16 de maio de 2008

PAZ PARA VIVER: 14 - Sábado ou Domingo

Introdução: Diz a história que Ésquilo, o poeta grego, foi condenado à morte. O seu irmão, que era orador e herói, foi chamado para o defender.

O auditório estava suspenso, olhava cada gesto, e ansiava ouvir o herói nacional defender o seu irmão. Ele ficou ali parado, não proferiu nenhuma palavra. De repente levantou um braço. O silêncio era tremendo. Mas de repente o povo começou a gritar.

Desta forma Ésquilo foi perdoado. Porquê? Porque ao braço faltava a mão, e aquele braço trouxe à memória do auditório os grandes serviços que o orador tinha prestado ao Estado, os sofrimentos que tinha suportado nas guerras em que lutara pelo seu país.

A eloquência de um gesto, um braço levantado, um braço mutilado foi mais eficaz do que teria sido qualquer discurso. Aquele braço nunca se teria levantado por uma causa injusta.

Assim, também, nosso Senhor Jesus levanta a mão no Céu, mostra a mão trespassada contra as acusações do Inimigo de Deus e dos que O amam.

Aquela mão nunca fez nenhum mal. No entanto o Acusador diz que ela fez mal.

Uma das acusações: A mão escreveu errado!
Pergunto: Quantas vezes escreveu aquela mão?

Há quem diga que escreveu 4 vezes; 2 vezes no Sinai, 1 vez na parede do Palácio de Belsazar (Daniel 5) e 1 vez na areia, quando Maria Madalena foi acusada. Esta mão nunca escreveu errado. Nunca!

Na guerra contra Cristo, Satanás tem-se esforçado por afastar os seres humanos do Senhor e da verdade. Na sua obra de engano, o Inimigo de Deus e dos homens tem procurado orientar a adoração dos seres humanos para sentidos de culto em que é ele o inimigo de Deus que os recebe, não Deus.

Deus só recebe o culto verdadeiro, o culto que Ele como Senhor estabeleceu. Certamente conhecem aquela experiência de Caim e Abel. Deus tinha pedido que a adoração, o culto fosse feito de uma forma, isto é, com o sacrifício de um animal.

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e teve Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. E teve mais o seu irmão Abel: e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe, do fruto da terra, uma oferta ao Senhor. E Abel, também, trouxe dos primogénitos das suas ovelhas e da sua gordura: e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente e descaiu-lhe o seu semblante. E o Senhor disse a Caim: Porque te iraste? E porque descaiu o teu semblante?” Génesis 4:1-6

Abel assim fez. Caim, porém, inspirado pelo mal, ofereceu dos frutos da terra. Da terra que ele cultivava. Havia algum mal nisso? Aparentemente, não! Mas não era a forma que Deus tinha pedido. Por isso o Senhor do Céu repreendeu Caim: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Génesis 4:7

Por Caim ter prestado culto à sua maneira entrou num clima de contestação a Deus. Isto é, consciente de que estava a fazer o contrário do que Deus queria, do que o Senhor tinha ensinado, e agia como se Deus não tivesse direito sobre ele. Foi isso que fez com que o seu culto não fosse aceite.

Obedeceu de forma aparente, fez um culto, mas um culto como que criado por ele, iniciativa dele, e este gesto foi desafiador. Caim propôs no seu coração que poderia justificar-se, salvar-se pelas suas próprias obras, pelos seus méritos pessoais.

Esta forma de culto é a afirmação de que não se reconhece pecador, sem necessidade de um salvador. Ofereceu a sua oferta pessoal que não exprimia penitência pelo pecado. Isto não quer dizer que Ele não reconhecesse Deus, e o Seu poder de dar ou reter as bênçãos da terra. Ele sabia que tinha vantagens em viver no favor da Divindade. Era consciente de que era necessário apaziguar e até iludir a ira divina mediante uma oferta. Ainda que esta fosse oferecida de má vontade. Mas deixou de compreender que o cumprimento parcial e formal dos requisitos explícitos de Deus não podem ganhar o favor divino como substitutos da verdadeira obediência e contrição de coração.

É importante fazer um exame da nossa consciência para saber quais são os motivos que nos levam a relacionar-nos com Deus. Não seja que o nosso culto, como o de Caim, seja inaceitável a Deus.

1- Que culto nos pede Deus?

Muitas pessoas me têm perguntado: “Diga-me, qual é o verdadeiro culto?”

Recordo de uma vez apresentar uma semana de evangelismo na Roménia. Tinha pedido para ninguém anunciar qual era a minha fé. Não que tivesse alguma coisa a esconder, mas porque receava que isso pudesse ser inibidor para as pessoas. Todas as noites distribuímos um pequeno convite no qual as pessoas podiam escrever os seus nomes e um motivo pelo qual gostariam que nós orássemos. Uma noite, num dos convites, havia uma frase que dizia: “Não sei quem és, não sei qual é a tua religião, só sei que o que dizes é a verdade da Bíblia. E isso é tudo quanto eu preciso.”

Muitos pensam que o culto verdadeiro é o que eles praticam, todos os outros estão errados. Se são Baptistas dizem: “Nós somos os verdadeiros adoradores.” Os Católicos Romanos: “Não somos nós.” Testemunhas de Jeová ainda gritam mais alto: “Não nós é que somos as testemunhas.”

Qual é o culto verdadeiro? Sei que muitos, no fundo do coração, estão a pensar: “Bom... e tu pensas que são os Adventistas do Sétimo Dia!”

Querem que eu vos diga? Eu vou dizer, mas vou fazê-lo com toda a sinceridade da minha alma: O culto verdadeiro é o culto de Jesus Cristo. É adorar a Deus como Jesus adorava. É amar como Jesus amava. É viver como Jesus vivia. É ir à igreja como Jesus ia. Ir no dia em que Jesus ia. Sabem em que dia é que Jesus ia à igreja?

Eu creio que se Jesus viesse hoje à Terra, como veio há dois mil anos atrás, Ele andaria vestido como nós andamos hoje. Bom, dado que só poderia nascer em Israel, andaria vestido como andam vestidos os israelitas. Comeria como comem os israelitas. E observaria os ritos de higiene que os israelitas observam. E iria com eles à igreja. Em que dia é que eles vão à igreja?

“E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” Lucas 4:16

Será que Jesus procederia de forma diferente? Muitos dizem: “Sim, os judeus, não são dignos de Jesus. Eles mataram Jesus.”

Permitam que eu discorde um pouco. Quem matou Jesus foram os meus pecados, e os vossos pecados. Foi pelos meus pecados que Jesus morreu. Eles foram os instrumentos dos quais Satanás se serviu para vomitar o seu ódio sobre o Príncipe do Céu.

A Bíblia diz, de forma clara, que aqueles que andam no culto de Jesus devem fazer como Ele fez. Querem saber onde está essa passagem bíblica?

“Porque para isto sois chamados; pois, também, Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” I Pedro 2:21

Jesus, quase no final do Seu ministério, faz uma declaração assombrosa, e que aponta a todos que O querem seguir qual é o caminho que devem seguir: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.” João 15:10

Será que Jesus praticaria o mesmo culto que praticou quando veio à Terra, mas de forma absoluta? Podemos ter essa certeza: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.” Hebreus 13:8

Temos que fazer uma declaração com muita frontalidade. Porém esta frontalidade tem que estar em coerência com a Bíblia. O Sábado não é um dia alheio a Jesus, não se trata duma instituição judaica, um ritual praticado por este povo ao qual Jesus Se sujeitou. De forma nenhuma. Jesus é o Senhor do Sábado. O Sábado pertence a Cristo!

“Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor. ...” Apocalipse 1:10

Jesus declarou-Se o Senhor do Sábado!

“Porque o Filho do homem, até do Sábado é Senhor.” Mateus 12:8

Se Ele é o Senhor do Sábado, significa que o Sábado é o dia do Senhor.

Falando pela boca do profeta Isaías, Ele diz: “O meu santo dia”.

“Se desviares o teu pé do sábado, e de fazer a tua vontade no meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacob; porque a boca do Senhor o disse.” Isaías 58:13 e 14

O Sábado que pertence a Cristo é o sétimo dia da semana. A Bíblia diz: “O sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu Deus.” Êxodo 20:10.

O Sétimo dia da semana foi colocado à parte e santificado, logo na Criação: “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.” Génesis 2:3

Não lemos em nenhuma parte da Bíblia que Deus tenha retirado esta bênção do Sábado, para a colocar sobre outro qualquer dia. Nesta altura ainda não tinha entrado o pecado no mundo.

O Sábado foi dado como uma aliança de pertença: “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles: para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.” Ezequiel 20:12

Jesus declara que o Sábado foi feito para o bem espiritual e social de toda a humanidade: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27

Como todos os dons de Deus ao homem, o Sábado está destinado a ser uma fonte de bênção.

Cristo, os Seus discípulos e a Igreja Primitiva ou Apostólica guardaram o dia que foi abençoado e santificado desde o princípio: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” Lucas 4:16

“E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia, seguiram, também, e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.” Lucas 23:54-56

“E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que, no sábado seguinte, lhes fossem ditas as mesmas coisas. E, no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.” Actos 13:42,44

“E no dia de sábado, saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falámos às mulheres que ali se juntaram.” Actos16:13

“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e, por três sábados, discutiu com eles sobre as Escrituras.” Actos 17:2

“Todos os sábados ele discutia na sinagoga, e convencia a judeus e a gregos.” Actos 18:4

Em nenhuma parte da Bíblia nós verificamos que o Sábado foi transferido do Sétimo para o Primeiro dia da Semana.

2 - O Sábado é uma Instituição Divina.

Voltemos a Génesis 2:2,3.

“E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.”

Depois de seis dia de criação Deus criou o Sábado. “Sábado” é uma palavra de origem semítica (em hebraico sabbath, em assírio ssabatu) significando “fim” ou “limite do tempo”. O significado semântico quer dizer: cortar em partes o tempo, dividir o tempo. O Sábado divide os dias, da mesma maneira que a Primavera, o Verão, o Outono, o Inverno dividem em estações o Ano.

O Sábado é, pois, o que divide o tempo no sentido de colocar um intervalo entre as semanas. Daí veio a palavra “descansar” ou “repousar” no intervalo da semana.

Esta instituição do Sétimo dia como dia-limite e de descanso obedeceu por parte de Deus a três actos distintos. Actos que não deveriam deixar a mínima dúvida que este era o dia que Ele abençoou:

1 – “Assim os céus e a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado, no sétimo dia toda a sua obra que tinha feito, descansou no sétimo dia. de toda a sua obra que tinha feito.

2 – “E abençoou Deus o sétimo dia,

3 – “E o santificou, porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.” Génesis 2:1-3

Eu gostaria de perguntar: Depois de ler esta passagem, alguém tem dúvidas, de qual é o dia em que Deus descansou?

· Deus operou durante seis dias a obra da criação, depois descansou.
· Deus abençoou o sétimo dia.
· Deus santificou o sétimo dia.

Na verdade esta passagem da Sagrada Escritura diz-nos, sem admitir outra interpretação, que durante seis dias consecutivos, dias que compreendiam a tarde e a manhã, que Deus teve uma relação de criação neste mundo. Finda esta, separou um dia, o sétimo, para o descanso. O que significa que Deus criou um ciclo de sete dias, que passou a constituir a semana, o último dia foi o Sábado ou o Sétimo.

Diz a Bíblia que Deus sabadeou, descansou no sétimo dia. Não quer dizer isto que Deus estava cansado, ou experimentasse necessidade física de repouso.

O profeta Isaías 40:28 diz: “O Criador dos limites da terra não se cansa nem se fatiga.”

* Aquele que cria e que conhece o número das estrelas, o cabelo que cai da nossa cabeça, não Se cansa.

* Aquele cuja sabedoria é infinita, não Se fatiga.

Então, porque descansou?

Porque Deus propunha-Se lançar as bases de uma instituição destinada a lembrar a Sua obra. E a perpetuar deste modo a memória do Criador.

O homem esquece facilmente os seus compromissos.

Os filhos facilmente esquecem os seus deveres em relação aos pais.

Se Deus não tivesse repousado como poderia dizer estas palavras?

“Lembra-te do dia do Sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias dez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto, abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” Êxodo 20:8-11

“...o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus...porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra...e ao sétimo dia descansou...”

- Não diz que é o descanso de Adão e Eva.
- Não é o descanso de Israel.
- É o descanso de Deus.

Para que esse dia pudesse realmente ser designado por Deus “Sábado do Senhor” era preciso que o Senhor descansasse, porque Sábado quer dizer “descanso”. Como poderia Ele chamar-lhe: Sábado do Senhor, se não tivesse descansado?

Deus não mente!

Creio que o Sábado foi dado para que o homem parasse para refazer as suas energias. Não considero, no entanto, que isto seja o mais importante, porque para refazer as energias temos a noite.

Reparem, uma vez mais, que o repouso que compete observar no Sétimo Dia não é o nosso repouso individual, e sim o repouso de Deus.

O preceito diz: “Mas o sétimo dia é o Sábado (repouso) do Senhor teu Deus.”

Ao observar o Sábado o que é que estamos a fazer de facto?

- A descansar ?
- Trabalhamos seis dias, estamos cansados e agora descansamos. Isto é, dormimos mais horas?
- É isso que Deus quis com a observância do Sábado?

NÃO!

Nesse dia é dia de comemorar o repouso de Deus, repouso do Criador, a Festa do Amado Pai do Céu, que terminou uma obra e a celebrou, e pede aos Seus filhos para a celebrarem. O repouso de Deus não obedeceu a nenhum cansaço físico, mas consistiu como é dito em Êxodo 31:16 numa celebração espiritual.

“...celebrando o Sábado nas suas gerações por concerto perpétuo.”

Deus continua a criar, e Deus continua a descansar, para estar com os Seus filhos de uma forma especial cada Sábado: “Desde os níveis mais profundos da terra, sob os nossos pés, até às mais longínquas estrelas, tudo o que existe faz parte do Universo. O Universo é tão grande que contém incontáveis biliões de estrelas, e continua a expandir-se a grande velocidade. No entanto, a maior parte do Universo é composta apenas por espaço ´vazio´.” Mini-Enciclopédia, cap. O Universo, p. 14 – Texto Editora.

Deus repousa da Sua contínua obra de criar. Pára por um dia. Que dia? O Sábado do Senhor. Para estar não só com os Seus filhos na Terra, mas de todo o Universo. O Sábado é um dia de celebração: Isaías, o profeta evangélico, o profeta da Terra Restaurada deleita-se a falar desta experiência: “Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei-de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há-de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, desde uma lua nova até outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.” Isaías 66:22, 23

Quando repousamos no Sábado, estamos a unir-nos numa celebração espiritual, numa relação com O Autor da vida, do Universo, da fé, das bênçãos. Estamos a permitir que Ele me revitalize.

Adão e Eva, que tinham sido criados no sexto dia, certamente não estavam cansados. Nós, na nova Terra, não estaremos cansados. Não é pela necessidade física que observamos o Sábado, é pela necessidade de deixar tudo o que são coisas materiais, “as panelas, os tachos”, e, como Maria, estar aos pés do Senhor.

3 - Quem mudou do Sábado para o Domingo?

Uma coisa sabemos. Satanás instrumentalizou anjos no Céu, que o seguiram. Satanás instrumentalizou os Egípcios para fazerem sofrer o povo de Israel. Satanás serviu-se dos Amalequitas, para desarraigar o povo de Deus da terra. Satanás serviu-se de Babilónia para se contrapor a Jerusalém, cidade que representava o reino de Deus. Satanás tem poder para se servir de homens, instituições políticas, sociais e religiosas, para alterar o que Deus afirmou como verdade imperecível.

Deus, que avisou Adão e Eva no Jardim do Éden, deixou claro aviso na Sua Palavra: “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei.” Daniel 7:25

Este poder “cuida” que tem poder para mudar a Lei de Deus, e de facto muda. Mas não lhe é dado poder para isso. O texto que lemos é um aviso de Deus para os fiéis. É um alerta. Mesmo que a Lei seja mudada, ela prevalecerá como foi dada no princípio.

Muitas pessoas sinceras dizem: “Mas foi Jesus que mudou, foi em honra da Sua ressurreição que foi mudado do Sábado para o Dia em que Ele ressuscitou.”

Jesus conhecia melhor que ninguém Daniel 7:25, por isso dirá de forma enfática: “Não cuideis que vim destruir a Lei ou os profetas, não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido.” Mateus 5:17, 18

Que dizem os biblistas acerca deste assunto: “Durante muito tempo, depois de destruído o templo e cessado nele o culto divino, o sétimo dia foi rigorosamente observado. A observância do Sábado continuou na Igreja cristã até ao século quinto da nossa era, mas, com um rigor e solenidade decrescente até finalmente cessar de todo.” – Dr. Coleman, Ancient Christianity, cap. XXIV, parágrafo 2.

“Temos certamente de admitir que os escritores cristãos mais primitivos não identificam o dia do Senhor (Domingo) com o Sábado; nenhum dos pais anteriores ao quarto século baseia o dever de observar o Domingo sobre o quarto mandamento, ou sobre algum preceito de Jesus ou dos Apóstolos, ou sobre a Lei dada na criação e promulgada a Moisés.” – Chamber´Encyclopedia, art. Sabbath.

“Recorrei a quem quiserdes, aos padres primitivos ou aos mais recentes, não encontrareis nenhum dia do Senhor instituído por preceito Apostólico, nenhum Sábado estabelecido sobre a base do primeiro dia da semana.” – Dr. Heylyn, History of the Sabbath, part II, cap, 1, parágrafo 10.

“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos, e a lei...”

Cristo não foi. Os apóstolos também não. Quem foi então?

No mundo só um poder se levantou pretendendo ter este poder, invocando que esta autoridade lhe foi dada por Cristo. Que poder foi este?

O único mandamento que está subordinado a tempo é o Sábado: “Lembra-te do dia de Sábado para o santificar. Seis dias, trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus.”

Este mandamento é o único que estabelece o conceito de tempo – eth yom – este dia, o Sábado, a explicação prossegue, é o dia em que Deus descansou. Portanto o dia que Deus abençoou e santificou. O sétimo. Não um dia em sete. Mas o sétimo da existência do mundo.

O primeiro sinal de mudança aparece decretado no ano 321 da nossa era. Pelo Imperador Constantino, que se dizia ter abraçado o cristianismo. (ver história de Constantino).

“Ordena-se a todos os juízes, moradores de cidades e operários de repousarem no venerável dia do sol. Aos que residem no campo, porém, permita-se o entregarem-se livremente aos misteres da sua lavoura, porque é muito frequente não haver dia mais apropriado para se proceder à semeadura de cereais e ao plantio de vinhas...”
No ano 321, Imperador Constantino. Esta lei, cujo original se encontra na Biblioteca de Harvard College (Universidade nos Estados Unidos).

Podemos agora perguntar: QUEM MUDOU DO SÁBADO PARA O DOMINGO?

Podemos com segurança responder: A Igreja Católica Romana.

Foi-lhe dada autoridade para isso pelas Santas Escrituras? Não!

Conclusão: Experiência do meu encontro com o Papa.
Nunca esquecerei o dia 1 de Fevereiro de 1992. Era a primeira vez que estava em Roma. Tinha passado todo o dia na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em Fevereiro anoitece depressa. Era um dia muito feliz, por duas razões: A primeira é que tinha desfrutado da comunhão dos meus irmãos e amigos da igreja. Tinha apresentado a Palavra de Deus nessa manhã de Sábado, tínhamos almoçado juntos e de tarde dirigido um Seminário sobre o Discipulado Cristão. Todos os membros da igreja tinham estado presentes.

A segunda razão: Roma é uma cidade fascinante, e agora eu estava livre e podia caminhar pelas ruas da cidade. Estava frio, mas estava bem agasalhado, com um bom sobretudo e sabia-me bem o fresco da noite. Caminhava sem destino certo e sem preocupações. No entanto, quando reparo bem onde me encontro, fico surpreendido. Estou na grande praça de São Pedro!

Confesso que fiquei encantado. Caminho na direcção da Basílica, claro que está fechada. Porém, debaixo dos claustros, percebo um enorme grupo de pessoas, talvez umas cem pessoas. Aproximo-me com a minha curiosidade natural. E, encaminhando-me, apercebo-me que são de diferentes nacionalidades. E que se trata de um encontro importante.

Paro ao lado dum grupo que falava espanhol e pergunto:
– Por favor, desculpem, o que se passa?
Olham para mim com ar incrédulo. Não compreendendo que pudesse haver ali alguém que ignorasse o evento que iria ter lugar às 20:30 H, interpelaram-me:
– Como? Não sabes o que se vai passar?
Respondi um tanto hesitante:
– Bom, realmente não sei muito bem.
De imediato fui informado.
– Homem, é o Papa que vai falar na Capela particular e nós fomos convidados para assistir.
Enquanto ouvia tudo isto senti um desejo enorme de assistir também. Mas os convites tinham sido só para algumas autoridades religiosas e políticas. De qualquer das formas, disse:
– Que pena. Gostava tanto de estar presente.
Uma senhora (mais tarde vim a saber que era superiora de um Convento) olhou para mim e perguntou:
– Quer realmente assistir?
Não hesitei:
– Claro que sim!
No espaço de dois ou três minutos ela conseguiu um convite entre uma das pessoas presentes. Este convite, que guardo como testemunha deste episódio.

Foi a primeira vez que entrei no Vaticano e ainda por cima numa das partes da Basílica que não está aberta ao público. Sentei-me ao lado da senhora que me tinha oferecido o convite. Entretanto, entrou o Papa que ia “abençoando” as pessoas que estavam na parte direita da coxia central.

Chegado à parte da frente com os seus cardeais e acompanhantes, sentou-se por momentos, enquanto foi interpretada uma música religiosa. Levantou-se e repetiu uma prece por cada semana do ano. Confesso que fiquei um pouco desiludido e cansado. Em determinada altura disse à senhora que me desculpasse, fazia intenções de sair. Ela disse-me qualquer coisa, mas confesso que não percebi o quê.

Quando cheguei à porta com a intenção de sair, verifiquei que esta estava guardada pela guarda pessoal do Papa. E estes manifestaram surpresa por eu querer sair. Perguntaram-me:
– Não sabe que o Papa será a primeira pessoa a passar por esta porta?
Senti que tinha cometido um grande erro. Pedi desculpa e fiquei ali sem me mexer até que o Papa saísse.

A cerimónia terminou, e o Papa João Paulo II inicia a saída justamente pelo lado onde me encontrava agora, procedendo como tinha entrado, abençoando todas as pessoas. Estendia frequentemente a mão e as pessoas pegavam-lhe na mão e beijavam-na.

O meu coração começou a ficar muito apertado. Agora eu fazia uma prece ao Senhor:
“Porquê, Senhor, eu vim para aqui? Desculpa, Senhor, a minha loucura! Senhor, o que vou fazer se ele me estender a mão? Quando abri os olhos, o Papa já vinha muito perto. Olhei a guarda pessoal. Eram homens gigantes, e eles olhavam para mim. Fiquei ali sem me mexer.

O Papa aproximava-se lentamente de mim. A verdade é que eu estava distanciado dos últimos bancos dois ou três metros. Era de facto a última pessoa que ele ia encontrar antes de sair pela porta e entrar nos seus aposentos. Posso ver ainda aquele homem vestido de branco, a pele muito clara, os olhos azuis e a mão estendida para mim.

– Eu adoro o Senhor do Céu, a Ele devo o meu culto. – Respondi, lentamente, em italiano. Ele olhou-me surpreendido, mas calmamente respondeu:
– Bem, muito bem! – E saiu.

O que quero realçar é muito simples. Imaginemos que temos o Papa Bento XVI ou outro ao nosso lado. E temos a oportunidade de lhe perguntar:

– Qual foi o dia que Deus abençoou e santificou?

E ele responde:

– Foi o Domingo!

Mas temos também a Pessoa linda e meiga de Jesus. Aquele que conhece os segredos da alma. O que cura as nossas ferias. O que foi ferido para nos salvar. Se Lhe perguntamos:

– Senhor, qual é o dia de culto?

– É o Sábado!

A quem devemos obedecer?

A Lei de Deus é uma lei divina, santa, celestial, perfeita. Não há uma ordem a mais ou a menos, mas é tão incomparável, que a sua própria perfeição prova a sua origem divina.

A minha decisão é ser fiel. Não porque serei salvo pela Lei, mas sou fiel porque sou salvo por Cristo e n’Ele encontro a força e o poder para Lhe ser fiel.

Não quero estar do lado errado. Quero estar debaixo da cruz, onde o sangue de Cristo caiu, onde a Sua graça pode ser exercida.

Amo a Jesus e Ele leva-me a amar o Sábado, porque neste dia sinto a divina presença de Jesus, como Adão sentia o aproximar de Deus.

Não me escondo atrás de argumentos falaciosos, não fujo para trás das dificuldades que possam surgir por ser fiel a Jesus. Não me escondo atrás de argumentos humanos e sem base bíblica! Jesus resgatou-me e livrou-me do poder opressor de Satanás. Refrigero-me na presença do Criador de todo o Universo que neste dia pára a Sua obra para estar comigo.

Quer também encontrar-se com o Senhor? Tome a sua decisão e será abençoado por Aquele que tudo pode.

Amem, a paz de Jesus!

Pr. José Carlos Costa

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