11 de abril de 2014

UM GRANDE PODER PERSEGUIDOR

Documentamos de forma irrefutável o tema anterior; no que diz respeito ao título VICARIUS FILII DEI. Pensamos não ser mais material para provar o próprio reconhecimento da Igreja Católica Romana sobre este título. Este título está associado ao poder religioso e temporal detido por esta instituição religiosa e está nos mais antigos documentos .
1.         Qual é o primeiro símbolo da apostasia?
Rª: “E eu pus-me sobre a areia do mar (povos, Apoc. 17:1,2,8, cf. 7:2), e vi subir do mar uma besta (poder) que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfémia.” Apoc. 13:1.
Nota explicativa: “um nome de blasfémia”, blasfémia, que significa “injuria”, “calunia”, ou quando se dirige contra os homens e palavras ímpias, quando se dirige contra Deus. Sem dúvida aqui predomina o último sentido. O homem ou os homens surgem como se tivessem escrito sobre a cabeça. Representam inquestionavelmente os títulos blasfemos usurpados pela besta (ver Dan. 7:25).
2.         Como é essa cabeça mais amplamente descrita?
Rª: “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão. E o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.” Apoc. 13:2.
Nota explicativa: “leopardo… urso…leão. Uma evidente alusão ao simbolismo de Daniel 7. Daniel viu
VICARIUS FILII DEI
três bestas: a primeira era semelhante a um leão; a segunda, a um urso; a terceira, a um leopardo. A besta que João viu tinha características físicas tomadas das três, o que indica, sem dúvida alguma, que o poder representado pela besta do Apocalipse possui características evidentes aos impérios de Babilónia, Pérsia e Grécia. Estudiosos concordam que João alude a estes poderes na ordem inversa na ordem inversa da história, ou olhando a retrospectivamente.
“O dragão deu-lhe poder o seu poder.” O dragão representa em primeiro lugar Satanás, e num sentido secundário, o Império Romano (ver 12:3). O poder que sucedeu ao Império Romano, que recebeu do dragão o “seu poder, e a seu trono, e grande autoridade” foi, claramente, Roma papal. “Das ruínas da Roma política levantou-se o grande império moral na “forma gigantesca” a Igreja de Roma (A. C. Flick, The Rise of the Mediaeval Church – 1900 -, p. 150). Esta identificação é confirmada pelos restantes versículos deste capítulo.
Aliás, é facto histórico que com os últimos imperadores romanos, a partir de Constantino, a religião do governo romano mudou de pagã para papal; que quando Constantino transferiu a sede do seu império de Roma para Constantinopla em 330 A.D., a cidade de Roma foi cedida ao bispo de Roma, que, de Constantino e seguintes imperadores, recebeu ricos presentes e grande autoridade; que após a queda de Roma, em 476 A.D., o bispo de Roma tornou-se o poder mais influente na Roma Ocidental, e por decreto de Justiniano, de 15 de Março de 533, foi declarado “cabeça de todas as santas igrejas,” e numa carta do mesmo ano foi chamado “corretor dos hereges.” Assim Roma pagã tornou-se Roma papal; a sede de Roma pagã tornou-se sede de Roma papal. Como disse o Dr. H.Grattan Guinness, no livro “O Romanismo e a Reforma (em Inglês), p. 152. “o poder dos Césares ressurgiu do domínio universal dos papas.”
3.         Como são descritos o carácter, a obra, período de supremacia e grande poder da besta?
Rª: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfémias: deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfémias contra Deus, para blasfemar do Seu nome, e do Seu tabernáculo, e dos que habitam no Céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.” Apoc. 13:5-7.
Nota explicativa: Todas estas especificações são satisfeitas plena e exactamente pelo papado, e identificam a besta aqui descrita com encarnando o mesmo poder representado pela fase da ponta pequena do quarto animal de Daniel 7, e a ponta pequena de Daniel 8, nos seus aspectos principais e essenciais, assim como na obra. Ver Dan. 7:25; 8:11,12, 24 e 25.
Salientemos, a nosso ver, o ponto fundamental deste verso “tabernáculo”. Este poder blasfema do Seu nome, e do seu “tabernáculo”, este é o segundo alvo das suas blasfémias. Este poder pretende estabelecer o seu tempo na terra, desviando assim a atenção do povo do verdadeiro santuário no céu, o “verdadeiro tabernáculo”, onde Jesus ministra como sumo sacerdote (Heb. 8:1-2); procura lançar por terra a obra deste santuário (ver Dan. 8:11-13). O ministério celestial de intercessão de Cristo não se tem em conta e em seu lugar coloca-se o sacrifício da missa na terra.
4.         Que devia ser infligido a uma das cabeças da besta?
Rª: “E vi uma das suas cabeças como ferida de morte; e a sua chaga mortal foi curada; toda a Terra se maravilhou após a besta.” Apoc. 13:3.
Nota explicativa: essa ferida foi infligida à cabeça papal quando os franceses, em 1798, entraram em Roma e levaram prisioneiro o papa, parecendo, por algum tempo, haver sido abolido o papado. De novo em 1870 foi tomado ao papado o domínio temporal, e o papa passou a considerar-se prisioneiro do Vaticano. Em 1929 a situação alterou-se com o encontro entre o Cardeal Gasparri e o Primeiro-ministro Mussolini, no histórico palácio de S. João Latrão, a fim de terminar uma longa pendência: voltou ao papado o poder temporal, para, na linguagem do The Catholic Advocate, da Austrália (18 de Abril de 1929, p. 16) “curar-se uma ferida de 59 anos.”
A primeira página do San Francisco Chroniccle de 12 de Fevereiro de 1929, trouxe a gravuras do Cardeal Gasparri e Mussolini, que assinaram a concordata, e a legenda: “Curam a ferida de muitos anos.”
5.         Que se diz do cativeiro e queda do papa?
“Se alguém levar em cativeiro, em cativeiro irá: se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto.” Apoc. 13:10. Ver Sal. 18:25, 26; 109:17; Jer. 50:29; Apoc. 16:4-6.
Nota explicativa: “levar em cativeiro,”. A evidência textual revela uma omissão da expressão “levar”,”o que vai para o cárcere, ao cárcere há-de ir”. A ideia pode ser considerada como semelhante à que expressa Jeremias em 15:3 “os que para a morte, para a morte…” O texto assegura aos perseguidos filhos de Deus que os que os perseguem e os condenam ao desterro e à morte sofrerão também a mesma sorte. Um
comprimento parcial desta retribuição pode ver-se na captura e desterro do papa no ano 1798.
Alguns comentadores interpretam o ver. 10 como uma advertência aos cristãos para que não usem da força contra o poder do anti-cristo.
6.         Que pergunta é feita pelos seus seguidores a evidenciar a supremacia que esse poder alcançaria?
Rª: “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?” Apoc. 13:4.
7.         Que extensão alcançará a adoração desse poder?
Rª: “E adoraram-na todos os que habitam sobre a Terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc. 13:8.
Nota explicativa: “E adoraram-na todos”, refere-se de forma especial ao período do ressurgimento do papado (18 de Abril de 1929). A forma como essa adoração universal é vista nos nossos dias; todos os “reinos” governos ocidentais prestam adoração (visitam o Vaticano depois de empossados como presidentes dos seus respectivos países). Hoje, há claras evidências que todas as potestades políticas e religiosas lhe prestam honra. Os casos de países tradicionalmente protestantes e ortodoxos, é de supor que o mesmo virá acontecer com países muçulmanos e comunidades religiosas conservadoras. Quem ficará de pé?
8.         Qual seria o fim segundo S. João, desse poder?
Rª: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais. … Estes dois foram lançados vivos no ardente lado de fogo e de enxofre.” Apoc. 19:20. Ver Is. 47:7-15; II Tes. 2:3-8; Apoc. 17:16,17; 18:4-8.
Nota explicativa: “a besta” é a mesma de 17:3,8. Foi “presa”, a batalha depois do aparecimento de Jesus Cristo é curta e dramática, porque desde o seu começo a “besta” e o “falso profeta” são capturados (ver 16:17,19).
•          “o falso profeta”, representa o protestantismo apóstata, que é enganado por Satanás e torna-se seu cooperador (ver Apoc. 13:11-17; 16:14). Um “profeta” é o que fala em nome de outro (Mat. 11:9).
•          Este “profeta” fala em nome da primeira besta, em relação à cura da sua “ferida mortal” (13:12;17:8), para persuadir o mundo para que se una em homenagem a ela.
9.         Em que idêntica linguagem é a sorte do quarto animal descrita no capítulo 7 de Daniel?
Rª: “Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta: estive olhado até que o animal foi morto e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo.” Daniel 7:11.

Pr José Carlos Costa

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