11 de julho de 2012

O SELO DE DEUS E OS TEMPOS FINAIS

“Selo de Deus” e “Sinal da Besta” - É Tempo de Saber o Que Representam Esses Símbolos Bíblicos!
Urge “abrir o jogo” e dizer as coisas claramente. Neste artigo expomos de modo conciso o que a Bíblia aponta como acontecimentos finalíssimos da história mundial, envolvendo uma questão que a todos afeta e que estará ao centro do grande debate religioso-político-filosófico-económico-ecológico dos tempos finais.

AO LONGO DA HISTÓRIA vemos como há uma “agenda” de carácter religioso sendo cumprida. Mas essa “agenda” não é de nenhuma Igreja ou organização religiosa, e sim daquele ser que sempre fez de tudo para afastar o povo de Deus da genuína adoração. Quantas e quantas vezes na história de Israel o povo e até seus reis não foram afastados de Deus mediante a idolatria. Quem estava por detrás disso senão Satanás? Ele criou até uma “rainha do céu” a quem o povo queimava incenso (Jer. 44:18). E hoje, não temos uma “rainha do céu” revisada, com até campanhas para torná-la “co-Redentora”?
Estaria o diabo menos ativo agora? Não se empenharia ele com igual vigor para afastar as pessoas da genuína adoração, e até, se possível, diminuir a glória do Salvador, como sempre buscou fazer? Não recorreu ao apelo para ser adorado, em lugar de Deus, pelo próprio Cristo a fim de derrotá-Lo no deserto da tentação?
Uma Mensagem Final Para Advertir Todo o Mundo
Outro dia vi por uma estação evangélica da TV americana um pregador dizendo, com base em Apocalipse 14:6-14, que no final da história, três anjos vão passar pelo meio do céu pregando o evangelho para os judeus! Quando ouvi isso, pensei comigo, “Mamma mia, como pode um pregador do evangelho dizer um disparate tão grande desses?!” Amigos e irmãos, a missão de pregar o evangelho foi atribuída a HOMENS, não a anjos. Nós que somos da Igreja de Jesus Cristo é que temos essa tarefa (Mat. 28:19, 20), e não seres sobrenaturais.

Aliás, por essa interpretação fantasiosa temos um Deus que discrimina judeu contra judeu. Pois se Ele vai mandar anjos pregarem o evangelho à última geração de judeus, por que as gerações anteriores não puderam ter o mesmo privilégio? E quem iria jamais resistir à pregação sabendo ser de um anjo? Todos se converteriam “na marra”, pela força do próprio aspecto sobrenatural de tal pregação. Esses anjos apenas representam os mensageiros humanos com tal tarefa a cumprir. O sentido da palavra anjo é exatamente, “mensageiro”.

Ideias falsas surgem quando se perde o rumo do sentido real da mensagem do “evangelho eterno”, a se pregar a todas as nações (não só aos judeus), como lemos em Mateus 24:14 e Apocalipse 14:6-14. Nesta última passagem identificamos uma mensagem final de advertência a ser dada ao mundo. E à luz do capítulo 13 do mesmo Apocalipse vemos mais uma vez que o conflito final se dará em torno de genuína versus falsa adoração.

As Três Mensagens e o Que Significam

A mensagem de Apocalipse 14 centraliza-se na genuína adoração a Deus como Criador “do céu, da Terra, do mar e das fontes das águas” em contraste com a denúncia da falsa adoração. O salmista Davi declarou:

“Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem. Glória e majestade há em Sua obra; e a Sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as Suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor” (Sal. 111:2-4).

A pregação final do “evangelho eterno” se preocupa em despertar o mundo a esse aspecto da genuína adoração a Deus como Criador de obras “memoráveis”, um aspecto da mensagem cristã que foi deturpado pela Igreja dominante na Idade Média e que a Reforma Protestante falhou em corrigir.

Por influência da negligência em corrigir pontos falhos no entendimento da mensagem bíblica, da parte dos
Reformadores, hoje se observa crescente número de religiosos tanto católicos quanto protestantes aderindo às noções modernistas de evolução da espécie, o que contraria o ensino básico das Escrituras sobre o chamado “trinômio basilar da fé cristã”—Criação-Queda-Redenção.

Comparemos os dizeres de Apo. 14:6 e 7 com Êxo. 20:11, para se ter uma importante descoberta:

“E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apo. 14:6, 7).
“Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou” (Êxo. 20:11).

Os dois textos estão em indiscutível paralelo. A revista Christianity Today referiu-se no passado ao preceito do dia de repouso como “o mais negligenciado” dentre todos do Decálogo. Pois é nele onde exatamente ocorre o “Memorial da Criação”. E o Criador e Sua criação são a ênfase nessa mensagem final de advertência.

O Contraste Entre o Selo de Deus e o Sinal da Besta

No texto profético de Apocalipse destaca-se também uma denúncia à falsa adoração: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira” (Apo. 14:9). Como no contexto lemos sobre um “selo de Deus” e um concorrente sinal, ou “marca da besta”, e em Romanos 4:11 vemos como “selo” e “sinal” são sinónimos, basta buscar entender duas coisas: a) o que é o “selo de Deus”; b) qual seria o “sinal da besta”.

Para saber qual é o “selo” de Deus basta ver como Deus mesmo designou isso em Êxodo 31:17, confirmado séculos depois em Ezequiel 20:12, 20—exatamente o negligenciado mandamento do sábado: “santificai os meus sábados; e eles servirão de sinal entre mim e vós para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus”.

Um selo real trazia na antiguidade três coisas: o nome do governante, a posição que ocupava e o território sobre o qual regia. Por exemplo, Júlio César [nome], Imperador [posição] de Roma [território sobre que exerce autoridade]. Só no mandamento do sábado encontramos estas três características: o “Senhor Deus”, [nome], “Criador”, [posição], “dos céus e da Terra”, [território sobre o qual exerce autoridade] (ver Êxo. 20:8-11).

Significativamente, os batistas da Convenção Batista Nacional, na sua “Declaração Doutrinária”, citam Êxodo 31:14-18 entre as notas de rodapé do arrazoado do seu tópico XV, sobre o dia de repouso, confirmando a noção de que o mandamento que trata do dia de repouso, a ser dedicado a Deus integralmente, é o “sinal” entre Deus e o Seu povo. Claro, ateus, materialistas e religiosos comodistas não se caracterizam como pessoas que dedicam um tempo especial para Deus de um dia completo, ou muitos dos que pretendem ser servos de Deus o fazem ajustando-o a suas conveniências, o que não corresponde ao preceito divino.

Sobre o sinal concorrente, que caracteriza a falsa adoração, vale notar que ninguém ainda é portador do “sinal da besta”, pois em nenhum lugar do mundo uma pessoa é impedida de comprar ou vender por não contar com tal sinal, ou marca. É previsto, porém, que haverá esse boicote económico contra os que não participarem de um plano global que envolverá a decisão quanto ser portador de um ou outro dos sinais indicados (ver Apo. 13:16, 17).

Crescentes Campanhas Pela Valorização do Falso Sábado
Confirmando-se que o “selo de Deus” é o sábado, basta ver qual seria o sinal concorrente e não há dúvida ser aquela instituição que a Igreja Católica se orgulha de apresentar como sinal de sua autoridade. Documentos vários da Igreja Católica dão conta de que foi ela que realizou tal alteração, como se pode exemplificar por algumas declarações oficiais dessa igreja, como:

“Foi a Igreja Católica que, pela autoridade de Jesus Cristo, transferiu este repouso para o domingo em lembrança da ressurreição de nosso Senhor. Assim, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, malgrado seu, à autoridade da Igreja [Católica]”. Louis Gaston de Ségur, Plain Talk About the Protestantism of Today (Boston; Patrick Donahoe, 1868), p. 225.

Outro documento católico confirma isto nos seguintes termos:
“P. Como provamos que a Igreja tem poder de ordenar as Festas e Dias Santos?
“R. Pelo ato mesmo de mudar o sábado para o domingo, que é admitido pelos protestantes, e, portanto, contradizem-se por observarem tão estritamente o domingo, enquanto violam a maioria das outras festas ordenadas pela mesma igreja.
“P. Como se prova isto?
“R. Porque por observar o domingo reconhecem o poder da Igreja para ordenar festas e exigi-las sob pena de transgressão, e por não observar as demais, igualmente por ela ordenadas, negam de fato o mesmo poder”. Manual of Christian Doctrine, ou Catholic Belief and Practice, pp. 67, 68.

O fato é que mais e mais se promove o domingo, tanto nos meios católicos quanto protestantes. O Papa Bento XVI ultimamente não só tem falado repetidamente sobre o valor do domingo para a comunidade católica, e mesmo mundial, como vem estabelecendo uma ligação entre respeito pelo domingo e respeito pela natureza. Isto representa uma nova e significativa ênfase que haverá de ter tremendas implicações futuras.

A agência noticiosa católica Zenit noticiou que numa missa em Viena, Áustria, dia 9 de setembro de 2007, o Papa destacou a importância do domingo num contexto ecológico. “Dê à alma o seu domingo, dê ao domingo a sua alma”, disse ele, citando uma frase usada por um bispo alemão no século XX.

Bento XVI disse mais que o domingo tem que ser um dia de gratidão e alegria pela criação e que, na época atual, quando “as intervenções do homem põem o mundo em perigo”, é necessário mais do que nunca dar dimensão a esse dia especial. O Papa tinha afirmado pouco antes, no santuário de Mariazell, 150 km a sudeste de Viena, que, se o homem não distinguir a verdade, a ciência pode destruir o mundo. Ele destacou em sua homilia na catedral de São Estêvão, superlotada, a necessidade de viver o domingo em toda sua plenitude espiritual, a negligência do que, inclusive, coloca em perigo o futuro de seu meio ambiente. Sem entrar em detalhes, destacou ainda a ameaça que paira sobre o meio ambiente e a Criação em geral, afirmando ser preciso dar mais atenção à dimensão ecológica do domingo, dia em que a Igreja dá graças pela Criação. (ver: http://zenit.org/article-16067?l=portuguese, notícia com título “Ocidente precisa urgentemente redescobrir o domingo, assegura Papa em Viena”. Ver também: http://zenit.org/article-16064?l=portuguese).
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Na verdade, temos aí uma inversão de sentidos, pois sempre o sábado foi considerado o “memorial da criação”, e o domingo o “memorial da Ressurreição”. Tratar do domingo à base de ser o dia de dar “graças pela Criação” é uma falsa representação do ensino bíblico, pois no primeiro dia Deus iniciou a obra criativa, sendo, portanto, um dia de “trabalho” divino, não de “descanso”, como se deu com o sábado do sétimo dia (Gén. 2:2, 3). Daí percebe-se outra subtileza na corrupção da mensagem bíblica.

Nos Estados Unidos, por outro lado, ocorrem como nunca visto campanhas para maior respeito pelo domingo e pelos Dez Mandamentos. Foi criada uma “Comissão dos 10 Mandamentos” que vem promovendo um “Dia dos 10 Mandamentos” (que seria o 1o. domingo de maio) dirigida por grandes e influentes evangélicos, como James Dobson, Benny Hynn, Charles Colson, Pat Robertson, Don Wildmon e muitos outros (ver http://www.ldausa.org/index.cfm e http://www.tencommandmentsday.com/).

Entendem os promotores dessas significativas campanhas que a decadência moral e espiritual da grande nação norte-americana (e pelo mundo) deve-se à falha em atentar a esses princípios divinos, o que pareceria boa coisa, mas deixa implícitos grandes perigos à liberdade religiosa. Tais iniciativas podem levar sistemas religioso e político a influenciar o governo a ditar normas segundo as expectativas e interpretações dessas lideranças. Quando se mistura política com religião, sempre as minorias sofrem.

Em entrevista em 18 de maio de 2005 ao programa “Fresh Air”, da NPR (National Public Radio), rede de emissoras radiofónicas não-comerciais que cobre praticamente todo o território dos EUA, o Dr. James D. Kennedy, influente ministro e evangelista de grande atuação no rádio e TV (falecido em setembro de 2007), disse abertamente que o princípio de separação de Estado e Igreja nos EUA é um erro que contrariaria os ideais dos fundadores cristãos da nação e que devia ser simplesmente descartado. Esta é uma noção certamente bastante preocupante. (A referida entrevista pode ser ouvida [em língua inglesa] pelo seguinte link: http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=4656600).

Como já acentuado, a questão sábado/domingo se destacará entre os acontecimentos finais da história. Será a definição de quem receberá o “selo de Deus” ou o “sinal da besta”. A questão de obrigatoriedade de parar as atividades dominicais não é ideia infundada. Basta recordar que houve até um “ensaio” disso numa séria crise do passado—a do petróleo na década de 70. Que dia da semana foi especialmente afectado pela mesma? Muitos se lembrarão das leis de fechamento de postos de gasolina no Brasil e outros países aos domingos, na época.

A Inédita Conexão Ecológica
Em artigo de página inteira, uma cronista do semanário Time (edição de 2/8/04) sugeria que não seria má ideia trazer de volta as antigas “leis dominicais” de rigoroso fecho dos estabelecimentos comerciais aos domingos, nos EUA. A matéria, de Nancy Gibbs, tinha como título “E no Sétimo Dia Nós Descansamos?”, e como subtítulo, “Pode ser que aquelas velhas leis azuis [dominicais] não eram tão doidas, afinal de contas”.

Vozes já se têm levantando para que se parem todas as atividades comerciais, industriais, recreativas um dia por semana, para poupar o consumo de energia e diminuir a emissão de gases poluentes, o que parece fazer muito sentido ante a crise ecológica sobre que os cientistas nos advertem. As últimas falas do papa relacionando respeito pelo domingo com respeito pela natureza não se encaixariam perfeitamente nesse tipo de visão? É o que alguns já estão a chamar ECOmenismo.

Mais uma vez o domingo seria, sem dúvida, o dia escolhido numa campanha global para “salvar o planeta”, e se surgirem situações de emergência, já que ninguém tem idéia de que efeitos sobre a natureza haverá com toda essa carga de poluentes que se lançam ao espaço por todo o mundo, quão obrigatório não poderá chegar a ser essa medida? Se num barco há cinco passageiros, cada qual de uma corrente religiosa ou filosófica, todos discutindo animadamente suas ideias, defendendo individualmente o seu ponto de vista, e, de repente alguém descobre um rombo no fundo da embarcação, que começa a fazer água, todos vão imediatamente esquecer as suas diferenças e tratar de encontrar meios de tapar o buraco. Em face de emergências, a tendência é todos se unirem para a busca de soluções imediatas a fim de superar um problema comum a todos.

Unir-nos É Preciso, Mas. . .
A união da humanidade tem sido buscada através de muitas campanhas, mas nenhuma parece mais eficaz para tal propósito do que o “ecumenismo” - a união religiosa global. E ainda há o “fator sobrenatural” que poderia compor esse cenário final. A mensagem de “Maria”, ao “aparecer” diante de cristãos e muçulmanos uns anos atrás no Egito, foi—“Uni-vos”, “Uni-vos”, “Uni-vos”! Diante da enorme desunião política, étnica, social e religiosa que se vê entre os habitantes deste planeta não faria todo sentido buscar mesmo tal união? Claro, unir-nos é preciso, mas a questão básica é - unir-nos sob que liderança? Este é o ponto crucial da questão.

Só quem está muito bem preparado discernirá a verdade do erro nestes tempos finais da história humana e ficamos felizes porque as discussões sábado/domingo em vários fóruns de que participamos batem todos os recordes dentre todos os diferentes tópicos. Isso mostra o grande interesse que há em entender a questão sábado/domingo/dia nenhum, validade das leis divinas, de uma vez por todas.

Esse interesse em definir claramente a questão do “polémico” 4º preceito do Decálogo é muito salutar, pois realmente mais e mais no futuro teremos o debate desses temas. E tais debates se revelarão fundamentais para definir quem vai ficar do lado de Deus na crise final, e quem vai aceitar a imposição dos que querem fazer prevalecer sobre o mundo a sua vontade. Estão servindo de instrumentalidade àquele ser que há milénios promove sua agenda de desviar o povo de Deus da genuína adoração, no passado, mediante a mais abjeta idolatria, no presente, em formas mais subtis, mas não menos enganosas. Isso envolve o desprezo por um mandamento da lei divina, o do sábado, e a valorização de seu arremedo—o falso sábado imposto sobre a sociedade, mesmo cristã, por forças religiosas que há muito se desviaram da lei divina.
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Como os três hebreus fiéis do passado, que tiveram que decidir entre permanecer firmes ao lado de Deus ou adorar o ídolo babilónico (Dan. 3), os que se mantiverem fiéis a Deus nos tempos finalíssimos da história são descritos como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 14:12). Esta é uma evidência adicional de que o conflito final terá por enfoque algum aspecto da lei divina.

Num evidente reavivamento à genuína adoração a Deus, mais e mais congregações e pastores por todo o mundo têm aderido à verdade do sábado, tornando-se “reparadores da brecha, e restauradores de veredas” (ver Isa. 58:12), o que é dito no contexto de um apelo divino por uma fiel observância do sábado (vs. 13, 14).

Contribuição:
Prof. Azenilto G. Brito
Ministério Sola Scriptura
Bessemer, AL., EUA
Fonte http://gilbertotheiss.blogspot.pt/2007/11/o-grande-debate-nos-tempos-finalssimos.html

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