10 de outubro de 2009

APOCALIPSE: AS SEQUELAS DO ARMAGEDOM

“11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.
12 Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.
13 Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.” (Ap. 19:11-13).

Nesta visão da Vinda vitoriosa do Rei dos reis, o olhar do profeta é projectado para o passado para descobrir o fio condutor do grande Evento. O sangue (v.13) ainda salpica o manto do Cavaleiro, são marcas que demonstram que acaba de se servir da Sua espada. O acontecimento leva ao segundo selo. O sangue derramado pelos opressores corresponde ao sangue derramado em Apocalipse 6:3,4. A resposta que a guerra pede é a guerra, a espada pede espada.
O “ajuntamento” dos “reis da terra” contra o Cavaleiro divino (Ap. 19:19) evoca “ajuntamento” dos “reis da terra” sobre a montanha de Megido contra a vinda “daquele que vem como um ladrão” (Ap. 16:15) ou “a grande ceia de Deus” (Ap. 19:17), faz oposição aos “ demónios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.” (Ap. 16:14). Estes temas têm sempre algo em comum uns com os outros (Actos 9, mostra a perseguição de Saulo de Tarso contra os cristãos, quando Jesus lhe aparece na estrada de Damasco pergunta: “porque me persegues?” – em qualquer época da história do homem perseguir os fiéis, é perseguir a Cristo) e neste caso, o texto da sexta praga e indica que se trata da batalha do Armagedom (chamaremos Armagedão). O Armagedão começa na 2ª Vinda de Cristo e terminará na 3ª Vinda, na 2ª Vinda serão destruídos a “Besta” e o “Falso profeta” (Babilónia e as suas filhas), na 3ª Vinda será destruído para sempre o “Dragão”, consuma-se o Armagedão.
As peripécias da batalha não são detalhadas. O profeta contenta-se em dar o desfecho: a vitória de Deus sobre os Seus inimigos é total. A besta e o falso profeta (a Igreja das Tradições e as Igrejas filhas - observadores do Domingo) estão unidas e todos os movimentos religiosos e ateus seguem a mesma tendência. Os capítulos 17 e 18 do Apocalipse, já nos tinham apresentado os detalhes da derrota dos exércitos de Babel, a queda de Babilónia e o grande luto que se segue, e como os reis da terra a tinham lançado no fogo, ainda que durante algum tempo a consolaram e choraram.
O texto como que pára, fica em suspenso, sem que nós saibamos exactamente em que se tornaram os “reis da terra” que sobreviveram. O anjo retoma outra vez o fio condutor da história desta batalha do Armagedão. Lembramo-nos que o poder de Babilónia e do seu aliado o Falso Profeta, foram lançados no fogo (Ap. 19:20; “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre”, cf. 17:16; Daniel 7:11). No texto precedente, o Falso Profeta não era mencionado (Ap. 17:16), porque o seu destino era o mesmo de Babilónia. Agora compreendemos que os dois poderes já foram ambos castigados.
No que diz respeito aos “reis da terra”, ou seja os poderes políticos, são mortos pela “espada afiada que saía da sua boca (o Cavaleiro ver 19:11), para ferir com ela as nações” (Ap. 19:15). O castigo é diferente do que foi dado as bestas. Contrariamente ao castigo das bestas (a besta que saía do mar e a besta que se levantou da terra) que são lançados no lago do fogo, os “reis da terra” são atacados com a espada. Cada poder é combatido no seu próprio terreno. Os poderes de natureza religiosa são destruídos pelo poder cósmico de Deus o Juiz. Os poderes de natureza política são vencidos pelo poder militar do Deus dos exércitos.
Neste caso a rama que desfere o golpe fatal é tão só a Palavra de Deus. como tinha começado pela Palavra a criação (Gén. 1:3; João 1:1-3), é ainda pela Palavra que leva o mundo ao seu fim. Porque a Palavra de Deus é criador ela pode ser também destruidora. “Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.” (2ª Ped. 3:5-7).
Em hebraico, a palavra significa muito mais que um conglomerado de sons articulados. A palavra (davar: palavra ) significa igualmente história. É de facto a expressão viva, histórica e concreta da pessoa. No contexto da epístola aos Hebreus: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho” (Heb. 1:1,2).
Voltar a Jesus, o descendente efectivo de Deus, é a palavra a mais expressiva de Deus. é por isso que o homem não a pode suportar (Is. 33:20; cf. 1ª Tim. 6:16). Ou ele morre, ou ele muda. A vinda de Jesus significa portanto, para uns a transformação da natureza (1ª Cor. 15:51-52), e para outros a morte.
Sendo deste modo e esta é a verdade absoluta, sem relativismo. Que fazer? Deixaremos que a Palavra nos transforme ou nos devore? A proposta de vida é de Deus, a aceitação ou não, é nossa. Aceite.

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