27 de janeiro de 2011

O PRIMEIRO SELO DO APOCALIPSE

No estudo dos 7 selos do Apocalipse vamos encontrar as cenas mais inimagináveis possíveis; um leão que é um cordeiro, um anjo misterioso que “sela” os servos de Deus; almas debaixo do altar, clamando: “Até quando?”; cavalos de diferentes cores; cavaleiros com aspecto angelical e cavaleiros de morte. Estamos num contexto profético e histórico. Jesus tinha prometido a João mostrar “o que deve acontecer depois destes dias”. Apocalipse 4:1.
1. Que viu João (estando preso na Ilha de Patmos), à mão direita do que Se assentava no trono?
Rª: “E VI, na dextra do que estava assentado sobre o trono, um livro, escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.” Apocalipse 5:1.
Nota: “O quinto capítulo do Apocalípse deve estudar-se com cuidado. É da maior importância para os que hão-de desempenhar uma parte na obra de Deus nos últimos dias” (3JT 414).
Nota explicativa: O nosso texto de Apoc. 5:1, fala-nos de “um livro, escrito por dentro e por fora”, sabemos que livro ou rolo tem como génesis a mesma palavra biblion. No Novo Testamento o tipo mais comum de livro era o rolo de papiro, e sem dúvida é um “livro” como este que João vê. Refere também o texto bíblico que está escrito por dentro e por fora. Alguns comentaristas (comentadores) sugerem que esta passagem deveria ter uma vírgula depois de “dentro”, e neste caso significaria: “escrito por dentro, e por fora selado com sete selos”.
Segundo a pontuação da Ferreira de Almeida, bem como outras versões, a passagem indica que o rolo estava escrito de ambos os lados. Esta interpretação é digna de ser tomada em conta por duas razões. Em primeiro lugar, a expressão grega ésõthern kái ópisthen, “por dentro e por fora”, parece ser uma unidade composta por dois advérbios que soam de maneira semelhante, o que implica que devem ser compreendidos em conjunto; em segundo lugar, os antigos rolos de papiro, devido à natureza do material, poucas vezes excediam os 10 m de comprido. Normalmente estava escrito só por dentro, mas devido ao seu tamanho limitado por vezes era usado o verso do papiro, isto se o assunto era muito extenso de forma que o espaço na frente não era suficiente. Esta passagem parece corresponder a um caso como esse, o que sugere que o assunto era extenso e necessitava ser escrito de um lado e do outro.
Torna-se devido ao teor do versículo explicar também os “sete selos.” Como é do conhecimento geral o número sete é símbolo de perfeição (ver Apoc. 1:11), esta indicação implicaria que o “livro” estava perfeitamente selado. Na verdade, ninguém a não ser o Cordeiro poderia abri-lo (cap. 5:3,5). Abrir este livro não é uma questão de força física, dignidade ou posição, mas de vitória e coragem moral.
2. Que fez o Cordeiro com este livro?
Rª: “E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores: eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de David, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes, e entre os anciãos, um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados a toda a terra. E veio, e tomou o livro da dextra do que estava assentado no trono.” Apocalipse 5:2-7
Nota explicativa: A simples leitura destes versos levam o leitor a compreender que é muito solene o que se passa junto ao trono de Deus. No caso, o destino do Universo está em causa. Esta cena começa a desenhar-se desde Apocalipse 4:1: “… e te farei ver o que deve acontecer depois destas coisas.” A visão dos sete selos é no que à solenidade diz respeito diferente da visão das sete Igrejas. Nesta o profeta o profeta via também as coisa “que são”, e também “as que hão de acontecer depois destas.” Apocalipse 1:19. A visão dos selos marca uma viragem no livro do Apocalipse. As visões serão exclusivamente sobre o futuro.
O texto de Apocalipse 5:7 revela “… veio, e tomou o livro” ou seja; Cristo faz o que nenhum outro ser pode fazer. Esta acção é um símbolo da Sua vitória sobre o mal, e quando o faz, ressoa por todo o Universo um hino de uma magnitude que é entoado por toda a criação. As palavras de João “veio, e tomou”, são as de um homem cuja a pena com que escreve treme nas suas mãos de tão impressionado ao descrever as cenas que passam diante dos seus olhos. Com excitação e admiração declara que Cristo: “tomou” o livro.
3. Porque foi Cristo declarado digno de abrir os selos?
Rª: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” Apocalipse 5:9.
Nota explicativa: O coro celestial é o primeiro em reconhecer que Deus vindicou e anulou as acusações feitas por Satanás, por meio da vitória de Seu Filho. Os 24 anciãos são representantes dos santos que foram presos do mal, libertos pelo sangue e graça de Jesus. Os santos aparecem diante do Universo espectador como testemunhas da justiça da da graça de Deus (Apoc. 5.5; cf. Efésios 3:10).
“Digno és de tomar o livro”, a morte de Cristo, que trouxe salvação para o homem e que ao mesmo tempo revelou a misericórdia do carácter de Deus, é o fundamento da dignidade de Cristo.
4. E tendo aberto o primeiro selo o que foi visto?
Rª: “E, HAVENDO o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem, e vê.”Apocalipse 6:1.
Nota explicativa: “E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos”. Esta declaração projecta luz sobre o significado dos selos: “A (dirigentes judeus) decisão de (crucificar Cristo) foi registada no livro que João viu na mão d´Aquele que está sentado no trono, o livro que nenhum homem pode abrir. Com todo o seu caráter vindicativo surgirá esta decisão diante deles no dia em que este livro seja aberto pelo Leão da tribo de Judá” (PVGM – Palabras de vida del gran Maestro, p. 236). Esta declaração mostra que no livro de registo, entre outras coisas, as ações dos judeus durante o julgamento de Cristo, e que no grande dia do juízo final (ver cap. 20:11-15) este inimigos de Jesus terão de enfrentar o registo das suas ímpias ações. É pois razoável concluir que o livro contém também um registo de outros acontecimentos significativos do grande conflito dos séculos.
Pode considerar-se que as cenas reveladas aquando da abertura dos selos tem uma aplicação específica e uma outra geral (ver cap. 1:11), como sucede com as mensagens às sete igrejas. As cenas representam especificamente as fases sucessivas da história pela qual passaria a igreja na terra.
5. Que aparece na abertura do primeiro selo?
Rª: “E olhei, e eis um cavalo branco, e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.” Apocalipse 6:2.
Nota explicativa: “… um cavalo branco”. Os mais avalizados comentadores defendem a tese que este cavalo branco é um símbolo da Igreja da era apostólica (c. 31-100 d.C.), quando a pureza da fé – sugerida pela cor branca – e o zelo os levou a conquistar os maiores triunfos espirituais da história cristã. Sem dúvida, nenhum século depois do primeiro século da era cristã viu uma expansão tão brilhante do reino de Deus. O arco na mão do cavaleiro simboliza conquista, e a coroa (stéfanos; ver Apoc. 2:10), vitória. O Evangelho foi pregado simultaneamente de forma rápida e extensa, que quando Paulo escreveu aos colossenses por volta do ano 62 a.C., declarou que o Evangelho “o qual foi pregado a toda a criatura que há debaixo do céu,…” (Col. 1:23).
Conclusão: “Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor a Cristo era a cadeia de ouro que os unia. Prosseguiam em conhecer o Senhor mais e mais perfeitamente, e a suas vidas revelavam o júbilo e a paz de Cristo…Em cada cidade a obra era levada para frente. Almas eram convertidas e estas por sua vez sentiam que precisavam falar do inestimável tesouro que haviam recebido.

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