Documentamos de forma irrefutável o tema anterior; no que
diz respeito ao título VICARIUS FILII DEI. Pensamos não ser mais material para
provar o próprio reconhecimento da Igreja Católica Romana sobre este título.
Este título está associado ao poder religioso e temporal detido por esta
instituição religiosa e está nos mais antigos documentos .
1. Qual é o
primeiro símbolo da apostasia?
Rª: “E eu pus-me sobre a areia do mar (povos, Apoc.
17:1,2,8, cf. 7:2), e vi subir do mar uma besta (poder) que tinha sete cabeças
e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um
nome de blasfémia.” Apoc. 13:1.
Nota explicativa: “um nome de blasfémia”, blasfémia, que
significa “injuria”, “calunia”, ou quando se dirige contra os homens e palavras
ímpias, quando se dirige contra Deus. Sem dúvida aqui predomina o último
sentido. O homem ou os homens surgem como se tivessem escrito sobre a cabeça.
Representam inquestionavelmente os títulos blasfemos usurpados pela besta (ver
Dan. 7:25).
2. Como é essa
cabeça mais amplamente descrita?
Rª: “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus
pés como os de urso, e a sua boca como a de leão. E o dragão deu-lhe o seu
poder, e o seu trono, e grande poderio.” Apoc. 13:2.
Nota explicativa: “leopardo… urso…leão. Uma evidente alusão
ao simbolismo de Daniel 7. Daniel viu
VICARIUS FILII DEI |
três bestas: a primeira era semelhante a
um leão; a segunda, a um urso; a terceira, a um leopardo. A besta que João viu
tinha características físicas tomadas das três, o que indica, sem dúvida
alguma, que o poder representado pela besta do Apocalipse possui
características evidentes aos impérios de Babilónia, Pérsia e Grécia.
Estudiosos concordam que João alude a estes poderes na ordem inversa na ordem
inversa da história, ou olhando a retrospectivamente.
“O dragão deu-lhe poder o seu poder.” O dragão representa em
primeiro lugar Satanás, e num sentido secundário, o Império Romano (ver 12:3).
O poder que sucedeu ao Império Romano, que recebeu do dragão o “seu poder, e a
seu trono, e grande autoridade” foi, claramente, Roma papal. “Das ruínas da
Roma política levantou-se o grande império moral na “forma gigantesca” a Igreja
de Roma (A. C. Flick, The Rise of the Mediaeval Church – 1900 -, p. 150). Esta
identificação é confirmada pelos restantes versículos deste capítulo.
Aliás, é facto histórico que com os últimos imperadores
romanos, a partir de Constantino, a religião do governo romano mudou de pagã
para papal; que quando Constantino transferiu a sede do seu império de Roma
para Constantinopla em 330 A.D., a cidade de Roma foi cedida ao bispo de Roma,
que, de Constantino e seguintes imperadores, recebeu ricos presentes e grande
autoridade; que após a queda de Roma, em 476 A.D., o bispo de Roma tornou-se o
poder mais influente na Roma Ocidental, e por decreto de Justiniano, de 15 de
Março de 533, foi declarado “cabeça de todas as santas igrejas,” e numa carta
do mesmo ano foi chamado “corretor dos hereges.” Assim Roma pagã tornou-se Roma
papal; a sede de Roma pagã tornou-se sede de Roma papal. Como disse o Dr.
H.Grattan Guinness, no livro “O Romanismo e a Reforma (em Inglês), p. 152. “o
poder dos Césares ressurgiu do domínio universal dos papas.”
3. Como são
descritos o carácter, a obra, período de supremacia e grande poder da besta?
Rª: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfémias: deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. E abriu
a sua boca em blasfémias contra Deus, para blasfemar do Seu nome, e do Seu
tabernáculo, e dos que habitam no Céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos
santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.”
Apoc. 13:5-7.
Nota explicativa: Todas estas especificações são satisfeitas
plena e exactamente pelo papado, e identificam a besta aqui descrita com encarnando
o mesmo poder representado pela fase da ponta pequena do quarto animal de
Daniel 7, e a ponta pequena de Daniel 8, nos seus aspectos principais e
essenciais, assim como na obra. Ver Dan. 7:25; 8:11,12, 24 e 25.
Salientemos, a nosso ver, o ponto fundamental deste verso
“tabernáculo”. Este poder blasfema do Seu nome, e do seu “tabernáculo”, este é
o segundo alvo das suas blasfémias. Este poder pretende estabelecer o seu tempo
na terra, desviando assim a atenção do povo do verdadeiro santuário no céu, o “verdadeiro
tabernáculo”, onde Jesus ministra como sumo sacerdote (Heb. 8:1-2); procura
lançar por terra a obra deste santuário (ver Dan. 8:11-13). O ministério
celestial de intercessão de Cristo não se tem em conta e em seu lugar coloca-se
o sacrifício da missa na terra.
4. Que devia
ser infligido a uma das cabeças da besta?
Rª: “E vi uma das suas cabeças como ferida de morte; e a sua
chaga mortal foi curada; toda a Terra se maravilhou após a besta.” Apoc. 13:3.
Nota explicativa: essa ferida foi infligida à cabeça papal
quando os franceses, em 1798, entraram em Roma e levaram prisioneiro o papa,
parecendo, por algum tempo, haver sido abolido o papado. De novo em 1870 foi
tomado ao papado o domínio temporal, e o papa passou a considerar-se
prisioneiro do Vaticano. Em 1929 a situação alterou-se com o encontro entre o
Cardeal Gasparri e o Primeiro-ministro Mussolini, no histórico palácio de S.
João Latrão, a fim de terminar uma longa pendência: voltou ao papado o poder
temporal, para, na linguagem do The Catholic Advocate, da Austrália (18 de
Abril de 1929, p. 16) “curar-se uma ferida de 59 anos.”
A primeira página do San Francisco Chroniccle de 12 de
Fevereiro de 1929, trouxe a gravuras do Cardeal Gasparri e Mussolini, que
assinaram a concordata, e a legenda: “Curam a ferida de muitos anos.”
5. Que se diz
do cativeiro e queda do papa?
“Se alguém levar em cativeiro, em cativeiro irá: se alguém
matar à espada, necessário é que à espada seja morto.” Apoc. 13:10. Ver Sal.
18:25, 26; 109:17; Jer. 50:29; Apoc. 16:4-6.
Nota explicativa: “levar em cativeiro,”. A evidência textual
revela uma omissão da expressão “levar”,”o que vai para o cárcere, ao cárcere
há-de ir”. A ideia pode ser considerada como semelhante à que expressa Jeremias
em 15:3 “os que para a morte, para a morte…” O texto assegura aos perseguidos
filhos de Deus que os que os perseguem e os condenam ao desterro e à morte
sofrerão também a mesma sorte. Um
comprimento parcial desta retribuição pode
ver-se na captura e desterro do papa no ano 1798.
Alguns comentadores interpretam o ver. 10 como uma
advertência aos cristãos para que não usem da força contra o poder do
anti-cristo.
6. Que pergunta
é feita pelos seus seguidores a evidenciar a supremacia que esse poder
alcançaria?
Rª: “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e
adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar
contra ela?” Apoc. 13:4.
7. Que extensão
alcançará a adoração desse poder?
Rª: “E adoraram-na todos os que habitam sobre a Terra, esses
cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde
a fundação do mundo.” Apoc. 13:8.
Nota explicativa: “E adoraram-na todos”, refere-se de forma
especial ao período do ressurgimento do papado (18 de Abril de 1929). A forma
como essa adoração universal é vista nos nossos dias; todos os “reinos”
governos ocidentais prestam adoração (visitam o Vaticano depois de empossados
como presidentes dos seus respectivos países). Hoje, há claras evidências que
todas as potestades políticas e religiosas lhe prestam honra. Os casos de
países tradicionalmente protestantes e ortodoxos, é de supor que o mesmo virá
acontecer com países muçulmanos e comunidades religiosas conservadoras. Quem
ficará de pé?
8. Qual seria o
fim segundo S. João, desse poder?
Rª: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que
diante dela fizera os sinais. … Estes dois foram lançados vivos no ardente lado
de fogo e de enxofre.” Apoc. 19:20. Ver Is. 47:7-15; II Tes. 2:3-8; Apoc.
17:16,17; 18:4-8.
Nota explicativa: “a besta” é a mesma de 17:3,8. Foi
“presa”, a batalha depois do aparecimento de Jesus Cristo é curta e dramática,
porque desde o seu começo a “besta” e o “falso profeta” são capturados (ver
16:17,19).
• “o falso
profeta”, representa o protestantismo apóstata, que é enganado por Satanás e
torna-se seu cooperador (ver Apoc. 13:11-17; 16:14). Um “profeta” é o que fala
em nome de outro (Mat. 11:9).
• Este
“profeta” fala em nome da primeira besta, em relação à cura da sua “ferida
mortal” (13:12;17:8), para persuadir o mundo para que se una em homenagem a
ela.
9. Em que
idêntica linguagem é a sorte do quarto animal descrita no capítulo 7 de Daniel?
Rª: “Então estive olhando, por causa da voz das grandes
palavras que provinha da ponta: estive olhado até que o animal foi morto e o
seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo.” Daniel 7:11.
Pr José Carlos Costa
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