“No dia 7 de agosto
de 1888, um morador de um conjunto habitacional de East End, um bairro pobre de
Londres, encontrou o corpo da prostituta Martha Turner. Ela foi a primeira de
uma série de vítimas. Depois dela vieram mais quatro, todas meretrizes que frequentavam
os bares da região. A última foi assassinada em 9 de novembro daquele mesmo
ano.
A polícia londrina ficou quase enlouquecida. O assassino
teve até a ousadia de anunciar seus crimes à Agência Central de notícias,
identificando-se apenas como “Jack, o estripador”. Parece que ele estava bem
certo de que nunca seria descoberto e, efetivamente, nunca o foi. O inspetor
Charles Warren, que comandava as investigações, demitiu-se. Jack desapareceu
tão enigmaticamente quanto apareceu.
Embora muito mais inteligente, ousado e astuto do que o
assassino londrino, o demónio parece ter certeza de que também nunca será
desmascarado. Mas, sua história está chegando ao fim. O interesse que a
humanidade toda tem pelo que trará o próximo milénio pode ser a chave que
estava faltando para que os homens descubram no Apocalipse as artimanhas do
inimigo.
Quais são as afirmações da Bíblia com relação às tentativas
do inimigo de Deus para enganar aos seres humanos? Veja o que o próprio João,
autor do Apocalipse, disse em I João 2, verso 18 acerca dos perigos dos últimos
dias: “Filhinhos, já é a última hora; e como ouvistes que vem o anticristo,
também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a
última hora”.
Aqui o apóstolo João fala não apenas de um anticristo, mas
de muitos anticristos. Anticristo é aquele que se coloca contra Cristo. E não
precisa maior explicação para saber que o grande inimigo de Cristo é o diabo.
Só que ele tem muitas formas de se apresentar, usando muitos instrumentos e
disfarces. Por isso não podemos falar apenas de um anticristo, mas de muitos,
que lutam para usurpar a soberania que Cristo merece.
Por exemplo, existem duas maneiras de colocar-se contra
alguém. A primeira é atacando e perseguindo. E, quando as medidas de violência
não dão resultado, é possível também destruir uma pessoa, desvirtuando seu
caráter. Isto é, projetando uma falsa imagem da verdadeira pessoa, fazendo-se
passar por ela ou colocando-se no lugar dela.
João diz mais. Os anticristos, ou seja, as pessoas que
tentarão perseguir ou desvirtuar o caráter de Cristo, sairiam, inclusive, do
coração da Igreja chamada Cristã. E o apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios,
complementa o pensamento de João, relatado em II Coríntios 11, versos 13 a 15:
“…Os tais, são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em
apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma
em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se
transformem em ministros de justiça…”
Realmente pode ser doloroso descobrir que pensando que estávamos
servindo inocentemente a Deus, estávamos, em realidade, servindo ao inimigo de
Deus. Isto seria terrível; e, por isso, deve ser motivo de séria análise. Mas
aonde encontrar luz? Tem a Bíblia alguma orientação?
Voltemos ao livro de Apocalipse e lembremos que, no capítulo
12, a Igreja de Deus é simbolizada por uma mulher pura vestida de branco. Já no
capítulo 17 encontramos outra mulher vestida de vermelho.
O anjo a apresenta para João, da seguinte maneira: Leiamos
Apocalipse 17, 1 e 2: “…Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que
se acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram /-os reis da
terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam
na terra”.
João continua relatando, nos versos 3 a 5, que o anjo
transportou-o a um deserto e viu “…uma mulher montada numa besta escarlate,
besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. Achava-se
a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras
preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de
abominações e com as imundícias da sua prostituição. Na sua fronte, achava-se
escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS
ABOMINAÇÕES DA TERRA”.
Evidentemente essa figura feminina é uma das formas em que o
anticristo se apresenta. Mas a quem simboliza esta mulher, adúltera, cujo nome
é Babilónia?
Já vimos, anteriormente, que mulher na profecia é símbolo de
igreja. Esta mulher vestida de vermelho é sem dúvida nenhuma, símbolo de uma
igreja prostituída que deixou de ser a Igreja de Deus, embora continue
pretendendo sê-la.
Mas não seria sábio usar de arrogância apontando essa ou
aquela igreja. Seria mais sensato que você tirasse suas próprias conclusões sem
forçar a Palavra de Deus.
O nome dessa Igreja é Babilónia e, para saber onde está Babilónia
hoje, é preciso saber quem era Babilónia antigamente. Evidentemente o
Apocalipse não se refere mais à Babilónia antiga, porque aquela cidade foi
destruída e, segundo o profeta Isaías, jamais seria habitada de novo (Isaías
13:19-21).
Apocalipse é um livro simbólico e Babilónia, com toda
certeza, simboliza algo. Mas, o quê? Vejamos algumas características:
1. Babilónia antiga teve suas raízes na construção da Torre
de Babel, através da qual os homens tentaram escapar dos juízos divinos. Ela
representava o esforço humano para colocar-se no lugar de Deus e chegar às
alturas da Terra.
2. Babilónia foi perseguidora do povo de Deus, que naquela
época era Israel.
3. Babilónia introduziu o culto a muitos deuses pagãos,
especialmente ao deus sol.
Para entender a quem simboliza aquela mulher de nome
Babilônia, é preciso perguntar-se:
1. Existe hoje no mundo algum grupo religioso cujo líder ou
líderes pretendam ser representantes de Deus nesta Terra, reivindicando para
si, prerrogativas divinas como a infalibilidade e o poder de perdoar pecados?
2. Existe hoje no mundo algum grupo religioso que perseguiu
pessoas, em algum período da História, pelo simples “delito” de desejarem
obedecer apenas ao que Deus pedia na Sagrada Escritura?
3. Existe hoje, algum grupo religioso que, além das duas
características anteriores, promova o culto a muitos tipos de imagens e
especialmente promova a adoração a Deus, no dia dedicado ao sol?
E a profecia de Apocalipse 17 apresenta ainda outras
características:
1. A prostituta está “sentada sobre muitas águas”. E,
segundo o próprio Apocalipse, “As águas, onde a meretriz está sentada, são
povos, multidões, nações e línguas”(Apocalipse 17:15). Quer dizer que a Igreja
simbolizada por esta mulher, exerce domínio sobre multidões, de inúmeros
países, nações e línguas.
2. Essa mulher se “prostituiu com os reis da Terra”
(Apocalipse 17:2). Em outras palavras, esta Igreja tem o apoio de governantes e
reis de todas as partes.
3. Esta mulher embebedou todos os que habitam na Terra com o
“vinho de sua devassidão” (Apocalipse 17:2). O vinho é o suco de uva
fermentado. Na Bíblia ele é usado como símbolo de doutrinas erradas, que não
têm apoio bíblico e que geralmente não passam de tradições humanas.
Revisemos por exemplo alguns desses ensinamentos:
1. A Bíblia é a Palavra de Deus e única regra de fé e
doutrina. Apoio bíblico: II Pedro 1:19; II Timóteo 3:15-17.
1. A tradição e dogmas da Igreja são também regra de fé.
Apoio bíblico: não existe.
2. Somos salvos unicamente pela graça de Cristo. Apoio
bíblico: Efésios 2:8, 9.
2. Devemos fazer penitências e obras meritórias. Apoio
bíblico: não existe.
3. Cristo é o único mediador. Apoio bíblico: I Timóteo 2:5.
3. Os santos podem também ser mediadores. Apoio bíblico: não
existe.
4. A lei dos dez mandamentos não foi mudada por Jesus e Ele
não autorizou mudança nenhuma. Apoio bíblico: Mateus 5:17, 18
4. A lei dos dez mandamentos não foi mudada por Jesus e Ele
não autorizou mudança nenhuma. Apoio bíblico: Mateus 5:17, 18
Outra das características da babilónia moderna é que ela é a
“mãe das meretrizes e abominações”. Quer dizer que essa Igreja gerou outras
igrejas. Se existe mãe, existem filhas, que, de alguma maneira, se assemelham à
mãe. Algumas das doutrinas das filhas não provém da Bíblia, mas da mãe. As
puras doutrinas bíblicas foram contaminadas com o vinho da mãe.
No verso seis de Apocalipse 17, menciona-se a mulher babilónia
“embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus”.
Novamente fala-se aqui de perseguição. De uma igreja que, em algum momento da
História foi intolerante com os “hereges”, pelo único motivo de que estes não
aceitavam seguir as tradições religiosas e preferiram obedecer à Palavra de
Deus.
Existe algo mais que precisa ser dito. Segundo o Apocalipse,
a mulher “embebedou” as pessoas com o vinho de sua fornicação. E quando uma
pessoa está bêbada parece não perceber o que faz; ela simplesmente faz as
coisas sem pensar nas consequências. Esse é um sério convite para rever os
fundamentos de nossa fé. Não devemos simplesmente crer no que nossos pais e
avós creram, ou fazer assim porque todo mundo faz. Nesse tempo em que vivemos é
urgente que as pessoas analisem de onde vem e para onde vão. Isso pode até ser
doloroso, mas não existe crescimento sem dor. Pode tudo parecer até grotesco.
Os simbolismos que João viu ao escrever o livro de Apocalipse são, de certa
maneira, cruéis. João registra que o anjo clamou com potente voz dizendo em
Apocalipse 18, verso 2: “…Caiu! Caiu a grande Babilónia e se tornou morada de
demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo género
de ave imunda e detestável”.
Tudo isso dito em referência a uma igreja, do ponto de vista
humano, parece cruel. Que pessoa, em sã consciência, não se chocaria ao sequer
suspeitar que a igreja na qual, com toda sinceridade pensou estar servindo a
Deus, aproxima-se das características descritas nesses versos bíblicos?
Mas a advertência divina é contundente. Vejamos Apocalipse
18, versos 4 e 5: “…Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em
seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados
se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou”.
Isso quer dizer que, dentro das igrejas simbolizadas por Babilónia
e suas filhas, existem pessoas maravilhosas, sinceras e inocentes, que não
haviam percebido a verdade descrita pela profecia. A essas pessoas Deus chama
de “Povo Meu”; mas o convite é claro: “Retirai-vos dela”.
Tremo em meu coração ao pensar na dor e no sofrimento de
tantos filhos de Deus maravilhosos, cujos olhos, de repente, começam a se abrir
às verdades bíblicas que não conheciam. Que direito teria eu de causar-lhes
qualquer sofrimento? Mas, por outro lado, tenho eu o direito de esconder estas
verdades bíblicas?
A História deste planeta está chegando ao fim. Não há mais
tempo para a dúvida. A voz de Deus ouve-se clara. A Sagrada Escritura está à
disposição de todas as pessoas para ser estudada. Ninguém precisa deixar-se
levar apenas pela opinião de um homem.
O Apocalipse é incisivo ao identificar a Igreja que pretende
ser a Igreja de Deus e não o é. Quando Jesus esteve nesta Terra, deixou uma
descrição do dia final que a Bíblia registra em Mateus 7, versículo 21 a 23:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão-de
dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e
em teu nome não expelimos demónios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que
praticais a iniquidade”.
Quer dizer que é possível “praticar a iniquidade”, mesmo pensando
que se está servindo a Deus? O texto bíblico é claro. Qual é, então, a única
maneira segura de servir a Deus? “Aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está
nos Céus” – disse Jesus. E onde se encontra registrada a vontade do Pai?
Unicamente na Palavra de Deus; a Bíblia Sagrada. Não gostaria você de pedir a
Deus sabedoria para obedecê-Lo com inteligência através do estudo de Sua
Palavra? Faça-o agora!
Pr.Alejandro Bullón
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