16 de maio de 2008

PAZ PARA VIVER: 13 - Vida Eterna

Introdução: Já percorremos um longo caminho. É minha convicção que se chegaram até aqui é porque têm apreciado as mensagens Paz para Viver, a cura dos problemas, da alegria da salvação. Dou graças a Jesus por se tornarem meus companheiros de viagem.

Todos nós conhecemos a experiência de ter pensamentos negativos, que nos incomodam e lutamos para os afastar da nossa mente. Como vimos, pode ser um problema não resolvido, não perdoado que não conseguimos esquecer. Esquecer é dar o que nos faz mal sem querer mal.

Os psicólogos são unânimes em dizer que os pensamentos que mais incomodam são os ocultos, os que não contamos a ninguém e eu acrescento, nem a Deus. Esses pensamentos ficam como que à espreita nos recantos da mente e vêm à superfície quando menos esperamos. Esgotam as nossas forças, as nossas energias mentais e emocionais, exaurem o nosso espírito e impedem a nossa realização. Sobretudo minam a paz de que necessitamos para viver.

Um temor comum.

Creio poder afirmar que todos temos um temor submerso em comum. De facto, é o maior de todos os temores e apresenta-se disfarçado em temores menores. Procuramos não pensar nele, recusamo-nos a encará-lo, evitamos falar dele. Estou a referir-me ao temor da morte.

Ilustração: Um dia quando uma jovem se dirigiu aos correios, presenciou à saída, um homem, a sofrer um ataque cardíaco. O senhor cambaleia e cai-lhe nos braços. Quando a ambulância chegou ele já era um cadáver. Ela nunca tinha visto a morte tão de perto e portanto nunca tinha tido consciência da fragilidade da vida, ou seja, desta realidade tão brutal que é a morte.

Mais tarde, ela contava: “Foi terrível...não havia nada que eu pudesse fazer. Senti-me tão inútil. Tentei dizer algumas palavras de conforto antes de ele morrer mas não consegui. Não sei se ele estava preparado para morrer.”

A maioria das pessoas não está preparada para morrer. Acham que o melhor é não pensar nisso. No entanto mais tarde ou mais cedo faremos parte dessa procissão imensa que começou há seis mil anos atrás com Abel.

“Para quê pensar na morte?” Perguntam alguns, e respondem: “De todos os modos temos de morrer!”

Preocupam-se com a vida, com garantir o futuro aos filhos, que não lhes falte nada.

Meus amigos podemos vencer todos os complexos com a ajuda de Jesus. Só com Ele podemos vencer as coisas mais difíceis, como seja: abandonar um mau hábito, a droga, o álcool e tantos outros males que nos roubam a saúde. Mas a felicidade plena só se consegue quando vencemos o temor da morte, e este temor também não o podemos vencer sozinhos.

Precisamos de uma cura profunda para o temor, baseada na verdade de que a morte não tem poder de destruir a vida eterna para a qual fomos criados e que está ao alcance da nossa mão. Essa verdade deve tornar-se mais do que um sonho ou um desejo.

Filosofias humanas ou de carácter esotérico, hoje tão em voga, não são suficientes. Nenhum consolo sobre a continuação da nossa alma depois da morte nos satisfará. Nem mesmo as melhores teorias acerca da imortalidade e da existência interminável da alma dará alívio.

Só a Palavra de Deus é uma fonte de alívio e força quando encaramos as perturbações e a finidade da vida. É na medida em que nos vamos apercebendo quão poucos e curtos são os anos desta vida física e face à morte dos entes queridos, que podemos repetir as palavras: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”
Salmo 90:1, 2

A convicção profunda de Moisés de que “o Deus eterno é a tua habitação” (Deuteronómio 33:27) soa triunfante neste salmo. O Senhor havia concedido ao grande líder a visão da sua natureza eterna. Ele era antes de todas as coisas e através d’Ele todas as coisas foram criadas. Portanto, Ele é o único refúgio seguro na instabilidade da vida.

O Salmo prossegue, acentuando a eternidade divina e comparando-a com a brevidade da vida humana. A comparação traz uma convicção crua de quão curta é a nossa existência, e até parece que não há conforto, não há esperança para o nosso viver: “Tu reduzes o homem ao pó da terra, e dizes: Tornai, filhos dos homens. Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi, e como a vigília da noite. Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada: de madrugada viceja e floresce; à tarde murcha e seca.” Salmo 90:3-6

A vida humana, comparada à eternidade de Deus, é como um segundo nas ondas sempre mutantes do tempo. Se mil anos são como a vigília da noite (quatro horas), o que vem a ser uma vida completa que chegou à velhice?

Mas para que os leitores do Salmo compreendam bem, Moisés repete a ideia, dizendo: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos, ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” Salmo 90:10


A brevidade da vida é usada como uma admoestação para que confessemos os pecados secretos e mais confiantemente habitemos no refúgio do Senhor enquanto houver tempo. Mas por que razão? O Salmo exorta a que entremos no refúgio de Deus nesta vida e especialmente a que aproveitemos a brevidade da vida para alcançar sabedoria e conhecimento de Deus antes de morrermos: “Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.” Salmo 90:11, 12

O conselho do salmista parece ser: “Começa a andar! A vida é curta! O nosso propósito aqui na terra é conhecer a Deus. O Inimigo tenta impedir essa possibilidade de conhecer Deus e de o amar. Teme a Deus e trata de endireitar a tua vida com Ele, pois esta vida é tudo o que tens para viver sob o Seu refúgio.”

A palavra refúgio é o centro do Salmo 90 e 91. Aconselho cada um a ler com regularidade estes hinos de louvor a Deus. Deus é o nosso refúgio.

Ilustração: A pequena aldeia de Beaulieu, em Hampshire, Inglaterra, é famosa graças ao seu mosteiro, hoje já em ruínas. Em 1539, respeitava-se a lei do refúgio. Naquele lugar, ladrões, assassinos ou qualquer outro fugitivo da justiça podiam refugiar-se e salvar as suas vidas. Ninguém podia fazer-lhes mal enquanto estivessem ali.

H. V. Morton conta o seguinte acerca dessa lei: “O chefe da guarda real podia bater ao portão, os cavaleiros podiam galopar à volta dos muros o tempo que quisessem, mas enquanto o refugiado estivesse lá dentro, era como se estivesse em terra santa, estava a salvo, como se nunca tivesse cometido algum crime.”

A graça de Deus em Cristo Jesus provê refúgio para os pecadores. Por mais grave que seja o seu pecado, o homem pode voltar-se arrependido para Deus e ser perdoado. E, como se nunca tivesse pecado, torna-se uma nova criatura em Jesus Cristo. Sobre ele ergue-se o santo escudo do favor divino. Neste refúgio preparado por Deus, podemos permanecer até sermos recebidos na cidade celeste.

E Jesus tem o mesmo pensamento que o salmista, quando diz: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também.” João 14:1-3

Esta promessa está repleta de amor. Repetidas vezes, Jesus declarou que o propósito da Sua vida, morte e ressurreição era que não perecêssemos mas tivéssemos a vida eterna (João 3:16). Ele veio a fim de revelar a vida eterna. Foi à cruz a fim de derrotar o poder do mal e da morte. Levantou-Se triunfante dentre os mortos como prova de que a morte havia perdido o seu poder e voltará novamente para viver com o Seu povo.

A descrição do Céu, dada por nosso Senhor, inclui a sua natureza e expansão. “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Pai, casa, moradas – cada palavra ilumina o nosso pensar e sentimentos. O Céu poderá ser muitas coisas, mas certamente há-de ser uma comunhão infindável com Deus.

Ilustração: Ouvi, numa rádio local, um comentário que me deixou intrigado. Era o resultado duma sondagem a trinta pessoas, às quais tinham colocado a seguinte pergunta:

“Acha que irá para o Céu quando morrer?”

O resultado foi interessante, porque todos responderam da mesma maneira:

“Mas que ideia! Quem é que pode saber tal coisa?”

A Bíblia mostra claramente o que nos pode acontecer no futuro. Então como é possível que tantas pessoas, independentemente de frequentarem ou não uma igreja, não sabem se vão ou não vão na direcção do Céu? A razão é muito simples: Se não sabem é porque não estão a ir na direcção certa. De facto seria estranho que Deus, pelo Seu Espírito, desse a convicção de que uma pessoa vai na direcção do Céu, quando o caminho que segue é o errado!

Hoje, e na confiança que se estabeleceu entre nós e sobretudo porque tenho a Bíblia na mão, com a autoridade que ela me confere, deixem-me perguntar:

– Estão vocês a ir na direcção do Céu?
– Estão vocês a caminhar para a casa do Pai?
– Estão vocês cada dia a receber mais e mais sabedoria de Deus?
– Estão, enfim, a caminho da Cidade Refúgio?

Então temos que ler esta passagem e agarrar, com confiança, esta noite, a corda. É como se estivéssemos no fundo de um poço e a corda fosse a nossa única salvação: “Estas coisas vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, a vós que credes no nome do Filho de Deus.” I João 5:13

É triste saber que tantas pessoas que vivem à nossa volta, pessoas que frequentam as igrejas todos os domingos, não sabem o que as espera no fim do caminho da vida! Imaginemos um jovem que anda na Universidade. É um aluno regular, não falta a nenhuma aula, cumpre todos os regulamentos que fazem parte da Faculdade, realiza todas as provas. Ao fim de 5 anos tem o seu diploma. É licenciado. É doutor. Mas não sabe se terá colocação. Deve ser angustiante!

Que diz a Palavra de Deus? Será que nós sabemos o que ela diz?

“Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas. Eu sou o primeiro e o último. Eu sou o que vivo; fui morto, mas estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno.” Apocalipse 1:17, 18.

Para Jesus, que morreu e que vive para todo o sempre, não há segredos. Por isso nenhum cristão deve viver na incerteza e muito menos na ignorância. As palavras “Céu” e “os Céus” são mencionadas mais de 700 vezes na Bíblia. A maior parte das vezes é como alusão à morada dos resgatados pelo sangue de Jesus.

Dwight Moody, disse o seguinte: “Se Deus não quisesse que eu falasse do Céu, não teria falado tanto dele na Sua Palavra.”

O Céu – um verdadeiro lugar para se VIVER.

Jesus disse “vou preparar-vos lugar e virei outra vez”. A palavra “lugar” em grego, língua em que foi escrito o Novo Testamento, é monai, plural de monë, um substantivo que corresponde ao verbo habitar, menö. A palavra muito simplesmente quer dizer que haverá amplo espaço para todos os remidos que crerem em Cristo e começarem a vida eterna, aqui na Terra, agora.

Para os discípulos, Jesus não anunciava uma coisa nova. Eles sabiam qual tinha sido a esperança dos patriarcas e dos profetas. Foi também a esperança dos apóstolos, dos crentes de todos os tempos, a nossa e a de Abraão de quem a Bíblia diz: “Pois esperava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquitecto e construtor.” Hebreus 11:10

Ver Hebreus: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas, vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem claramente mostram que buscam uma pátria. ... Mas, agora, desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que, também, Deus se não envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” Heb. 11:13, 14, 16

O lugar prometido é uma cidade. João descreve esta cidade ao pormenor no capítulo 21 de Apocalipse: “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. ... E levou-me, em espírito, a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.” Apoc. 21:2, 10, 11

Estes versículos, repletos de esperança, respondem à pergunta tantas vezes colocada: “Onde está o Céu? Será um lugar? O Céu é para cima, mas onde?” Para muitos parece um assunto mistério, sem explicação, duvidoso. O Céu é como se fosse um lugar imaginário, inexistente.

O Apóstolo João viu a santa cidade descer sobre a Terra. Viu que esta cidade será a capital duma Nova Terra. Não, por favor, não se trata de imaginário, trata-se do Céu sobre a Terra, por mim há tanto esperado mas que em breve terá concretização porque a Palavra de Deus é infalível.

Quando penso neste assunto, sinto uma imensa alegria, confesso. Torno-me mais calmo e manso porque Jesus disse: “Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a terra.” Mateus 5:5

Aqui está para muitos o grande problema: “O quê? Viver nesta terra! Eu já estou farto de viver neste mundo cheio de dor, sofrimento e morte, chega!

Acalmem-se, por favor, se vocês estão cansados desta terra, também eu. Podem crer. As belas casas, o dinheiro, a boa comida. Para mim não têm muita importância. Digo muitas vezes à minha mulher: “Irene, prepara-me uns cereais, umas frutas, umas nozes, pão. E está tudo bem para mim.” Repugna-me a carne, não só porque está doente, mas dói-me o coração por saber como são tratados os animais antes de serem abatidos. São mal tratados. Os animais têm o instinto claro de que vão ser mortos. E isso faz-me doer a alma.

Meus amigos, eu não quero viver nesta terra tal como ela está agora. Deus tem um plano muito bom. E eu estou encantado com o Seu plano.

Ilustração: Suponhamos que um casal de namorados pensam em casar e anseiam pelo dia de começar a construir a sua própria casa. Os terrenos são muito caros. Se compram o terreno, ficam sem dinheiro para construir. Mas um dia encontram um homem que, sabendo dos seus planos, lhes oferece um terreno. Um terreno a preço zero. Eles ficam de boca aberta, não querem acreditar. Ainda estão a sonhar, quando a voz do homem se faz ouvir de novo:

– Dou o terreno com uma condição!
– Qual? – perguntam eles ao mesmo tempo.
– Têm que começar a construir imediatamente.
– Mas falta-nos a planta... é preciso a planta... é preciso a licença... é preciso...
– Não precisam de nada. Está aqui tudo. Gostam?
– O quê? Mas era exactamente isto com que nós sonhávamos!
– Entrem no carro, vou mostrar-vos o local, diz o homem.
– Aqui está o terreno. Gostam?
– Mas... mas, isto é uma lixeira! Este é o lugar onde colocam todo o lixo da cidade. Está a brincar connosco!

É uma imagem do que é o nosso planeta em consequência do pecado. A nossa terra está transformada numa lixeira. Num lugar altamente poluído. É a terra, as águas, o ar.

Deus não poderia colocar a Santa Cidade, a Capital, num lugar como este. Eis o plano de Deus: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” II Pedro 3:10, 13

E o apóstolo João confirma: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Apocalipse 21:1

Deus purificará a terra com fogo. Criará um novo ambiente para instalar a nova Jerusalém. “O primeiro céu” neste versículo é o céu atmosférico. O que temos agora, poluído, será substituído por uma atmosfera pura, sã, purificada. É o Céu para o povo de Deus, mas é um planeta completamente renovado, como era quando saiu das mãos de Deus, antes de ser contaminado pelo pecado.

Como serão as pessoas que habitarão a Nova Terra?

Creio que todos compreenderam o plano de Deus. A Bíblia é tão clara que não restam dúvidas. A questão que adivinho que cada um se coloca é:

“Que tipo de pessoas seremos? Teremos carne, teremos sangue ou seremos espíritos desencarnados?”

Haverá uma grande mudança na natureza do homem. Paulo diz: “Que transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” Filipenses 3:21

Creio que todos ficaremos muito felizes com esta mudança. Não pela beleza, ou por sermos mais altos ou mais baixos. Também não será porque queremos mudar a cor da pele. Mas porque são poucos os que desfrutam de uma saúde plena. Se não sofremos de problemas físicos, são problemas psicológicos, mentais, sentimentos feridos. Todos transportamos, neste mundo, problemas que queremos definitivamente abandonar. E é isto que acontecerá.

O nosso corpo será semelhante ao corpo glorioso com que Cristo ressuscitou. É o que diz o texto bíblico: “para ser conforme o seu corpo glorioso.” Muitas pessoas, através dos séculos, têm-se interrogado. E talvez esta noite alguém coloque a mesma questão:

“Jesus, quando ressuscitou, tinha realmente um corpo, ou Ele era um espírito?”

Com alguma frequência tenho ouvido esta pergunta no final de alguma apresentação como a que estou a fazer esta noite. Há pessoas que disseminam o que não vem na Bíblia e porque se arrogam o adjectivo de sábias, muitas pessoas sinceras acreditam nelas. Que diz a Bíblia? Respondendo a esta questão, descobrimos qual será a nossa natureza no mundo onde, pelo sangue de Jesus, iremos viver.

Repito, é claramente dito que nós seremos como Cristo depois da ressurreição. Também sabemos que Jesus apareceu várias vezes entre a ressurreição e a ascensão. Não há dúvida de que Jesus era diferente. Havia qualquer coisa de maravilhoso na Sua natureza imortal. A Bíblia afirma claramente que a Sua presença era real.

“Eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam um espírito. Ele, porém, lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Apalpai-me e vede; um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não acreditando eles ainda por causa da alegria, e estando admirados, perguntou-lhes Jesus: Tendes aqui alguma coisa que comer? Eles lhe apresentaram um pedaço de peixe assado e um favo de mel, e ele comeu diante deles.” Lucas 24:37-43

Os discípulos, assustados, pensavam que Jesus era espírito. Mas o Senhor desfez imediatamente as dúvidas. Convidou-os a examinar o Seu corpo, a tocar com as suas próprias mãos, a ver com os seus olhos, as mãos, os pés, o lado que tinham sido perfurados. Depois disse: “um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” E para que não existisse a mínima dúvida Ele pediu comida. E comeu com eles.

A Bíblia afirma, categoricamente, que os resgatados comerão e beberão no Reino de Deus. Não, meus amigos, não será um mundo de fantasmas ou de espíritos desencarnados. Trata-se de um verdadeiro lar, habitado por verdadeiras pessoas que terão actividades verdadeiras.

“Vede, eu crio novos céus e nova terra. Não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Edificarão casas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros nelas habitem, nem plantarão para que outros comam. Pois os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice.” Isaías 65:17, 21-22

Ilustração: Um dia, um pregador leu estes versículos e realçou que contrariamente ao que pensa muita gente, não haverá preguiça no novo mundo de Deus. Então, do meio da sala, alguém se colocou em pé e gritou: “Estava tudo tão bem até agora. Você, sem querer, admito, acaba de estragar tudo. Será que depois de tanto trabalhar aqui, ainda tenho que trabalhar lá?”

O pregador não desanimou e respondeu: “Meus amigos, para quê os sofás, para quê as cadeiras de rodas, para quê as bengalas, se cada um terá saúde, juventude eterna?” E continuou: “O profeta Isaías não está a dizer que vamos passar todo o dia a trabalhar, a construir casas e a plantar árvores. O que ele quer dizer é que a vida é algo concreto, real. As pessoas terão carne e ossos, por isso viverão para sempre usufruindo de actividades que lhes darão imenso prazer.”

Eu vou dizer-vos: É isto que me seduz. Mas, mais do que isto, é ter o privilégio de tocar, como fizeram os discípulos, as mãos e os pés do meu amado Senhor. Esta vai ser a coisa que mais quero fazer quando O encontrar. E você?

Reparem bem no que diz a Bíblia. Eu vou ler e não comento, porque é mais claro que as águas mais límpidas: “E morador nenhum dirá: Estou enfermo; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade.” Isaías 33:24

Não mais ambulâncias, nem hospitais, nem medicamentos. Todas estas coisas são inúteis.

“Então os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua dos mudos cantará. Águas arrebentarão no deserto, e ribeiros no ermo.” Isaías 35:5, 6

“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças. Subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.” Isaías 40:31

Mas isto é só um pouco da história. Vejam o que diz João: “E Deus limpará dos seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4

Esta é a solução que oferece Deus para os dramas do homem. A solução para o medo, a tristeza, a ansiedade, as neuroses, as esquizofrenias, as dores e a morte. Ninguém sabe curar como Deus!

Muitas pessoas acreditam que a política é o meio pelo qual os homens podem resolver os problemas do homem. Com certeza que a política será necessária, enquanto vivermos neste sistema de coisas.

Não devemos no entanto esquecer, que há seis mil anos, são milhares as pessoas que fazem política. Muitas dessas pessoas são muito bem intencionadas. Não são movidas unicamente pelo desejo da projecção pessoal. Mas querem de facto resolver os problemas. No entanto os problemas estão bem longe de serem resolvidos. Eu não faria melhor do que os políticos.

Já fui muitas vezes a Angola, país que a maior parte dos portugueses traz no coração. É um país de gente linda, de coração que sabe amar e sofrer. Ali vi muitos jovens e até crianças com as pernas amputadas em consequência das minas. E penso: “Como resolver este problema?” Só Jesus!

Ilustração: Imaginem que todos os portugueses se reúnem no Largo de São Bento e começam a gritar: “Queremos o José Carlos Costa como 1.º Ministro!”

Os deputados saem da Assembleia da República, vêem 10 milhões de portugueses. O Presidente da Assembleia da Republica, levanta as mãos e toda a gente se cala: “Por que razão é que vocês querem o Sr. Costa para 1.º Ministro?”

A uma só voz, ouve-se uma voz como se se tratasse dum trovão: “Ele tem as qualidades para fazer melhor que qualquer outro. Com ele vamos viver todos bem.”

Imaginemos ainda que o Sr. Júlio Carlos Santos, que encabeçou a manifestação, acrescenta: “Com ele teremos a liberdade, igualdade, fraternidade. Só é pena que ele não possa governar todos os países, pois com ele não haveria mais guerra.”

Toda a gente aplaudiu. O Presidente da Assembleia diz, simplesmente: “Seja!”

A verdade é que, passado pouco tempo, todos os portugueses têm uma casa, médicos não faltam, todos os jovens estudam, e quando terminam os estudos, todos têm um futuro assegurado. Ninguém tem hipotecas, nem dívidas, nem cuidados. É maravilhoso! Sou uma pessoa muito apreciada. Passo na rua e toda a gente me cumprimenta e eu levanto a mão para todos.

Os anos passam. Um dia vou visitar o Sr. Júlio Carlos Santos. Entretanto os seus filhos já terminaram o curso Universitário e, como toda a gente, estão bem na vida. Paro o carro diante da sua linda vivenda. Bato à porta e a esposa apressa-se a convidar-me a entrar. Ao meu encontro vem um homem curvado, que de imediato me diz: “Reumatismo! Fui ontem ao hospital, trataram-me muito bem, mas não há nada a fazer, só uma coluna nova!”

Dirige-se para uma cadeira a coxear e acrescenta: “Você tem resolvido bem os problemas, mas sinto que estou a envelhecer.”

Chama a esposa para trazer uma fotografia de 30 anos atrás: “Olhe para isto! Nem um só cabelo branco. Você tem que me ajudar a resolver este problema.”

Respondo: “Vamos ver o que se pode fazer, meu amigo! No fundo sei que não posso fazer nada. Sei que a minha política resolveu muitos problemas, mas este problema não posso resolver. É verdade que dei ordem há anos para que as investigações sobre a CLONAGEM avançassem, mas as coisas têm dado tantos problemas que, sinceramente, não me parece que retirar uma célula do Júlio Carlos para a clonar, depois dele morrer, seja a solução.”

Despedi-me e passei por aquele magnífico bairro dois anos mais tarde. Paro o carro, e encontro o meu amigo Júlio numa cadeira de rodas. Não era uma cadeira de rodas qualquer. Tinha um motor, volante e ele podia, com alguma facilidade, deslocar-se. Quando me viu, ficou contente, mas perguntou: “Afinal, quando é que faz aprovar a lei da Clonagem? Há tanto tempo que estou à espera. Eu quero arriscar.”

“Está quase, Júlio! Está quase!”

Volto a passar dois anos mais tarde e fico surpreendido. Os dois Mercedes dos filhos estão estacionados diante da residência dos pais. Há muitos outros carros. Entro, apercebo-me facilmente que o Júlio faleceu. Os filhos estão contentes por me verem, mas eles choram. Dirijo-me à mãe e ela levanta os olhos e diz: “Você não conseguiu resolver este problema. O meu marido morreu há duas horas. E agora? Obrigado por ter vindo!”

“Que posso fazer?” Pergunto timidamente. “Se puder ajudar, por favor não hesitem...”

“Que pode um homem fazer numa situação destas?!” Exclama um dos filhos. “Nada, a não ser recomendar-nos um Pastor que conheça bem a Bíblia e nos traga o conforto da Palavra de Deus. A fé é a única esperança que nos resta.”

Olho aquele jovem e abraço-o, porque de facto é a minha sincera convicção também. Só Deus tem o plano que pode responder aos anseios profundos do ser humano. Pensem, pensem um só instante. Não haverá mais morte nem cemitérios na Nova Terra.

Não haverá mais acidentes, nem doenças, nem reumatismo, nem velhice para colocar fim à vida. Os resgatados do Senhor viverão e o seu maior desejo será conhecer a profundidade e sabedoria do amor de Deus.

Esta é a maior mensagem, esta é a mensagem que dá paz para viver. Jesus deseja que cada um de nós esteja no Seu reino.

Quando Jesus estava na cruz entre dois ladrões, aconteceu um milagre, o milagre da graça. Um dos condenados voltou-se para Jesus e suplicou: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.” Lucas 23:42

O Senhor olhou para ele e leu os seus sentimentos. O seu coração ficou aberto diante dos olhos de Jesus, e Ele viu a sinceridade. Viu este homem cansado, que empurrado pelo diabo, tinha feito coisas tão horríveis, mas queria o reino de Jesus. E o Senhor respondeu: “Estarás comigo no paraíso”. Lucas 23:43

Meu Deus, que coisa mais linda! Não foi preciso o homem pagar nada, não foi preciso fazer nenhum sacrifício, só ser sincero e tomar a decisão correcta no momento certo. Hoje, é o momento certo. Amanhã, pode ser muito tarde. Pode ser que o Diabo já tenha arrancado a sinceridade do nosso coração, pode ser que a vida já não seja nossa. Então é demasiado tarde. Agora, é o momento certo. Reserve o seu lugar hoje!

Ilustração e Apelo: Um pregador falava da vida depois da morte. E ele pensou que este era um assunto que toda a gente estaria interessada em saber, por isso anunciou a conferência no jornal da cidade. Convidava as pessoas a telefonarem para reservarem um lugar. Muita gente telefonou. À medida que ele recebia as reservas, colocava o nome das pessoas num lugar, num dos bancos da igreja.

Entrou um homem que não tinha reservado lugar e sentou-se num lugar para as pessoas que não tinham reservado. Mas não estava contente, por isso decidiu mudar para um lugar melhor e sentou-se. Uma pessoa, responsável pela coordenação da sala, foi falar com ele e disse: “Desculpe, mas este lugar está reservado.”

O homem levantou-se zangado e foi para outro lugar não reservado, mas disse alguma coisa: “No Céu, não há lugares reservados.”

O coordenador da sala ficou muito incomodado. Pensou que não deveria ficar calado e dirigiu-se ao homem: “Desculpe, penso ter percebido que o senhor disse que não haveria lugares reservados no Céu, é isto verdade?”

“Foi exactamente o que eu disse. Não é preciso reservar lugar no Céu!”

“Então, devo elucidá-lo, com muita amizade. A verdade é que os lugares no Céu são exactamente reservados. E se não for reservado com antecedência, a Palavra de Deus diz que não será admitido.”

Há alguém que nos está a ler, sente no coração o desejo de reservar lugar no Céu? Quer estar ao lado de Jesus? Quer tocar a mão de Jesus? Alguém quer dizer: “Jesus, eu confio na Tua Palavra e Tu disseste ‘Eu vou preparar um lugar’.”

Há alguém que queira dizer: “Senhor, prepara um lugar também para mim, por favor. Eu não mereço, mas confio no sangue, esse sangue tão precioso que correu pela cruz até ao chão.”

Será que existe alguém que está ainda hesitante? Será que há alguém que deseja no coração esse lugar, mas se sente indigno? Sente que é fraco, sente que é pecador, e por isso não decide? Meu amigo, minha amiga, querido jovem. Se sentes isso, então tu és a pessoa que Jesus está a chamar.

Diz ao Senhor Jesus: Por favor, reserva um lugar para mim! Amem.

Pr. José Carlos Costa

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