(Ap 7:17). Por meio de Ezequiel, Deus repreendeu os pastores infiéis de Seu
povo, prometeu procurar as ovelhas perdidas e cuidar delas (Ez 34). Aplicando
essas palavras a Si mesmo, Jesus declarou que Ele é o bom Pastor que dá a vida
pelas ovelhas (Jo 10:11).
Pense nas vezes em que você foi infiel ao Senhor. Apesar
disso, como Ele continua a lhe mostrar misericórdia e graça? Qual deve ser sua
resposta a essa misericórdia e graça?
5ª Profecia - Rei de
toda a Terra
Leia Zacarias 14. O
que aprendemos com essa passagem?
No último capítulo de seu livro, Zacarias descreveu um dia
em que todas as nações impenitentes se unirão contra Jerusalém. Mas no último
momento, o Senhor intervirá, libertando Seu povo e estabelecendo Seu reino
eterno na Terra. Depois que todos os Seus oponentes forem destruídos, todas as
nações adorarão o único Deus verdadeiro. O Senhor será Rei sobre toda a Terra.
Ele será o único Senhor e Seu nome será exaltado acima de todos os nomes. O grande
“EU SOU” expressa tudo o que Deus é e sempre será. Embora essas coisas devessem
ter acontecido se Israel tivesse permanecido fiel, elas ainda se cumprirão em
escala maior, durante a redenção final do povo de Deus.
Quando Zacarias
anunciou a vinda do Messias, não traçou uma linha de separação entre a primeira
e a segunda vinda. Como foi o caso com outros profetas, ele viu o futuro reino
do Messias como glorioso. Somente à luz da primeira vinda podemos distinguir
entre as duas vindas de Cristo. Podemos também sentir gratidão por tudo o que
Ele realizou para nossa salvação no Calvário. Assim, podemos aguardar com
alegria, na esperança do reino eterno de Deus (Dn 7:14).
A seção final desse
livro profético descreve Jerusalém em toda a sua glória, exaltada, habitada e
segura. Os salvos de todas as nações participarão da adoração ao Rei eterno.
Toda a cidade de Jerusalém se encherá com a santidade do templo.
Quando essas
promessas gloriosas são estudadas juntamente com o ensino geral da Bíblia,
chegamos à conclusão de que o cumprimento final dessas previsões terá lugar na
Nova Jerusalém, onde o povo de Deus se reunirá e O adorará para sempre. Isso
tudo acontecerá somente após a segunda vinda de Jesus. Os temas dos seus
eternos louvores serão a divina salvação, Sua bondade e poder, como vemos na
conclusão do famoso cântico de Moisés: “O Senhor reinará por todo o sempre” (Êx
15:18). Os antigos profetas e o povo fiel do passado olhavam com grande
expectativa para esse evento culminante.
Pense na redenção final que nos foi prometida: um novo céu e
uma nova Terra sem pecado, morte, sofrimento, nem perdas. Que razões você tem
para essa esperança, e como você pode mantê-las diante de você a cada dia,
especialmente em tempos de angústia, medo e dor?
Estudo adicional
Nos dias mais sombrios de seu longo conflito com o mal, à
igreja de Deus têm sido dadas revelações do eterno propósito de Jeová. A Seu
povo tem sido permitido olhar para além das provas do presente aos triunfos do
futuro quando, findo o conflito, os redimidos entrarão na posse da Terra
prometida. Essas visões de glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus,
devem ser estimadas por Sua igreja hoje, quando o conflito dos séculos está
chegando rapidamente ao fim, e as bênçãos prometidas devem ser logo experimentadas
em toda a sua plenitude [...]
“As nações dos remidos não conhecerão outra lei senão a lei
do Céu. Todos serão uma família unida e feliz, revestida com as vestes de
louvor e ações de graças. Sobre essa cena, as estrelas da manhã cantarão juntas
e os filhos de Deus exultarão de alegria, enquanto Deus e Cristo Se unirão
proclamando: ‘Não haverá mais pecado nem morte’” (Ap 21:4; Ellen G . White,
Profetas e Reis, p. 722, 732, 733).
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