15 de maio de 2008

PAZ PARA VIVER: 10 - Quem Determina o Destino

Introdução: Recordo a minha infância, especialmente, o período dos 7 aos 12 anos. Era o mais velho de seis irmãos e comecei a ficar cansado com tanta gente a nascer lá em casa.

Um dia em que olhava para a minha mãe, reparei que a parte da frente do vestido estava mais levantada que a parte de trás. Fez-se clique na minha mente. Já tinha notado aquela situação em diferentes ocasiões e o vestido só voltava a estar atrás como à frente depois de ter nascido mais um irmão ou irmã.

Fiquei tão aborrecido que durante dois dias não quis comer. A minha mãe pensava que eu estava doente, e perguntou:
– O que se passa contigo, Carlitos?
– Não me diga nada. Estou zangado com a mãe e não quero comer!
– Mas porquê? – perguntou ela.
– Porque estou cansado de ter tantos irmãos e vem aí outro.
– Mas como é que tu sabes que vais ter outro irmão?
– Repare bem no seu vestido, não é difícil de perceber! – exclamei eu, irritado.
– Não é nada do que estás a pensar, quem traz os meninos é a cegonha.

Pedi desculpa à minha mãe. Passado uns meses, apareceu mais um “estranho” a gritar em casa.
– Carlitos, anda cá depressa, olha o que a cegonha nos trouxe!
– Malditas cegonhas! – respondi.

A partir dali, e durante anos, fiquei com um grande ódio às cegonhas. Mas hoje em Portugal são uma espécie protegida. E é formidável, ir pelas estradas das Beiras, Ribatejo e do Alentejo e ver aqueles grandes ninhos normalmente em cima de postes de electricidade. Podemos até ver os seus filhotes e são bem diferentes daqueles “seres” que apareciam lá em casa de dois em dois anos.

Admiro a Quercus e as associações que protegem o ambiente, os habitats, e todas as espécies em vias de extinção que infelizmente são muitas! Fico impressionado com a luta contra a poluição, por exemplo, quando há derramamentos de petróleo no mar, e vejo aqueles jovens e adultos que arriscam as suas vidas para salvar aves, peixes e animais que dependem tantas vezes dessas pessoas para sobreviver.

A luta pelo domínio da mente.
Se os animais, as aves, os peixes e o habitat têm assim tanto valor e têm-no de facto, com todo o respeito por todos vós, atrever-me-ia a relacionar o ser humano com as espécies de animais em vias de extinção. Se o homem faz tantos esforços para evitar que estas espécies desapareçam e que são, não restam dúvidas, muito importantes – repito – para o equilíbrio do Planeta, quanto mais é importante o ser humano?

Porque cada homem, mulher, jovem, menino, independentemente da raça, da cor da pele ou dos olhos, somos todos da mesma espécie, uma espécie única e insubstituível, uma espécie criada à imagem do Criador. Ninguém é uma cópia, cada um é um original!


Não resisto a partilhar convosco um pensamento de uma autora que muito aprecio: “Todo o ser humano foi criado à imagem de Deus, está dotado da faculdade semelhante à do Criador: a individualidade, a faculdade de pensar e fazer.” Ellen G. White - Educação, p. 17.

A individualidade é uma faculdade preciosa. Significa que cada um é único. Não há ninguém semelhante entre as pessoas que me ouvem esta noite, não importa onde esteja, não importa a idade ou a posição social. Cada um tem uma sensibilidade e sentimentos que o fazem uma pessoa única.

Essa individualidade tem muito valor diante de Deus. A existência de cada pessoa é para Ele extremamente valiosa. A sua perda é de alguma forma irreparável. Deus, quando nos concebeu no Seu pensamento, tinha um plano específico para aquele ser humano, um plano de amor, um plano de paz. O Criador criou o homem com um anseio no coração – a saudade de Deus.

Vocês estão a sentir saudades de Deus. São essas saudades que vos trazem aqui cada noite, porque sentem que o Senhor está presente, sentem que só Ele vos compreende nos mistérios da alma. Sem voz, vocês ouvem, sem O verem vocês sentem que são vistos, a Sua presença não é tangível, mas Ele toca-vos. E cada um sente alegria e paz para viver, ao ter este encontro com o Senhor Jesus cada noite.

Jesus Cristo nunca encontrou uma pessoa que não fosse muito importante. Foi por isso que Deus enviou o seu Filho para morrer por nós. Jesus veio, não porque foi obrigado a vir, mas porque Ele sentia o mesmo amor que o Pai pela raça perdida.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16

A palavra amor em português é demasiado insignificante para exprimir a profundidade do interesse que exprimem a palavra grega agápë, “amor” (Mateus 5:43). O amor é um atributo permanentemente subjacente ao Criador na relação com as criaturas. É a força predominante do governo divino.

O facto de alguém morrer por alguém, só pode significar que essa pessoa é muito importante. O ser importante não está relacionado com o que se tem mas com o que se é. E nós somos muito importantes para o Senhor Jesus.

João, quando se refere à relação que Jesus tinha com ele, menciona “aquele a quem Jesus amava” João 21:7; (13:23; 19:26; 20:2). Isto quer dizer, que ele se sentia o mais amado.

Experiência: Faz-me pensar naquela senhora em São Tomé. Decorria uma série de conferências no Palácio dos Congressos, com cerca de 2.000 pessoas todas as noites. Na última noite um grupo de amigos preparou uma pequena refeição. Ao meu lado estava sentada uma senhora com quem comecei a conversar:
– Diga-me, quantos filhos tem?
– Tenho doze filhos?
– Doze filhos são muitos filhos. Que idade têm eles?
– O mais velho tem 22 e o mais novo tem dois anos – respondeu ela, tranquilamente.
– Então, diga-me, de qual dos doze gosta mais? – Antecipei a resposta, dizendo: do mais pequeno?
– Não. Não é do mais pequeno nem do mais velho – olhou nos meus olhos e concluiu com a sabedoria africana... ou de mãe – o que eu mais amo é o que chora.

Olhei para ela com profunda admiração e um respeito intraduzível por palavras. Ela amava o que chorava, o que se aproximava dela para receber um carinho. Ela fez-me pensar em Jesus.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” I João 4:8

As riquezas voam; o conforto desaparece; a esperança fenece; somente o amor permanece para sempre. Deus é amor.

Bastaria dizer o seguinte: se Deus é Deus e o homem foi feito à Sua imagem, cada homem tem um significado especial. E eu creio que o homem ainda conserva a imagem de Deus – distorcida, quebrada, anormal, mas ainda assim é portador da imagem de Deus. E este é o plano que Deus tem para cada um, é que seja portador de Deus.

Fico impressionado com as organizações que lutam pela defesa das espécies em vias de extinção no mundo. Se as pessoas fazem tantos esforços para evitar a perda das espécies animais, quanto mais não se deveria fazer pela preservação da existência digna do ser humano?

Quanto mais não se deveria fazer para que cada pessoa reencontre o caminho do Céu! Quanto mais não se deveria fazer para que cada pessoa compreenda que o lugar para onde Deus quer que vá é muito mais importante que o lugar onde está!

A procura da religião torna evidente que a alma humana instintivamente crê que existe Céu. Esse instinto foi implantado no coração do homem pelo próprio Deus. O Criador dos sentimentos e da sensibilidade marcou cada ser humano com esta evidência.

O problema de muita gente é não compreender que esta caminhada deve iniciar-se hoje, e que se deve encontrar rapidamente o verdadeiro caminho. “Nem todos os caminhos vão dar a Roma”, da mesma forma nem todos os caminhos vão para o Céu.

Estará a perguntar:
– Então, qual é o verdadeiro caminho?

Quer que eu responda? Então eu respondo sem hesitar:

– O verdadeiro caminho, é amar o Céu. Amar o Céu acima de qualquer outra coisa. Amar os que habitam no Céu acima de qualquer outra coisa. Amar a Jesus de todo o coração. Então não se pode ficar de braços cruzados, procuramos conhecê-l’O e amá-l’O.

Quando Jesus chamou os Seus discípulos, não disse “Copiai-me”, mas “Segui-me”. Ao segui-l’O foram impressionados com o valor que Jesus lhes atribuía. Sentiram que Jesus teria deixado o Céu para vir a este abismo, por cada um, individualmente.

Por isso podemos compreender as palavras de Jesus quando diz: “E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos pardais.” Mateus 10:30, 31

E em Mateus 16:26, o Senhor Jesus faz uma pergunta: “O que dará o homem em troca da sua alma?”

Esta é, sem dúvida, a maior pergunta que Jesus fez em todo o Seu ministério. Quem é que pode responder? Será que há resposta humana para esta pergunta? Não há!

A alma, como já temos dito, é a sede da individualidade que foi colocada por Deus na mente de cada pessoa. É a impressão digital de Deus. É isso que faz a diferença entre cada pessoa, todos iguais mas todos diferentes.

A mente é, desta forma, a sede, a capital de cada pessoa. A mente é o centro da vontade, das decisões, o governo do corpo e da vida.

E isso torna-nos semelhantes a Deus. Não foi a desobediência que nos tornou semelhantes a Deus, ou possuidores de mais conhecimento, ao contrário. A desobediência foi a introdução do mal em nós pelo próprio Diabo. O mal é algo tão profundo que nenhum de nós o pode arrancar de si mesmo sem a ajuda de Deus. Deus, porém, não arranca o mal contra a nossa vontade – a chave para entrar na alma, ou na mente.

Deus deu a chave da mente ao homem. Essa chave está na nossa mão e é a nossa vontade. Ninguém pode entrar dentro dessa fortaleza, sem o consentimento do homem. Nem Deus, nem o Diabo.

É por isso que está escrito em Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”

Este foi o propósito de Deus ao criar-nos. Que sejamos livres de O deixar entrar ou não entrar.

Deus deu ao homem a capacidade de pensar e de agir. A capacidade de ponderar as consequências e de tomar decisões responsáveis. Ele não força. E é por isso que Deus vai colocar o Céu e a Terra como testemunhas de que estas coisas serão assim: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua casa.” Deuteronómio 30:19

Nesta situação a única coisa que Deus faz, é aconselhar: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.

Deus não pode fazer mais nada, fez tudo quanto o Seu amantíssimo coração Lhe inspirava. Agora, espera.

Muitas pessoas me tem perguntado, como é que Deus aconselha? Respondo: O Antigo Testamento, os Profetas, Jesus Cristo, enfim as Sagradas Escrituras.

Ilustração: Um dia dois amigos estavam a falar sobre a existência ou não existência de Deus. Um era crente o outro não. O incrédulo, a certa altura, afirmou:
– Mas eu não creio em Deus.
Já leu o Antigo Testamento? – perguntou o amigo.
Como posso ler o Antigo Testamento se não sou crente?
Mas já leu alguma coisa do Novo Testamento? – insistiu.
Já lhe disse que nunca li nada dessas coisas, porque não tenho fé.
Não me leve a mal a minha franqueza, mas o seu problema não é de fé. É de ignorância.

Todos concordaram, inclusive ele.

Uma pessoa que não lê nem o Antigo Testamento, nem o Novo Testamento, está realmente numa situação de exposição tremenda. É verdade que ainda tem dois meios através dos quais pode ouvir o conselho de Deus: A Natureza e a consciência.

E Deus não hesitará em servir-Se destes dois meios para aconselhar. Mas nunca obrigará, nunca imporá a Sua vontade. Não conheço experiência mais tremenda do que a que assisti na cidade de Praga.

Experiência: Tratava-se de um Seminário de Testemunho Cristão. Foi no ano de 1991. Estavam presentes sessenta e dois pastores e a minha missão era ajudar aqueles pastores que tinham vivido sob um regime que não permitia o testemunho cristão público. Ensinar-lhes como dar esse testemunho.

O seminário estava organizado em duas partes: uma teórica, outra prática. Esta era, sem dúvida, a mais difícil porque a melhor maneira de aprender é fazer. Estivemos juntos todo o Domingo. No final da manhã de Segunda-feira, lancei um desafio de irmos para a rua e testemunhar da Fé Cristã. Isto consistia em bater às portas, cumprimentar as pessoas e fazer uma das seguintes perguntas:
– Crê em Jesus?
– Crê na Virgem Maria?
– Crê em Deus?
– Pensa que há vida depois da morte?
– Tem por hábito rezar antes de se deitar?
– Crê que Jesus voltará outra vez?

Estas perguntas tinham como objectivo iniciar uma conversa sobre a fé bíblica. Quando perguntei quem estava disposto a ir, com excepção de um, todos os outros disseram que estavam prontos a ir.

Ao fim do dia encontrávamo-nos para partilhar as nossas experiências. Isto aconteceu até Quinta-feira. Neste dia à noite, ou Sexta-feira de manhã, os pastores deveriam voltar para as cidades onde eram pastores para pregar o Evangelho.

Na Sexta-feira, por volta do meio-dia, apareceu o pastor que não quis ir. Estava muito eufórico, só que como falava em Checo, eu não percebia nada. Finalmente o irmão que me acompanhava e traduzia (da língua checa para o francês), contou-me o que se tinha passado com aquele pastor.

Não tinha conseguido dormir, sentia na sua consciência que não tinha agido bem. Todos os colegas regressavam às suas igrejas com experiências fantásticas. Alguns tinham encontrado pessoas que oravam para que alguém lhes falasse de Deus, outro tinha encontrado um professor universitário que o tinha convidado a ir à Universidade falar de Cristo aos seus alunos. Havia tantas experiências! Só ele não tinha nada para testemunhar.

Na Sexta-feira de manhã a seguir ao pequeno-almoço saiu e foi sozinho de porta em porta. Bateu em dezenas, mas ninguém o queria ouvir. Já desanimado, pensou regressar. Quando se encontrava pronto para sair do último prédio em que entrara, olhou e viu que havia uma porta na cave. Pensou já não ir bater a essa porta, mas por fim foi.

Bateu à porta. Passados segundos apareceu um homem de enorme estatura e ele perguntou:

– Crê em Deus?

Mal tinha terminado a pergunta, foi arrastado para dentro da casa. Apercebeu-se que aquele homem era um cigano e pensou: “Hoje é o último dia da minha vida. Fui um tonto em vir.”

– Fica aqui, não saias daqui, eu volto já – pediu o cigano.

Ficou encostado a uma parece de uma sala sem móveis. Fechou os olhos e orou: “Senhor de toda a misericórdia. Eu não queria vir e pensei que foste Tu que durante esta noite me disseste para vir. Vim para falar do teu amor, porque senti que era uma tarefa sagrada. Agora estou aqui prisioneiro, é por Ti Jesus.

Nisto ouviu vozes. Ainda mal refeito, sentiu-se rodeado por mais de um dúzia de homens e o que o tinha recebido disse:

– Estes são os meus filhos e genros. Esta manhã, enquanto tomavam o pequeno almoço discutiam sobre a existência ou não existência de Deus. Como vi que a discussão se azedava, ordenei que se calassem e disse:

– Se Deus existe, Ele que venha cá dizer. Calem-se!

– Tu foste enviado por Ele, por isso, fala!

Falei, como nunca antes, da existência de Deus e do Seu amor. Estou tão feliz! Obrigado, pastor Costa, foi maravilhoso. Assim começou o trabalho da pregação do Evangelho entre os ciganos neste país. Agora sei que Deus tocou a minha consciência e eu fui dirigido pelo Espírito de Deus.

Ele poderia ter recusado. E desta forma a decisão final é livre. Cada ser humano é responsável pelas consequências. O que encontrar no final do caminho será da sua exclusiva responsabilidade.

Não poderá culpar ninguém, ele e só ele é responsável. Deus respeita este princípio da liberdade que é a base do Seu governo e direcção. É isto que diz a Bíblia: “Nem por força nem por violência...” Zacarias 4:6

Mesmo quando o Seu coração de Pai amoroso o pressione a intervir, a justiça e o respeito aos Seus próprios princípios não Lho permitem. O governo de Deus é de ordem moral. Deus quer que o Seu poder se exerça unicamente sobre seres livres, que decidam amá-l’O e servi-l’O voluntariamente, porque compreendem que é justo, e santo e bom.

Porque compreendem que um Deus que corre tais riscos ao criar criaturas com tal confiança é digno de amor e de estima. O Senhor deu ao ser humano a capacidade de pensar e fazer. A capacidade de compreender, de considerar as evidências e tomar decisões consequentes.

E é o que quer dizer na Sua Palavra quando diz: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua casa.” Deut. 30:19

O que Deus pode e faz é aconselhar: “Escolhe pois a vida, para que vivas tu e a tua descendência.”


Ele fez o que o Seu amor O inspirava a fazer. Agora aconselha e espera.

Ilustração: Um homem caminha na estrada da vida. Rapidamente aproxima-se duma encruzilhada na qual tem que fazer a sua decisão final e o seu destino ficará decidido. Deus faz todo o possível para iluminá-lo enquanto caminha. Servindo-se de diferentes meios vai procurar que seja elucidado quanto ao seu destino eterno, à vida, à verdade.

Far-lhe-á fervorosos apelos através da Sua Palavra, do Espírito Santo, e até da própria Natureza que inquestionavelmente revelam a Sua Omnipresença.

Mas quando chega o momento em que terá que tomar a decisão final, Deus diz: “Um momento. Fiquem agora em silêncio, deixem-no só. Ele deve decidir sozinho. Na sua mente coloquei a liberdade.”

Desta forma a sua decisão será totalmente livre. Só o homem é responsável pelas consequências. O que encontre no final do caminho será da sua exclusiva responsabilidade. Não poderá culpar ninguém a não ser a si mesmo.

Deus respeita os Seus princípios. Não intervém na vida das pessoas para forçá-las a fazerem o que Ele quer, ou dominando a vontade para que sigam os Seus caminhos eternos. Mesmo quando o Seu coração de Pai amoroso naturalmente se inclina a intervir, a justiça e o respeito pelos Seus princípios eternos não Lho permitem. Deus decidiu desde o princípio que seria assim e assim continuará!

O Inimigo não olha a meios...

Mas, sabem, na vida há sempre um “mas...” e neste caso também o há. E aqui está o grande problema. O inimigo, Satanás, não respeita princípios, não olha a meios para alcançar os seus objectivos.

Satanás vigia continuamente a fim de surpreender a mente num momento de descuido. Através de uma arte refinada tenta continuamente influenciar a mente humana a fazer a sua vontade.

Vigia permanentemente na procura de uma oportunidade pela qual ele se possa introduzir de forma subtil na mente humana. Desde o jardim do Éden, a batalha maior que se tem travado, não é no terreno geográfico, não foi a Primeira Guerra Mundial ou a Segunda, mas, o mais poderoso combate é travado pela posse da mente. Quem será adorado no templo da alma?

A mente é o campo de batalha onde se decide o destino eterno. O grande objectivo de Satanás, a grande vitória que quer ganhar, é apoderar-se das mentes dos seres humanos.

Ao longo da nossa vida cristã somos exortados a não dar muita importância a Satanás:
– Que as nossas reflexões não devem incidir sobre o poder do poderoso inimigo de Deus.
– Que devemos ter um pensamento positivo.
– Que é necessário confiar no poder de Jesus

Não há dúvida de que isto é muito importante. No entanto o apóstolo Paulo, que conhecia o poder e os ardis do adversário da nossa alma, avisa: “...para que Satanás não leve vantagem sobre nós; porque não ignoramos as suas maquinações.” II Coríntios 2:11

Quer dizer, o que ignora a astúcia de Satanás está em desvantagem. O inimigo aproveita essa vantagem juntamente com o facto de que ele é um ser não visível e nós para ele somos visíveis. Conhece-nos e, particularmente, às nossas fragilidades. Ele é um ser que viveu nas cortes celestes, tem um imenso poder.

Desta forma ele domina o espírito das pessoas de modo a influenciá-las a não prestarem atenção à Palavra de Deus, a única arma que o pode combater. Quantas vezes o inimigo usa o mesmo disfarce que usou com Eva, numa contrafacção subtil para que caiamos no seu engodo!

Gosto do conselho do apóstolo Pedro quando diz: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar. Resisti-lhe firmes na fé.” I Pedro 5:8, 9

Viver como se não existisse esta solene advertência é presunção e grande descuido espiritual. Sem dúvida que Satanás age neste tempo, na sociedade, no coração e mente de multidões, com a intensidade do último combate.

Vemos isso na multiplicação de cartomantes.
– Adivinhos.
– Falsas religiões, que não se firmam por um “assim diz o Senhor”.
– Movimentos da Nova Era.
– Grupos musicais. Ainda há bem pouco tempo, todos ouvimos o que se passou na região de Aveiro. O filho mata os pais. Um jovem e a esposa que pertenciam a um grupo rock, cujos temas eram a adoração satânica. Ele dizia que não foi isso que o levou a matar os pais, mas o facto de eles não lhe darem dinheiro. (ver Jornal). Na verdade o Demónio apossou-se da sua consciência.
– Pessoas intelectualmente bem formadas, mas incautas, e que se deixam dominar pela leitura de livros de cunho espírita.

Chamo a vossa atenção para uma solene passagem bíblica referente aos últimos tempos: “Então vi três espíritos imundos, semelhantes a rãs, saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta. São espíritos de demónios, que operam sinais, e vão ao encontro dos reis de todo o mundo, a fim de congregá-los para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso.” Apoc. 16:13, 14

Por essa razão dirijo-me, com a veemência de quem ama e conhece os segredos de Deus revelados na Sua Palavra: que Satanás, durante milhares de anos, aprendeu a manipular as propriedades da mente, e que o seu propósito é fazer uma ligação da mente humana com a sua própria mente.

E está, através de muitos meios, introduzindo os seus pensamentos no pensamento humano. Introduzindo mensagens que toquem a própria vontade humana, ele vai confundir de tal modo os seres humanos, que a única voz que ouçam seja a voz do Arqui-enganador. Isto foi o que ele fez no Céu manipulando a terça parte dos anjos. Isto é o que ele está a fazer aqui na Terra!

Ele procura tocar nos neurotransmissores da mente, na sede da alma, de forma a bloquear todos os impulsos de salvação enviados pelo Espírito Santo.

A química, a física e a fisiologia que sustentam a nossa mente é estudada por Satanás com grande afinco.

Quem determinará o nosso destino?

Não posso resistir à convicção de que devo ler um extracto de grande sabedoria: “Satanás, durante milhares de anos, tem estudado as propriedades da mente humana e aprendeu a conhecê-las. Mediante uma obra subtil nos últimos dias procurará ligar a mente humana com a sua própria mente, e então introduzirá os seus próprios pensamentos. Esta obra será feita de tal maneira que os seres humanos farão a vontade do inimigo sem se darem conta disso. O grande enganador espera confundir de tal modo as mentes dos seres humanos, que estes cheguem ao ponto de que a única voz que escutarão será a dele.” – Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 252,253.

1 - Conhece os mecanismos da mente humana de forma a poder modificar o seu funcionamento.

2 - Está a ligar a sua mente com a mente humana através da arte, do cinema, da cultura, da filosofia, da música, servindo-se inclusive da própria religião.

3 - Esta obra é estudada ao mais ínfimo pormenor. Muitos aceitam sem terem consciência do risco.

4 - Milhares estão sendo selados com o selo da morte, guiados por uma mente superior, orgulhosos da liberdade que pensam ter e do seu poder mental mas, no entanto, estão debaixo da direcção de Satanás, sem terem a mais pequena suspeita.

5 - O objectivo final é chegar ao dia em que as pessoas estejam controladas física, mental e espiritualmente.

Isto quer dizer que a sua principal preocupação é o controlo dos neurotransmissores da mente humana.

Ilustração: A muralha da China tem 3.000 quilómetros de comprido. É tão grande que é a única obra humana que pode ser vista da Lua sem auxílio de meios técnicos. Esta muralha tinha torres de controlo situadas a uma certa distância de forma que as sentinelas podiam ouvir-se e ver-se uns aos outros.
Foi construída para proteger o Império do Sol nascente dos ataques dos inimigos do norte, especialmente, os mongóis. Mas não serviu de grande coisa. Apesar das suas portas de bronze e da espessura das muralhas e de ser inexpugnável pela força das armas, os inimigos subornaram um porteiro, uma sentinela. Ele abriu uma porta e pela calada da noite, o inimigo entrou. Uma noite foi suficiente. Mataram as sentinelas e dominaram por completo o grande Império.

Satanás não pode tocar na mente a menos que lho permitamos, a menos que lhe concedamos a entrada, lhe entreguemos a chave da mente e isso pode ser feito se não estivermos realmente atentos. É verdade que ele não pode entrar sem a nossa autorização, mas também é certo que ele pode subornar para que lhe entreguemos a chave:

– Na estrada, enviando impulsos de que somos grande pilotos: o acidente.
– Beber bebidas alcoólicas é sinónimo de elegância: alcoolismo, dependência.
– Fumar dá um toque chique: cancro dos pulmões.

No final, quem é o culpado?

O mais fácil é culpar Deus. Quando na verdade não foi Deus, mas nós que fomos manipulados pelo Diabo. Num livro da Nova Era, que é lido por milhares e milhares de pessoas, chamado “A Terceira Vaga”, p. 177, diz: “Ao alterar tão profundamente a infosfera, estamos destinados a transformar também a nossa própria mente, a forma como pensamos sobre os nossos próprios problemas, a forma como prevemos as consequências das nossas próprias acções. Pode ser, inclusive, que alteremos a nossa química cerebral.”

A “infosfera”, é o meio ambiente em que vivemos, ou seja é a atmosfera carregada de informações que passam pela música, leitura, cinema, arte etc.

Segundo este autor, isto tem influência na natureza dos nossos pensamentos e controla a mente. Não por influência espiritual, como sempre se ouviu dizer, mas porque modifica a química cerebral e controla as ondas do cérebro e, consequentemente, o pensamento, sem que o possamos evitar, e muitas vezes sem que nos tenhamos dado conta do que se está a passar.

É preciso ter em conta o que se ouve, o que se vê, o que se diz. A revista norte-americana New Yorker trazia esta declaração: “Neste tempo é muito difícil manter a privacidade da alma humana.”

Conclusão: O grande objectivo de Deus.

Queridos amigos, vou fazer uma afirmação de verdade absoluta. Satanás tem planos, mas Deus também os tem e são incomparavelmente melhores.

É o que lemos em João 10:1-5: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e assaltante. Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as leva para fora. Quando tira para fora todas as ovelhas que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.”

O pastor é Jesus Cristo. Ele é o bom pastor. As ovelhas são os homens e mulheres que acima de tudo querem ouvir a sua voz e não outra voz.

O estranho é o inimigo. É isto que Deus quer que chegue, o dia em que aqueles que são do Senhor Jesus Lhe reconheçam a voz, que não se interessem mais pela voz do inimigo.

Deus quer fazer isto com o nosso consentimento, que segui-l’O seja uma decisão pessoal, com o nosso pleno consentimento. E Deus apela: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” Provérbios 23:26

Num outro texto das Santas Escrituras está escrito: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração (mente, no original) porque dele procedem as saídas da vida.” Ou as fontes da vida. Provérbios 4:23

Ele quer que a nossa mente se sintonize com a Sua mente, o nosso coração bata em harmonia com o Seu coração. E isto só pode acontecer através da leitura diária da Bíblia. Esse é o ambiente propício para que o Santo Espírito faça as reparações, repare os circuitos que foram danificados pelo inimigo.

A Bíblia é o trigo do Céu que alimenta e fortalece a alma, nos revitaliza, dá vida nova, nova esperança.

Descuidar a leitura da Bíblia é dar oportunidade a que Satanás ganhe terreno no espaço da nossa mente e se apodere da nossa alma.

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolhe a vida, para que vivas, tu e os teus filhos.” Deuteronómio 30:19

Só dois caminhos, a vida ou a morte, a tristeza ou alegria, a depressão ou o equilíbrio emocional.

Será que alguém ainda não tomou uma posição clara?

Será que há alguém que ainda não entregou a chave a Jesus?

Então, sem hesitação, apelo em nome de Jesus, do Pai e do Espírito Santo, a que decidam e decidam hoje. Há momentos na vida, oportunidades que não se podem adiar. Há oportunidades que só surgem uma vez na vida.

Se hoje Jesus passou ao alcance da vossa mão, que ela não fique encolhida. Estenda a sua mão e pegue a mão vitoriosa de Jesus e avance com Ele e será vitorioso, porque a vitória é a dois, você e Cristo!


Pr. José Carlos Costa

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