21 de fevereiro de 2009

0S 2.300 DIAS PROFÉTICOS DE DANIEL 8:14


Existe base bíblica para a interpretação das 2.300 “tardes e manhãs” (Dan. 8:14) como 2.300 anos?

Estudos históricos bem abalizados demonstram que, até meados do século 19, a grande maioria dos comentaristas bíblicos protestantes interpretava as 2.300 “tardes e manhãs” como 2.300 anos (veja os citados por LeRoy E. Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers, pp. 204-268; ou Alberto R. Timm, O Santuário e as Três Mensagens Angélicas [Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2000], pp. 21-25).

Essa mesma interpretação continuou sendo aceita nos círculos protestantes pelo menos até ao final do século 19.

Existem várias razões que nos levam a aplicar o princípio “dia – ano” de interpretação profética às 2.300 tardes e manhãs. Uma delas é o relacionamento entre as 2.300 tardes e manhãs e as 70 semanas de Daniel 9:24-27. A visão sobre as 70 semanas foi dada a Daniel como explicação adicional à visão das 2.300 tardes e manhãs (ver Dan. 8:14, 26 e 27; 9:20-27). Nessa explicação, o único ponto de partida mencionado, que deve ser comum a ambos os períodos proféticos, é a expressão “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (Dn 9:25). Essa ordem entrou em vigor em 457 a.C. (ver Esdras 7:13). E não há como fazer com que as 70 semanas se estendam “até ao Ungido, ao Príncipe” (Dan. 7:25), entre 27 e 34 d.C., sem que este período seja considerado como 70 semanas de anos, ou seja 490 anos. Agora, se aplicamos o princípio dia – ano às 70 semanas, como grande parte dos comentadores bíblicos o fazem, também devemos aplicá-lo as 2.300 tardes e manhãs.

Outra razão é o próprio contexto histórico. A visão das 2.300 tardes e manhãs foi dada “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Dan. 8:1), rei de Babilónia. O cumprimento deveria ocorrer, segundo a própria visão, em “dias ainda mui distantes” (Dan. 8:26), estendendo-se “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (Dan. 9:25), ou seja de 457 a.C., até o “tempo do fim”, o “último tempo da ira” e o “tempo determinado do fim” (Dan. 8:17 e 19). Se interpretarmos as 2.300 tardes e manhãs como 1.150 dias literais (3 anos e meio) ou mesmo como 2.300 dias literais (7anos), esse período não chegaria ao final do domínio persa, e muito menos ao tempo do fim.

Uma terceira razão é o princípio da “simbolismo em miniatura”, assim denominado em 1843 por
George Bush, professor de Hebraico e Literatura Oriental da New York City University. De acordo com esse princípio, sempre que a entidade envolvida numa profecia bíblica aparece
“profecia em miniatura” o tempo profético envolvido foi igualmente em miniatura, e deve ser interpretado com base no princípio dia - ano. Por exemplo, em Números 14, assim como os doze espias simbolizavam doze tribos, os 40 dias representavam 40 anos (verso 34). De modo
semelhante, em Daniel 8, assim como o carneiro e o bode simbolizam dois reinos (Medo -Pérsia e Grécia), as 2.300 tardes e manhãs representam 2.300 anos.

Portanto, devemos interpretar as 2.300 tardes e manhãs como 2.300 anos.

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